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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Cartaz exibido por uma jovem manifestante em Milão, na Itália, durante a marcha realizada em vários países contra o aquecimento global, resume bem o que pretendem as novas gerações sobre essa questão tão delicada e vital para a humanidade: “Mudemos a política, e não o clima”, dizia resumidamente com propriedade o letreiro.
Essa pode não ser a direção a ser tomada pelos 200 países representados na COP 25, a cúpula do clima, reunida em Madri de 2 a 13 de dezembro, mas, com certeza, é um excelente mote para esse encontro, com mais de 29 mil pessoas, em busca de um caminho viável e urgente para evitar os impactos catastróficos provocados pelos humanos no clima do planeta. De fato, pouquíssimos são os países que seguem o cronograma acertado ainda em 2015 pelo Acordo de Paris, quanto à redução na emissão dos gases de efeito estufa.
A grande maioria dos países que vêm discutindo esses acordos ainda busca internamente meios de reduzir essas emissões sem afetar questões como a produção e os empregos. A substituição das fontes poluentes por energia limpa e renovável ainda parece uma meta distante para muitos. Os governos sabem que essa questão, no âmbito interno de cada uma das economias e de suas características básicas de produção, permanece sendo um problema político de difícil resolução a médio e curto prazo.
Para muitos políticos, seguir a cartilha de Paris, na contenção dos gases de efeito estufa, provocados pelas indústrias, sem um desaceleramento no ritmo do crescimento de seus países, é um problema que ainda não possui um horizonte seguro. Por outro lado, pressentem também que se não agirem a tempo de evitar uma catástrofe mundial, estarão cometendo um crime contra a humanidade.
O slogan adotado para essa cúpula em Madri, reflete também a urgência de um problema que é de todos igualmente: “Hora da Ação”. Os alertas feitos pelos maiores especialistas e cientistas sobre questões climáticas, acerca do progressivo aumento nas temperaturas no planeta, não deixam dúvidas de que os avisos são verdadeiramente sinistros e preocupantes.
A possibilidade de que esses acordos avancem, além daqueles que foram fixados há quatro anos, cabe agora à forte pressão que vêm fazendo os jovens em todo o mundo, particularmente nos países industrializados. A conscientização crescente de que serão justamente as próximas gerações aquelas que herdarão, talvez, um planeta inabitável e inóspito vem turbinando esses protestos mundo afora. Essa interrupção secular na guerra contra a natureza é o que pretendem os novos herdeiros do planeta, cientes de que essa batalha do bem é a única que importa nesse momento crucial da humanidade.
A frase que foi pronunciada:
“O clima está mudando mais rápido do que as ações para lidar com a questão.”
Barack Obama, ex-presidente norte-americano
Mudança de hábito
A cada limpeza de bueiros, o pessoal da Caesb encontra pneus, móveis e outros objetos que deveriam ser descartados de forma correta. Falta uma campanha educativa para que a população compreenda que ela mesma é prejudicada com esse tipo de atitude.
Desrespeito
Anote esse número: 0800 704 0465; é do atendimento da Gol. A lei do telemarketing prevê várias formas abusivas desse tipo de abordagem. Agora, um passageiro precisar de atendimento e aguardar por mais de 20 minutos ao telefone é um desrespeito que pode ser acabado com uma bela multa para as empresas.
Ócio
Açougueiros serão demitidos em massa se o preço da carne continuar como está. Nos mercados, os preços abusivos foram suficientes para debandar as filas.
Novidade
Marconi Gonçalves Brasileiro de Sant’anna e Bruna Alencar do Amaral executarão o Termo de Cooperação Técnica firmado entre a Defensoria Pública e a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais. O objetivo é atender aos pedidos de acesso a certidões pela Plataforma da Central de Informações de Registro Civil de Pessoas.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Ainda não se deu uma explicação, no caso da firma que construiu a rede de esgotos pluviais, porque estas galerias não têm capacidade de escoamento. Nos dias de chuva a cidade fica inundada, os trevos intransitáveis, a cidade imunda. (Publicado em 07/12/1961)
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Dentro do que ensina a Filosofia sobre o silogismo, todo o argumento racional, baseado numa premissa universal, conduz a uma conclusão e uma leitura da realidade. Assim é possível entender que a compreensão do todo, parte sempre de um fato indiscutível. Em Jeremias 17:5 está escrito: “Maldito o homem que confia no homem…” Essa sentença, per si, induz, entre outras afirmações, que o homem é um ser falível, portanto não se deve depositar cegamente todas as esperanças nas decisões dos homens. Isso por um simples motivo: os homens são seres imperfeitos.
Perfeição não é um atributo humano, natural ao homem. De outra forma, a sentença bíblica poderia ficar armada, dentro dos princípios do silogismo, da seguinte forma: Todos os seres humanos são passíveis de erro. Ministros da Justiça são seres humanos. Logo os ministros da Justiça são passíveis de erros. Colocada dessa forma essa sentença se mostra clara e explica, per si, o comportamento e sobretudo certas decisões oriundas desses magistrados e que, claramente, vão contra qualquer lógica ou argumento racional e universal.
Nesses últimos tempos, os brasileiros têm assistido, com espanto, a um conjunto sucessivo de decisões emanadas da Suprema Corte que, para dizer o mínimo, tem surpreendido a todos, mesmo aqueles mais acostumados ao Brasil surrealista de hoje. Obviamente que essas decisões, acertadas ou não, terão repercussões gerais e devem ser acolhidas mesmo assim, conduzam elas para o bem ou para o mal de todos.
Nessa semana o Desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), João Pedro Gebran Netto, ao negar o pedido de nulidade do ex-presidente Lula, da sentença em primeira instância que o condenou no caso do sítio de Atibaia, fez questão de deixar registrado em seu parecer jurídico que “não comunga” do entendimento da corte suprema de manter como regra geral retroativa a ordem diferenciada para a apresentação das alegações finais entre réus delatados e delatores. Entende aquele magistrado que essa determinação não tem base legal e não pode ser usado como regra para processos passados. “Me parece que o que fez o Supremo Tribunal Federal é criar uma norma processual não escrita …que só poderia valer com efeito ex nunc, jamais uma norma processual com eficácia retroativa”.
Em outra oportunidade, e apenas para ficar no caso de decisões emanadas por esses ministros, o STF autorizou, por nove a dois, o compartilhamento de informações sigilosas da receita Federal com o Ministério Público e a Polícia Federal, sem a necessidade de autorização judicial prévia.
Com essa decisão a corte corrige uma decisão tomada em caráter monocrático pelo presidente Dias Toffoli, feito durante o recesso e que paralisou quase mil ações por todo o país, o que acabou desencadeando um clima de incertezas, não apenas no judiciário nacional, mas, inclusive no exterior, retardando ações de investimentos externos, por conta do temor de que a lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros estava de volta com força total.
Essa decisão, felizmente revista sob o olhar atento da opinião pública, e aquela que suspendeu a prisão após julgamento colegiado em segunda instância, e que para muitos ainda segue em aberto, se inserem no cipoal de medidas recentes que asseguram a falibilidade humana, mesmo daqueles situados no alto da República, e só reforçam a ideia de que a confiança cega entre os homens é ainda um passo arriscado no escuro.
A frase que não foi pronunciada:
“Até Deus só se arrependeu de uma coisa depois que o mundo ficou pronto. De ter feito o homem”.
Dona Dita lembrando de Genesis, 6:6,7
Emocionante
Veja no blog do Ari Cunha como funciona o ritual do Idaho Hospital em respeito ao doador de órgãos. Em gesto respeitoso, funcionários e familiares que receberão os órgãos do doador perfilam nos corredores para agradecer e dar o último adeus.
Doe
Famílias carentes serão atendidas pela parceria entre os Vicentinos do Santuário São Francisco de Assis, Movimento Segue-me e Perseverança. Um Natal especial está sendo preparado pelo grupo. Se quiser doar os itens que estão faltando é só conferir a lista no Blog do Ari Cunha e entregar na secretaria do Santuário, que fica na Asa Norte, SGAN 915. Desde já todos agradecem.
Sorte
Sobre o sequestro no HRT, além de ter 15 seguranças, é preciso que eles recebam capacitação para impedir uma ação dessas. Constatou-se que a quantidade não foi suficiente. A sorte da família de Miguel é que a sequestradora era mais ineficiente que o sistema.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Por causa disso as professoras que estão atendendo os pais das crianças estão recebendo dos que não compreendem a posição das mestras, estão praticando verdadeiras agressões morais senhoras e senhoritas que os atendem. (Publicado em 07/12/1961)
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De todas os fatores e índices que qualificam um país como desenvolvido, sem dúvida nenhuma, o principal indicador está na universalização e no acesso ao saneamento básico pleno, com distribuição de água tratada, coleta e tratamento de esgoto, coleta e reciclagem de lixo entre outros serviços. Em sentido contrário, os países do chamado terceiro mundo apresentam, invariavelmente, serviços de saneamento precários, deficientes ou mesmo inexistentes.
Boa parte dessa população fica permanentemente exposta a situações de insalubridade e de focos de doenças, muitas das quais de grande risco para a vida de adultos e principalmente de crianças. O saneamento, afirmam os especialistas, é o principal cartão postal de um país e de um povo. Nesse quesito, o Brasil está muitas décadas aquém dos países desenvolvidos. Sobre esse tema, com relação à média mundial, é possível afirmar que o Brasil está mais de trinta anos atrasado, apenas no que diz respeito ao cumprimento das metas propostas pelo Plano Nacional de Saneamento Básico.
A universalização da oferta de água potável e da coleta e tratamento de esgoto e lixo, conforme estabelecido nesse Plano, previa que até 2033, ou seja, daqui a treze anos, o Brasil teria 99% da população abastecida de água potável, com 90% de coleta de esgoto. Especialistas apostam que esse tempo é curto demais para uma tarefa dessa magnitude, ainda mais quando se constata a persistência na falta de gestão, integração e de investimentos públicos para um setor tradicionalmente posto de lado pelos políticos. Antigamente era comum a constatação de que esse tipo de serviço, por sua invisibilidade proporcionada pelo fato de que os encanamentos de água e esgoto ficam escondidos sob a terra, não rendia votos, já que não eram visíveis pela população. O principal desafio talvez esteja mesmo no tamanho da tarefa que se apresenta.
Hoje 17% ou 35 milhões de cidadãos não possuem acesso à rede de abastecimento de água tratada e nada menos do que 100 milhões de outros brasileiros não possuem acesso à coleta e tratamento de esgoto. Uma das causas desse atraso pode ser encontrada no pouco investimento que o governo destina, ao longo do tempo, para esse setor. São aproximadamente R$ 10 bilhões, ao ano, investidos para esse fim, quando se sabe que esse valor deveria ser mais do dobro a cada ano, ou algo em torno de R$ 22 bilhões, pelo menos.
Outro grande problema está na flagrante desigualdade entre as diversas regiões do país. Enquanto o Sudeste tem 92% de sua população com acesso à água potável, com 79% do esgota coletado e 51% dele tratado, na região Norte esses números caem respectivamente para 58%, 10% e 22%. Isso significa que menos de 2% do esgoto é tratado, sendo que 98% é lançado, in natura e diretamente, nos rios da região.
A frase que foi pronunciada:
“Para ela [Florence Nightingale], devo principalmente o despertar ao fato de que o saneamento é o objetivo supremo da medicina, sua fundação e sua coroa.”
Elizabeth Blackwell, pioneira na abertura da profissão médica às mulheres
A limpo
Assinada por Márcio Bruno Carneiro Monteiro, Auditor de Controle Interno do DF do Governo do Distrito Federal, instauração de vários processos administrativos para apurar possíveis irregularidades administrativas no setor de Saúde do DF.
Conquista
Como consultores técnicos do poder legislativo local, passaram como inspetores de polícia legislativa: em primeiro lugar Bruno de Oliveira Viana e Thiago Henrique Mendes Miranda.
Cassado
Farid Buitrago Sánches, presidente do Conselho Regional de Medicina, excluiu, dos quadros médicos da cidade, o Dr. Eduardo Gomes de Azevedo, inscrito no CRM/DF 9.140.
Presença
Termina hoje o 1º Fórum de Governadores do Brasil Central que acontece em São Luis do Maranhão. Vanessa Chaves de Mendonça, Secretária do Turismo, é a representante do DF.
De olho
Uma gleba da Fazenda Saia Velha em Santa Maria, Polo JK, propriedade do Iprev/DF, está fadada a não render lucros. A solução dada vai ser permuta ou outro mecanismo que garanta rentabilização.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Pais de família que ainda residem nos acampamentos nos comunicaram que não puderam matricular seus filhos nos três jardins de infância. (Publicado em 07/12/1961)
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Como tem ocorrido impreterivelmente ao fim de cada ano, oportunidade em que todos se afastam dos problemas diários e relaxam, os cidadãos se deixam distrair com a chegada das festas de Natal e de Ano Novo. Os políticos em geral, tanto da esfera federal como distrital, aproveitam o momento de descontração para aprovar leis e outras medidas que, em outras ocasiões, não teriam a ousadia de fazê-lo, temerosos com a má repercussão por parte da população.
No âmbito do Congresso, os parlamentares aproveitaram a chegada da data estratégica para empurrar para o próximo ano medidas que a sociedade já decidiu como urgente e inadiável. Esse é o caso específico da lei obrigando prisão imediata após segunda instância, de forma a barrar o festival de alvarás de soltura proposto pelo Supremo Tribunal Federal em sua última e polêmica decisão.
O que os brasileiros querem ver, de imediato, e os políticos bem sabem, é uma resposta à altura da decisão da Suprema Corte, revertendo, por lei, o que para a maioria é um ultraje à dignidade das pessoas de bem. A soltura em série dos presos da Operação Lava Jato, uma turma que sabidamente praticou o que é conhecido hoje como o maior escândalo de corrupção já praticado nos mais de quinhentos anos de história do País, não foi engolido pelos brasileiros como um ato legal.
Obviamente que muitos políticos estão temerosos em votar uma lei desse tipo que, lá na frente, poderá ser facilmente usada contra eles mesmos. A decisão em empurrar essa medida para 2020, ou talvez para nunca mais, parece a eles a decisão mais acertada e só pode ser anunciada agora, às vésperas do fim de ano. Em sentido contrário, os parlamentares, jurados no preâmbulo da Carta Magna como representantes do povo, estão se esforçando ao máximo para aprovar ainda esse ano a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para permitir que deputados e senadores negociem diretamente com prefeitos e governadores a destinação de emendas parlamentares individuais e sem vinculação com os programas de governo, de modo a usar esse dinheiro extra onde bem entenderem, isso sem a fiscalização do tribunal de Contas da União (TCU).
Tal medida, caso venha a ser aprovada, como pretendem, irá, na opinião do Ministério Público, turbinar ainda mais os casos já conhecidos de corrupção e de malversação dos recursos públicos. No parlamento local, as mesmas táticas marotas se repetem como cópia malfeita de mal feitos e de más intenções.
Aproveitando a mesma época de fins de trabalhos, os distritais aprovaram, na surdina, nada menos do que uma emenda à Lei Orgânica do Distrito Federal, espécie de Constituição local, que regula toda a vida político administrativa da capital, a proposta que permite a reeleição subsequente da Mesa Diretora da Câmara Legislativa.
Essa medida, vetada pela L.O, permitirá a recondução do atual presidente para um próximo mandato como chefe do Legislativo local, prolongando seu poder naquela Casa. A vedação dessa proposta como contida na LO, foi feita justamente para, ao propiciar o rodízio no comando da Câmara Distrital, impedir a formação de grupos áulicos ligados ao presidente, o que facilitaria a formação interna de verdadeiros currais eleitorais, conferindo a ele e ao seu grupo, imenso poder interno, capaz de interferir nas decisões do plenário.
Para alguns entendidos nesses mecanismos, a emenda à LO se insere dentro dos chamados golpes brancos, quando parte dos dirigentes toma para si o comando de uma determinada instituição dentro das brechas encontradas nos dispositivos legais vigentes. Para esse grupo é um valioso presente de Papai Noel, para os cidadãos em geral, um claro presente de grego.
A frase que foi pronunciada:
“Não existe país no mundo em que o governo seja corrupto e a população honesta e vice-versa.”
Leandro Karnal
Alternativa
Na falta da Brasília FM, rádio de origem educadora, a MEC 800 no dial AM tem apresentado concertos ao vivo de uma qualidade muito boa. Hoje, meio dia, dois integrantes do Quarteto Atlântico interpretarão peças de Osvaldo Lacerda e Beethoven.
Vitória
Sarney Filho, secretário do Meio Ambiente, resolveu reunir técnicos e estudiosos para enfrentar o problema do lixo na cidade. As reuniões do projeto Brasília Ambiental vão enfim resultar em efeitos práticos. “Finalmente vamos enfrentar um problema que foi se avolumando pela deposição irregular do lixo produzido pela população, desde a inauguração da capital federal, ganhando contorno mais grave nas últimas décadas”, disse.
Prata da Casa
De volta ao ninho. Ney Mato Grosso está de espetáculo marcado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Dia 8 de dezembro.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outro argumento, para acabar com a história: governo quando é bom, tanto faz aqui como na China. É bom em toda a parte. (Publicado em 06/12/1961)
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Copiar dos Estados Unidos datas festivas como o Halloween, comemorado em 31 de outubro, e o Black Friday, a grande data das promoções de venda, que entrará em cartaz nessa próxima sexta-feira dia 29, tem sido para os lojistas de todo o país uma solução a mais para driblar a crise que vem se abatendo de forma generalizada sobre a economia nacional desde 2015.
O pretexto para atrair compradores é sempre bom para movimentar o comércio, mantendo os empregos em toda a cadeia de produção até à venda final e ainda injetar dinheiro, em forma de impostos no Estado. Este, pelo menos, é o lado bom de atividades desse tipo. Como ocorre geralmente com todo o tipo de cópia, iniciativas como essa não têm ocorrido exatamente como nos países do Norte, onde essas promoções são realmente para valer, ajudando na rotação de mercadorias, abrindo espaço para a entrada de novos produtos que, no Natal, terão seu ponto alto de compras.
No Brasil, a Black Friday, propriamente dita, está mais para uma sexta cinzenta ou Grey Friday. Isso porque os preços de venda nessa ocasião, ressalvados alguns produtos e alguns comerciantes mais honestos, ficam exatamente no mesmo patamar ou milimetricamente abaixo por conta de malabarismos na precificação dos produtos. Muitos consumidores já detectaram o truque. Não espanta que nessa época aumentam as reclamações junto aos órgãos de fiscalização e nas redes sociais. É a chamada promoção de preço em que os produtos aparecem nas vitrines tabelados pela “metade do dobro”.
As artimanhas usadas para fisgar os consumidores são muitas, mas no geral os preços acabam ficando onde estavam. Obviamente que os órgãos de fiscalização dessas práticas pouco éticas também ficam a dever aos consumidores e, a não ser por uma notificação ou outra, feita ao acaso, tudo termina da mesma forma, ano após ano.
Não existe, por parte das autoridades, o cuidado de confeccionar cartilhas advertindo para essas práticas, nem impressas, nem nas redes sociais. As multas também são irrisórias e não surtem efeito. É preciso salientar que, durante esse evento, são movimentados mais de R$ 1,9 bilhão, ou 13 vezes a mais do que em dia normal de venda.
Para esse ano, está previsto um acréscimo de mais de 20% nas vendas, o que faz essa movimentação de dinheiro em todo o país saltar para mais R$ 2 bilhões em apenas um dia de vendas especiais.
Não bastasse essa tentativa de vender por um preço fora do anunciado, os consumidores ainda correm um sério risco por conta dos Hackers que nessa época ficam à espreita, à espera de compradores compulsivos que caem, aos milhares, em golpes praticados de diversas formas na rede mundial de computadores.
Nesses chamados phishings, os golpistas roubam dados e informações que serão usados em outros crimes. Também sobre esse problema, não há alertas específicos sobre essas práticas corriqueiras friamente elaboradas durante a Black Friday. Faltam dados fornecidos pelas autoridades sobre o número oficial desses golpes. É preciso, portanto, muita cautela e cabeça fria para não cair em ciladas, armadas dentro e fora das lojas.
A frase que foi pronunciada:
“Se essa sexta-feira especial fosse boa mesmo teria um nome mais alegre, mais brasileiro. Black Friday não é coisa nossa.”
Dona Dita, pensando enquanto tricota.
Pauta
Importante como proteção à população vulnerável socialmente, a SEDES, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, é fruto do desmembramento da antiga Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (SEDESTMIDH). Candidatos que passaram no último concurso para a instituição estão preocupados. Uma publicação no DODF mostra a pressa em contratar terceirizados, o que não é justo com quem estudou e se dedicou para ocupar uma vaga pública por competência. Hoje, às 15h, terá ato público na 515 Norte.
Civilidade
Com estacionamentos cheios em data que antecede o Natal, torna-se mais comum ver pessoas apressadas ocuparem vagas de idosos ou deficientes sem autorização. Ou mesmo aquelas que esquecem de identificar o direito de estacionar em vaga especial colocando a autorização em local visível. Vejam as fotos a seguir.
Petróleo
Leitor atento e cativo, Roldão Simas lembra que o petróleo pode ser substituído em diversos casos, mas ainda não há solução para caminhões, navios, aviões, lubrificantes e asfaltos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A população de Brasília está enfrentando um sério problema: os três jardins de infância não têm vaga suficiente. Dezenas e dezenas de crianças não poderão frequentar o jardim de infância, no próximo ano. (Publicado em 07/12/1961)
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Há muito já se sabe que o melhor programa social que qualquer governo pode implementar em busca da prosperidade nacional e do fim das desigualdades econômicas está na criação de empregos, de preferência com carteira assinada e com as garantias mínimas de seguridade trabalhista. Todas e quaisquer outras medidas que não estejam apoiadas no pilar do emprego e que não vise a liberdade econômica do cidadão, se insere dentro daquelas políticas chamadas de populistas, e objetivam unicamente o aumento na popularidade de políticos espertalhões, representado pelo aumento no número de votos dele e de seus correligionários.
Programas como o Bolsa Família servem apenas para questões emergenciais e muito específicas e não devem ser usados, de forma nenhuma, para a fabricação de votos, com a criação de currais eleitorais e para a formação dos novos coronéis pelo interior do Brasil.
Programa social que não obedeça a um rígido e bem elaborado plano estratégico, para atacar situações pontuais de pobreza e que não possua tempo para seu início e seu término, tende a se estender no tempo e com isso perder o seu foco e seu objetivo, passando a servir não a uma emergência, mas a um grupo de oportunistas. Pior do que isso, esses programas, por sua importância humanista, deixam de atender de forma direta uma determinada população, envolta num problema de carência extrema e passa a atender a clientelas, todas elas atreladas a grupos políticos partidários.
Mais precisamente, os contribuintes passam da situação de cidadãos à de financiadores inconscientes de projetos populistas, sem consistência e com finalidades escusas. São esses mesmos financiadores, escorchados pelos impostos, tributos e taxas, aqueles que irão ser atacados pelos chamados “patronos” dessas bolsas, acusados de pertencer a uma elite insensível e egoísta, que tudo quer para si.
Com esse mecanismo, o cidadão contribuinte acaba repassando preciosos recursos para aqueles espertalhões que, do alto dos palanques e das tribunas, desferem impropérios aos verdadeiros financiadores dessa festança, em que até mulheres de prefeitos, funcionários públicos e outros falsos necessitados são beneficiários de um programa sem fiscalização, sem objetivos claros e sem tempo para encerrar.
É nesse ciclo vicioso que se insere também a perpetuação da miséria, defendida justamente por aqueles partidos que exploram essa e outras situações que atraem populações e gerações inteiras a uma espécie de labirinto cuja a única saída passa necessariamente pela porta estreita da submissão a esses políticos e às suas práticas oportunistas. Entenda-se que não se trata de retirar o valor importantíssimo de programas como o Bolsa Família, mas de conferir a ele uma série de requisitos estratégicos que visem, além da valorização da dignidade humana e cristã, um objetivo didático que vise instrumentalizar essas populações para que mais e mais ganhem liberdade própria, desenvolvendo e aprimorando sua fonte de renda, tornando-as libertas de governos, de ideologias e de todos que sempre exploraram a miséria como forma de obtenção de vantagens.
Espera-se que indivíduos e famílias, ao fim desse programa de incentivo estatal, possam também alcançar o mais importante programa social, o Bolsa Liberdade, que é a verdadeira cidadania.
A frase que foi pronunciada:
“A barulhenta disputa sobre o significado do populismo é mais do que apenas uma disputa acadêmica – é um argumento crucial sobre o que esperamos da democracia.”
Peter C Baker, jornalista de Chicago
Urbanidade
Com estacionamentos cheios em data que antecede o Natal, torna-se mais comum pessoas apressadas ocuparem vagas de idosos ou deficientes sem autorização. Ou mesmo aquelas que esquecem de identificar o direito de estacionar em vaga especial colocando a autorização em local visível. Veja a seguir o carro que ocupava uma vaga especial no Brasília Shopping sem que a autorização estivesse à vista.
Alegria ma non tropo
Carregados de emoção, a mesma de quando se volta para a casa, os músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro passaram a ensaiar na sala Villa Lobos. Um pouco inseguros quanto à segurança do local e sem garantia de que está tudo certo.
Só para lembrar
Um dos argumentos usados por Neil Armstrong para ser escolhido como astronauta civil foi muito interessante. Disse que o fato de ver o planeta por outro ângulo, numa posição onde a Terra nunca foi vista, poderia gerar grandes mudanças no ser humano, no modo como veria o futuro.
Armadilha
Em nome da economia, uma lâmpada que custava R$3 agora custa R$12.
Agenda positiva
Vale a pena visitar a exposição “Itália sempre viva”, no Tribunal Superior do Trabalho. Inaugurada pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Brito Pereira, que convida a comunidade: “O ordenamento jurídico brasileiro possui forte influência do Direito romano. Além disso, tudo que é da Itália envolve conhecimento e cultura. É uma exposição modesta, mas que busca retratar a grandeza da história italiana”.
Herança
Ainda sobre a exposição no TST, em seu discurso, o presidente da Comissão de Documentação e Memória do TST, ministro Ives Gandra, lembrou que a Itália é responsável por três grandes pilares da civilização ocidental: a religião cristã, com seus valores; o Direito romano, com sua organização; e a filosofia greco-romana, com o seu modo de pensar. Até sexta-feira de 7h às 19h.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os moradores dos JK estão pedindo policiamento para a sua superquadra. Vêm–se sucedendo, os arrombamentos e roubos. Aliás, nesta questão de roubo, não adianta nada comunicar ao terceiro Distrito. O livro de ocorrência está cheio, e há casos que não são sequer comunicados aos investigadores. (Publicado em 06/12/1961)
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No campo econômico, há aqueles que entendem que um bom projeto educacional é aquele que estabelece uma autonomia e liberdade orçamentária. Seria uma solução interessante, com as escolas contratando ou demitindo professores sem rendimento. Ideias como o estabelecimento de uma renda para as escolas, de acordo com o número de alunos matriculados e aprovados, também surge como interessante, o que faria as escolas a cumprirem uma meta pré-estabelecida, principalmente se houvesse testes regulares elaborados pelas regionais para atestar se há o conhecimento dos alunos ou se foram empurrados para o ano seguinte.
Outro ponto apontado como importante é a fixação de uma política de compliance nas escolas públicas, da mesma forma como vem sendo implementado nas grandes organizações. O mais surpreendente é que o Brasil já experimentou, por um curto espaço de tempo, a introdução de escolas com educação de excelência. Um exemplo foram as Escolas Parques criadas por Anísio Teixeira e aquelas estabelecidas pelo educador Darcy Ribeiro, com os CIEPs, Centros Integrados de Educação Pública, que se mostraram plenamente adequados a nossa realidade.
Como esses modelos necessitavam de grande empenho e responsabilidade por parte das autoridades, foram deixados de lado. O que se tem hoje são modelos improvisados, porém necessários, como é o caso das escolas militarizadas.
Na avaliação de experts no assunto, como é o caso do filósofo e mestre em Ciências Políticas, Fernando Schuler, são várias as linhas de inovações possíveis para a melhoria do ensino público. Segundo ele, “os sistemas de voucher, em que o governo oferece uma bolsa e dá direito de escolha às famílias, ao invés de gerenciar escolas; e o modelo das charters schools, em que o governo assina contratos de gestão com instituições especializadas, de direito privado e sem fins lucrativos. Em ambos casos, o governo passa da condição de gestor direto para regulador do sistema.”
Outro pensador atual e importante sobre essa questão é o economista Eduardo Giannetti. Para ele, a sociedade brasileira valoriza a educação, mas coloca-a em plano abstrato e idealizado, sem que os familiares se envolvam diretamente no dia-a-dia com o processo de aprendizagem de seus filhos. Ou seja, um reconhecimento que fica apenas no discurso, descolado da prática. Segundo ele é preciso entender que o aproveitamento do que a criança e o jovem aprendem depende do suporte que eles têm ou não em casa, pois é isso o que fará com que os alunos percebam a permanente interação da escola com o mundo.
“Gosto muito de citar como exemplo os descendentes de orientais que moram no estado de São Paulo. Eles correspondem a aproximadamente 3% da população paulista e obtêm 12% das vagas disponibilizadas pela Fuvest [processo que seleciona alunos para a Universidade de São Paulo e para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo], o principal vestibular do país. Os orientais vieram para cá sem privilégio algum, sem nenhum tipo de vantagem especial para viver aqui, e tiveram as mesmas oportunidades educacionais que a maioria da população. No entanto, em poucas gerações, os descendentes deles apresentam um desempenho escolar que os diferencia”, diz Giannetti.
A escola, na opinião de vários educadores, deve ser integral, não apenas no desenvolvimento do que se processa intramuros, mas abrir-se para comunidade em tempo também integral, envolvendo todo o entorno social. Deve ainda promover atividades culturais que reúna toda a comunidade, criando um espaço aberto e integrativo permanente. Cabe a ela também discutir os problemas da comunidade, buscando apoio coletivo.
Em outras palavras, a escola deve ser um lugar em que alunos, pais e toda a comunidade possam confiar e conviver de forma permanente, auxiliando a todos na medida do possível e do impossível. Só assim terá sua validade reconhecida. Na realidade, não há nada para ser inventado nessa área que já não foi experimentado com sucesso garantido. Falta apenas um certo compromisso a ser estabelecido entre os cidadãos brasileiros e seus legítimos representantes. Nesse ponto também se encontra um outro nó difícil de desatar e que diz respeito à educação dos eleitores para o ato de votar, o que nos remete ao início de todo o problema e ao recomeço desse ciclo fechado. Aí são mais alguns séculos de discussões.
A frase que não foi pronunciada:
“A educação é aquilo que sobrevive depois que tudo o que aprendemos foi esquecido.”
B. F. Skinner, educador
Tenso
É preciso ter o coração forte para suportar a política de hoje. Mais uma vez, uma dupla de políticos desfalece. Senador Kajuru e Senador Heinze. Os dois ficaram em quartos vizinhos no Sírio Libanês em Brasília.
Tráfico
Moradores reclamam do tráfico de drogas na 408 Sul. Movimentações por toda a noite deixam os vizinhos apreensivos e sem saber o que fazer. A situação está bem desagradável.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Ceará, este ano, perdeu a iniciativa da “indústria da seca”. O ministro Virgílio Távora moralizou a história, mas os baianos não aderiram. (Publicado em 06/12/1961)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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É preciso reconhecer que o modelo de escola pública no Brasil vem, ao longo das últimas décadas, num ciclo de mudança contínua, não em busca de um aperfeiçoamento para melhor se adequar à evolução natural da sociedade, mas, sobretudo, para atender às obrigações mínimas do Estado impostas compulsoriamente pela legislação.
Nesse ponto não admira que a cada governo haja sempre movimentos tendendo a modificar as leis que versam sobre os deveres do Estado com a manutenção de escolas públicas. Além dessa descontinuidade, nociva para o processo ensino/aprendizagem que se sabe ser de longo prazo, o que se observa é o aumento no desinteresse dos governantes sobre um tema que parece não render resultados do tipo utilitarista e imediato, seja em popularidade, seja em produção de votos.
De fato, o Estado vem tirando o corpo fora dessa questão ao longo dos anos. Educadores, na sua grande maioria, reconhecem que a falência progressiva do ensino estatal, ou mais precisamente das escolas públicas, ao empurrar o grosso das classes de maior renda para as escolas particulares, justamente aquela de maior expressão política e que maior pressão sempre fez pela qualidade do ensino, retirou do governo o que parecia ser um ônus e obrigação aborrecida.
A migração maciça da classe média para longe das escolas do Estado abriu uma espécie de oportunidade para que as autoridades lavassem, literalmente, as mãos sobre esse assunto. Hoje não há como negar que o ensino público vive seu pior momento. Na verdade, é possível falar de um sucateamento das escolas e, sobretudo, do ensino público. A questão vem num crescendo paulatino. A cada novo governo, anunciam-se reformas que se sabe limitadas a um horizonte de não mais de quatro anos.
Governo federal, estadual e municipal não dão continuidade aos programas estabelecidos, preferindo criar seus próprios planos para o setor. Com isso, de ruptura em ruptura, o que se obtém é um modelo de ensino que frequentemente se mostra débil a cada exame de avaliação, seja nacional ou internacional, como é o caso do Pisa, elaborado pela OCDE a cada três anos. Como resultado dessa desigualdade que se observa na qualidade entre o ensino particular e o ensino público, é que as vagas nas universidades do Estado são majoritariamente ocupadas pelos alunos que tiveram sua formação em estabelecimentos privados. O mesmo acontece nos concursos públicos, onde esses mesmos alunos se saem melhor. Dessa forma tem-se que as escolas públicas, por sua baixa qualidade, acabam por alimentar e induzir, de forma brutal, a desigualdade social no país, o que pode ser entendido também como um apartheid educacional.
Outro aspecto a reforçar esse descompromisso com algo tão fundamental pode ser notado com a progressiva desvalorização do professor como profissional. Para se ter uma ideia desse descaso com uma categoria, que deveria ser essencial para o desenvolvimento do país, apenas o que muitos políticos ganham extraordinariamente a título de auxílio-alimentação, supera muito o que recebe a maioria dos professores pelo Brasil.
Não surpreende que essa seja hoje uma das profissões com as menores procuras no mercado de trabalho por parte dos jovens. Para esse problema específico, a resposta mais imediata, e também a que menos tem chance de ser aprovada pela classe política, é estabelecer os salários dos professores como o teto para o funcionalismo público. Mas esse é um sonho demasiado óbvio e distante enxergado por nossas autoridades, mas que, em países como o Japão, é, em parte, já uma realidade.
Talvez isso explique em parte o sucesso desse pequeno país. Infelizmente já se sabe que não adianta incluir a prioridade absoluta da educação em nossa Carta Magna. A instabilidade jurídica que vivemos por conta de uma corte suprema movida a razões políticas/partidárias pode facilmente mudar também esse entendimento. Por outro lado, é conhecida a má vontade dos políticos sobre temas dessa natureza. Com isso, parece caber, exclusivamente à sociedade, o trabalho de cobrar e pressionar para que os futuros eleitos tenham essa questão como prioridade.
Há ainda outros aspectos fundamentais que precisam ser postos em prática, como é caso da formação adequada de professores e outros trabalhadores da educação para que impeçam que nossas escolas funcionem como repartições públicas, burocráticas e pouco eficientes e que esses estabelecimentos públicos não se transformem em redutos corporativos e guiados por facções político-partidárias, como vem acontecendo
Ensinar aos alunos os fundamentos da ciência humana política é uma boa prática. O que não se pode permitir, de forma alguma, é que as escolas passem a ser usadas como palanques para pregações ideológicas ou que se transformem em puxadinhos de partidos políticos como querem os sindicatos da categoria.
A frase que foi pronunciada:
“Quando temos a oportunidade de nos reconhecermos e de nos valorizarmos, inclusive nas nossas diferenças, oferecemos ao mundo uma palavra de esperança capaz de animar e apoiar aqueles que são sempre prejudicados pela divisão.”
Papa Francisco
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os fiscais sanitários aprovados no concurso da prefeitura estão fazendo um movimento para que saíam logo suas nomeações, e alegam, para isto, o estado de sanidade da maioria dos bares da Capital. (Publicado em 06/12/1961)
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Se a escola reflete como um espelho polido a sociedade em volta, seu tempo, suas virtudes e vícios, cabe, fundamentalmente, a essas mesmas escolas, a preparação e o encaminhamento dos jovens para uma constante renovação dos núcleos sociais, por meio da valorização contínua dos princípios da ética humana. Esse trabalho de “curar” a sociedade dos seus males, que em muitos países é feito com a união entre família e escola, só pode ser atingido, em sua plenitude, por meio de um sistemático processo de educação humanizada.
Por sua vez, é preciso entender que esse sistema de educação humanizada só pode ser alcançado por aquelas escolas onde o ensino das artes tem tanta importância e significado como as demais disciplinas. Em alguns casos é possível inclusive reunir, num mesmo conjunto de importância, as ciências e as artes, criando uma espécie de matemática cantada, de literatura e português recitado ou encenado, de uma geografia que reúna os elementos culturais de determinadas regiões, de biologia que agrupe as variantes de cultura e assim por diante. As disciplinas precisam interagir, as instituições também perdem muito com a falta dessa interatividade. Não somos ilhas.
A urgência de uma discussão desse tipo, numa época em que se fala muito no advento da 4º Revolução Industrial, da internet das coisas, da robotização e digitalização da produção, é que a realidade de nossa educação atual, principalmente aquela ministrada pelos estabelecimentos públicos, do ensino básico às universidades, é precária, para dizer o mínimo. A violência nas escolas, opondo alunos contra alunos, alunos contra professores e vice-versa é um dado triste do nosso dia a dia. Nos certames internacionais, como o Pisa, realizado pela OCDE, os alunos brasileiros têm aparecido sempre nas últimas posições num confronte com outros setenta países. As diretrizes existem, mas são frouxas, invisíveis e desconsideradas.
Nossas escolas, em outras avaliações, também surgem como as mais violentas do planeta. Especialistas em pedagogia e didática sabem muito bem onde podem ser encontradas as raízes para esses problemas que fazem das nossas escolas um ambiente que parece afugentar, cada vez mais, nossos alunos. Mesmo hoje, para uma parcela significativa de nossos professores, as escolas se transformaram em um ambiente hostil, gerador de stress e medo. Mesmo sem qualquer messianismo, é possível declarar sem sombra de dúvidas que sem uma educação humanizadora, propiciada pelo mundo das artes, não há salvação para a escola e para a educação nesse país.
Nesse dia 22, em que se comemora do Dia do Músico e, em homenagem à Santa Cecília, a jovem e bela romana do século II que morreu martirizada e cantando cânticos de louvores ao seu Deus, possam as autoridades, que possuem preocupação real com essa realidade que desfigura nosso futuro, voltar suas preocupações e lembranças para a Lei 11.769/2008, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases, deixando de determinar a presença do ensino de música nas escolas de educação básica, mas que tem sido deixada de lado até os dias de hoje. Ninar uma criança, comemorar a nova idade ou a união entre casais em louvores. Um dos símbolos nacionais, o hino, é pela voz cantada que se dedica respeito e amor ao país.
Para um país com uma riqueza e variedade musical tão grande, esse retardamento em aplicar uma lei justa e necessária pode ser considerada até um crime. Sem música, sem corais, sem teatro, sem danças, sem cinema, sem artes plásticas, ou seja, sem essa educação humanizada e humanizadora, Friedrich Nietzsche arremata: “A vida seria um erro”.
A frase que foi pronunciada:
“A música pode mudar o mundo. ”
Ludwig van Beethoven, compositor alemão (1770-1827)
Prata da Casa
Jhona Burjack ganha a vida com o talento e a aparência. Já desfilou para muitas grifes famosas e agora estreia como ator de novela. Mais um artista desponta saído de Brasília, mais precisamente do Gama.
Mais respeito
Invisíveis, os lixeiros só se fazem presentes quando não estão. É o que vimos ao longo das últimas semanas quando pararam de trabalhar para pedir mais respeito. Seu braço fora da janela vale uma multa. O corpo de um profissional que limpa a sua cidade pendurado em um caminhão, respirando o cheiro de lixo, é exceção à regra.
Anjos
Adriana Calil, sensível à dificuldade das pessoas que moram na rua, resolveu comprar um ônibus e instalar chuveiros. Lugar limpíssimo e confortável. A fila é organizada. Depois do banho e da roupa nova, barbeiros e cabeleireiras à disposição. O atendimento termina com uma comida quentinha. Quem quiser participar do projeto é só chegar na plataforma inferior da rodoviária, na tarde de domingo. Doações são bem-vindas, roupas, alimentos e produtos de higiene pessoal.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um índio carajá esteve em Brasília, viu os preços dos artigos indígenas, voltou para a sua TRIBO, e determinou aumento de cem por cento em todos os preços. (Publicado em 06/12/1961)
Somos a 6ª maior economia do mundo e a última em qualidade de educação
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De três em três anos, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realiza o Programme For International Student Assessment (Pisa), onde avalia, de modo comparado e amostral, estudantes matriculados a partir do 7º ano do ensino fundamental, na faixa etária entre os 14 e 16 anos. A avaliação é feita nas disciplinas de linguagem, Matemática e Ciências. A prova é realizada em 70 países que compõem a Organização ou que são convidados a participar do torneio. O programa Internacional de Avaliação de Alunos vem sendo realizado desde o ano 2000 e tem se tornado um importante instrumento para medir não só o desempenho dos alunos, mas, sobretudo, que importância cada país devota a questão da educação básica de seus cidadãos.
Numa época em que parte do mundo desenvolvido adentra para a chamada 4ª revolução industrial, com a combinação de máquinas com processos digitais e onde a produção de bens modificará, de modo radical, a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos, é imprescindível que cada país promova as reformas adequadas no ensino para essa nova era tecnológica que já começou.
Nesse novo mundo que se descortina, o conhecimento de base tecnológica será o principal referencial de riqueza de uma nação. A introdução da robótica e da digitalização diretamente nas linhas de produção, criando as fábricas inteligentes, aliadas aos avanços na nanotecnologia, na neurotecnologia, na biotecnologia, na inteligência artificial, entre outras descobertas, irão necessitar de mão de obra cada vez mais especializadas e mais afeita a esse novo mundo.
Com novas maneiras de produzir e consumir, muitos daqueles empregos e afazeres tradicionais, que hoje conhecemos, irão desaparecer, sendo substituídos por outros totalmente diversos. A automação geral do século XXI é uma realidade e a ela se liga, mais do que nunca, a educação de qualidade com ênfase nessas novas habilidades. Nesse quesito particular da perfeita interação do homem com as novas tecnologias, o Brasil, segundo reconhece com desalento as próprias autoridades, vai muito mal.
A qualidade da educação em nosso país, medida em praticamente todos os rankings mundiais, mostra, de forma clara, que, em comparação com os principais países do globo, nosso desempenho é vergonhoso. Entre os setenta países avaliados periodicamente pela OCDE, oscilamos sempre nos últimos lugares. Em 2015, por exemplo, ficamos na 65ª posição, ou seja, na rabeira do mundo.
No Brasil a relação investimento e qualidade da educação, como mostram esses rankings, não andam juntas. Nosso país chega a investir nesse setor mais do que outras nações em desenvolvimento, aplicando algo em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), embora a relação investimento por aluno (per capta) seja uma das piores do mundo. São 5,6 mil dólares por aluno contra 9,7 mil dólares, em média, nos países da OCDE.
No próximo dia 3 de dezembro, a OCDE irá divulgar os resultados de 2018 do Pisa. O atual ministro da educaçãoo, Abraham Weintraub, já antecipou que nessa nova avaliação o Brasil será o pior colocado da América Latina. Para um país que hoje é considerado como a 6ª maior economia do mundo, uma realidade como essa em nossa educação aponta para um desequilíbrio tremendo entre o quesito material ou de riqueza e o intelectual ou humano.
A frase que foi pronunciada:
“O ser humano é aquilo que a educação faz dele.”
Immanuel Kant, filósofo alemão.
Leitura
Pergunta que não calou no material de divulgação do aniversário da “Biblioteca Demonstrativa do INL”: É para chorar ou comemorar? Maria da Conceição Moreira Salles foi uma incansável defensora do local, daí o novo nome, merecidamente, batizou a biblioteca. Essa é a parte agradável. Por outro lado, depois de 49 anos não há o que comemorar. Assim como o Teatro Nacional, o local continua fechado. Marcos Linhares assumiu a frente indo e vindo da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (SECEC), Ministério do Turismo (que engoliu a Cultura), para reativar o local. A esperança de Linhares, Presidente do Sindicato dos Escritores do DF e Porta voz do Fórum do Livro e da Leitura do DF, é que Adão Cândido deixe esse legado aos brasilienses: uma parte da história da cidade reconstruído e pronto para os leitores da capital. Vamos acreditar no secretário Adão Candido. Veja a promessa feita no vídeo a seguir.
Para frente
Abrigada no Royal Tulip, a III Exposição Temática e Interativa de Resultados dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia. O evento vislumbra a parte prática do pós encontro. Aproximação com o Setor Produtivo (coordenado pelo SEBRAE), com o Setor Público (coordenado pelo CNPq/CGEE), além de Oficinas de Divulgação Científica (coordenadas pelo INCT de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia). Houve também a reunião dos Coordenadores de INCT com a Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação.
Acesse a programação em: III SEMINÁRIO DE AVALIAÇÃO DOS INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os estoques dos supermercados estão piorando muito. Há artigos onde não há concorrência, e macarrão é um deles. (Publicado em 06/12/1961)