Uma imagem vale mais que mil palavras. Até na medicina.

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: epoca.globo.com

 

Por trás de tantos pedidos de exames, está o mercado da medicina, representado pelos laboratórios e pelas clínicas, pelos hospitais pelos planos de saúde e por muitos médicos ligados a esses esquemas bilionários que encontraram, em nosso país, um paraíso e uma mina de ouro para essas rotinas duvidosas.

Nos últimos anos, um fator muito específico, e de ordem estrutural, vem contribuindo não só para esses números exagerados de exames que são solicitados aos pacientes, como para o aumento de casos de erros médicos. Trata-se obviamente da má formação dos médicos, principalmente daqueles oriundos das inúmeras faculdades que foram criadas em todo o país nos anos mais recentes. Não é de hoje que médicos e especialistas em exames laboratoriais e de imagens alertam para os perigos causados aos próprios pacientes pelo excesso e banalização desses procedimentos.

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso muitos pacientes são submetidos à uma bateria de procedimentos clínicos, muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

A mercantilização da medicina, representada pela ganância das clínicas de exames laboratoriais e de imagens, dos planos de saúde, dos hospitais particulares, aliadas à má formação profissional de uma imensa geração de novos médicos, oriundos de escolas sem qualidade atestada, resultaram nesse descalabro que faz com que no Brasil o número de pedidos de exames médicos sejam o triplo dos requeridos em países como França, Alemanha, Estados Unidos e Reino Unido.

Para se ter uma ideia, enquanto em países da Europa a média anual de exames como a ressonância magnética representava, em 2016, 52 pedidos para cada mil habitantes, aqui esse número chega a mais de 149 para cada grupo de mil brasileiros. De fato, muita gente já pode perceber, durante as curtíssimas consultas médicas que, cada vez mais, esses profissionais, por insegurança e pela deficiência de formação, já não conhecem os segredos e a importância da etiologia, ou seja o estudo das causas e origem de uma doença.

Na raiz do problema está o fato de que muitos médicos já não conversam mais com seus pacientes. Há casos, inclusive de profissionais que, sequer, olham nos olhos de seus pacientes, permanecendo, durante toda a consulta de cabeça baixa, fazendo anotações. Muitos desses profissionais apoiam seu trabalho de diagnose exclusivamente com base nos resultados mostrados pela pilha de exames pedidos. A relação médico/paciente, fundamental para a boa prática da medicina, desaparece e passa a ser substituída pelos o que dizem os números e as imagens.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se o vosso médico não aprova que façais coisas que vos são agradáveis, que bebais vinho ou que tomeis tal ou tal alimento, não vos de isso nenhum cuidado: eu vos procurarei outro, que não será do mesmo parecer.”

Michel de Montaigne, filósofo, escritor e humanista francês.

Crédito: Wikimedia Commons/Wikipedia

 

 

Energia

No Natal a falta de luz, que se iniciou na véspera, permaneceu em algumas localidades de Brasília. Como o serviço é terceirizado, não havia tanta esperança de solução. Sem geladeira e chuveiro funcionando, a CEB se fez presente de forma marcante nas festas natalinas. E a conta ó!

Foto: portalvarada.com

 

 

Taguatinga

Mais reforço policial é necessário na Praça do Relógio. Quando os habitantes e trabalhadores do local já se acostuma com os casos de furtos e vadiagem, é porque alguma coisa está errada. O local é de grande circulação e precisa de policiamento ostensivo.

Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

 

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela de ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou no caixa que era seu direito levar apenas uma bandeja.

 

 

Até hoje

Ainda em outubro desse ano, alunos lesados pelo Alub tinham que ser recebidos pelas escolas. Graças à Promotoria de Justiça de Defesa da Educação do Consumidor, a parte lesada pode ser acolhida. Já o Alub vem há anos lesando estudantes e até agora ninguém conseguiu impedir.

Fotos: Vitor Mendonça/Jornal de Brasília

 

 

Inteligente

Propaganda mal organizada é praga para o visual. Nada como os telões de led em grandes cidades do mundo. Organizados em área que não agridem e mostram até áudio visual sincronizado. Temos muito chão pela frente para compreender o que é uma cidade mundialmente visitada.

Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

 

E nada

Incêndios na Amazônia já foram esclarecidos. Mas as praias brasileiras continuam agonizando sem que culpados sejam punidos. Já acabaram com rios inteiros do Brasil, incendiaram florestas, despejaram óleo pelo mar e a população geme enquanto a soberania nacional lamenta.

Foto: Simone Santos/Projeto Praia Limpa

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Apenas, dessa vez não disse que o Lago está inundando a W-3 e o Palácio do Planalto, como disse certa vez. (Publicado em 12/12/1961)

No Bolsa Família convivem ingênuos e velhacos

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge do Lailson

No futuro, quando os cronistas de nosso tempo resolverem sair por esse Brasil afora, percorrendo alguns desses lugarejos distantes e perdidos entre os milhares de municípios existentes pelo país, dispostos a narrar unicamente os fatos e as transformações ocorridas com o advento do programa Bolsa Família na vida de milhões de brasileiros, uma infinidade de histórias saborosas, e outras nem tanto, irão emergir desse garimpo humano para compor um quadro do realismo fantástico nacional, mostrando que personagens do tipo Pedro Malasartes, João Grilo, Macunaíma e outros ainda estão bem vivos, e atuantes e pregando suas peças.

O Brasil, por sua continentalidade, ainda é um país que pouco se conhece. As distâncias e a realidade interestelares entre a capital, as metrópoles e o restante da nação, perdida nos confins de interior miserável e esquecido ainda são as mesmas dos séculos passados. Mesmo no caso dos municípios, onde reside o Brasil real, o alheamento mútuo entre governo e população persiste, apesar da televisão e das redes sociais.

São dois mundos apartados por estradas intransponíveis ou quase inexistentes. É nesse interiorzão, sufocado pela poeira, o calor e a pobreza que as histórias surreais, dignas de um escritor como Dias Gomes, sucedem-se dia após dia mostrando o quanto o Bolsa Família alterou a vida modorrenta dessa gente, criando personagens reais que usam a vida agreste como pano de fundo, onde os espetáculos de aldrabice vão se desenrolando, separando ingênuos, de um lado e velhacos, de outro.

Nesses confins do mundo, pequenas vilas, onde todo mundo sabe mais da vida alheia do que da própria, dia de pagamento do Bolsa Família é fácil de ser percebido. Lá vão os ingênuos, e outros não tanto, para as longas filas das agências. O dinheiro, que para os primeiros é vital e merecido, já vem com o destino certo. Outros, cuja a sorte malandra quis aquinhoá-los com um abono extra, veem recursos irem direto para as mãos do dono do bar da esquina. Em muitos casos são os donos dessas cachaçarias que ficam com a guarda do cartão, como condição para vender fiado o álcool diário.

Por certo, a economia desses pequenos lugarejos fervilha por conta do dinheiro que chega com hora marcada. A população mais idosa, com auxílio dos mais próximos, corre para quitar as dívidas. O que sobra vai para dentro da lata de biscoito à espera das muitas aves de rapina que certamente irão aparecer.

Tão logo ficam sozinhos em suas residências, sem a vigilância dos poucos parentes honestos, aparecem de mansinho os mascates, vendendo de tudo pelo triplo do preço em prestações que se estendem por todo um ano ou mais.

Nessas ocasiões negociam tudo o que os ingênuos não necessitam. O que sobra do minguado dinheiro, parentes e filhos sem coração dão um jeito de arrancar. Os velhacos, sempre à espreita correm atrás do lucro fácil, emprestando a juros impagáveis, vendendo e comprando terras alheias, gado, bezerros, cabras e tudo mais.

Vendem, mas não entregam a mercadoria. Os prefeitos, que também são filhos de Deus, usam e abusam desses recursos para alavancar negócios, comprar consciências e apaniguar eleitores e puxas sacos. Parentes de políticos locais e outros funcionários, cuja a renda não permite esse tipo de auxílio social, também são comumente agraciados com o dinheiro do Bolsa Família. Todos fazem a festa.

O governo federal, ou mais precisamente o próprio presidente da República, que orienta a distribuição desses recursos, fundamentais para a consolidação da sua base eleitoral, cuida de estender esses benefícios, incluindo aí o pagamento de um inédito décimo terceiro salário aos bolsistas. O governo ouve falar desses descaminhos, mas não ousa mexer nesse emaranhado de trambiques, com medo de por todo o curral em debandada.

Nesse quiprocó com o dinheiro da nação, considerado o maior programa de distribuição de renda do planeta, os maiores ingênuos são justamente os contribuintes que financiam dois brasis: um que merece e outro que se locupleta. Dessa forma, ingênuos e velhacos convivem muito bem dentro da enorme e generosa Bolsa Família chamada Brasil.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A maioria dos homens são maus juízes quando seus próprios interesses estão envolvidos.”

Aristóteles, filósofo grego

FOTO: CREATIVE COMMONS

 

Turismo Cívico Pedagógico

Iniciativa simples que desperta talentos: Kayo Magalhães foi um dos vencedores do projeto Turismo Cívico Pedagógico e agora quer ser fotógrafo. Estudantes da rede pública do DF visitaram diversos pontos da cidade com o compromisso de registrar a melhor imagem. O projeto foi desenvolvido em parceria pelas Secretarias de Turismo e Educação durante o segundo semestre de 2019, contando com 200 estudantes da rede pública do DF. A secretária de Turismo, Vanessa Chaves de Mendonça, também participou do evento.

Um dos vencedores, Kayo Magalhães quer ser fotógrafo | Foto: Divulgação / Secretaria de Educação

 

 

Votos

Sempre com um toque de contato humano, o ex-governador continua o mesmo. Rodrigo Rollemberg não está no poder, mas continua desejando votos de Feliz Natal aos amigos. Os de Brasília, entendem melhor a cidade.

Foto: agenciabrasilia.df.gov.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O sr. Ibrahim Sued, ex-manequim da Ducal, demitido por deficiência física (também), continua extravasando sua bílis contra Brasília, em arremetidas sem fundamento e sem valor. (Publicado em 12/12/1961)

O que será dos bons velhinhos?

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge: pt.linkedin.com/pulse/envelhecimento-populacional-cuidado-e-cidadania-velhos-marques

 

Com mais pessoas idosas do que jovens, a reestruturação total de todos os serviços públicos, incluindo mudanças na infraestrutura das cidades oferecidas à população, será uma necessidade. Pelas estimativas do IBGE, a razão de dependência da população atualmente é de 44%, o que equivale a dizer que 44 indivíduos com menos de 15 anos e com mais de 64 anos dependem de cada grupo de 100 em idade de trabalhar.

Nas próximas três décadas, a população brasileira continuará a crescer, atingindo, ao final do ano 2047, 233,2 milhões de pessoas. Daí para frente o número de brasileiros cairá gradualmente, chegando a se estabilizar em 228,3 milhões de pessoas no ano de 2060. Pelo menos é o que apontam os estudos contidos na revisão 2018 da Projeção de População elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por essas projeções, um em cada quatro brasileiros terá mais de 65 anos em 2060 e é aí que o país terá pela frente que enfrentar novas realidades e novos desafios. Nesse caso tudo dependerá das medidas que vier a adotar desde agora, para não vir a ter surpresas desagradáveis e até trágicas quando esse futuro chegar. Além da queda média na taxa de fecundidade, haverá paralelamente um aumento na expectativa de vida dos brasileiros, passando dos atuais 72 anos para os homens e 79 anos para as mulheres, para 77 para os homens e 84,5 para as mulheres em 2060. O envelhecimento da população será um fato, com a população com mais de 65 anos chegando a 25,5% da população em 2060.

Em 2039 essa razão será de 51,5%, aumentando para 67,2% em 2060. Apenas com base nesses dados, ficam patentes que reformas no sistema de previdência e de seguridade social, que até o momento não foram realizadas por questões políticas e eleitoreiras, terão que retornar à pauta, sob pena de simplesmente colapsar todo o sistema, empurrando uma imensa legião brasileiros para a miséria. É preciso notar que o envelhecimento da população brasileira poderá acarretar uma redução sensível no Produto Interno Bruto potencial. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), parte do crescimento potencial do país, nas últimas décadas, derivou da força de trabalho que ainda crescia.

Com a mudança acentuada desse cenário daqui para a frente, a situação deve se inverter, com o crescimento econômico encolhendo, assim como a força de trabalho e de contribuintes. Especialistas no assunto recomendam a busca e a exploração por novas fontes de crescimento, como é o caso de mais investimentos e de uma forte poupança externa. Questões simples como a requalificação dessa mão-de-obra mais idosa terão que ser pensadas, de modo a reinseri-las no sistema. Fora das variáveis econômicas, que são fundamentais, também questões mais simples e que dizem respeito ao dia a dia dessa população mais idosa deverão ser repensadas com urgência, como saúde, mobilidade, segurança, moradia, adaptação das cidades às necessidades específicas desse público entre outros problemas.

O século XXI, pelo que já deu para observar, trará desafios ainda maiores para os brasileiros e sobretudo para os próximos governos. É possível mensurar a importância crescente no instituto do voto. Votar agora, de forma esclarecida, em candidatos sérios, é mais do que necessário, é uma questão vital e irá dizer muito sobre nosso próprio futuro.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Ergui um monumento mais duradouro que o bronze, mais elevado que as pirâmides dos reis. Nem a chuva cortante nem o vento devastador; nem a sequência inumerável dos anos nem a passagem das eras conseguirão destruí-lo. Não morrerei de todo, pois de Libitina (deusa da morte) grande parte de mim escapará.”

Horácio, poeta e filósofo. séc. I a.C., da Roma antiga.

Imagem: oexplorador.com

 

 

Nunca

Outra reclamação chega sobre o cartão para transitar no metrô. Apenas uma pessoa para atender a massa de passageiros. Ainda sobre transporte, o pessoal que mora na Asa Norte reclama demais da demora do ônibus que vai para Taguatinga. Infelizmente o portal que dá essa informação com os horários está sempre desatualizado.

Foto: Pedro Ventura / Arquivo

 

 

Descriminação

Conversando com uma atendente no shopping, vislumbramos todas as possíveis razões para que um funcionário não tenha a permissão de concorrer a prêmios divulgados no local de trabalho. Conclusões absurdas! O fato é que a comunicação resolve tudo. Eles estão fazendo dobradinhas com os colegas que trabalham em outros shoppings. Resolveram o problema.

Exemplo de uma das promoções de fim de ano. Cartaz: conjuntonacional.com

 

 

Desrespeito

De extremo mau gosto o humor do grupo Porta dos Fundos sobre a fé cristã. Sem mais comentários, para não dar cartaz, conclui-se que o nome do grupo diz tudo. Pela porta da frente, jamais irão conseguir entrar.

Postagem na página oficial do ator Carlos Vereza no Facebook

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

As passagens estão caríssimas, para que os passageiros tenham o tratamento que recebem. E fiquem sabendo, que tratamento não é aeromoça sorridente, uísque em viagem de meia hora. Tratamento é respeito pelo direito do passageiro, é avião em hora certa, é equipamento equivalente ao da passagem, é consideração ao passageiro nas ocasiões excepcionais. (Publicado em 12/12/1961)

 

O caminho do meio para as universidades brasileiras

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Marcela D’Alessandro

 

Em resposta à atenciosa carta enviada a essa coluna pela leitora Maria Celeste Dominici e que reproduzimos abaixo, rebatendo algumas afirmações contidas no editorial “As universidades e o caminho do meio”, publicado em 14 de dezembro, esclarecemos que em momento algum classificamos alunos e professores da Universidade de Brasília como “manada”, quando dissemos que: “A abdução de entidades representativas tanto dos trabalhadores na educação como dos próprios alunos pelos partidos de esquerda contribuíram para um maior distanciamento entre a sociedade e essas instituições, fato esse que acabou servindo de pretexto também para um certo clima de animosidade entre o atual governo de direita e as universidades.” Na realidade, e isso é do conhecimento público, tanto os diretórios estudantis como os órgãos representativos dos professores, não só das universidades, mas dos ensinos de base e fundamentais, vêm, há anos, sendo controlados e orientados pelos partidos de esquerda, ligados à CUT e a outros sindicatos de classe.

O que o editorial destacou como fundamental para uma instituição pública de ensino, financiada muitas vezes por aqueles que jamais terão condições de frequentá-las, é que ela se mantenha equidistante das ideologias dos governos de plantão, pelo simples fato dessas entidades serem permanentes, ao contrário de governos que vêm e vão ao sabor da predileção dos eleitores. A questão da pluralidade política dentro das universidades ainda é uma questão a ser resolvida entre professores e alunos, até para que essas instituições alcancem a sua verdadeira universalidade. Segue a missiva que compartilhamos com os leitores.

“Quero comentar uns pontos de tua coluna de 14 de dezembro, “Universidades e o caminho do meio”. Uma universidade com espírito verdadeiramente científico lida com todas as correntes de pensamento se não, deixa de ser uma universidade. Considerar que os estudantes e professores podem ser abduzidos por partidos de esquerda (ou de direita, ou de centro) é considerar que são uma manada, e não pessoas com senso crítico.

Se há identificação maior com uma ou outra corrente é necessário entender quais são as razões. Talvez as gritantes desigualdades sociais, raciais, de gênero e etc. levem as pessoas a questionarem mais e serem menos propensas a apoiarem o sistema gerador de tudo isso. Você disse que as universidades estão em permanente confronto com as autoridades. Acho que sempre há divergências, o que é totalmente normal, principalmente em um país que, entra governo, sai governo, a administração é sofrível. Não diga que estudantes e professores são militantes!!! A universidade tem a obrigação de levar ao estudante o espírito crítico, para que não seja, como se dizia na minha época, uma vaca de presépio. Precisamos cada vez mais de massa crítica. Para se chegar à verdade, científica, política ou qualquer verdade é necessária capacidade de análise, de reflexão, de crítica. Impossível a maturidade sem capacidade de crítica. Esse governo que se instalou nos deixa em depressão, porque é difícil encontrar alguma ação positiva. Abraços, Maria Celeste Dominici.”

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“É uma exigência da natureza que o homem de tempos em tempos se anestesie sem dormir; daí o gosto de fumar tabaco, beber aguardente ou fumar ópio.”

Goethe (1820), poeta alemão

Goethe in the Roman Campagna (1786) by Johann Heinrich Wilhelm Tischbein | Reprodução

 

 

Aptidões

Dib Francis acaba de criar um grupo no WhatsApp, onde pessoas preocupadas com o destino da Cultura na cidade têm a oportunidade de discutir e amadurecer ideias sobre o assunto, para arregaçar as mangas e trazer de volta à Brasília a arte de todas as formas. Silvestre Gorgulho e Luizinha Dornas fazem parte do grupo como destaque. Pela história, pelas ideias e principalmente pela acolhida dos que conhecem o trabalho deles.

 

 

Fé demais

Contendas sobre o museu da Bíblia começam. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal não reconhece o Museu da Bíblia como sendo de autoria de Oscar Niemeyer. Isso é um problema, já que a responsabilidade técnica do projeto precisa de um nome. A pedra fundamental foi lançada.

Museu Nacional da Bíblia. Foto: Divulgação

 

 

Embrapa-DF

Celso Luiz Moretti assume oficialmente a Presidência da Empresa. A decisão foi anunciada pela ministra da agricultura, pecuária e abastecimento, Tereza Cristina.

Foto: Robinson Cipriano/Embrapa

 

 

Novidade

TJ-TO fez mais do que pediu a apelante. Investigação de paternidade. Reconhecimento de paternidade. Retificação para acréscimo do patronímico paterno sem prejuízo da paternidade socioafetiva.

 

 

Parceria

Muita gente reclama que para colocar crédito no bilhete único só é possível com dinheiro vivo. O GDF tem suas razões. Mas seria interessante que o BRB, CAIXA e BB disponibilizassem caixas eletrônicos perto das centrais com a possibilidade de sacar pequena quantia em trocado.

Foto: TV Globo/Reprodução)

 

 

Emocionante

Coisa boa é para ser divulgada. Em horário especial, a criançada diagnosticada com autismo é recebida pelo Papai Noel do Brasília Shopping. Sem aglomeração de pessoas, os pequenos ficam mais à vontade para realizar o sonho de trocar algumas ideias com o bom velhinho.

Karen Catite tira foto do filho, João, com o Papai Noel — Foto: Nicole Angel/ G1

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

É comum o cancelamento de voo por deficiência técnica. (Pouco passageiro para embarcar). É comum o atraso de aeronaves, durante horas. É comum a substituição de equipamento à última hora. Tudo isto, sem que a empresa relapsa se sinta na obrigação da mínima explicação ao passageiro. (Publicado em 12/12/1961)

OAB e o reflexo no espelho

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: diariodopoder.com.br

 

Curioso notar que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), uma entidade que, por seu estatuto, deveria, além de representar, defender e disciplinar o exercício dos profissionais da advocacia, vem, nesses últimos anos, se transformando, aos olhos de todos, num órgão político-partidário em defesa claramente de uma ideologia de partido. Notem que esse tipo de grave afirmação não vem apenas por parte de alguns veículos independentes da imprensa, que há muito já notaram esses desvios, mas parte principalmente de dentro da própria instituição, mais precisamente de advogados incomodados com a mudança de rumos e de objetivos.

O que eleva essa questão a um patamar de preocupação máxima e que requer medidas extraordinárias, para fazer esse organismo retornar aos trilhos da normalidade institucional, é que a OAB passou a enfeixar em si um conjunto de tamanhas responsabilidades que fez dela mais do que uma corporação profissional, situando-a até como defensora da Constituição, do Estado Democrático de Direito e dos Direitos Humanos.

Como já foi notado por alguns de seus membros, a OAB se transformou numa espécie de órgão público federal, muito embora goze de ampla independência, apta, inclusive, a ajuizar ação direta de inconstitucionalidade (Adin). É preciso reconhecer que na maior parte de sua história, a OAB se posicionou de maneira isenta e do lado certo, quer lutando pelo restabelecimento da democracia ou contra os abusos das autoridades nos casos de flagrante violação dos direitos humanos.

Ocorre que essa é uma história que ficou num passado distante e já não serve mais como uma bússola para essa Ordem, abduzida, há tempos, pelos ventos nefastos de uma orientação ideológica, estranhos a sua formação e ao que esperam os cidadãos desse país. Afirmar ser a OAB uma entidade política é uma coisa natural e legítima. Outra é se certificar que a OAB, se transformou numa espécie de filial partidária, submetida a uma ideologia de partido, centrada na defesa da cartilha daqueles partidos de esquerda.

A partir de 2005, com o estouro dos escândalos do Mensalão e de outros que se seguiram num ritmo alucinado, é possível acompanhar, de forma nítida, cada um dos posicionamentos da OAB com relação a essas descobertas, sua omissão, sua defesa velada aos envolvidos naqueles episódios e seus ataques inexplicáveis a todos aqueles operadores da justiça que buscavam esclarecimentos e punições aos criminosos.

A trincheira escolhida pela OAB nesses acontecimentos deixou claro para todos a estranha metamorfose às avessas, voltando ao estado de larva. As declarações recentes do seu atual presidente não deixam dúvidas sobre essa guinada a uma esquerda anterior à queda do Muro de Berlim. O calvário vivido pela OAB matiz explica em parte o descrédito dessa instituição junto aos brasileiros e diz muito sobre a necessidade de reformas nessa e em outras entidades que se tornaram decadentes e anacrônicas por força de suas próprias escolhas.

 

 

 

A frase que não foi pronunciada:

“Après moi, le délugue.”

Bolsonaro parafraseando Luís XV, ao imaginar os cofres do governo em mãos erradas.

 

Tinta

Quem atravessa o Eixão Norte já está acostumado com o espaço e trafega sem problemas. Mas para os visitantes, a tinta no asfalto delimitando a largura das faixas de rolamento seria o natural.

Foto: Joana (kekanto.com)

 

 

Recursos

Bruna Rosa Barreto Fonseca Dias Nunes e Marina Santana, da Secretaria de Administração e Economia Criativa do DF, foram designadas para acompanhar o projeto da Revista Traços. Caberá a elas a elaboração minuciosa de um relatório que informará se a parceria com o governo é produtiva. Logo deverão ser publicados os valores dos recursos públicos aplicados pela Oscip.

Foto: revistatracos.com

 

 

Disque 100

Muito fácil denunciar qualquer caso de violência. Seja doméstica, contra o idoso, crianças, contra a mulher, contra migrantes e refugiados. Basta ligar para o número 100. A ligação também pode ser feita de celular e é gratuita. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos mantém o número ativo por 24h/dia.

Arte: divulgação

 

 

Novos tempos

Médicos antenados nas mídias sociais são os preferidos do público internauta. Geralmente a marcação da consulta pelo portal da clínica é amigável e rápida.

Arte: prodoctor.net

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os HP-3 mais bem localizados são os dos senhores Helvécio Bastos e Waldomiro Slaviero. Quando chove as duas casas ficam cercadas por um belo lago vermelho, habitação ideal para mosquitos. (Publicado em 14/12/1961)

Papai Noel errou

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Queima de fogos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no réveillon de 2017 — Foto: Dênio Simões/GDF/Divulgação (g1.globo)

 

Brasília tem sido o berço de grandes nomes da música popular. Talentos reconhecidos não só no Brasil, mas no mundo inteiro por sua virtuose e técnica. A relação com esses nomes é extensa e conhecida de todos. Muitos desses artistas tiveram que, obviamente, migrar para o eixo Rio de Janeiro e São Paulo, onde o mercado é maior, as gravadoras possuem suas sedes e as chances de sucesso no mercado interno e externo são certas.

Com tanta variedade e qualidade reconhecida, surpreende que, mais uma vez, essa plêiade de cantores, instrumentistas e compositores tenham sido preteridos pelo Governo do Distrito Federal para abrilhantar a festa de Réveillon 2020. Com isso, fica confirmado o ditado que repetia o filósofo de Mondubim: “santo de casa não faz milagre”.

Mesmo não sendo a primeira vez que um fato dessa natureza ocorra na capital do país, fica sempre a impressão que, pelos justos protestos e até pela falta de conhecimento da riqueza musical da cidade, essa será a última vez que tal gafe acontece. Embora muitos desses nomes que conheceram a glória além dos limites da capital não residam mais nesse quadrilátero, é certo que a fama e fortuna que construíram prescinde desse tipo de convite, por isso mesmo vão tocando o barco longe de uma Brasília que, dia após dia, vai ganhando fama, mas infelizmente não pelos talentos que aqui surgiram. É uma pena!

O pagamento de um cachê de mais de R$ 500 mil para que o cantor mato-grossense, Luan Santana, seja a principal atração da festa de Réveillon 2020, valor esse devidamente publicado no Diário Oficial, por meio de carta convite, pode até não ser muito para ele ou para quem aprecia seu repertório e é seu fã, como é o caso do governador, mas seria muito melhor empregado caso o governo empenhasse esses recursos em shows de pequeno porte por todas as cidades do entorno, onde residem e trabalham centenas de artistas talentosos e pouco valorizados pela mídia.

Na realidade, o montante que será gasto nas festas de Ano Novo será de R$ 2 milhões apenas na região central de Brasília. Um investimento, sem dúvida nenhuma, bom para os turistas que aqui estarão, mas, com certeza, um recurso público que seria mais democraticamente aplicado na promoção de nossos músicos e dos nossos valores locais. Da Casa do Cantador à Orquestra Sinfônica, passando pelas bandas e coros.

Para os brasilienses que para cá vieram ainda no início da construção da capital, esses recursos, cobrados a peso de ouro dos contribuintes, poderiam muito bem servir para reformar o Teatro Nacional, o Museu de Arte Moderna e outros monumentos à cultura, esquecidos por anos e que muita falta fazem aos moradores da cidade. Esse sim seria um presente de fim de ano que todos queriam receber.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nas entrelinhas e com ferina ironia, o governo diz: O povo há que empobrecer, mas sem perder a ternura, jamais.”

Mauro Santayana, jornalista

Foto: jornalja.com

 

 

Canabis

Ministro da Educação recebe representação de deputados, sindicatos e central de estudantes por declarações sobre a UnB e sua relação com a maconha. Senhor ministro Weintraub, veja isto. Recém-admitida na UnB, uma aluna vinda do Ceará, tentou cursar Filosofia. Preferiu trancar a matrícula quando a mãe disse que queria conhecer a universidade em que estudava. Era a UnB. – “Deus me livre minha mãe andar nesse ambiente. Ela vai achar que é o fim do mundo!”  Isso foi em 2013. Será que alguma coisa mudou?

 

 

Sativa

Freiem os cavalos! É óbvio que a Universidade de Brasília tem desenvolvido pesquisas destacadas pelo país, que há professores sérios, alunos com discernimento, diretores responsáveis. Mas entrar com representação contra o ministro porque ele disse a verdade, aí é o cúmulo da hipocrisia! Veja a seguir vários vídeos disponibilizados sobre as algazarras acadêmicas. Só vendo para crer.

 

 

Brazuka

Constrangedor. Essa foi a palavra escolhida pelo amigo Álvaro Costa, do Brasília Urgente, para exprimir o cambalacho do aplicativo Uber, prestes a desistir do nosso país. Motoristas contra os usuários do serviço! O golpe mais recente flagra motoristas do aplicativo que, ao receberem uma chamada de um usuário, fingem não ter recebido, ignorando-a, só para ganhar uma taxa por cancelamento estipulada pelo aplicativo a quem cancela. Neste caso, o cancelamento feito pelo usuário é necessário, por constatar pelo GPS que o motorista recebeu o chamado, mas não saiu do lugar. O usuário, prejudicado, ainda é alertado pelo aplicativo que pagará uma taxa pelo cancelamento (que é repassada ao motorista chamado) a ser acrescida em sua próxima chamada. Este novo golpe é bem “brazuka”, atesta nosso leitor.

Foto: tecnoblog.net

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Outra coisa que precisa aparecer é um deputado que não tenha passe de passageiro convidado, e que tenha autoridade para reformar o Código de Aeronáutica Civil. (Publicado em 12/12/1961)

A sabedoria vem com o silêncio

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Rafael Carvalho (exame.abril.com)

 

Analistas do atual cenário político, sejam eles simpatizantes da direita ou da esquerda, são unânimes em reconhecer que a principal fonte das crises políticas deriva das falas intempestivas do presidente Jair Bolsonaro. Por sua multiplicidade e diversidade, não caberiam aqui recordar toda a coleção de declarações desastrosas que acabaram, pela força natural da palavra, empurrando o atual chefe do Executivo para os extremos da política, transformando-o numa espécie de personagem que, aos poucos, vai se fechando em torno de um pequeno núcleo.

Nada contra a sinceridade. Ocorre que em política, e principalmente do alto da presidência da República, as palavras adquirem um tal poder de repercussão imediata em muitos meios, que acabam gerando incompreensões, ressentimentos e interpretações diversas. Infelizmente e de acordo com a liturgia do cargo, cabe ao chefe do Poder Executivo exercer um papel de conciliador e mediador de conflitos, tal o número de desentendimentos e rinhas existentes atualmente no campo político.

Esse exercício de parcimônia nas declarações, medindo e pesando cada palavra, além de fundamental, é exigido nesse momento de extremismos políticos. Naturalmente que esses destemperos momentâneos nas falas do presidente Bolsonaro são aproveitados, um a um, pelas oposições, que tratam de conferir-lhe ainda maior veneno ao passar cada frase adiante. Também ao fazer questão de se mostrar inamistoso a todos aqueles que ousam dele discordar, o presidente Bolsonaro passa a colecionar uma legião crescente de inimigos figadais que, muito mais do que opositores políticos, são aqueles que buscam a ruína e não apenas a derrota pura e simples do oponente.

O pior é que todo esse atual cenário ganha ainda mais instabilidade quando o presidente trás, para a frente do seu governo, seus três filhos, permitindo e até incentivando que eles se entreguem a uma espécie de rinha política com todos que se mostram avessos a esses traços de personalismo. Aliás, é justamente esse modelo personalíssimo de fazer política que levou esse clã a maquinar a ideia de construir um partido totalmente moldado aos desejos da família, materializando assim uma sigla política que poderia muito bem ser definida como a primeira legenda do “homem cordial”, tal qual descreveu um dos inventores do Brasil, o historiador e crítico literário Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982).

Caso venha a ser definitivamente inscrito entre as dezenas de outras legendas, a Aliança pelo Brasil já nascerá com prazo de validade datado, devendo durar enquanto o patriarca ocupar os espaços políticos. Será também um partido de família: da família Bolsonaro, numa confusão entre o público e o privado. A consanguinidade será o requisito para ascender no partido. Não admira que, diante de um quadro instável dessa natureza, a área política não acumule tantas vitórias como a área econômica.

Também o enfraquecimento proposital do PSL, levado a cabo exclusivamente pela família Bolsonaro, pode muito bem ser qualificado como motim a bordo, quando revoltosos tentam tomar à força o comando do navio. Somente por esse pequeno episódio, é possível ter uma ideia mais precisa do que o clã Bolsonaro é capaz de realizar quando o que está em jogo é a manutenção do poder.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não amemos de palavra, mas por obra e em verdade.”

1, João, 3:18

Imagem: formacao.cancaonova.com

 

 

Novidade

Chico Vigilante Lula da Silva, como está grafado no Diário Oficial do DF, instituiu o Dia de Nossa Senhora da Glória, padroeira da região administrativa de Ceilândia. Será no dia 15 de agosto e será incluída no calendário oficial de eventos da cidade.

Paróquia Nossa Senhora da Glória, em Ceilândia (foto: facebook.com/pnsgdf)

 

 

Feirarte

Também foi sancionada pelo governador Ibaneis a lei do deputado Reginaldo Sardinha, que regulamenta Feiras Especiais de Arte. Vai facilitar a comercialização e divulgação pelo Brasil e exterior dos trabalhos dos expositores de Brasília. A autorização para uso de área de domínio público é pessoal e intransferível, com a exceção do cônjuge, pai, mãe, filho, irmão, neto e avô, bastando comprovação de habilitação técnica para o exercício.

Deputado Reginaldo Sardinha (foto: cl.df.gov)

 

 

Opinião do leitor

Carlos Romeiro, leitor assíduo dessa coluna, chama a atenção do GDF para a situação das árvores em tempos de chuva. Além do perigo de queda em carros e pessoas, geralmente são plantadas sem que se pense no visual geral dos monumentos por perto, interrompendo o espaço aberto que é a marca de Brasília.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Neste ponto, aliás, vale chamar a atenção das autoridades: as companhias vivem solicitando aumento de tarifas, e quase todas elas, hoje, estão anunciando 45 por cento de redução nessas mesmas tarifas. Isto é fazer o governo de palhaço. Pede o aumento, o governo concede, e depois a própria empresa determina a redução. (Publicado em 12/12/1961)

Um jogo de vida e morte para a cidade

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: Larissa Batista/G1

 

Quando o direito legal de fiscalizar as atividades urbanas deixa de ser realizado com firmeza, impedindo que o caos vá, dia a dia, dinamitando quaisquer possibilidades da vida civilizada nos espaços públicos, o que passa a ocorrer é a morte lenta da cidade, transformada, sob os olhos de todos, em um lugar inóspito, onde moradores evitam transitar sob pena de serem tragados pela violência e pelo lixo. A desordem urbana se alimenta justamente dessa falta de observância estreita dos órgãos de fiscalização, pagos pelo contribuinte justamente para impor a ordem e garantir o direito de todos a espaços saudáveis e seguros.

Não é preciso dizer que o caos medra como as heras onde falta a luz saneadora de um Estado responsável. Deixar o problema da desordem na ocupação desses espaços públicos se acumulando dia após dia sem uma solução definitiva e racional, só faz aumentar em volume uma questão que poderia ser resolvida de forma simples, caso houvesse a intervenção rápida do Estado.

O abandono dos espaços urbanos, entregues a uma infinidade de comerciantes que vendem de tudo e de qualquer maneira, inclusive alimentos sem fiscalização dos órgãos de vigilância sanitária, pode resolver esse ou aquele problema de ordem social, mas há um custo a prejudicar toda a comunidade, moradores ou não, que passam a viver, literalmente, dentro de uma grande feira, um Calcutá modernista, aberto a todo o tipo de comércio, incluindo aí drogas, objetos furtados e contrabandeados ou frutos o descaminho.

A proliferação de quiosques ao longo não apenas das W3 Sul e Norte, mas também por entre as Superquadras, há muito deixou de ser um problema menor e rarefeito para se tornar uma questão do mais alto interesse de todos os moradores da área tombada, sob pena de pôr abaixo toda a ideia de uma cidade planejada, com prejuízos incalculáveis para todos. O fenômeno insidioso da decadência que aos poucos vai tomando conta das principais áreas centrais da capital não pode prosseguir.

Paralelamente a essa situação, assiste-se à desvalorização venal dos imóveis localizados nessas áreas abandonadas pelo poder público, com reflexos para todo o entorno. Numa situação dessa natureza, em que esses amplos espaços abertos, que fazem parte integrante do projeto de concepção da cidade, vão sendo literalmente invadidos e apossados por comerciantes, coloca o próprio governo numa posição delicada: de que lado desse problema ele pode se posicionar sem ter que descumprir o mínimo de obrigações?

O que não se pode permitir é que os contribuintes e pagadores dos mais altos impostos desse país venham a ser penalizados e abandonados em meio ao caos permitido governo após governo. O que é fato é que cidade alguma, em tempo algum, jamais logrou sobreviver em meio à desordem e ao caos urbano.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Fracassei em tudo o que tentei na vida./ Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui. /  Tentei salvar os índios, não consegui.

Tentei fazer uma universidade séria e fracassei. / Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. / Mas os fracassos são minhas vitórias.  Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”

Darcy Ribeiro, escritor, político e antropólogo.

Foto: Reprodução

 

 

Agenda

Dia 21 tem crônica na banca da Conceição. Marina Andrade, voz e violão, complementa a inauguração da estante preta com Waleska Barbosa, apresentando o livro “Que o nosso olhar não se acostume às ausências”.

Foto: Reprodução/Instagram

 

 

Boa

Essa é bem do Alexandre Ribondi, mestre do teatro e de inglês. “O Flamengo que vá se Qatar!” Reconheça Ribondi. Foi um jogo bonito.

O meia Arrascaeta comemora gol durante a partida contra o Al-Hilal. Foto: GIUSEPPE CACACE / AFP (oglobo.globo.com)

 

 

Verdade

Essa é do Ricardo Ghirlanda. Dá um peixe ao homem e ele irá se alimentar. Ensina-o a pescar e ele não passará mais fome. Mostra-lhe a Internet e ele não terá mais paz.

Charge do Alpino

 

 

Prata da Casa

Tania Fontenele, radiante com a exibição do filme sobre o nascimento de Brasília pelas mãos das mulheres: Poeira e Batom. Dessa vez em Paris, na Sorbonne. Sucesso total!

 

Diga lá

Valeria à pena uma pesquisa junto à população. Uma noite com Luan Santana na virada do ano ou uma semana de pronto socorro funcionando?

Foto: Divulgação

 

 

Cariocas

Nada tira o humor no Rio de Janeiro. A árvore de Natal instalada na lagoa já foi apelidada de “Maconhão”!

Foto: diariodorio.com

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A aviação comercial brasileira quando se reúne, é um Deus nos acuda; para o governo, por causa das subvenções, e para o povo, por causa dos aumentos de tarifas. (Publicado em 12/12/1961)

Privatização e bom senso

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Foto: diariodopoder.com

 

Mesmo que os estudos sobre modelagens e as regras para a cobrança de tarifas fiquem prontos e formatados, como prevê estudo encomendado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o consenso sobre as privatizações da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), da Companhia Energética de Brasília (CEB) e da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), entre a população, técnicos e políticos locais, ainda está muito imaturo, para dizer o mínimo.

Na realidade, o que há, de fato, são dúvidas sobre detalhes até básicos sobre esse negócio. Não se conhece que tipo de venda que será realizada. Enquanto uns dizem que será apenas uma abertura de capital, de forma a capitalizar essas empresas, outros acreditam que haverá sim uma venda de ativos dessas empresas. Para outros, o que ocorrerá será apenas uma privatização pura e simples, com a entrega dessas empresas à iniciativa privada.

É preciso entender que a ponta final, que recebe e paga por esses serviços, é formada pela totalidade da população do Distrito Federal. Para muitos que defendem a continuação do modelo estatal para essas empresas estratégicas, os serviços prestados, sobretudo pela CEB e Caesb, se enquadram dentro dos direitos básicos da própria população, conforme estipulado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esses serviços básicos e essenciais necessitam de uma supervisão profunda e diuturna do próprio Estado.

Com exceção do Metrô-DF, que pode muito bem ser gerido pela iniciativa privada, como acontece em muitas partes do planeta, o abastecimento de água, tratamento de esgoto e fornecimento de luz elétrica, por sua classificação como serviços públicos essenciais e cuja a universalização na prestação são metas seguidas indefinidamente por todo o qualquer governo, não podem, de uma hora para outra, se transformar em mercadorias negociadas ao sabor dos humores do mercado e com objetivos finais de lucro.

Quando o fornecimento de água tratada, de esgoto tratado e de luz forem colocadas no balcão de negócios, sujeitos à voracidade das leis da oferta e procura, submetidas ainda aos processos escusos de carteis e outras contrafações desses mercados particulares e especulativos, não restará à população alternativa para sobreviver, já que se trata da aquisição de um bem vital.

Sabe-se de antemão que serão as famílias mais necessitadas aquelas que mais sofrerão com o modelo de privatização da CEB/Caesb. O que é preciso de imediato é colocar o Código de Defesa do Consumidor à frente desse processo, para averiguar que tipo de relação está sendo criada com a venda de bens e serviços, caracterizados pela Constituição como serviços de infraestrutura essenciais e necessários à própria dignidade do cidadão.

É sabido que o corte no fornecimento desses serviços afeta inclusive a estrutura psicológica da população. Não é por outro motivo que nas guerras o primeiro alvo do inimigo é justamente destruir as fontes de abastecimento de água e luz, de forma a tornar a população mais propensa à rendição. Essa é uma questão ainda muito longe do consenso, principalmente por aquelas pessoas de bom senso.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Mas, infelizmente, a cultura que se instalou no DF foi de um consumo interno das empresas pelas suas forças. Temos servidores que ganham muito, que se aposentam e continuam trabalhando nelas; então, temos aquelas que se consomem internamente.”

Governador Ibaneis

Foto: jornaldebrasilia.com.br

 

Saudades

Dizia o filósofo de Mondubim que a rua tem olhos. Para exemplificar, nesse final de semana alguém entrou no Ki Filé e disse: “Ganhei isso do Ari Cunha. Ele me deu quando voltou do Japão.”

30/09/2013 Crédito: Monique Renne/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF. Jantar Prêmio Engenho. Ari Cunha.

 

UnB

Foi-se o tempo em que o restaurante universitário cobrava uma pechincha pelo almoço. Está mais caro que os restaurantes populares. Os estudantes estão reclamando bastante.

Foto: ru.unb
ru.unb

 

Por quê?

É bom que as universidades do país comecem um trabalho sério sobre a eficiência das urnas eletrônicas. Com visitas de representantes de vários países em Brasília, estranho o mundo inteiro não a ter adotado. Diz o escritor Denis Waitley: “Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”

Charge: Bessinha

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Líder nacional tem que se imiscuir nos assuntos, participar diretamente em todos eles, enfrentar as correntes contrárias, a impopularidade, em alguns casos, mas respeitar a confiança que o povo lhe empresta. (Publicado em 03/12/1961)

O ouro de tolo dos fundos políticos

Publicado em Deixe um comentárioÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge: jornalggn.com.br

 

Na atual situação de confronto político vivido entre aqueles que apoiam as medidas do governo e as demais oposições, os maiores vencedores são justamente aqueles que se unem ao chamado Centrão, um conjunto formado por políticos oportunistas e utilitaristas, que aproveitam o momento de contendas acirradas para extrair vantagens, quase sempre de interesses próprios e imediatistas. O grupo formado por todos aqueles que saem perdendo é composto pela maioria da população, que se vê como cega, em meio ao tiroteio generalizado.

Diria o filósofo de Mondubim parafraseando um ditado antigo e muito conhecido: “a oportunidade faz o Centrão”. É desse verdadeiro e imenso buraco negro que saem as mais nefastas propostas. É por esse ralo de luz que são sorvidas as vantagens políticas mais antiéticas e contrárias aos anseios populares. As deformidades impostas aos projetos anticrime oriundos do ministério da justiça, as propostas para o aumento no fundo eleitoral, as tentativas de reintrodução do imposto sindical, os projetos para blindar os políticos das ações de juízes de primeira instância, a demora na votação de uma lei reestabelecendo a prisão após segunda instância, a obrigatoriedade das emendas parlamentares ficarem longe dos holofotes dos órgãos de controle e uma série de outras ideias e propostas visivelmente antipopulares e transgressoras da boa conduta brotam quase que diariamente desse aglomerado de espertalhões.

Desse comportamento totalmente errático, brota apenas uma certeza: é preciso urgentemente uma reforma política que não apenas enxugue o número exagerado de partidos, mas, e sobretudo, que acabe com os famigerados fundos eleitorais e partidários, obrigando as legendas a buscarem sobrevida junto aos seus eleitores. O dinheiro fácil, retirado à fórceps dos contribuintes, acostuma muito mal os partidos e seus dirigentes, retirando-lhes a capacidade de ligação umbilical com as bases. Cria uma espécie de representatividade às avessas, na qual as legendas, abarrotadas de recursos públicos, passaram a prescindir justamente dos eleitores.

Para um intento dessa natureza, bastou apenas reunir um grupo político com o mesmo apetite para aprovar medidas que beneficiam unicamente esse grupo, não importando as repercussões. Curioso é que o mesmo farto e fácil dinheiro, que falsamente parece ter comprado a independência dos partidos em relação aos eleitores, criando uma democracia de caciques, onde os chamados líderes decidem tudo em torno de centrões e outros grupos ardilosos, pode, pela vontade da população, se transformar numa maldição e numa praga.

Metamorfoseados em Midas modernos, esses grupos políticos poderão até possuir muito ouro em mãos, mas poderão perder o essencial que é o poder da verdadeira representação popular. Essa é dada apenas para aqueles que a merecem por sua integridade moral e ética.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O poder sem moral converte-se em tirania.”

Balmes, filósofo e teólogo espanhol.

Imagem: hispanidadcatolica.com

 

 

Capacitação

Um dos objetivos do secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, é disponibilizar nas delegacias pessoas capacitadas para o atendimento aos cidadãos. Principalmente no tocante a recepção de denúncias feitas por mulheres. É preciso sensibilidade para que as vítimas não desistam da denúncia.

Foto: ssp.df.gov

 

 

Sem gerência

Hospitais da capital da República ainda não conseguiram estabelecer uma rotina de segurança para proteger recém-nascidos. Sequestradores saem do hospital com a criança numa bolsa ou vestem uniformes de médicos para evitar a abordagem. São estratégias simples que burlam a ineficiente preocupação gerencial.

Entrada da emergência do HRT na manhã do dia 26/11 — Foto: Arthur Bernardi/TV Globo

 

 

Ponto final

“Não sou mais parlamentar. Não me perguntem nada sobre Congresso Nacional ou STF. Os poderes são independentes e não estou aqui para causar conflitos.” É assim que o presidente Bolsonaro responde os jornalistas que tentam arrancar qualquer opinião sobre votações.

Foto: PR

 

 

Na balança

DPVAT está longe de ter caráter social. As milhares de famílias que ficarão sem indenização, com o fim desse famigerado seguro, pesarão na balança contra os milhões de brasileiros que pagam um valor criado para fins não vivenciados.

Foto: 24horasnews.com.br

 

 

Reunião

A seguir, a foto do encontro das desembargadoras aposentadas e diretoras de aposentados das Amatras Mato Grosso, Maria Berenice Carvalho Castro Souza, Bahia; Marama dos Santos Carneiro, Campinas – São Paulo; e, da 10ª Região (DF/TO), Heloísa Pinto Marques e Terezinha Célia Kineipp Oliveira.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Esse rearmamento moral não nos está cheirando muito bem. Ninguém paga nada, os governos não colaboram, e a gente precisa saber de onde saem as verbas para as viagens de tanta gente. (Publicado em 12/12/1961)