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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Diferença fundamental entre o fanatismo político e a ciência é que, enquanto um se baseia na autoridade, a outra se baseia na observação e razão. O objetivo final da ciência é a verdade. O da política, é o poder. As consequências desse debate têm, no entanto, ido muito além das discussões entre paralisação e quarentena. No campo político, as oposições têm aproveitado o momento, não apenas para desacreditar as teses do presidente Bolsonaro como, para empurrar o país para uma crise institucional, o que na avalição dessa gente, renderia benefícios diretos já nas próximas eleições.
Para tanto, esses antagonistas não têm medido esforços, apropriando-se, inclusive, de estudos científicos, distorcendo seu sentido e abrangência, apresentando-os cinicamente fora do contexto, apenas para criar mais instabilidade política em meio a um ambiente já demasiadamente instável por conta da pandemia.
Diante desse cenário, acreditam esses estrategistas do mal que provocar e disseminar a desesperança, medo, pavor, insegurança entre a população parece o mais lógico a ser feito nesse momento. Obviamente que esse não é caminho. A pandemia tem servido de pano de fundo para uma disputa política que já vinha se arrastando há muito tempo e que, com essa crise, ganhou novos ingredientes. Criou-se assim uma situação esdrúxula em que a própria doença e o futuro da economia parecem ter ficado em segundo plano.
O mais preocupante é que, enquanto a população é distraída com uma disputa que só interessa de fato aos políticos, principalmente aqueles cujo o horizonte se estende apenas até às próximas eleições, os brasileiros, como fonte de onde todo o poder emana e em cujo nome é exercido, fica deixado de lado, numa peleja onde ele é o mais atingido.
Cria-se assim uma excentricidade em que o Estado relega a outros planos a sua função precípua de proteger o cidadão e se concentra numa disputa envolvendo apenas seus entes políticos e seus interesses imediatos e de curto prazo. Bolsonaro mordeu a isca da imprensa que reconhece a competência do ministro que ele mesmo escolheu, e viu aí o princípio do dividir para bagunçar. Tão bom seriam boletins oficiais diários e respostas a perguntas escritas, evitando mais uma guerra a se enfrentar.
Para um país continental como o nosso, o tamanho do problema exige coordenação de esforços e não disputas paroquiais. Deixando de lado razões políticas e razões científicas, até pela dimensão do problema, o caminho do meio entre a experiência sensorial dos políticos e a afirmação da razão como base da ciência médica, é preciso a colaboração da própria imprensa e de toda a população, sem a qual, não poderá haver nem expressão numérica para contornar uma crise desse tamanho.
Dessa forma, a responsabilidade de cada um e de todos conjuntamente pode fazer a diferença. Essa união de esforços parece ser a fórmula universal e que em outras épocas rendeu frutos positivos. Cada cidadão deve se empenhar pelo bem da coletividade. Muitos têm dito que é nas crises profundas que a civilidade, sobretudo a empatia social, adquirem mais potência para o aprimoramento da sociedade.
Nessas horas, como não seria diferente, muitos passaram a torcer para que os bancos, o sistema financeiro e todos aqueles que sempre lucraram com o capitalismo selvagem que fez de nosso país uma das sociedades mais desiguais do planeta, adiantem-se e ofereçam, voluntariamente, suas contribuições para minorar os efeitos da crise. Utopia ou não, nesse rol de favorecidos e sempre superavitários, de quem se espera ajuda, incluem-se ainda as igrejas e outras instituições que sempre lucraram com isenções de impostos e o pouco controle pelos órgãos do Estado e que vêm fazendo a fortuna de uma minoria por décadas.
Infelizmente estão todos sumidos como submergidos ou fingindo-se de mortos. Na verdade, esperar auxílio desse conjunto de privilegiados da sociedade e mesmo daqueles políticos que sempre usaram de suas posições em proveito próprio seria frustrante e mesmo sem ação prática. As iniciativas que têm chegado ao conhecimento do público vêm, em sua maioria e por livre vontade, justamente dos pequenos e médios empresários que têm corrido para transformar suas empresas em organizações voltadas para a produção de bens e insumos de primeira necessidade para a área de saúde.
Pequenas costureiras, passaram a fabricar máscaras caseiras. Outros microempresários passaram a produzir máscaras de acetato e outros itens, assim como pequenos comerciantes que doaram parte de seus estoques para hospitais. Na contramão desses bons cidadãos existem aqueles que passaram descaradamente a lucrar com a crise, aumentando o preço dos alimentos, do material de proteção, mostrando que, para essa gente, ética e dinheiro são incompatíveis.
Paradoxalmente, o isolamento social tem contribuído para a vida em sociedade. A modalidade de trabalho home office, que antes era mal vista por algumas empresas e por grande parte dos governos, não apenas ganhou um novo impulso, como tem contribuído para frear os gráficos de contaminação, desafogando o trânsito, diminuído a poluição e os gastos com deslocamento e com consumo de outros bens e serviços, indicando que essa pode ser a nova forma de trabalho daqui para frente.
Iniciativas de todas as partes surgem a cada dia demonstrando o potencial adormecido da população e podem servir, inclusive, para que cresçamos nessa crise. As ações espontâneas, vão desde doações de bens e outros serviços como outras que propõem a formulação de listas para o conhecimento público, com a relação daquelas empresas que estão contribuindo de fato com recursos para combater os efeitos da crise de saúde. Dessa forma, o papel social desempenhado tanto por pessoas físicas, como por pessoas jurídicas tem sido destacado e, por certo, a população há de lembrar quem esteve de fato ao seu lado nesse momento de agonia.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E por falar em IAPFESP, vamos ver as atitudes do seu novo presidente. Há funcionários que dariam a vida pela sua repartição, e vivem revoltados com as injustiças existentes. (Publicado em 04/01/1962)
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Alunos de filosofia têm a oportunidade de conhecer, na prática e na vida real, a grande polêmica, que, desde o século XVII, é travada entre empirismo versus racionalistas. Basta acompanhar o debate que atualmente envolve o presidente da República e chefe do Poder Executivo, Jair Bolsonaro, e parte da nação, incluindo nessa discussão ainda seus próprios ministros, como o titular da pasta da Saúde, Henrique Mandetta, e outros cientistas, além, é claro, de todos aqueles políticos que lhe fazem uma oposição cerrada, dentro e fora do país.
Em tela, nesse caso é a polêmica erguida no Brasil e em todo mundo decorrente da pandemia provocada pelo Covid-19. Nessa batalha, alguns chefes de Estado, tanto no Brasil como no exterior, defendem a tese de que a doença não pode, de modo algum, até pelo seu baixo potencial de mortandade, em comparação com outras enfermidades, impedir que a produção e a economia permaneçam por longo tempo estagnadas, o que pode agregar ainda mais dramaticidade e consequências nefastas ao problema. E um detalhe bastante importante para quem acompanha o trajeto percorrido até aqui do presidente do país de origem da pandemia: com o mundo enfraquecido economicamente, qual será o próximo passo?
Trata-se aqui de uma discussão que, para alguns, opõem dois elementos básicos à sobrevivência humana: vida e trabalho ou saúde e sobrevivência. Num ponto os economistas em sua maioria concordam que os efeitos da paralisação da economia serão tão ruins como o próprio vírus, podendo gerar fome e grande instabilidade social, principalmente em países ainda em desenvolvimento. No nosso Brasil, com a particularidade de a Justiça soltar presidiários para protegê-los da pandemia, o que se discute, até em tom raivoso e muitas vezes eivados de tonalidades político partidárias e outras influências, como de vertentes religiosas e outras, é a questão entre a necessidade da quarentena prolongada da população para, segundo os técnicos em saúde, frear a curva ascendente de contaminação e o retorno, mesmo que parcial, ao trabalho.
Para os defensores da quarentena, uma possível disseminação, em larga escala da epidemia, poderia provocar um caos generalizado em todo o sistema de saúde do país, mas especificamente no Sistema Unificado de Saúde (SUS), um sistema público e já, tradicionalmente, sobrecarregado e pouco eficiente. Nesse debate, até os micro, pequenos e médios empresários e todos os brasileiros que trabalham por conta própria reforçam a tese de que o lockdown, ou paralisação total, trará malefícios a todos indiscriminadamente.
De fato, o presidente está numa encruzilhada do tamanho do Brasil e não pode, por variados motivos, abraçar nenhuma das duas teses de modo absoluto. Para um país cuja a economia insistia em apresentar baixos níveis de crescimento, a estagnação completa seria uma espécie de suicídio, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista político. É nesse ponto que o empirismo do presidente, ou seja, o conhecimento, pela experiência e vivência política, adquirida nas décadas em que exerceu mandato de parlamentar, se choca com o conhecimento racional e científico daqueles que defendem a quarentena e a consequente interrupção na produção de bens e riquezas. Lembrem-se que há possibilidades de um próximo passo. Estejamos em alerta.
A frase que foi pronunciada:
“Chegar perto da população quando se quer voto é realmente mais fácil. Olhar nos olhos de quem agora está abandonado, ninguém quer. Deve ser por isso que me chamam de maluco.”
Bolsonaro, pensando com os seus botões.
Mobilidade
Faz tempo que a coluna reclamou das calçadas na W3. Pois nas quadras 512 e 513, por onde passeamos, está tudo nivelado. Uma beleza!
Atenção parlamentares
Vejam a seguir o post da Auditoria Cidadã que exige a supressão dos parágrafos 9º e 10 (Art.115 do ADCT) que a PEC 10/2020 quer introduzir na Constituição. Alega que, pela PEC, o Banco Central pode comprar papéis podres, sem limite, sem identificação e sem transparência.
Sem proteção
Um abastecimento no posto de gasolina do Paranoá e toda a quarentena foi por água abaixo! Os frentistas sem máscara, sem luva, pegam a chave dos carros, o cartão, a máquina do cartão, dinheiro. Todos os empresários que conseguiram continuar faturando durante essa crise deveriam, no mínimo, proteger seus funcionários. Em vários supermercados e outros estabelecimentos, a mesma falta de zelo.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E se a questão é espaço, o IAPFESP ocupa parte de um bloco do ministério, e poderia estar em outro prédio, talvez o próprio prédio da Vale do Rio Doce, que, alugado, renderia dinheiro para a companhia. (Publicado em 04/01/1962)
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Coincidência benfazeja ou não, o fato é que a pandemia virótica, que assusta e paralisa todos, surgiu em uma época em que a grande maioria das pessoas, enclausuradas em toda a parte do planeta, se encontra interligada pelas redes sociais. Isso é, nos países onde a Internet ainda respira ares de liberdade. Esse fenômeno, por si só e pelo seu alcance, representa, ao mesmo tempo, uma faceta boa e outra muito ruim.
O lado bom, trazido por essa tecnologia da informação, é que as pessoas, mesmo presas dentro de casa, têm acesso ao mundo e principalmente às pessoas de sua intimidade e que, por força das circunstâncias, encontram-se separadas. Com isso o isolamento obrigatório torna-se mais leve e suportável. O lado não muito bom, propiciado por esse mecanismo instantâneo da comunicação, é que o excesso de informação, e mesmo as informações truncadas ou falsas, alcançam as pessoas justamente quando elas estão mais ansiosas, com medo e se sentindo desprotegidas diante de um acontecimento que, ao certo, ninguém parece saber onde vai dar e com que custos em vidas, empregos e outras consequências incertas.
Diante de uma pandemia dessa magnitude, a angustia das pessoas a fazem presas de todo o tipo de informação, mesmos aquelas mais pessimistas e que anunciam um suposto fim do mundo. O lado bom nesse tempo de convulsão é que passamos a enxergar pessoas e instituições tal qual elas são na realidade e não como se apresentam em seus trajes e propagandas. Fica demonstrado, até de forma dramática, o que já dizia o prêmio Nobel de Literatura de 1957, o escritor franco-argelino Albert Camus: “O pior da peste, não é aquilo que mata os corpos, e sim o que desnuda as almas e esse espetáculo pode ser horroroso.”
Um olhar em volta do que se sucede agora pode tornar esse pensamento mais claro e inteligível. Esse é um grande aprendizado do momento e que parece arrancar a pele daqueles que estão nessa estrada conosco. Apenas fazendo um apanhado rápido naqueles temas que inundam hoje os principais jornais do país, dá para se ter uma ideia desse nosso conturbado tempo e servem como uma espécie de guia do que se passa e do que está porvir. Numa média geral, o que esses variados noticiários recomendam vão desde a necessidade de proteção tanto da saúde das pessoas como da economia, numa equação ainda difícil de resolver, até sugestões para que aqueles que mais possuem paguem também mais.
Existem ainda aqueles mais pessimistas que pregam que nesse instante nada pode ser feito apenas por nós mesmos, é preciso uma coordenação conjunta. Enquanto uns apontam os exemplos de outros países, como no caso da Itália, em que as autoridades estão sendo levadas a fazer um mea-culpa, ou como nos Estados Unidos, onde o presidente Trump teve, por força dos acontecimentos, que dar uma virada de 180 graus, mas que mesmo assim vem liderando a crise com grande capacidade de coordenação, o que pode, de certa forma, servir de inspiração aqui no Brasil.
Outras autoridades observam essa crise como uma oportunidade para fortalecimento das forças democráticas. Outros ainda reforçam a tese de que é preciso unir ações para que o ano letivo não seja perdido. Existe também aqueles que pregam a necessidade de evitar, nesse momento, quaisquer posturas de polarização e antagonismos, sugerindo que a população pense no país em primeiro lugar. Outros, com mais experiência, pregam que as decisões sobre a quarentena devam ser orientadas apenas pelos técnicos no assunto.
Para os pensadores da atual situação, o coronavírus acabou por desnudar nossa desigualdade histórica. Já para os mais pessimistas, a crise levou a um vácuo de liderança, abrindo caminho para uma possível ruptura político-institucional. Os realistas afirmam na imprensa que a crise provocada pela pandemia expôs o papel crucial do Sistema Único de Saúde. Sobre esse ponto não resta dúvida de que, passada a urgência momentânea, essa instituição pública que tem sido considerada o maior feito do Estado Brasileiro em todos os tempos e que serve de exemplo para o resto mundo, precisa ser colocada com uma espécie de reserva humana do país, da mais alta relevância.
Nessa avalanche de informações que vêm de todos os lados, o melhor, segundo os próprios especialistas que lidam diariamente com um oceano noticioso, é recolher aqueles entendimentos que apontam para soluções viáveis e que demonstram a enorme capacidade humana de contornar crises, de resiliência e de superação nos momentos tensos e que a história está repleta de exemplos positivos e edificantes.
A frase que foi pronunciada:
“Só trabalho com critério técnico e científico. Só trabalho com academia, com o que é ciência. Agora, existem pessoas que trabalham com critérios políticos. Não me ofende em nada”.
Dr. Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde em resposta semeadura de contendas que mais uma vez não frutificou.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E para isto, há uma razão. A Companhia depende indiretamente, do ministério, de onde recebe às ordens. Outro assunto: onde serão instalados os funcionários que serão necessários para o funcionamento de todo o ministério. (Publicado em 04/01/1962)
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Quando a questão insólita da pandemia tiver sido resolvida de forma definitiva, não serão poucos aqueles que buscarão em suas raízes os possíveis culpados por, talvez, milhões de mortos. Nessa altura dos acontecimentos, ainda é cedo para que o mundo se ocupe dessa questão. Mas é certo que ela virá, até como forma de fazer com que o planeta não seja apanhado de surpresa em decorrência de atos provocados pela ação desastrada de pessoas e por omissões de muitas outras.
Conhecer em sua profundidade as origens, responsáveis e situações que levaram ao aparecimento desse mal será também um meio de todos se certificarem de que ele não voltará, em tempo algum, a assombrar o planeta. Não se trata aqui de questão de vingança, embora, conhecendo a espécie humana, essa possibilidade não é para ser descartada no futuro. A busca pelas origens e pelas possíveis responsabilizações virá, de uma forma ou de outra, e poderá ser intensificada ainda quando a recessão econômica mundial anunciar sua chegada, como etapa final desse ciclo de pandemia, com milhões de desempregados em todo o planeta.
É quando a tempestade cessa que se busca entender de onde possa ter vindo e que estragos deixou em sua passagem. Com o Covid-19 não será diferente. Passada a crise maior, tão importante quanto buscar um remédio ou vacina eficaz contra o vírus será identificar suas verdadeiras raízes e que fatores, efetivamente, contribuíram para seu alastramento. Por enquanto, o que se sabe a esse respeito ainda é muito pouco e encontra barreiras institucionais, econômicas, diplomáticas e políticas do possível país de origem.
Alguns fatos, no entanto, ainda sem explicações, vieram à tona, como a prisão e a censura imposta ao médico que teria dado o primeiro alerta sobre a doença, assim como de outros técnicos. A própria morte posterior desse médico, possivelmente infectado pela doença, ainda é um mistério a ser esclarecido e cobrado pelo planeta atingido.
Também é fato que as autoridades do país onde essa doença teria surgido, inexplicavelmente ou estrategicamente, não se sabe ao certo, deixaram de comunicar de imediato o ocorrido aos organismos internacionais como estabelecem as leis internacionais nesses casos. As peças desse quebra-cabeças macabro ainda estão espalhadas pelo tabuleiro.
A transparência, elemento tão caro e vital às verdadeiras democracias ocidentais, precisam, mais uma vez, mostrar a todos, o caminho completo percorrido por essa praga, para que novas estratégias de defesa da população mundial sejam aperfeiçoadas. Nesse quesito, também o comportamento das autoridades do referido país onde teria sido identificado pela primeira vez esse vírus ficou visivelmente marcado quando o governo resolveu, sem maiores explicações, expulsar um conjunto de repórteres dos jornais Washington Post, New York Times e Wall Street Journal que, in loco, investigavam os acontecimentos e podiam chegar, mais cedo ou mais tarde, aos responsáveis diretos por esse que já é considerado por muitos de um crime de lesa humanidade.
Só o tempo poderá esclarecer esses fatos, isso é, se as autoridades primeiramente envolvidas resolverem, algum dia, contarem toda a verdade ao mundo. O que parece muito pouco provável.
A frase que foi pronunciada:
“Mesmo o homem mais racional precisa, de tempo em tempo, novamente da natureza, isto é, de sua ilógica relação fundamental com todas as coisas.”
Nietzsche, filósofo da Prússia
Nada fácil
Escolas particulares cobram mensalidades desde o pré-escolar ao ensino médio, enquanto as atividades online para as crianças são repassadas para supervisão dos pais. Essa é uma situação que exige bom senso de todos os lados: pais, professores e escola. Caso contrário, terá repercussões desastrosas.
Leitora
Observe que na prestação de serviço do recadastramento “prova de vida” – “gratuita”, de servidores do GDF, o BRB além da captação e negócios induzidos pela presença, terá acesso a informações sobre ocorrência de óbitos de servidores. É ético que um banco faça esse recadastramento? O ideal é que cada órgão fizesse o seu, não um banco. Além do mais, lugar de idoso é em casa nos próximos meses. Essa é a opinião de uma leitora. Com a palavra, o GDF.
Aí tem
Um comportamento a ser observado é o da variação do preço do combustível. Os postos teimavam em não baixar o preço, mesmo que tivessem que desembolsar menos para adquirir o produto. O coronavírus impôs descontos inacreditáveis até um mês atrás. Gasolina por R$3,50. Estava alcançando quase R$7.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E a história de que é provisório é conversa fiada. Quem quiser desmentir procure antes ver a classe das instalações, e a qualidade dos móveis empregados. E o que é fato é que a Vale do Rio Doce, com capitais particulares, estará financiando uma obra do governo, contra a vontade dos seus acionistas. (Publicado em 04/01/1962)
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É quando a situação aperta, que passamos a enxergar a realidade e as pessoas tal como elas são. Há uma grande diferença entre a faculdade de ver e a de enxergar. Vemos apenas o que o teatro da vida nos apresenta, de forma quase mecânica, sem nos apercebermos do que se passa na coxia. Por milhares de vezes, cruzamos a mesma rua dia após dia e não nos damos conta de muitos detalhes que compõe essa rua e que faz dela um lugar especial e mesmo familiar. Andamos tão absortos com a velocidade do mundo que as vezes não reconhecemos nem nós mesmos.
Uma experiência que pode facilmente comprovar esse absenteísmo de nós mesmos pode ser conferido quando somos filmados, em segredo, por exemplo, com a câmera de um celular, cuidando de tarefas simples de nosso cotidiano. Ao sermos apresentados a essas imagens, não raro nos surpreendemos com o que dizemos e como nos portamos. Essa visão externa de nós mesmos parece bem mais real do que aquilo que acreditamos ser de fato. É por isso que nós apenas nos vemos, com os olhos de todo o dia. Às vezes complacentes, as vezes severo.
Já a capacidade de enxergar vai muito além e em muitos casos pode se transformar em premonição. Passamos a contemplar muito além. Por isso mesmo os místicos costumam afirmar que, como seres humanos, normalmente não estamos despertos.
Quando por algum motivo, no caso uma crise de saúde pública, que obrigou a uma mudança radical no nosso dia-a-dia, apartando-nos dos amigos de nossa rotina, somos empurrados a substituir a faculdade de ver, pela possibilidade de enxergar. Somos capazes de passar pela rua, que tantas vezes cruzamos ao longo de nossa existência e, por um milagre, quase não a reconhecemos. Quantos detalhes nunca vistos, quantas cores e cheiros jamais notados. Deus, repetia o filósofo de Mondubim, mora nos detalhes.
Com a capacidade de enxergar a realidade à nossa volta, induzida pelo pavor da pandemia, passamos a presenciar, no íntimo, um mundo que, de fato, não conhecíamos ou que imaginávamos familiar. Não é por outra razão que somente quando a situação aperta é que passamos a enxergar a realidade e as pessoas tal como elas são. Não apenas os outros, mas a nós mesmos. Fora do cotidiano modorrento, quando normalmente agimos feito máquinas, o mundo vibra de forma frenética e até perturbadora. A sensação nesse momento de apreensão é que as imagens, que normalmente iam direto dos olhos para cérebro, agora passam antes pelo coração, onde são processadas de outra forma, chegando à cabeça repletas de sentimento e emoções.
Vemos agora o mundo e as pessoas tal como elas sempre foram: frágeis e sem muita certeza quanto ao futuro.
A frase que foi pronunciada:
“Deus ri de quem faz planos”
Provérbio iídiche
Paciente
Prof. Dr. Raul Cutait está na Unidade de Terapia Intensiva do hospital Sírio Libanês para tratamento do Covid-19. Segundo o boletim médico, o estado é estável. Prof. Dr. David Uip e o Prof. Dr. Carlos Carvalho estão acompanhando o colega.
Alívio
Pelas orientações do GDF, encontra-se suspensa a prova de vida por 30 dias, conforme Portaria nº 13 de 16 de março de 2020, do IPREV-DF, a contar de 17/03/2020. Provavelmente esse período será estendido, já que se trata de idosos, pessoas mais frágeis a enfrentar filas e contatos em bancos.
SOLução
Em um vídeo, o Dr. José de Castro Coimbra defende que as pessoas tomem sol no horário certo durante o confinamento. O médico lembrou que grande parte do mérito para a cura da tuberculose foi do sol. A tuberculose pode ser assintomática, causada pelo bacilo de Koch e afeta principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos ou sistemas.
Esperança
Segundo o Ministério da Saúde, por ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Há experimentos iniciados por profissionais da saúde na Austrália, em Melbourne, com a vacina usada para prevenir a tuberculose A intenção é saber se tem eficácia no combate ao coronavírus.
Boa Surpresa
Uma pessoa da família de Rosane Garcia, nossa colega do CB, precisou chamar o SAMU em uma emergência. Rapidez, cordialidade, profissionalismo do pessoal que deu o primeiro atendimento. Encaminhada para o Hospital de Base, o tratamento na instituição deu continuidade ao bom atendimento. O mínimo de burocracia para a entrada da paciente, cuidados e exames detalhados.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
E o mais interessante está acontecendo: a Câmara negou aprovação ao projeto que concede 500 milhões para a aquisição do prédio da Vale do Rio Doce, mas mesmo assim, aquela Companhia (que é de particulares também) está financiando a mudança do Ministério, não se sabe com que dinheiro. (Publicado em 04/01/1962)
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Provavelmente o presidente Jair Bolsonaro conheça toda a trama nos bastidores criada pelo país asiático, para seguir a vida visitando as pessoas de baixa renda e sentindo o drama do povo brasileiro de perto. Por isso, para o chefe da Nação, que vê o dedo do socialismo cada vez mais perto, ameaçando a liberdade do país com uma doença de patente conhecida, vê a compra de rede de televisão, e o dinheiro correndo para comprar o silêncio. Bolsonaro segue com sua teimosia para chamar a atenção, em primeiro lugar, do exagero de informações falsas entrelaçadas com verdadeiras. Todas as mortes precisam ser anunciadas com as doenças pré-existentes nos pacientes. Raramente adotam essa prática. Pouco se comentou sobre general Heleno, com mais de 70 anos, que está de volta à ativa, como prova de que o mal não é do tamanho que desenham.
Quer o chefe do Executivo, comandar o combate à doença com racionalidade e apoio total da população. Já disse que não está incomodado com a popularidade, o que é um caso raro. Já disse também, que outros países não são o Brasil. Tem a temperatura, clima, diferente. Um tempo enorme do horário nobre foi dedicado ao Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para todos os esclarecimentos. Logo depois da fala, locutores criticaram novamente o governo, deixando uma interrogação se estão do lado de partidos ou dos brasileiros. Se há reclamações que o presidente confunde a população, essa postura também confunde. Dezenas de minutos o ministro usou para esclarecer as premissas sobre a doença. Quando acaba de falar, o criticam.
É importante que se reconheça a equipe escolhida pelo presidente Bolsonaro, principalmente da Saúde e da Economia. Estão sendo profissionais, apartidários e competentes como o povo brasileiro merece. O ministro Mandetta prega o confinamento, mas os repórteres que tanto criticam o presidente também estão nas ruas, registrando os fatos para conhecimento da população. Os jornalistas não podem parar, nem médicos, padeiros, caixas de supermercados, lixeiros, carteiros, e assim se estende a classe que sai nas ruas. O presidente saiu também. Estava trabalhando. Pela lupa, o confinamento não é total. Há os que se protegem e protegem a população e há os que precisam trabalhar e tomam os cuidados necessários para se proteger e proteger a população. Como dizia Clarice Lispector, “Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.”
Por tudo o que o presidente diz acreditar, é ele o político mais exposto à crise de saúde pública. Tem tido coragem e coerência para manter o que pensa e pelo visto reluta para mostrar verdadeiramente para a população a história como ela é. É preciso que os brasileiros despertem com inteligência, prudência e sabedoria para enfrentar essa guerra.
Em qualquer cenário alcançado pela praga, o presidente será atingido. Se morrerem mais brasileiros por conta unicamente da doença ou se a situação econômica ficar insustentável, em quaisquer das hipóteses, seu governo precisará agir. Ao sair às ruas, Bolsonaro sabe dessas variáveis e arrisca sua vida e a vida daqueles que o seguem nessa cruzada em prol da saúde econômica do país. À bem da verdade, o presidente não tem muita escolha nesse momento. Se não sai às ruas para tranquilizar a população, prometendo à volta ao trabalho, a imprensa e a oposição caem em cima dele. Se ficar recolhido no Palácio da Alvorada, o mesmo acontece.
O fato é que, enquanto o presidente não encontrar um farol seguro de onde possa orientar a população a chegar à um bom porto, parte da imprensa e da oposição não darão trégua. Há o problema diplomático, mas quem torce pelo Brasil acredita que o alto desse farol anunciará a solução a tempo de desviar o país da rota que compromete o bem mais valioso de um povo: a liberdade.
–> Para mais informações sobre, leia Escola de samba da China 2020 – dossiê COVID-19 em 5 atos
A frase que foi pronunciada:
“A verdade o libertará, mas primeiro o irritará.”
Joe Klaas, de Doze Passos para a Felicidade
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Enquanto isto, o Ministério das Minas e Energia continua a toque de caixa nos preparativos para a mudança para a Asa Norte. (Publicado em 04/01/1962)
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Das muitas lições que serão deixadas pelo isolamento social compulsório, por conta da pandemia do Covid-19, a milhões de brasileiros, nenhuma outra será mais importante do que a certeza de que o fenômeno da corrupção tem seus efeitos nefastos prolongados por tempo indefinido, atingindo indiscriminadamente gerações e gerações. Ainda mais quando esse fenômeno atinge patamares de uma endemia, como tem sido no nosso caso. Por mais defeitos que tenha o presidente Bolsonaro, ainda há o mérito de lutar incessantemente contra o vírus da corrupção. Esse sim, sempre foi nefasto ao país, mantendo a fome, ignorância e paternalismo.
Vale recordar a fala recente do ministro Luís Roberto Barroso do Supremo Tribunal Federal, quando afirmou que: “É um equívoco supor que a corrupção não seja um crime violento. Corrupção mata. Mata na fila do SUS, na falta de leitos, na falta de medicamentos. Mata nas estradas que não têm manutenção adequada. O fato de o corrupto não ver nos olhos as vítimas que provoca, não o torna menos perigoso.”
Por isso mesmo, causa espécie a todos os brasileiros de bem que políticos, notoriamente apontados pela justiça como culpados por esses crimes hediondos, aproveitem desse momento de angústia para, de modo cínico, proporem soluções que, nem de longe, adotaram quando tiveram oportunidade e poder para tanto. Esse é o caso específico do ex-presidente Lula que, de forma absolutamente desavergonhada, tem aparecido em vídeos fazendo críticas e sugestionando ações contra a crise, como se não fosse ele e seu desgoverno um dos responsáveis pela fragilidade de nosso sistema de saúde e pelo saldo de milhões de desempregados.
Não se pode, de modo algum, desprezar esses fatos do nosso passado recente e que hoje pesam sobremaneira nessa crise de saúde pública. Talvez uma das mais emblemáticas cenas desse passado triste, ainda não totalmente solucionado por nossa justiça parcial e suspeita, seja justamente a utilização dos muitos e gigantescos estádios de futebol construídos para a fatídica Copa do Mundo de 2014, em que praticamente todos os envolvidos nesse esquema odioso foram acusados de corrupção, dentro e fora do país.
Esses verdadeiros elefantes brancos, monumentos obsoletos, erguidos para propiciar a manutenção contínua de um propinoduto bilionário, são retirados agora de seu estado letárgico profundo para servirem de hospitais de campanhas. Essa improvisação de finalidade totalmente diversa demonstra de forma cabal a distância entre o que necessita uma população carente e aquilo que os políticos sem ética almejam para si mesmos.
Nada mais emblemático para ensinar uma população em pânico e cerrada dentro de casa do que a conversão de estádios em hospitais de emergência para fazer entender, de uma vez por todas, o potencial deletério do fenômeno da corrupção. A corrupção mata. Essa é a lição aprendida agora da pior maneira possível.
A frase que foi pronunciada:
“Quando você perceber que para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada.”
Da filósofa russo-americana, Ayn Rand (judia fugitiva da Revolução Russa, quando chegou aos Estados Unidos, em meados da década de 20).
Juntos e fortes
Pessoal da Motoluc está confeccionando máscaras Face Shield para doar aos hospitais da cidade. Por enquanto, a capacidade é de 1500 máscaras por dia. Além da convocação de voluntários, eles estão recebendo doações de chapas de acrílico de 3mm. Leia logo abaixo mais detalhes para quem quiser ajudar.
Capes
Na hora que a coisa aperta, a coisa muda. O sistema da Capes foi liberado para implementação de bolsas de mestrado e doutorado. Um pesquisador nos enviou a missiva com a seguinte conclusão: a terra pode até ser plana na concepção dos fanáticos, mas ninguém pode negar que ela continua dando voltas.
Reconhecimento
Nossas homenagens a todos que trabalham na Polícia Federal, instituição que completa 76 anos.
Sempre a verdade
Morreu ou não morreu? O GDF corrigiu a informação sobre a primeira morte causada pelo coronavírus. A Secretaria de Saúde do DF justificou que houve um desencontro de informações.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Todas as autarquias estão com novos presidentes. É bom ler todos os discursos de posse, para que a gente possa, depois, cobrar as promessas. (Publicado em 04/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil
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Em meio à quarentena, um tanto forçada por avaliações antagônicas, algumas inclusive sensacionalistas, o presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez, usou da caneta, como chefe do Executivo, para favorecer sua principal base política dentro do Congresso: a bancada da Bíblia, mais precisamente a ala dos evangélicos ou neopentecostais. Católicos continuam na regra antiga.
Com essa medida, ficaram liberadas, das medidas de isolamento social, essas igrejas e, por tabela, as casas lotéricas, onde muitos fiéis pagam seus carnês mensais dos discutíveis dízimos. Mesmo que os cultos onde haja reunião de pessoas continuem proibidos, essa medida veio em meio a grande pressão exercida pelos autodeclarados apóstolos ou pastores desses templos que, desde o início da quarentena, vinham se queixando, pelo rádio e pela televisão, da diminuição do fluxo de dinheiro que normalmente recebem dos crentes em templos espalhados por todo o país e até do estrangeiro.
Não foram poucas as vezes em que esses líderes religiosos assumiram seus púlpitos, solicitando e mesmo desafiando as autoridades, clamando contra as medidas do isolamento social, chamando, abertamente, seus seguidores a desobedecerem a essas restrições e a comparecerem nos templos.
Incluída agora entre as entidades dispensadas dos rigores da quarentena, as igrejas evangélicas e seus dirigentes desafiam abertamente tanto as orientações de muitos políticos dentro do Congresso, como abrem uma frente de litígio direto com muitos governadores. Já não bastava a contenda entre Executivo e Legislativo, agora fica explícita a força política desse segmento. Análises políticas concluem que, de forma cabal, essas entidades, pelo poder de arrebanhar grande número de fiéis/leitores, é hoje um poder dentro do poder.
Curioso, contudo, é notar que essas mesmas igrejas e principalmente seus pastores constituem hoje o principal alvo de crítica da maioria dos internautas no país, justamente pela maneira, até descarada, com que insistem na cobrança do chamado dízimo, o que deve ser dado de coração, não como obrigação.
Também não é segredo para ninguém que esses pastores estão hoje no topo da lista de milionários brasileiros, com a diferença, em relação à maioria dos empresários bem-sucedidos, de que são declarados invisíveis quando o assunto é prestação de contas com o leão e com outras instituições fiscais do Estado.
A fragilidade política e mesmo o esfacelamento do antigo partido que levou Bolsonaro ao poder, somada aos constantes atritos entre o chefe do Executivo e parte dos parlamentares, justamente pelo fim do chamado presidencialismo de coalizão, de certa forma, tem isolado o presidente, transformando-o num alvo constante dos representantes da velha política.
Alguns desses políticos não escondem inclusive o desejo de levar adiante um processo de impeachment contra o atual presidente. Toda essa fragilidade dentro do Congresso acabou por empurrar o chefe do Executivo para os braços de algumas das mais polêmicas bancadas políticas, tanto da Bíblia, como das chamadas bancadas da Bala e do Boi, isolando o presidente, e com isso colocando em risco aberto a governabilidade do país e mesmo a democracia.
Obviamente que a busca de culpados nesses episódios de nada adiantaria nessa altura dos acontecimentos. O que se sabe, até agora, é que nem a oposição ao atual governo e nem mesmo o presidente e sua equipe conseguiu convencer toda a população a ficar indefinidamente presa dentro de casa.
A frase que foi pronunciada:
“O que debilita mais rapidamente do que trabalhar, pensar, sentir sem uma necessidade interna, sem uma profunda escolha pessoal, sem alegria, como um autômato do “dever”? Chega a ser uma receita para a decadência e até mesmo para a imbecilidade.
Nietzsche, filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor prussiano do século XIX.
Máscara
Está lá. O vídeo de como máscaras são feitas. Não se sabe o país. Mas dá para se ter uma ideia de como o mundo é servido. Veja a seguir.
Documento
Veja no link Coronavirus, studio dell’Università di Torino: assumere più vitamina D per ridurre il rischio di contagio um estudo sobre a vitamina D e o Coronavírus. A Universidade de Turim percebeu que grande parte dos atingidos pelo Covid-19 tinham carência da vitamina.
Perigo
Vírus oportunista instalado nas redes sociais é o maior mal em tempos de guerra. Cuidado! Busque a verdade.
Aos lixeiros
Aos lixeiros que minimizam essa crise trabalhando normalmente, devemos o nosso respeito. Vidros quebrados e descarte perigoso devem ser acomodados em garrafas pet cortadas e depois remendadas. É uma forma simples de proteger essa classe, quase invisível, mesmo andando dependurada nos caminhões sem segurança nenhuma e respirando lixo enquanto trabalha.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Falta, agora, o governo federal cumprir a promessa do reinicio das obras do IAPM e IAPFESP, ambos os Institutos com novos presidentes. (Publicado em 04/01/1962)
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Pouco se sabe como trabalha ou que estratégias adota no momento o chamado Gabinete de Crise, criado pelo Executivo para coordenar os esforços no combate à pandemia do Covid-19. Faltam, nos meios de comunicação, referências a esse grupo de trabalho ou como executam tão ampla tarefa.
Por certo, a discrição e o sigilo devem compor parte dessa estratégia de trabalho. Tudo é possível nesse momento em que os direitos individuais parecem estar suspensos, soltos no ar. De qualquer maneira, não seria uma má ideia esse grupo extraordinário criar uma ponte permanente, em âmbito internacional, trocando e colhendo informações preciosas de experiências e avanços obtidos em outros países que passam pelo mesmo problema. É importante que os brasileiros recebam informações a respeito.
O que acontece agora, com a instalação sincronizada dessa crise em todo o planeta, vem provar a tese de que, mesmo as eleições que são ganhas com certa facilidade, sem muito dispêndio de recursos ou lábia, não significam uma governança tranquila e sem maiores sobressaltos. Exemplos desse fato são abundantes na história brasileira e parecem não ter ensinado nada aos políticos.
Nas próximas semanas, dois gráficos estatísticos poderão ilustrar e testar, com precisão matemática, a evolução de fenômenos distintos, mas que estarão umbilicalmente ligados pelo destino. A depender da orientação desses gráficos, o futuro político do presidente Bolsonaro estará selado de forma definitiva.
De fato, à medida em que a curva estatística apontar o crescimento no número de pessoas infectadas e de mortes, expondo as mazelas conhecidas do nosso sistema de saúde pública, noutro gráfico estarão indicadas automaticamente e em sentido contrário também o declínio na credibilidade do atual governo. Por isso, não há exagero em afirmar que o Covid-19 veio para testar, na prática, o governo de Bolsonaro. Não a sua saúde física, de atleta, mas a sua saúde política.
Depois do pronunciamento em cadeia nacional, o presidente expôs seu governo ao contágio de 220 milhões de brasileiros, expondo-o abertamente na fronteira entre o vírus e a economia do país. É nessa divisão de terrenos que estarão sendo jogados todo o futuro do bolsonarismo. Mesmo que ele não se importa para o que digam sobre ele. Há a impressão de que ainda não se deu conta que é preciso ser ele mesmo e Presidente da República. Pelo o que se tem visto até aqui, os adversários políticos não irão medir esforços, mesmo que tenham que passar por cima de possíveis cadáveres, para atingir o palanque mais próximo.
Com muito esforço, é possível que os panelaços que se anunciam e que, em grande parte, são induzidos por redes de televisão contrárias ao governo, podem, no desenrolar da crise, ganhar vida própria, empurrados pelo pânico ou pelo descontrole no combate à pandemia.
Falar em próximas eleições nesse momento é, além de sandice, desconhecer que 2022 chegou mais cedo. Com isso, é possível dizer que o atual conjunto de políticos está sendo avaliado nesse exato instante. A população enclausurada está de olhos postos nas autoridades, conferindo cada movimento. Quem sobreviverá?
A frase que foi pronunciada:
“A constante pressão do tempo não é o menor dos tormentos que envenenam a nossa existência. Ela mal nos permite tomar fôlego e logo nos persegue como um bedel munido de chicote. A perseguição cessa apenas para aquele que foi entregue ao tédio.”
Schopenhauer, filósofo alemão, 1851
Novidade
Buritizinho, Mangueiral, Paranoá Parque, Vale do Amanhecer e Ceilândia recebem um aporte para a construção de Unidades Básicas de Saúde que deverão estar prontas até 31 de dezembro deste ano.
Lado bom
Recebemos, de dona Terezinha Bleyer, uma postagem mostrando a banda da Polícia Militar fazendo uma serenata pelas ruas de Florianópolis. Emocionou a população. Veja a seguir.
Impressionante
Se no Paranoá não houver pico da doença lotando o hospital local, o presidente Bolsonaro estará certo. Crianças, idosos, todos andando pela rua despreocupadamente, lojas abertas, tudo absolutamente normal.
Do carro
Igrejas que já sabem que ser serviço essencial não abrem mão de proteger seus fiéis. Veja a seguir como estão sendo feitas as confissões na paróquia Nossa Senhora da Saúde, na Asa Norte.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
No IAPI tomou posse o Conselheiro Alves, da presidência do Instituto. É uma esperança para o Instituto que reune quase por 80 por cento da Previdência Social. Que seja mais amigo de Brasília, fugindo às normas do seu antecessor, que fez tudo para que a autarquia voltasse para o Rio. (Publicado em 04/01/1962)
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Em resposta a um motorista, muito bem instalado em seu carro de luxo, por que ainda continuava nas ruas, desafiando as orientações do governo para se manter em quarentena, o velho e conhecido vendedor de doces, que há anos trabalha no mesmo cruzamento da cidade, não pensou duas vezes em responder:
“ – Essa pandemia é coisa de rico, doutora. Vi na TV que foram os ricos que viajaram para a Europa que trouxeram essa bagagem. Agora tem trabalho que é feito de casa, porque tem condições para isso, o pessoal faz o que fazia no local de trabalho, mas pelo computador. Outros patrões dão férias remuneradas, como o de um conhecido meu. Enquanto ele está em casa, está recebendo. E tem os ricos que enquanto a coisa ferve, o dinheiro é tanto que nem preocupa. Se eu parar de trabalhar, não é doença que me mata não. É a fome.”
De fato, esse é o grande dilema de um país cuja a grande maioria das pessoas não pode se dar ao cuidado de ficar preso dentro de casa, à espera do “Deus dará”. Aqui mesmo no Distrito Federal, muitas regiões administrativas, anteriormente chamadas de cidades satélites, a população continua nas ruas, levando uma vida aparentemente normal, alheia aos apelos das autoridades, simplesmente porque conhecem a própria realidade e o quanto essa quarentena forçada pode resultar em perigo para sua sobrevivência.
Para uma boa parcela de brasileiros, essa também é uma questão a ser equacionada e cujas variáveis se resumem em morrer dentro de casa ou nas ruas. A fila de pessoas que espera entrar para o programa Bolsa Família, e que em 2019 já havia aumentado significativamente, parece que vai crescer ainda mais, transformando um grande contingente de brasileiros em cidadãos diretamente dependentes do Estado e, o que é pior, do governo.
Aumentam ainda as chances de, mais uma vez, esse Programa vir a adquirir tons políticos partidários, o que em nosso país parece ser uma má sina secular. São problemas que vão se sobrepondo e que aparentemente vão entrando num ciclo sem solução à vista. Nesse momento, tão importante quanto injetar recursos no largo sistema de saúde do país, para fazer frente a pandemia, torna-se urgente também um socorro às populações de baixa renda, não apenas para evitar que cresça a massa de brasileiros empobrecidos, já por demais grande, mas, e sobretudo, para que a pandemia não venha a se estabelecer como mais uma variável negativa na complexa equação que parece nos prender num eterno subdesenvolvimento no campo social.
Todo esse volume de problemas, que se anuncia no horizonte, ganha ainda maior dificuldade quando se sabe que o último crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 fechou em apenas 1,1% em relação à 2018, o que em matemática simplificada significa que o arrecadado com todos os bens e serviços produzidos no país no ano passado pode estar muito longe dos desafios e das contas que têm pela frente.
E como miséria pouca é besteira, já dizia o filosofo de Mondubim, como fechar essas contas com um país que existe teto salarial e em todos os poderes há quem o ultrapasse sem abrir mão de privilégios?
A frase que foi pronunciada:
“Nem ao homem mais imparcial do mundo é permitido que se torne juiz em seu próprio caso.”
Pascal, matemático, físico, inventor, filósofo e teólogo católico francês.
Leitores
Perguntas que não querem calar 1. Os brasileiros que foram resgatados de Wuhan, cidade chinesa onde se originou a pandemia do novo Coronavírus, trazidos por dois aviões da FAB, não estavam com o coronavírus. Como pode? 2. Entre morcegos e cobras, confinamento e alimentação de animais estranhos, como foi mesmo que esse vírus surgiu? Muito mal explicado 3. Como é possível que 113.687 mil pessoas já tenham sido curadas? Veja a pesquisa da Universidade de Medicina Johns Hopkins.
Socorro
Auditoria cidadã, comandada por Maria Lúcia Fatorelli, sugere que, diante da pandemia de Coronavírus, o governo decrete uma completa auditoria da vida pública. Diz ainda que essa auditoria seja acompanhada da suspensão imediata do pagamento dos juros e encargos, a fim de liberar recursos para investimentos na saúde pública, assistência social e educação. Veja o material completo em Suspensão do pagamento da dívida pública pode liberar trilhões de reais para combate ao coronavírus.
Estética tétrica
No piscinão do Lago Norte, a arquitetura já é sofrível, onde banheiros e bares cortaram totalmente a vista para o lago. Agora os quiosques estão se gradeando para aumentar o espaço para guardar cadeiras e botijões.
Vídeo gravado em julho de 2018, durante a construção no Piscinão do Lago Norte.
Sensatez
Embora o jornalista Pedro Paulo Rezende tenha como perfil, no grupo de jornalistas do DF, “dragão mal-humorado”, é ele o ponderador do grupo, esclarecendo, principalmente para os jornalistas mais afoitos, a história, a verdade e a realidade de alguns fatos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Falta, agora, o governo federal cumprir a promessa do reinicio das obras do IAPM e IAPFESP, ambos os Institutos com novos presidentes. (Publicado em 04/01/1962)