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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Houve um tempo em que as interrupções no fornecimento de luz era uma constante em todas as cidades do país, principalmente à noite, quando as famílias reunidas mais necessitavam dessa tecnologia para as tarefas do fim do dia. Essa debilidade nas nossas fornecedoras tanto de água como de eletricidade eram bastante conhecidas e frequentes e, não raro, terminavam em letra de samba, como na marchinha carnavalesca “Vagalume”, de Vitor Simon e Fernando Martins, composta em 1954. “Rio de Janeiro/cidade que nos seduz/de dia falta água/de noite falta luz.”
Naqueles momentos de escuridão, que às vezes se estendia pela noite adentro, a rotina noturna mudava por completo, com todos forçosamente remetidos ao passado, postos à luz de velas ou de candeeiros. Para preencher esses momentos no breu, as rodas de conversas voltavam a ocupar o lugar da TV e do rádio. Histórias das famílias, anedotas e mesmo as estorinhas de assombração prendiam a atenção de todos. Era como se tempo parasse e todo o progresso das ciências desaparecesse como de vista. Normalmente todos iam para a cama mais cedo. Acontecia também de a luz voltar depois de horas de interrupção. Nesses momentos, e isso era um sentimento muito comum a todos, havia um certo desapontamento momentâneo pelo retorno da energia e pelo fato de a luz elétrica ter interrompido um instante de pura magia, com cada um voltando para seu canto e sua mesmice.
Não foram poucas as vezes que esse fato ocorreu e não foram poucas também o sentimento de que o retorno brusco da luz parecia anunciar o fim de um filme. Foi assim no passado e com certeza é assim também nos dias de hoje. Na verdade, a ausência de luz era apenas um pretexto inconsciente para os mais novos reaproximarem-se dos idosos, não só pelo medo do escuro e das almas penadas que perambulam pela imaginação de muitos, mas por um apelo ancestral, escondido no íntimo de cada um e que parecia adormecido pela dispersão da luz e do progresso.
Como podia a decepção imediata do corte de energia, interrompendo as tarefas noturnas e costumeiras, transformar-se radicalmente, pouco tempo depois, na mesma decepção pelo retorno repentino da luz? Por muitos anos, todos aqueles que têm se interrogado sobre essa questão, aparentemente banal, nunca chegaram a uma resposta convincente e satisfatória.
De fato, a resposta a essa contradição entre luz e sombra, ou entre a dispersão solitária e a união e o aconchego, é justamente o que parece ocorrer agora, com a quarentena forçada que muitas famílias se vêm obrigadas a cumprir. Ao interromper a rotina individual e mesmo egoísta de muitos, contrariando interesses, muitas vezes ditados pelo ego moderno, o corte de energia, ou a quarentena, lançou, mais uma vez, todos de volta ao passado e ao escuro, reunindo famílias em torno de um destino comum, do mesmo modo que faziam nossos antepassados em torno da fogueira. Por certo, quando a luz retornar sem aviso, interrompendo bruscamente a quarentena, não serão pouco aqueles que experimentarão o mesmo sentimento de desapontamento pelo fim desse confinamento no lar que os antigos classificavam como o escrínio da vida, onde todas as memórias repousam e onde, desde a origem da humanidade, todos buscaram refúgio e conforto.
Quando a luz verde acender, anunciando o fim da quarentena, dentro do coração de muita gente, com certeza acenderá a luz vermelha da volta à rotina solitária do que é feita a vida moderna.
A frase que foi pronunciada:
“Por mais constantes que sejam as águas correndo, por mais fresco e umbroso que se alargue o vale, a paisagem é intolerável se lhe falta a nota humana. Fumo delgado de chaminé ou parede rebrilhando ao sol, que revele a presença de um peito, dum coração vivo.”
Eça de Queiroz, diplomata e romancista
Mantendo os empregos
Começa a brasilidade para enfrentar a crise de forma criativa. A Pão Dourado contratou mais ciclistas para a entrega em domicílio. Sérvulo Batista, o proprietário, perdeu a mãe há seis meses. Com essa crise toda, imaginou a matriarca da família pedindo: “Meu filho, traga meu pão!” E assim, Sérvulo, que já sentia a clientela de cabeça branca mais afastada, criou essa solução: qualquer coisa da padaria entregue por ciclistas. Os clientes animados com a solução, criaram voluntariamente os flyers que foram distribuídos. Leia a seguir.
A PÃO DOURADO ESTÁ FAZENDO AS ENTREGAS EM CASA.
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Só entrar em contato e fazer o seu pedido.
Aumentou o número de bike nas entregas.
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haverá um bike para atendimento preferencial só para os idosos e pessoas com algum problema tipo dedelimitação.
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Olá queridos clientes mais experientes !
Se precisarem de qualquer coisa da padaria vamos levar para vocês.
VAMOS FAZER A NOSSA PARTE #FIQUEMEMCASA
PÃO DOURADO
32479495
991008635
994409517
982054216
SEM TAXA DE ENTREGA
Sem limites
Da mesma forma que a Internet dissemina notícias falsas, há portais que trabalham incessantemente atrás da verdade. Antes de replicar qualquer informação, verifique primeiro se é verdadeira. Acabamos de receber um telefonema de uma idosa que soube que há um remédio que cura a doença causada pelo famoso vírus. Queria comprar para ela e para o marido.
Solidariedade
Stoniaice resolveu quebrar o gelo com o pessoal do Samu. Volta e meia leva sorvete para o pessoal que têm trabalhado sem parar. Outro lugar que virou a página de notícias que angustiam foi o restaurante Vila Carioca em Águas Claras. Colocou almoço para viagem e levou para a clínica Sabin, que também não para de trabalhar. Veja as imagens abaixo e os vídeos no link Solidariedade é isso!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
61 termina com uma indignidade (ataque ao Binômio), uma catástrofe (circo) um aviso (penitenciária) e 62 começa sem dizer nada a ninguém. Há entretanto, esperança de consolidação do regime, da vida nacional, e a prova serão as próximas eleições. (Publicado em 04/01/1962)
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Uma das primeiras e mais fidedignas fontes de informação que se tem notícia, foram as janelas das casas, por onde as pessoas espreitavam a movimentação e a vida mundana das ruas. Desse modelo veio o que costumeiramente se dizia: pelas frestas das janelas, olhos e ouvidos atentos estão sempre a vigiar o mundo. Nada escapava a essas repórteres naturais do passado que, protegidas pela escuridão, perscrutavam o vai e vem de pessoas, mesmo durante a madrugada. Ficaram tão especialistas nesse mister de anos, que mesmo sem enxergar direito as ruas mal iluminadas, identificavam os personagens apenas pelo som característico do caminhar de cada um. Era uma época em que o vagar lento das horas permitia esse interesse pelas pessoas e pelo o que acontecia à volta.
Hoje, esse espreitar o mundo se ampliou de tal forma nessa aldeia muito além da vizinhança imediata. Nessa vizinhança planetária, as pessoas sequer se conhecem uma as outras ou mesmo se cumprimentam, mas ainda não perderam o interesse pelo que acontece a cada um. É esse o mundo virtual que estamos imersos e que imaginamos vir a conhecer na sua totalidade, que esquadrinhamos agora pelas frestas da grande janela da Internet, protegidos por um anonimato que acreditamos ser seguro.
O que vemos lá fora não são mais pessoas que conhecíamos, mas multidões sem identidade e que chegamos a suspeitar que sequer existam na vida real. Essas lembranças do que acontecia no passado e que parecem acontecer hoje, também por outros meios, vêm a propósito dos recentes panelaços que voltaram a ocorrer por todo o país e que agora, em tempos de quarentena, parecem rugir com mais raiva ou amor contra e a favor do governo.
De modo até anacrônico esse bater em panelas, parece nos remeter a um ritual primitivo, de rufar de tambores, isso em plena era da tecnologia. Das mesmas janelas que antes espiavam silenciosas o mover da vida modorrenta nas cidades coloniais, hoje se voltam a protestar contra o atual governo. Se um chefe da nação faz troça do que ocorre a seu redor, faz pelo exemplo, com que a população acredite que tudo é fabricado pela mídia. Que se houver uma pesquisa minuciosa e diligente será descoberto que nenhum paciente faleceu unicamente por causa do coronavírus, na verdade faleceu pela vulnerabilidade da saúde, não importando a idade. Fará com que a população acredite que tudo não passa de uma guerra fria, testando o limite dos países, a queda da bolsa, os mercados caindo, petróleo, preços de commodities e principalmente as reações e iniciativas de seus líderes. Fará com que seus eleitores duvidem da seriedade da pandemia lembrando o H1N1 que veio e foi na mesma rapidez, atendendo interesses escusos em seu rastro. Ou mesmo que comunistas são mentirosos compulsivos por natureza.
É preciso que o presidente, nesse momento, comece a cuidar da performance de seu governo, não pondo em dúvida os cuidados com sua população.
Se a única forma de desacelerar o vírus é evitar multidão, transporte público, áreas de convívio social, então estimular essas iniciativas é primordial. O Covid-19 foi considerado Pandemia pela Organização Mundial da Saúde, não pelo resultado da doença, mesmo porque gente saudável não está no grupo de risco. Até que se descubra a vacina, o Covid-19 é pandemia pela forma rápida com que se espalha. Um espirro fora da dobra do braço, a mão num corrimão, numa maçaneta, numa caneta, o contato com outras pessoas, um prato ou talher mal lavado. Isso sim, causa a disseminação do vírus e chega aos de saúde frágil já que é um vírus assintomático.
Tudo isso demonstra, de forma inequívoca, que está claro que a ordem pelo excesso é mais indicada que a negligência. Se a culpa é dos chineses, que se use a criatividade para conduzir essa situação, não com piadas, provocações, mas com a inteligência e atitude.
Nesse período de quarentena, em que os brasileiros puderam dispor de mais tempo para observar de casa o que vai para além das janelas, milhões de olhos, ouvidos e panelas nas mãos estão a postos e focados no governo e nas autoridades. Todo o cuidado nessa hora é pouco.
A frase que foi pronunciada:
“Ao final das contas, quando a gripe sumir, vamos ver mais falidos que falecidos.”
Dona Dita, com os seus botões, procurando um shopping, um restaurante ou uma academia aberta.
Urbanidade
Empresas de ônibus, nesse momento de crise, deveriam ser obrigadas a triplicar a frota sem aumentar o preço. Não é possível recolher os carros e deixar a população engalfinhada nos metrôs. Agora é a hora de abrir mão dos lucros, como todo comerciante está involuntariamente fazendo.
Proatividade
Desde maio de 2017 que o Senado Federal está preparado para o tele trabalho. A regulamentação que traz o Ato da Comissão Diretora 8/2017 e o Ato do Primeiro Secretário 2/2017. Pessoal da tecnologia está sempre disponível para atender a demanda. Essa é a razão da tranquilidade dos Senadores para votar fora do Congresso e ter a saúde resguardada.
Vá de retro!
Caesb surpreende com a conta. Dessa vez nem é o valor. Mas o juízo de valores médicos. Veja a seguir. A conta traz a informação. “Tosse por mais de 3 semanas pode ser tuberculose”.
Verdade
Depois de sacudir a caixa de marimbondos, o filho do presidente resumiu uma das últimas publicações do médico que divulgou para o mundo o que acontecia na República Popular mais falada ultimamente. “Uma sociedade para ser saudável, não pode ter apenas uma só voz.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os anúncios da vinda do sr. Jânio Quadros são desencontrados, porque os “viúvos” não têm informação, coisa nenhuma. Todos eles estão sacando. O “professor” vai chegar de surpresa, porque não quer testes. (Publicado em 04/01/1962)
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Dizem que, em tempos de crise, a criatividade e as oportunidades surgem como faíscas, tanto das demandas, como da escassez de bens e serviços. O mercado, esse ser desconhecido por muitos, mas que possui grande influência na vida de todos, facilitando e dificultando a obtenção de bens, conforme a relação do momento existente entre vendedores e compradores, parece ter sua existência notada apenas em tempos que adversidades surgem no horizonte.
No Brasil, onde tradicionalmente o governo faz de tudo para dificultar a livre iniciativa, sobrecarregando-a de uma infinidade de impostos, taxas e outras obrigações, os momentos de crise acabam se transformando em oportunidades únicas para os empresários descontarem, nas costas dos consumidores, todas as maldades que sofrem por parte do Estado. É a lei da selva, aplicada sobre às leis econômicas de forma descarada.
Exemplos negativos dados pelos empresários e até pelo governo em tempos de crises são abundantes e dariam para preencher várias enciclopédias com histórias fantásticas sobre a ganância e a esperteza malemolente nacional. Esse jeitinho de tirar proveito em tudo já compõe o caráter cultural de nossa gente. As longas filas que vão se formando agora nos supermercados, com gente afoita comprando o que vê pela frente, dá uma pequena mostra desse espírito selvagem que herdamos de nossos antepassados mais recentes.
O preço do álcool em gel, um item até há pouco tempo desprezado pelos consumidores, mas que agora parece ter virado ouro puro, dá uma mostra desse oportunismo malandro, cujos efeitos são falsamente imputados às leis do livre mercado. Esse e outros bens de consumo vão sendo, conforme o desespero sem causa dos consumidores, remarcados para cima sem limite e sem ética alguma. Tabelar e fiscalizar por amostragem, nada resolve. Sem solidariedade e ética, sociedade alguma poderá sobreviver em tempos de crise.
Aqueles mesmos empresários que remarcam abusivamente seus preços encontram, em outros mercados, quem faz o mesmo. Fornecedores são também fatalmente consumidores. Especuladores e aqueles que enxergam lucros onde há somente o caos estão à espreita em todo lugar, do mercadinho da esquina ao banco no final da rua. Infelizmente para o vírus da ganância, não há vacina conhecida.
A frase que foi pronunciada:
“Só saia de casa quando for realmente necessário. Quero meus coroas vivos.”
De internauta não identificado
Panorama
Criança toda empolada, ardendo em febre dá entrada no hospital do Paranoá, por volta da meia noite. A médica atende e encaminha para exames. Duas horas depois, com a papelada pronta, a mãe aguarda até 4 horas da manhã pelo retorno ao atendimento. Pergunta ao guarda por onde anda a doutora. Estava descansando. Finalmente chamam mãe e criança. Outro médico vê os exames e prescreve um medicamento sem carimbar a receita. Na farmácia a informação: a prescrição é de um colírio, antibiótico.
Vai ou não vai
Em vários pontos da cidade, placas com o limite de velocidade causam confusão. Não há coerência. Principalmente em áreas com obras. Perto de um redutor de velocidade da Ponte JK, que a velocidade é 60km/h, há uma placa indicando 40km/h.
Sem resposta
Pergunta que não quer calar. Da cobra ao morcego, e a China? Vai sair ilesa de toda essa crise? Apenas comprando mais de todo o mundo em crise e pagando menos pela soja, petróleo? São 66,6 bilhões de produtos brasileiros importados! Por onde anda a Organização das Nações Unidas?
Sensatez
Luis Felipe Pondé fala sobre o Coronavírus. Vale ouvir. Veja a seguir.
NYC
Carnegie Hall, uma das salas de concertos mais importantes do mundo, cancelou toda a programação. Quem pagou com cartão de crédito terá o reembolso automático. Os que compraram ingressos com dinheiro, receberam um e-mail para enviar a foto do ticket e informações pessoais para o ressarcimento.
Em tempo
Se as escolas pararam em Brasília, só ontem as creches receberam ordem de fechar as portas graças à Justiça do Trabalho, por decisão da juíza Érica Angoti.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje não há pescaria. A chuva está prejudicial. De mais a mais, vamos ver quem ganha o molinete que correrá pela Loteria de Goiás, no dia 21, entre os reservistas que se apresentaram ao ministério da Guerra. (Publicado em 17/12/1961)
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Repetia o filósofo de Mondubim: “boa romaria faz, quem em sua casa fica em paz”. Em tempos de pandemia, uma novidade para as duas últimas gerações do pós-guerra permanecer em casa, de forma obrigatória e em nome da própria sobrevivência, por certo irá modificar temporariamente, ao menos, o cotidiano de famílias inteiras por todo o mundo.
Desse modo será alterada também a dinâmica de cidades inteiras, principalmente aquelas agitadas pelo frenesi de pessoas, sempre indo e vindo a algum lugar, como formigas. Por certo serão alteradas ainda a economia de muitas metrópoles, acostumadas e economicamente dependentes dessa movimentação das pessoas. Para aquelas cidades que fervilham à noite com a boemia, será um longo período de finados. Muito mais do que os prejuízos, que serão enormes, o esvaziamento das cidades, pelo forçar da quarentena, trará de volta um passado há muito deixado para trás, quando o escurecer do dia obrigava a todos retornar para casa e fugir das ruas escuras.
Outro hábito que poderá, ainda que por pouco tempo, ser revivido será o reagrupamento das famílias, tirando as crianças das escolas e os pais do trabalho. Quem sabe, se pela imposição do momento delicado, não estarão sendo iniciados flashes de um novo modelo de vida urbana, lições que resgatem e modernizem novas relações de trabalho, com o incremento do teletrabalho e do ensino à distância, capazes, entre outras alterações positivas, de reascender as relações familiares, tão absorvidas pela velocidade da vida hodierna.
Imagens que chegam da Itália, com vizinhanças inteiras retidas dentro de casa, mas cantando e tocando em grandes grupos comunitários, cada um de sua janela, mais do que uma bela e comovente imagem, parece resgatar tempos perdidos no passado, quando toda a vizinhança se reunia no fim do dia para trocar informações e histórias e que, de alguma forma, reforçavam os laços de solidariedade entre todos, criando uma espécie de grande família, onde todos pareciam repartir um destino comum.
Por aqui o que se apresenta como uma longa e talvez árdua experiência, ainda está em seu começo e pode mostrar muito sobre nossa capacidade de resiliência. Nesse sentido, e apenas para reforçar essa mudança de hábitos, é bem-vinda a decisão do Ministério da Educação (MEC) de autorizar que as escolas possam substituir as aulas presenciais da educação básica pelo modelo a distância, ao menos nas próximas semanas, como forma de evitar aglomerações em salas fechadas. Embora permitida em caráter extraordinário, para todas as etapas do ensino básico, a adesão das escolas será facultativa.
Obviamente que esse é um modelo que se encaixa apenas para aquelas famílias que se enquadram nessas condições. Para as demais e principalmente para a população que vive nas ruas, cujos os números não param de crescer, o perigo de contágio e de disseminação é ainda muito alto e pode pôr a perder todo o esforço que vem sendo feito para conter a proliferação do vírus. Ao contrário da Europa, que nesse momento é apontada como o principal foco da doença, no Brasil e na América Latina, o Covid-19 poderá ter perdido a força no tempo frio, podendo facilitar muito seu combate durante o calor, principalmente onde o vírus não se adapta.
A frase que foi pronunciada:
“Não permito que nenhuma reflexão filosófica me tire a alegria das coisas simples da vida.”
Sigmund Freud
Chega!
Há mega e nano interesses por trás do Coronavírus. Em Brasília o diretor-geral do Procon Marcelo Nascimento e equipe estão com lupas nos preços abusivos cobrados por algumas farmácias da cidade. Luvas, máscaras e álcool gel a preços estratosféricos.
Ação
Recebemos de Leda Watson a imagem mais chocante até agora com os dizeres: “O vírus da fome mata 8.500 crianças por dia. A vacina existe e chama-se comida. Mas isso não interessa nada…
Instrumentos
Mais um depoimento importante. Alexandre Garcia rasga as cortinas clareando a realidade sem rodeios. Mostra quanto ganha a China com toda essa press-pandemia. Veja o vídeo a seguir.
Fecomércio
Luis Otávio Rocha Neves, presidente do Sindiventos, trabalha para que os organizadores de evento não cancelem as programações já agendadas, mas apenas adie. “É uma construção que está sendo feita dentro da Fecomércio. Estamos consultando o governo e sentindo o termômetro. Até onde estão dispostos a ajudar a gente. Estamos nos reunindo com o setor para buscar soluções. Queremos fazer uma campanha com os presidentes de congressos para adiar os eventos e não cancelar”, explicou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Hoje, é o aniversário de um homem tímido, inteligente, capaz, seguro, às vezes ingênuo, que confia nos homens, acredita nas palavras alheias. Hoje, é o aniversário de um homem simples, que tem tudo para ser orgulhoso. Hoje, é o aniversário de um gênio. Bom dia, doutor Oscar Niemeyer. (Publicado em 15/12/1961)
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Entre nós, existe apenas dois elementos capazes de se espalhar com a mesma velocidade da atual pandemia do Covid-19: as notícias ruins e as fake news. O mais interessante é que em algum ponto do espaço e do tempo ambos elementos se cruzam, gerando o que muitos conhecem por teoria da conspiração.
Após o advento das redes sociais, as comunicações instantâneas e sobretudo do conteúdo fatual dessas informações que passaram a chegar aos indivíduos e à sociedade, em grandes e aceleradas avalanches, deram origem a um fenômeno intrigante e ao mesmo tempo problemático que passou a afetar, de modo significativo, o comportamento de todos. Com isso, passou a ser comum que versões e fantasias cheguem ao conhecimento de todos, muito antes dos fatos em si. O que, de certa forma, reforça a tese histórica de que o homem é um contador de estórias por natureza.
A grande questão aqui é como separar o que é realidade de fantasia, já que as duas parecem ter a mesma origem. Dizia o filósofo de Mondubim que quanto mais longe da fonte, mais a água está turva. Assim também ocorrem com os fatos. Essa característica vem lá de trás, da origem da humanidade, quando na impossibilidade de entender o mundo à sua volta, os homens buscavam na fantasia e no misticismo a explicações sobrenaturais para os fenômenos da natureza.
Essa herança trouxermos até os dias atuais, adaptando-a ao mundo virtual da Internet. Para a imprensa, que até há pouco tempo detinha o monopólio natural sobre a informação, isto é, as notícias, essa mudança de eixo e de mãos tem alterado, sobremaneira, o trabalho diário, obrigando os profissionais a separar com lupa, fatos e ficções.
Não é por outro motivo que muitos órgãos de informações tiveram que criar um departamento especializado em checar minuciosamente as notícias, separando os grãos de areia dos fatos, do oceano de boatos. Nessa nova tarefa imposta pela aldeia global ao trabalho da imprensa, surgiram ainda outros desafios, dessa vez realizados no sentido contrário da lógica de investigação e apuração jornalísticas, fazendo o caminho inverso, ou seja, partindo dos boatos e dos sinais de fumaça para se chegar aos fatos e a verdade escondida em meio a paisagem.
É justamente com relação à esse ponto que, por exemplo, parte da imprensa nacional e internacional tem deixado de lado os efeitos da recente e perigosa pandemia do Coronavírus, seguindo atrás dos boatos e das teses defendidas pelos teóricos da conspiração, na tentativa de chegar às fontes e às causas que determinaram o surgimento dessa doença, que até agora, segundo levantamentos que não param de aumentar, já gerou milhares de mortes pelo mundo, infectando outras centenas de milhares e causando prejuízos que chegam à casa de trilhões de dólares em todo o Ocidente.
Para os seguidores dessas teorias fantásticas, em um mundo cada vez mais surrealista, tudo teve início com a chamada guerra comercial declarada pelos Estados Unidos contra os superávits seguidos que vinham sendo obtidos pela China ao longo das últimas décadas e que passaram a ser combatidos pela atual administração do país.
Essa história é longa e com vários capítulos paralelos e que vão ganhando versões mais atualizadas a cada dia. O que parece real é que, por detrás desse vírus, se escondem fatos e verdades que, mais dia ou menos dia, chegarão ao conhecimento de todos, levando-nos a conhecer até onde governos são capazes de ir para fazerem valer questões de mercado e de ganhos sobre a vida de pessoas, tornadas nesse jogo cruel meros dados estatísticos e sem valor e sem qualquer respeito pela dignidade humana.
A frase que foi pronunciada:
“Espirrar na dobra do braço é sinal de urbanidade.”
Dona Dita, vendo a mudança de hábito nos brasilienses
Insegurança Jurídica
Considerando o princípio do jornalismo isento de ouvir os dois lados, leiam a seguir a carta assinada por Eike Lobato sobre o concurso da SEDES, que está prestes a ser julgado novamente no TCDF.
Nota de Esclarecimento
A comissão dos candidatos aprovados no concurso da SEDESTMIDH vem por meio desta expressar seu posicionamento no que tange a matéria publicada no dia 13/02/2020 no Blog do Ari Cunha, vinculado ao Correio Braziliense, com o título de: Perigo à vista.
O TCDF, inicialmente, entendeu que o método de ajuste proporcional utilizado pela banca IBRAE no concurso da SEDESTMIDH não poderia ser considerado válido, baseado em uma denúncia de particulares que ensejou uma representação do Ministério Público de Contas, culminando na decisão que instou a divulgação de novo resultado preliminar da prova objetiva.
No entanto, a denúncia só foi protocolada meses após a realização da prova objetiva e decorridas fases posteriores do concurso, como o exame psicotécnico, exame de vida pregressa e perícia médica para as pessoas com deficiência. Portanto, a decisão do TCDF foi proferida 5 meses após a realização da prova objetiva.
Como qualquer concurso realizado no DF, o da SEDESTMIDH esteve à luz da lei 4949/2012 – também conhecida como Lei dos Concursos Públicos do DF. A banca optou pela utilização do ajuste de pontos das questões anuladas distribuídos a todos os candidatos. Tal decisão foi publicada através de um Comunicado lançado em 1º de Julho de 2019, complementar ao edital inaugural.
Nesse sentido, vale ressaltar que a fórmula indicada na matéria, não consta em lei ou em edital e foi a escolhida pelos impetrantes no TCDF, por lhes ser mais benéfica, o que fere diretamente a lisura do certame. Diferente do que foi afirmado, o artigo 59 da Lei não faz menção a nenhum cálculo específico de distribuição de pontos: “A anulação de questão objetiva implica ajuste proporcional ao sistema de pontuação previsto no edital do concurso público”.
O método utilizado pela banca IBRAE, de distribuir os pontos para todos os candidatos é amplamente utilizado como forma de ajuste proporcional em caso de questões anuladas nos concursos do DF. Foi assim, como exemplo, no Concurso de Soldado da PM/DF – 2018, no Concurso de Residência Médica Unificada da Secretaria de Saúde – DF 2015, no Concurso do Instituto Hospital de Base do DF – 2018, no Concurso de Perito Criminal da Polícia Civil – 2016, no Concurso de Praças Bombeiros Militares do DF – 2016, dentre outros.
Ademais, de todos os exemplos já citados que utilizaram do mesmo método que a banca IBRAE, o mais ponderado é seguir o entendimento da Câmara Legislativa do DF na aplicação do artigo 59 da lei 4949/2012 no seu concurso realizado em 2018, para os cargos de Agente e Inspetor de Polícia Legislativa da CLDF, afinal esta foi a casa que promulgou a lei dos Concursos no DF:
FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS – RETIFICAÇÃO DO EDITAL Nº 04/2018 DE ABERTURA DE INSCRIÇÕES- “17.13 A anulação de questão objetiva implica ajuste proporcional ao sistema de pontuação previsto no edital do concurso público, ou seja, o(s) ponto(s) relativo(s) à(s) questão(ões) eventualmente anulada(s) será(ão) atribuído(s) a todos os candidatos presentes à prova, independentemente de formulação de recurso.
Logo, a legitimidade do ato da banca encontra-se completamente fundamentada, observando ainda que houve o respeito a todos os princípios básicos da Administração pública.
Vale notar que é contraditório debater o que é certo ou errado no caso de uma questão anulada. Como poderia alguém errar uma questão anulada? Subentende-se que uma questão anulada está eivada de algum vício, logo, ficando impossível julgar o que é certo ou errado. Ademais, o erro presente em uma questão anulada objetivamente implica a banca do certame e não o candidato.
Ainda, é de extrema importância identificar nesta questão que o próprio Ministério Público de Contas, que ao início do processo deu prosseguimento à denúncia dos particulares, recentemente reviu sua posição, dando parecer no sentido de prover os recursos da decisão inicial do TCDF.
Ao final, diferente do que foi afirmado, os concursos como da PCDF, da PGDF, e do próprio TCDF não precisam temer a decisão a qual a corte proferirá. Todos esses certames acima utilizaram um método de ajuste proporcional, de forma clara e objetiva, com cálculo expresso e previsto no edital, resguardando assim sua segurança jurídica.
Também, é necessário reforçar que a adoção do novo cálculo, proposto pelos denunciantes, desrespeita afrontosamente alguns princípios básicos do Direito. Dentre eles, está o fato de que os ajustes impostos pela decisão 4145/2019 do TCDF irão aumentar as porcentagens mínimas de acertos, que inicialmente eram de 60%, demandando um rendimento acima do estipulado no edital, o que é ilegal. Também a média necessária corresponderá a um número não inteiro. Como pode um candidato acertar 0,5 de uma questão?
Por fim, em linhas gerais, juntando todos os cargos do concurso, inicialmente havia 3.559 candidatos considerados aptos, enquanto que com a instituição do novo cálculo proposto, esse número cai para 1.239. Ou seja, efetivamente são 2.320 pessoas ou 65,18% eliminadas do certame, deixando cargos completamente desamparados no número de candidatos restantes, incapazes sequer de suprir o número de vagas imediatas previstas no edital.
A situação requer cuidado pois ao se fazerem juízos de valor, sem que sejam ouvidas todas as partes, normalmente se incorre em algum deslize. Nesse caso em face, por sinal, já tramita o Projeto de Lei 957/2020 na Câmara Legislativa do DF, por iniciativa do deputado José Gomes, que visa sanar alguns pontos obscuros da lei 4949/2012, inclusive no que cerne a distribuição dos pontos de questões anuladas. In verbis: Artigo 9º O art. 59 da Lei 4.949/2012 passa a vigorar com a seguinte redação: § 1º A declaração administrativa de nulidade ou anulação de questão implica ajuste ao sistema de pontuação previsto no edital, atribuindo-se nota a todos os candidatos, independentemente de terem acertado ou errado a questão anulada, salvo disposição expressa em sentido contrário no edital.
Brasília, 13 de Março de 2020
Comissão dos Candidatos Aprovados no Concurso da SEDES
Latam
Veja s seguir o pronunciamento do CEO Jerome Cadier sobre as medidas que estão sendo tomadas pela LATAM Airlines Brasil para enfrentar o Coronavírus. Inclusive sobre ressarcimentos e remarcações. A cartilha do Procon sobre planos de saúde, viagens, etc., também está disponível logo abaixo.
Velhos tempos
A nova maneira de políticos se enfrentarem lembra as ameaças dos garotos do 5º ano. “Eu te pego na rua.” Só que essa versão não trata de violência. Um político chama o outro para a rua para atestar a popularidade.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um matutino divulgou que o sr. Sette Câmara concordava com a existência da Câmara Municipal em Brasília. Procuramos uma informação segura sobre o assunto, mas não encontramos confirmação nessa notícia. (Publicado em 17/12/1961)
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Há males que vêm para o bem, repetia o filósofo de Mondubim lembrando o ditado antigo e conhecido de todos. Talvez esse seja exatamente o caso da declaração de estado de pandemia no Ocidente, feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta do Covid-19, que vem se espalhando com grande rapidez pelo planeta.
No nosso caso particular, esse novo momento experimentado pelo acender da luz vermelha na saúde, ao adentrar o Brasil, se deparou com uma fortíssima e perigosa crise política e institucional que parecia ameaçar seriamente nossa democracia. A crise opondo o Poder Executivo contra o Legislativo e o Judiciário vinha num crescendo, cujo o ápice, se anunciava, seria marcado pelas manifestações desse domingo.
Vindo do outro lado do mundo, o perigo da doença conseguiu internamente a proeza de induzir as diversas partes dessa contenda de decretar um armistício provisório, impedindo, por meio de uma lei emergencial, a concentração e aglomeração de pessoas em praças públicas.
É verdade também que muitos manifestantes que pretendiam se reunir em todo o país, para defender bandeiras contra alguns políticos do Congresso e contra certos magistrados da suprema corte, acharam, pelo bem comum e por conta própria, adiar as manifestações de rua. O contágio nessas aglomerações pode ocorrer com muita facilidade.
Nessa altura dos acontecimentos, muitos já sabem que o poder de transmissibilidade desse vírus é bastante alto, o que serviu como a decretação para baixar as armas. Os alvos desses protestos logicamente se viram aliviados, já que as previsões, mesmo as mais pessimistas, davam conta de que as manifestações seriam significativas por todo o país.
Caso viessem a ocorrer como estavam sendo planejados, os protestos aumentariam, ainda mais, a pressão sobre esses personagens, elevando a temperatura da crise institucional, apontando para um desfecho impossível de prever, mas de consequências certamente trágicas para todo o país.
O descrédito de magistrados e políticos perante a população é um dado inconteste e que vem num crescendo rápido desde a posse do atual presidente da República. Boatos vindos de toda a parte falavam inclusive de um golpe que estaria sendo urdido pelo chamado Centrão e que implantaria, de forma enviesada, um parlamentarismo branco, numa manobra que contaria também com o apoio da suprema corte.
Do lado do Executivo, as vozes do passado, afirmava a boataria federal, estariam tramando a volta dos militares ao poder, afim de conter a crise entre os Poderes. Boatos ou fake news, o fato é que todos aqueles analistas políticos que acompanharam de perto o desenrolar dessa crise, diretamente dos bastidores, concordavam em comum com um prognóstico sombrio sobre o desenrolar desses acontecimentos. Bastou um vírus microscópio para arrefecer a animosidade desses gigantes, pondo todo o mundo para correr.
A frase que foi pronunciada:
“Não há choro no Beisebol.”
Tom Hanks, ator norte americano, citando a fala de um filme depois que o teste deu positivo para o coronavírus.
Visita
Deputados federais e senadores esperam que o ministro da Economia Paulo Guedes leve o texto sobre a Reforma Tributária na terça-feira. Também aguardado na reunião da Comissão Mista, o Secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto. Há expectativa para a proposta de unificação de PIS e Cofins. A informação é da Câmara dos Deputados. A reunião está marcada para às 14h30, no plenário 19 da Ala Senador Alexandre Costa, no Senado.
De mão em mão
Uma página com sugestões no trato dos livros publicada pela American Library Association é adotada por várias bibliotecas do mundo. Tracie D. Hall fez uma declaração sobre o assunto. Vejam os detalhes no link Preparação das bibliotecas ante ao Coronavírus.
Comportem-se
Esqueceram de avisar ao Partido dos Trabalhadores que não haverá manifestação. O movimento dos Sem-Terra chegou com tudo para participar do vazio. Certamente a mortadela e o pãozinho estão garantidos. Por outro lado, já criaram a hashtag #desculpe Jair, mas eu vou.
Mas estava certa!!!
Matando as saudades dos discursos de dona Dilma, dá para ver o aperto que passou a tradutora. Falando qualquer coisa com coisa nenhuma, a pobre profissional esboçou um sorriso para implorar a troca da frase: “Veio para destruir a destruição da soberania nacional.” Veja no vídeo a seguir.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Diversos centros agrícolas e industriais do Brasil estão procurando, em Brasília, mão de obra para o Paraná, Estado do Rio e Rio Grande do Sul. Há, entretanto, um empecilho: é que a Novacap está distribuindo alimentação gratuita, e ninguém quer ir embora. (Publicado em 17/12/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Que papel caberá às mídias sociais em tempos de pandemia? Essa parece ser a grande questão posta nesse momento e que poderá, de uma vez por todas, esclarecer a todos sobre o papel e a importância desse novo meio de comunicação mundial em tempos de crise.
Um dos elementos que pode servir para ajudar a população a tomar decisões corretas em momentos de tensão, não só agora, mas ao longo de toda a história da humanidade, sempre foi a divulgação da verdade. E é aí que mora o problema. A verdade parece ser uma mercadoria escassa entre os homens desde que desceram das árvores, separando-se de outros ramos dos símios.
A verdade nas mídias sociais é um produto que tem seu valor de face colocado para ser aferido ao sabor justamente da flutuação dos acontecimentos. Assim, se um determinado problema exige apenas uma única solução, o número de alternativas apontadas nas redes sociais será infinito e sempre com prevalência por aquelas enganosas. Com a disseminação das chamadas fake news, verdade e mentira ocupam o mesmo lugar de destaque em todas as redes de informação. Uma das características prevalentes desse início de século parece ser o da pós-verdade. Entende-se por esse neologismo que modelar a opinião pública, conduzindo-a para o beco sem saída das emoções e das crenças pessoais, é tão ou mais importante do que revelar os fatos objetivos e a verdade em si.
As consequências para a própria vida das pessoas, advindas da pandemia do Covid-19, são secundárias em contraposição a outros fenômenos como a queda das bolsas, o fechamento de mercados e por aí vai. Às mídias sociais não importa a disseminação dos fatos tal qual eles ocorrem, mas tão somente o alarde que pode provocar qualquer informação.
Nesse mar de incertezas, o governo entra com sua contribuição para afastar todo e qualquer aspecto que poderia macular sua imagem. Não é por outro motivo que num momento de grave tensão, as análises feitas pelas autoridades sempre apontam para a minimização dos problemas, colorindo de rosa qualquer imagem em preto e branco da crise.
São as marolinhas, ou as fantasias e outros eufemismos que buscam dourar a pílula. Ao público em geral, bombardeado por informações contrastantes, resta fazer uma média de tudo que é lido, visto e ouvido e adotar estratégia próxima daquelas que seus vizinhos adotam. Se todos à sua volta correm para os mercados afim de fazer estoques, ele faz o mesmo por imitação. É nesse formigueiro impessoal e ao mesmo tempo ordenado por vontades alheias que as pessoas seguem suas vidas, alimentadas ainda por um maná sem fim de informações incertas, que chegam, ao mesmo tempo, de todas as partes.
Nesse mundo surreal em que nos encontramos agora, à imprensa caberá o papel de peneirar o oceano imenso de informações numa xícara e servi-la.
A frase que foi pronunciada:
“Ninguém faz bem o que faz contra a vontade, mesmo que seja bom o que faz.”
Santo Agostinho
Princípios
Radicalmente contrário ao PLN 4, o senador pelo DF, Reguffe, explicou: “Sou contra os 30 bilhões, 15 bilhões ou até um centavo para que o relator distribua a seu bel prazer. Entenda que não se trata de valores, o caso aqui são os princípios.” Na opinião do parlamentar, essa verba deveria equipar a rede de saúde pública. Essa é prioridade absoluta tanto para o governo federal como para o governo local, concluiu.
Na luta
Por falar em projetos que desviam recursos públicos, leia a carta aberta da Auditoria Cidadã sobre o PLP 459/2017 e a PEC 438/2018.
Prioridade
Recebemos notícias de Stamford (com m mesmo) em Connecticut. As aulas foram suspensas, mas os colégios estão usando a internet para não interromper o ano letivo. Isso é que é priorizar a educação.
Novidade
Outra notícia daquela cidade. Os hospitais criaram um drive-thru para fazer o teste do Codvid19. Assim, idosos e outros pacientes não correm riscos. Veja as imagens a seguir. Fica a sugestão para o governador Ibaneis.
DODF
Quem assume o HRAN é Fabiana Loureiro B. do Vale, supervisora da Gerência de Assistência Clínica do hospital. É importante saber sobre a saída de Leonardo Sousa Ramos. Enfrentou várias crises e, no momento em que o hospital é designado para enfrentar o coronavírus, pede demissão.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outro inquérito que já está pronto, é o da aviação comercial, faltando apenas o nome das companhias culpadas. Sabe-se que um técnico do Banco do Brasil demonstrou em todo o inquérito, claramente, como se fraudava para a importação de peças de avião, e como se desviar a verba de subvenções a linhas deficitárias. (Publicado em 17/12/1961)