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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Assim como no prenúncio das chuvas, os formigueiros se abrem liberando as mariposas que saem voando em bandos em direção à luz do céu ou dos candeeiros, assim também, há quatro anos, os candidatos a cargos políticos, saíram de seus redutos e alçaram voo, aos milhares em direção aos eleitores. É a natureza e a força das estações renovando o mundo em volta. Há, no entanto, nessa comparação singela, a pequena diferença de propósitos entre o voo das mariposas e dos candidatos.
Enquanto os insetos buscam dar continuidade à espécie, seguindo os ditames irreversíveis do instinto, os candidatos, dos mais de trinta formigueiros políticos, que infestam a terra Brasil, vão, em revoada, em busca de oportunidades, negócios e projetos pessoais, impelidos por forças incontroláveis, nascidas nas profundezas do ego imenso, que alimentam. Do mesmo modo que as formigas, que se perdem ao criarem asas, os candidatos, fossem eles apanhados na boca do formigueiro, antes de empreenderem seus voos, nenhum saberia responder que projetos trazem consigo para melhorar a realidade dos cidadãos. Essas e outras dúvidas ficarão a cargo dos técnicos em marketing político, que ensinarão, aos candidatos, o que devem repetir em público. Assim não surpreende, que tão danosa quanto a formiga é para a lavoura, a maioria dos candidatos, alheios a realidade em volta, acabam se tornando, eles também, um predador à altura, capaz não só de aniquilar os recursos públicos, como provocar todos os tipos de danos aos cidadãos, usando os cargos obtidos para proveito próprio.
Ao menos, fica o consolo de que, para as formigas, existem as opções dos formicidas e de várias marcas de veneno e defensivos, alguns, inclusive, por suas composições, prejudiciais aos seres humanos. Para os políticos, que ao longo dos mandatos irão, invariavelmente, estampar uma série sem fim das páginas dos noticiários, por práticas indevidas e outros crimes contra o erário, os remédios ou defensivos estão cada vez mais inócuos, devido à desidratação de muitas leis contra a corrupção, como é o caso da Lei de Improbidade Administrativa e outras.
Aqui na capital, tornada infelizmente também uma região aberta à representação política, tantos casos de corrupção e de desvios do dinheiro público se repetem, numa dança monótona e sem solução, dado ao afrouxamento das leis, as possibilidades infinitas de recursos e outros instrumentos jurídicos. São as novas saúvas a confirmar e a alterar a predição de Monteiro Lobato de que hoje ou a gente acaba com esse tipo de político predador, ou ele vai acabar com Brasília e com o Brasil.
Do mesmo modo que o lavrador previdente não tolera a presença de uma saúva sequer, também o eleitor, posteriormente, e a justiça, como prevenção, não deveriam aceitar, de modo algum, a presença desses predadores, mesmo que tenham cumprido pena, ou principalmente por isso. Tão necessário como a renovação de nomes, é a renovação e a valorização da ética pública. Não deve haver perdão para a maculação da ética pública. Em tempo algum, sob pena de ficarmos num ciclo perverso e inútil de elegermos e condenarmos políticos, numa sequência insana, em que o cidadão acaba sendo o único prejudicado.
Talvez, seja por isso mesmo que as eleições coincidem com a chegada das chuvas na capital. À revoada de mariposas, inseticida. Aos maus políticos, a lei rigorosa e sem misericórdia. Aos bons, que se reproduzam aumentando o número da espécie.
A frase que foi pronunciada:
“Vidro, porcelana e reputação são facilmente quebrados e nunca bem remendados.”
Benjamin Franklin
Brasília madura
Tem grande oportunidade de desfazer a pecha de inimiga do Defer, se a ArenaBsB reconstruir o único caminho que leva ao complexo, para a Escola de Esportes. Agora é momento de união e apoio, não de rixas e picuinhas.
Veja em: Brasília Madura – Visto, lido e ouvido no Youtube
Filósofo
Basta um olhar atento pela cidade, para notar o quanto os candidatos a cargos políticos na capital terão que realizar, caso venham a ser eleitos. Executivo, como notava com propriedade o filósofo de Mondubim, não é lugar para gente sem ânimo ou sem disposição para o trabalho. Um governador é um tipo de saco de pancada, desses que se veem nas academias de luta. Tem que aguentar o tranco, arregaçar as mangas e sujar os sapatos nas ruas diariamente.
Eterna recuperação
A W3 é um bom exemplo, dentro das prioridades do Plano Piloto que devem merecer atenção redobrada do novo ocupante do Buriti. Aquela avenida, que poderia muito bem se transformar no principal eixo econômico da capital, numa espécie de Champs Elisee de Paris, ainda carece de cuidados de toda a ordem. Suja, abandonada, mal iluminada e perigosa, a W3 é hoje um retrato do descaso de décadas. Os barracos de lata estão por toda parte, principalmente nos pontos de ônibus, enfeiando e tornando esses locais em lugares sujos, perigosos e muito longe do que pretendiam os idealizadores da capital.
História de Brasília
Os alunos de Sobradinho, que terminaram o curso primário, disporão, êste ano, de primeira série ginasial. As aulas serão iniciadas somente no segundo semestre, e funcionará apenas a primeira série. (Publicada em 09.03.1962)
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Quem observa toda a cena da política nacional hoje, pairando no alto da paisagem como se fosse um pássaro, pode, de maneira mais clara e racional, entender o que ocorre tanto nos bastidores como à luz do dia, com a intensa movimentação de candidatos e partidos rumo as eleições de outubro deste ano.
O atribulado formigueiro de políticos, que vêm e vão buscando parcerias, alianças, federações e mesmo os apoios buscados até onde ninguém jamais pode imaginar evidencia, na grande maioria dos casos, que vem chegando, de fato, à estação dos acasalamentos de ocasião. O ser humano é o único habitante do reino animal que se move apenas por conveniência, sendo todos os seus movimentos orientados por um racionalismo instintivo que busca muito mais do que sua própria sobrevivência.
O que o faz se mover em determinadas direções é a busca pela satisfação de seus desejos íntimos. No caso aqui, o desejo que faz toda essa dança tresloucada do formigueiro dos políticos é o desejo pelo poder. Não um poder qualquer, capaz de satisfazer desejos momentâneos, como é comum a muitos indivíduos, mas o poder de se tornar o controlador daquilo que o formigueiro mais necessita, que é seu suprimento básico. No caso aqui são os recursos da União.
Esse é, do ponto de vista de quem paira sobre toda essa agitação, o leitmotif dessa dança frenética, faltando seis meses para as eleições. Pensar que toda esse bailado e suas pantomimas, cessariam de imediato, retirando essa espécie de açúcar que tanto atrai as formigas. Ou mesmo lançando sobre elas o inseticida da sensatez, na forma do fechamento das porteiras do Estado à sanha sedenta das formigas. Em outras palavras, toda essa agitação seria encerrada de imediato, retirando dessa dança patrimonialista, o acesso aos cofres públicos.
Sem o dinheiro dos pagadores de impostos, o que restaria desse formigueiro seriam alguns espécimes vagando de um canto ao outro, desorientados , sem saber para onde ir ou o que fazer. Antigamente era ditado, de modo furtivo e premonitório, a sentença: “ou o Brasil acaba com as saúvas, ou as saúvas acabam com o Brasil.” O curioso aqui é observar que a manutenção e preservação dessas saúvas é feita justamente pelas formigas operárias, que operam, em grande número, para manter todo esse sistema imutável.
Por outro lado, observa-se também, para a manutenção do status quo vigente a infestação da máquina do Estado, por formigas mais resistentes. Instalados no alto dos três Poderes da República, longe dos inseticidas da ética pública, estariam as saúvas rainhas, responsáveis pela sobrevivência do restante do formigueiro.
Nos intrincados corredores do Estado, um verdadeiro labirinto infindável de túneis e bunkers, essas rainhas estão protegidas, assegurando a continuidade da espécie. Com a quase extinção e enfraquecimento dos tamanduás, que seriam os órgãos de fiscalização, da Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Contas da União, Coaf e outros, espécies que poderiam trazer um certo equilíbrio ecológico e político ao formigueiro, o domínio absoluto das formigas, é imposto.
Por certo, essa é uma história que não irá se encerrar depois das eleições. Fechadas as urnas eletrônicas e proclamados os vencedores pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral, em poucos dias, todo o excitado vai e vem das formigas volta a acontecer, dessa vez, para alojar cada uma em seu devido lugar, dando reinício a essa desassossegada movimentação que vai minando e corroendo a terra sob nossos pés.
A frase que foi pronunciada:
“Uma geração que muda a lei para nunca ser contrariada não consegue se lembrar de um rei que não seja a própria mesada.”
Em um vídeo anônimo nas redes sociais
Virada
Empresa se comprometeu com TSE a segurar megagrupos até o eventual segundo turno da eleição, ou até o ano que vem, diz a imprensa. Não há desespero na causa. Esse aplicativo pode ser substituído pelo Telegram, Tandem, Hello Talk, Speaky, Ablo, Lingbe, e outros tantos. Uma réstia de criatividade e adeus WA!
Babel
Caesb não atende pontualmente os prazos estabelecidos por ela mesma para análise de contas. Consumidor que tem a conta retida, por causa desse atraso, recebe mensagem que a conta está atrasada e ele está em débito. O sistema do leiturista não entende o sistema que indica a análise da conta.
Dica
Ótima programação da Rádio Mec agora também em podcasts. É só acessar no Spotify e curtir entrevistas e músicas. De governo em governo, a melhor rádio de música erudita do país sobrevive porque tem qualidade e gente competente trabalhando.
De ninar
“A Justiça não atende os que dormem.” A primeira lição do Direito pode ser jogada no lixo. O Detran, por exemplo, tem um batalhão de desembargadores que interpreta a lei diferentemente dos juízes de primeira instância, para quem busca a Justiça. Daí, multas de 15, 20, 30 anos atrás jamais prescrevem, mesmo que dezenas de artigos sejam citados como fundamento. O jeito é cantar para que departamentos como esse continuem dormindo.
História de Brasília
Como o número de promissória era muito grande, resolveram mandar cobrar. Os colaboradores recebiam e não prestavam conta, e, o mais grave, recebiam de uns médicos e de outros não, havendo, então, a denúncia de que alguns médicos pagavam propinas aos cobradores para receberem de seus doentes. (Publicada em 21.02.1962)
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A frase que foi pronunciada:
“Não importa quão alto você esteja. A lei, ainda está acima de você.”