Venezuela seria nosso futuro

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Ariana Cubillos/AP (g1.globo.com)

 

Sejam quais forem os desdobramentos derradeiros que a crise na Venezuela venham a ter nesse momento tão crucial para o futuro de seu povo, um fato é indiscutível: permanecendo ou não o atual governo de Maduro, aquele país está visivelmente cindido, tanto pelas incontáveis vidas perdidas por conta da tirania, quanto pelos milhões de refugiados que provocou, pela fome que obrigou os outrora orgulhosos venezuelanos, a procurar comida no lixo e água para beber em escoadouros de esgoto e tantas outras desgraças gestadas por um regime de exceção.

Montado na corrupção e, segundo denúncias, no tráfico de drogas e armas, o regime de Maduro agoniza e quer levar junto parte da população para seu final trágico. Aliada com regimes igualmente cruéis, resta ao ditador poucas opções. Ou acaba de matar a outra parte dos venezuelanos que se opõe ao regime, para seguir governando literalmente sobre cadáveres, ou bate em retirada levando consigo o que restou do botim e dos saques praticados por anos seguidos.

De fato, segundo analistas, o regime de Maduro está, nesse momento, apoiado apenas por parte das Forças Armadas daquele país, embora conte ainda com o apoio e a logística de guerra de países como Cuba, Rússia, China e Coreia do Norte, países sabidamente avessos à democracia e à transparência do Estado. A um leitor normalmente distraído que questione que importância tem esses acontecimentos que ocorrem há milhares de quilômetros daqui em um país estrangeiro, é bom lembrar que muitos dos fatores que moldaram essa trajetória histórica malfadada foram diretamente legados dos governos petistas que por aqui também trataram de infelicitar a nação com sua pregação separatista odienta.

Foram as dezenas de milhões de dólares, extraídos sorrateiramente dos nossos cofres, que financiaram aquela ditadura, favorecendo a compra de armamentos de guerra sofisticados, muitos dos quais operados por soldados famintos e que viram muitos de seus conterrâneos morrerem ou migrarem. Com a iminente deposição do facínora que governa aquele país, qualquer que seja o seu destino final, um outro fato também é inconteste e, com certeza, estará também nos livros de história do futuro: Maduro é, ao lado de Chaves, seu antecessor, parte da galeria dos amigos do ex-presidente Lula, agora um simples presidiário, que vai, aos poucos, indo ao encontro do inexorável destino reservado aos tiranos e corruptos desse continente.

Poucas semanas antes, o mundo tomou conta também do suicídio do ex-presidente do Peru, Alan Garcia, outro político também contaminado pelo poderio corruptor de nossas empreiteiras e comparsa dessa mesma turma de malfeitores que infestaram o continente. Não bastassem as causas e consequências que levaram aquele país a esse desfecho sangrento, herdamos uma espécie de obrigação moral de continuar ajudando aqueles venezuelanos que acorrem as fronteiras em busca de abrigo, comida, remédios e outras necessidades humanas. Até porque a Venezuela hoje é um retrato acabado de um futuro que, por pouco, não nos coube também e que, por sorte do destino ou outro fator, escapamos na undécima hora.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quer saber o futuro político do Lula na prisão? Come chiclete e pão.”

Gabriel Silva, 10 anos depois de fazer a experiência química na escola.

 

 

 

Mérito

Foi um final feliz para os brasileiros. Seis instituições do país receberam reconhecimento pelo trabalho apresentado nas finais do ICPC – International Collegiate Programming Contest, concurso mundial de programação informática. O Instituto Militar de Engenharia, Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade de S. Paulo- Campus de São Carlos, a Universidade Federal de Campina Grande, A Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade de Brasília.

Foto: Time da UnB chega à final de competição internacional de programação (correiobraziliense.com.br)

 

 

Campeões ICPC

A competição aconteceu em Portugal, na cidade do Porto. Dos 1500 melhores estudantes universitários de informática do mundo, o título foi para a Universidade Estatal de Moscow, da Rússia, que já era a campeã e reprisou assim o resultado.

 

 

Conquista

Por falar em campeonato, a Go Cup, maior torneio de futebol da América Latina, aconteceu em Goiânia. Sob o comando dos professores César Teixeira e Evaldo Maciel, os campeões são da categoria SUB7, nascidos entre 2012/2013. Hoje a garotada estará comemorando a partir das 19h no boliche Striker do Pier 21.

 

Novidade

Medicamento para tratar de atrofia muscular espinhal está chegando ao SUS. O aviso é do Ministério da Saúde.

Foto: Erasmo Salomão/MS (politicadistrital.com.br)

 

 

Quermesse

Nos dias 3 e 4 de maio começa a temporada de festas juninas. A paróquia da Consolata dá início às quermesses da cidade. 19h, na 913 Norte. Entrada R$ 8,00.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Um dos primeiros atos do ministro da Justiça, foi recomendar moralidade, no uso dos carros oficiais. É que mesmo com a proibição por parte do Chefe da Casa Militar, ainda tem havido abuso na utilização dos próprios do governo. (Publicado em 19.10.1961)

Senta a pua

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Foto do pinterest.com

 

Em toda e qualquer prestação de serviço onde inexiste a figura de uma concorrência sadia, sobram abusos, maus serviços e altos preços. E não adianta reclamar. Diante de monopólios, oligopólios e quaisquer outras formas de concentração e domínio comercial de serviços, quem sempre sairá perdendo e tendo prejuízos, serão os clientes.

Mesmo as autoridades e os órgãos de fiscalização e controle, que teriam, como função preliminar, que cuidar para que haja equilíbrio entre consumidores e fornecedores, têm se mostrado incapazes de dar solução adequada e definitiva a essas relações desiguais. Na maioria das vezes, isso ocorre porque os grupos de pressão atuam diuturnamente para distorcer essas relações em favor das empresas.

Outro fator que é visível e que torna as reclamações inócuas, ao lado do grande poder de lobby dessas empresas, é a pouca margem de manobra de muitas agências reguladoras, já que, desde a sua criação, foram imediatamente aparelhadas politicamente, perdendo de vista seu objetivo inicial. Com isso, lucros máximos passam a acontecer simultaneamente com princípios de ética mínima, atropelados ainda pelo desnível existente entre a grande demanda e a pouca oferta desses serviços.

Num país de dimensão continental como o Brasil, as grandes distâncias e a precariedade dos transportes, mesmo dificultando e emperrando o desenvolvimento do país, são fontes altamente lucrativas para aqueles que isoladamente exploram esses serviços. Esse é o caso, dentre muitos outros setores de nossa economia, das companhias aéreas que atuam no país. Incrivelmente, numa economia que se diz aberta, essas poucas empresas que atuam nesse setor conseguem a proeza de aumentar lucros e ganhos, reduzindo, ao mesmo tempo e na proporção inversa, a qualidade desses serviços.

Milhares de reclamações são registradas por ano por passageiros que se sentem espoliados e desrespeitados por essas empresas e pela Agência de Aviação Civil (Anac), pelos maus serviços seguidos sempre de preços extorsivos. A promessa de que haveria uma redução sensível nos preços das passagens em decorrência da maior cobrança no despacho de bagagens, obviamente foi um engodo, sendo que as tarifas tiveram um aumento de mais de 22%.

Hoje sai mais barato viajar para a Europa do que ir de São Paulo ao Nordeste brasileiro, uma distorção que só acontece por aqui, devido a essas deformidades em nosso mercado.

Durante a segunda grande guerra, o 1º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB) usava, como dístico na fuselagem de seus aviões de combate, a frase “Senta a Pua”, onde aparecia um avestruz empunhando uma arma que havia sido disparada contra o inimigo. É exatamente o que parece estar acontecendo agora com as companhias aéreas que operam em nosso país: todas mirando contra os passageiros, transformados em inimigos a serem depenados e depauperados pela ganância que há anos voa livre pelos ares desse país.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não há nenhuma maneira de medir a qualidade e o sucesso de um produto pelo qual os consumidores são forçados a pagar.”

Murray Rothbard, heterodoxo norte-americano

 

Menos imposto

Hoje foi finalizado o Diferencial de Alíquota (Difal) embutido no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Isso significa que, graças ao pedido do Sindivarejista, o GDF colaborou com as fórmulas. A partir de hoje o comércio pagará menos 5% ao adquirir produtos fabricados nos estados.

 

Concurso

É preciso ter uma mudança radical nos concursos públicos aplicados no Brasil. Para ajudar a evitar fraudes, todos os candidatos deveriam ser autorizados a sair apenas ao final das provas. Isso evitaria fraudes.

Charge de Nef.

 

Sucesso

O quiosque da Galega está vendendo muito bem no piscinão do Lago Norte. Já gradeou parte da área livre, o que não é o indicado.

Foto do Luiz Carlos da Silva Carlos

 

Tilápia

Vimos na Rodoviária um senhor saboreando o peixe seco que levava para a Bahia. Tudo pescado no lago Paranoá. A família espera o avô com a melhor farinha do Brasil.

Foto do canal Tilápia na Linha, no Youtube

 

Fake

Professores não serão prejudicados com a Reforma da Previdência. Ela só valerá para quem começar a trabalhar na Educação depois da reforma. Muitas notícias fantasiosas atrapalham a divulgação do que é interesse nacional.

Imagem de divulgação da campanha proposta pela CNI. O material da campanha mostra que o rombo das contas da Previdência não para de crescer. (portaldaindustria.com.br)

 

Refeito

Por falar nisso, no primeiro discurso do presidente do Brasil pelo PT, ele também falava sobre a necessidade de uma Reforma da Previdência. Mas não vingou.

Foto: dannybueno.blogspot.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Até hoje a Mesa da Câmara não tomou nenhuma providência no sentido de apurar a denúncia do “Diário de Notícias”, segundo a qual um relator de comissão técnica havia pretendido receber propina para o projeto “andar ligeiro”. (Publicado em 19.11.1961)

Desmatamento brasileiro é importado por outros países

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Floresta Nacional de Itaituba I — Foto: Reprodução / ICMBio

 

Já está por demais evidenciado, pela ciência, que as intensas relações comerciais, num mundo globalizado e cada vez mais sedento por alimentos, têm causado enormes e irreparáveis estragos ao meio ambiente, esgotando recursos naturais e depauperando os solos férteis, aumentando sensivelmente o processo de desertificação de grandes extensões de terras. Fenômenos como esses são particularmente observados aqui no Brasil, sobretudo com o avanço de um agronegócio do tipo predador, que não respeita nem acata qualquer ponderação que coloque em xeque esse tipo de exploração intensa e sem ética. Importa, a esses novos milionários do campo, lucros sobre lucros. Para tanto, não se intimidam em utilizar todo e qualquer produto, por mais tóxico e cancerígeno que seja, para aumenta seus ganhos.

Somos, por isso, reconhecidamente, o país que mais utiliza os chamados defensivos agrícolas, muitos dos quais proibidos e banidos em diversas parte do planeta. O avanço sistemático sobre matas nativas, córregos, nascentes de água, vão acontecendo de forma rápida e sem controle, o que tem colocado o Brasil, perante o mundo, como o país que mais tem devastado o meio ambiente em busca de lucros imediatos. Essa situação interna, de total descontrole e destruição dos recursos naturais, já chegou ao conhecimento de vários países desenvolvidos, muitos dos quais parceiros comerciais do Brasil.

Ocorre que, nesses países, que já experimentaram no passado esse processo de degradação de seu meio ambiente em busca de lucros fáceis, a consciência de que esse modelo predatório traz sérias consequências futuras é uma realidade já aceita e pacificada. Por outro lado, esses países, principalmente aqueles que integram a União Europeia, o segundo maior mercado para os produtos brasileiros, vêm sofrendo enorme pressão interna, por parte de movimentos de preservação do meio ambiente, para que cessem o comércio com países que sistematicamente agridem e destroem a natureza.

Essas pressões, que já ganharam o apoio massivo da sociedade, vêm recebendo também um reforço de peso por parte dos cientistas que estudam esses fenômenos climáticos, o que tem obrigado muitos governos a reverem seus posicionamentos sobre as relações comerciais com aqueles países que não cumprem os compromissos ambientais e colocam o lucro acima de tudo e quaisquer outros valores.

Por esse novo ângulo, nas tratativas comerciais com nossos parceiros da Europa, já é possível notar que já existem imposições éticas sérias às tratativas negociais que estão postas sobre as mesas, principalmente com relação ao respeito ambiental. Essa nova reformulação de acordos é alimentada por informações precisas fornecidas por um conjunto de cientistas que tem provado em suas pesquisas que os efeitos da não observância do respeito à natureza têm reflexos não só para esses países que produzem sem ética, mas para todo o planeta igualmente, como provam os recentes acontecimentos climáticos verificados mundo afora.

Na edição dessa sexta-feira da revista Science, 602 cientistas de importantes instituições de pesquisa da Europa veicularam uma carta em que pedem aos seus governos que condicionem a compra de insumos produzidos no Brasil ao cumprimento dos compromissos ambientais. Nessa carta, os cientistas e outros pesquisadores de 28 países recomendam que os europeus consumam produtos produzidos no Brasil que respeitem os princípios de sustentabilidade, que levem em conta ainda os direitos humanos. Recomendam ainda aos governos que rastreiem a origem dos produtos comprados para saber se essa produção leva em conta, além da preocupação com a natureza, o respeito às comunidades locais e aos povos indígenas. Trata-se, segundo esses cientistas, de uma questão prioritária e extremamente relevante.

“Exortamos a União Europeia a fazer negociações comerciais com o Brasil sob as condições: a defesa da Declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos indígenas; a melhora dos procedimentos para rastrear commodities no que concerne ao desmatamento e aos conflitos indígenas; e a consulta e obtenção do consentimento de povos indígenas e comunidades locais para definir estrita, social e ambientalmente os critérios para as commodities negociadas”,  diz um trecho da carta, alertando que, apenas em 2011, a União europeia importou do Brasil toneladas de carne bovina produzidas graças ao desmatamento de uma área equivalente a mais de 300 campos de futebol por dia.

Outra preocupação dos cientistas é com a intensa atividade mineradora no Brasil, a maioria feita por empresas multinacionais que não respeitam questões ambientais, como bem provaram os recentes desastres em Mariana e em Brumadinho, ambos em Minas Gerais. Exterminaram rios ricos em vida e nenhuma punição à altura foi dada.

Nos últimos doze meses, o mundo tem assistido a um processo de desmatamento sem precedentes na já sofrida região amazônica. Foram 13,7% de destruição da floresta nesse período, o maior número dos últimos dez anos, o que equivale a 7.900 quilômetros quadrados, ou cinco vezes a área de São Paulo. Nessa região, a principal responsável pelo desmatamento continua sendo a pecuária, pela transformação de florestas nativas em pasto para o gado, criado solto.

É preciso salientar ainda que esse desmatamento tem tido, nos últimos anos, como parceiro, justamente a União Europeia que tem comprado esses produtos. Para alguns cientistas, é preciso, portanto, que a Europa pare, de uma vez por todas, de importar o desmatamento. O comércio sustentável é, cada vez mais, uma pauta sobre as mesas de negociação, graças às pressões da sociedade mais informada e que agora conta também com o respaldo em peso da comunidade científica.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O governo está para terminar, e a Novacap não decide a questão das granjas de pessoas que nada produziram. A vergonha continuará para a próxima administração, quando a atual devia dar o exemplo. (Publicado em 18.11.1961)

Respeitar os índios também é respeitar o Brasil

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Acampamento Indígena. 24/04/19, Brasilia. Por @duartevictoria_

Com a ascensão do novo governo, os sinais de alerta sobre questões ambientais têm rescendido, em todo o mundo, a preocupação de que essas questões vão necessitar de maior monitoramento por parte dos cientistas e de todos os que se preocupam com as mudanças climáticas. Pesquisadores europeus têm demonstrado preocupação com o governo Bolsonaro, sobretudo quando ele deixa transparecer que irá promover políticas visando desmantelar as ações contra o desmatamento e contra os direitos dos povos indígenas.

Decretos assinados pelo presidente transferindo e reduzindo a ação de órgãos de controle ambiental para o ministério da Agricultura, comandado por uma fiel representante do agronegócio, tem chamado a atenção de cientistas também internacionais que temem um grande retrocesso nessa questão. A Fundação Nacional do Índio (Funai) foi transferida para o ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Decisões sobre a Funai serão feitas também por um conselho de seis ministros.

Exonerações e aparelhamento políticos têm sido denunciados a todo o instante. Mesmo o Instituto do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis (Ibama) têm, segundo denúncias, sido esvaziados de suas funções. Com isso, diversas operações contra o desmatamento e invasões de terras protegidas têm acontecido num ritmo alucinante.

Nessa semana Brasília tem sido palco do 15º Acampamento Terra Livre, um evento que vem reunido milhares de lideranças indígenas de todo o país que vieram à capital para apresentar seus protestos contra os seguidos atentados que essas comunidades vêm sofrendo nos últimos meses. O assunto direito dos povos indígenas tem repercutido também em todo o planeta, com manifestações organizadas em vários países contra os abusos sofridos por essas comunidades em todo o território nacional.

As declarações do atual presidente, de que não haveria nem mais um centímetro de terra indígena demarcada, irritaram ambientalistas de todo o planeta que vêm protestando contra essa nova postura do governo. Documento que tem circulado pelo Acampamento Terra Livre diz que, nos primeiros cem dias do atual governo, medidas como a MP 870, transferindo a Funai do Ministério da Justiça para o Ministério da Mulher e Direitos Humanos, acabou com os processos de demarcações e de licenciamento das terras indígenas, esvaziando esse órgão e entregando-o nas mãos dos ruralistas, o que tem aumentado as invasões e ataques contra esses povos. Mesmo o atendimento aos indígenas que era feito localmente foi transferido para os municípios próximos que não dão conta nem da demanda nesses locais.

Para essas lideranças que aqui estão, o atual governo tem demonstrado, de forma clara, a intenção de destruir os povos indígenas, assimilando-os pela força e saqueando suas terras. De fato, tem aumentado muito os problemas de invasão e de ataques com morte contra essas comunidades nesses últimos meses. O problema tem afetado muito a imagem do novo governo e do Brasil perante o mundo civilizado. Ao governo Bolsonaro resta apenas a alternativa de dialogar com essas comunidades se quer ter sua gestão respeitada não só pelos “brasileiros de bem” como pelo restante da população mundial.

Nada será mais desastroso para o atual governo, quer no âmbito interno como no plano internacional, do que afrontar nesse instante os povos indígenas e retroceder nas questões do meio ambiente. Se vier a ceder às forças internas do atraso e daquelas pessoas que pensam apenas em lucros imediatos, seu governo pode ter um fim melancólico, com o próprio Bolsonaro se tornando uma figura mal vista ou uma persona non grata em todo o planeta.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nós não herdamos a Terra de nossos antecessores, nós a pegamos emprestada de nossas crianças.”

Provérbio Indígena Americano

 

 

Transporte público

Em Viena há alguns transportes gratuitos para turistas. Luxemburgo está lançando o deslocamento totalmente de graça para turistas e moradores.

Foto: contioutra.com

 

 

Tristeza

Em pensar que Brasília prometeu mudanças no transporte durante a Copa do Mundo e nada fez. Metrô de superfície e tudo mais. Até trem bala para Goiânia foi divulgado. Lembram que quem queria chutar o traseiro era o auditor que foi condenado por corrupção?

Foto: Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press

 

 

“De ver cidade”

Vale a visita ao Espaço Renato Russo, admirar a mistura de instalação e peça de teatro. Um pouco do passado da cidade para a garotada que vai receber o presente e futuro que vamos deixar.

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Sempre bem informado, o sr. Hélio Fernandes fala na negociata dos jatos F-83 e diz que a anulação da compra será o primeiro ato do novo presidente. O colunista entra em detalhes, cita amigos do presidente recebendo propinas de 420 milhões, mas não diz os nomes. Em casos assim, os nomes devem vir na frente, para que todo o mundo saiba, e para que outros não se aventurem a repetir a façanha. (Publicado em 18.11.1961)

Políticos não se importam com planejamento

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Foto: Wallace Martins/Esp.Cb/D.A Press

 

Ainda é cedo para avaliar as consequências da extinção da Agência de Fiscalização (Agefis) e a substituição desses serviços de monitoramento e combate à indústria das invasões em todo o Distrito Federal e sua substituição pela Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DFLegal). Sabe-se, à priori, que essa foi uma promessa de campanha do atual governador Ibanez Rocha, contrariado com a ação de derrubadas de invasões e o modus operante da antiga pasta, que vinham realizando para coibir o grande número de ocupações irregulares que aconteciam diuturnamente em toda a cidade.

Contudo, a sinalização emitida tanto pelo GDF como pela Câmara Legislativa, que aprovou o projeto para a mudança de padrão dessa antiga secretaria, chama a atenção, principalmente, quando se antevê o sério risco dessa nova orientação que será dada à questão das invasões de terras públicas. Primeiro porque a partidarização política desse problema, que ganhou ímpeto justamente a partir da emancipação do Distrito Federal, aponta, obviamente, para a permanência e a institucionalização desse mesmo padrão de incentivos dados pelos políticos locais às invasões.

O velho modelo de transformar áreas públicas em capital político, dentro do sistema “um voto, um lote”, parece ter ganhado mais fôlego, quando se observa que, dentro dessa nova reformulação da Agefis, estão embutidas medidas que visam o “crescimento ordenado”, a “mediação e conciliação de conflitos” e outros termos como a “humanização” do processo, que não se sabe, com exatidão, do que se trata, mas que sinaliza um abrandamento ao combate à grilagem de terras.

O temor é que a nova pasta venha para estabelecer uma ponte, do tipo política, entre o Legislativo local e a persistente onda de invasões, conferindo a um problema dessa natureza, que afeta milhões de brasilienses por suas consequências nefastas, um tom demagógico e sem eficácia. Quando o assunto é invasão e grilagem de terras no DF, um problema antigo e que tem afetado o próprio processo de planejamento urbano da capital, comprometendo o futuro de Brasília, não se pode tratar desse ponto tendo como horizonte apenas as próximas eleições ou mesmo promessas de abrandamento a essas práticas criminosas que têm enriquecido muita gente em detrimento da cidade.

Trata-se de um problema vital para o funcionamento e continuidade de uma cidade planejada. Não se discute a necessidade de políticas habitacionais para a população, conforme já foi dito nesse espaço inúmeras vezes, mas a criação, per si, do DFLegal, que terá, entre as muitas tarefas atribuídas, que “criar novas áreas de habitação”, não inspira confiança e remete um problema dessa magnitude aos mesmos políticos que, por anos, foram os grandes incentivadores desse processo.

Para se ter uma ideia de como essa mudança pode acarretar novas ondas de invasões, estão circulando pelas redes sociais mensagens afirmando que com a chegada do DFLegal, as invasões vão receber um tratamento mais frouxo por parte do governo e que, portanto, estão abertas a temporada de ocupações irregulares. Vamos assistir isso de braços cruzados?

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O pacto social será, igualmente, decisivo para viabilizar as reformas que a sociedade brasileira reclama e que eu me comprometi a fazer: a reforma da Previdência, a reforma tributária, a reforma política e da legislação trabalhista, além da própria reforma agrária. Esse conjunto de reformas vai impulsionar um novo ciclo do desenvolvimento nacional.”

Discurso de posse do ex-presidente Lula – Jan 2003

Charge do Paixão, reprodução da Gazeta do Povo

 

 

Concurso

Sindilegis e a Escola Nacional dos Auditores do TCU resolveram, por meio do Legis Club Brasil, apoiar os concurseiros interessados. São três bolsas de estudo do curso preparatório online para ingresso no tribunal. Dia 30 de abril será o sorteio. É bom esclarecer que só podem participar os filiados aos Sindilegis ou dependentes.

 

 

 

Sugestão

 

Na edição de 1942, da Companhia Editora Nacional, sob o título O Brasil Central, Dr. Karl Von Den Steinen registra a história do rio Xingú, vai de Assunção a Corumbá, descreve a vida dos índios, conta as lendas, fala dos caribas, consumo da banana. Há até um índice de minerais colhidos durante a viagem. Um espetáculo de leitura.

Foto: sebonascanelasleiloes.com.br

 

 

Bola de Cristal

Depois que Brasília foi pega de surpresa com os fortes ventos e chuvas, o governador Ibaneis poderia reunir os secretários pertinentes para começar o planejamento de combate aos incêndios que vão acontecer na cidade por toda parte em agosto. A começar pelo Parque Nacional.

Foto: Corpo de Bombeiros do DF/Divulgação

 

 

Palavra

Por falar em governador e incêndio, o mês de abril está acabando e os candidatos que aguardam a convocação para tomar parte do Corpo de Bombeiros ainda não foram chamados. Promessa é promessa!

Foto: facebook.com/corpodebombeirosmilitardodf

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ninguém põe em dúvida o alto gabarito dos engenheiros do DTUI. Há, entretanto, uma ressalva a fazer quanto à conservação de linhas, Hoje completa, exatamente, onze dias que o telefone 2-2902 está dando sinal de interrompido, sem que ninguém chegue a uma conclusão, apesar das reclamações diárias. (Publicado em 18.11.1961)

Todos são iguais perante à lei?

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Foto: O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – Givaldo Barbosa / Agência O Globo / 5-6-17/ oglobo.globo.com

 

Desde que foi encarcerado há um ano, não se conhece minimamente, até hoje, a origem dos vultosos recursos despendidos por Lula para bancar os caríssimos escritórios de advocacia que lutam nos tribunais para livrá-lo das inúmeras condenações de que é alvo nas diversas instâncias da justiça. Muito antes de ser preso, sua banca estrelada já estava em campo, trabalhando diuturnamente com esse objetivo.

Obviamente que esses altos valores, transformados em honorários advocatícios, são lançados no ambiente escuro e hermético do sigilo profissional, ficando bem longe da curiosidade da população e da imprensa. O que se cogita, conhecendo os preços cobrados desses escritórios exclusivíssimos, alguns com bandeirada começando na casa do milhão, é que não será surpresa se o ex-presidente, ou alguém em seu nome, já tenha desembolsado algumas dezenas de milhões de reais.

No meio jurídico, sabe-se que os honorários cobrados por advogados, principalmente aqueles que foram ministros das altas cortes e que trabalham nesses casos, variam de R$ 2 milhões a R$ 10 milhões, dependendo da complexidade de cada processo. O que é fato é que, fossem somados todos os bens do ex-presidente, seus rendimentos ou possíveis aplicações, o total não chegaria nem perto do que está sendo gasto com esses causídicos de ouro.

A hipótese menos fantasiosa, dado o patrimônio sabido de Lula, é que essas bancas estão trabalhando graciosamente em nome de algum ardor idealista ou pendor humanista. Todavia, em face de todo esse mistério atual, importa muito mais constatar que, pela atuação dessa banca famosa, os tribunais superiores, incluindo ai o próprio Supremo, tem, seguidas vezes, interrompido seus afazeres rotineiros, apenas para atender as demandas jurídicas dos defensores do ex-presidente.

Não passa um mês sequer que essas cortes não tenham feito alguma deliberação sobre os inúmeros rolos do ex-presidente que tramitam na justiça. O que também é fato é que, em tempo algum, essas importantes instâncias, que por suas elevadas funções, num país com tantos problemas e em meio a crises profundas, jamais se ocuparam por tanto tempo em julgamentos e decisões envolvendo um único personagem. O que um observador ocasional pode constatar, diante desses acontecimentos contínuos, é que fica muito difícil, para não dizer impossível, acreditar que todos os brasileiros são iguais perante a lei, conforme reza o Art. 5º da Carta da República.

Quando se verifica o empenho persistente em atendimento a pleito de um único cidadão, a quem se imputa não crimes políticos, mas crimes comuns como corrupção passiva e lavagem de dinheiro e, sabendo-se que muitos outros processos de igual teor estão por vir na sequência, o cidadão comum, como diria o jurista Rui Barbosa, “chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” E o que é pior: desconfiar na ação e isenção da própria justiça e dessa pretensa igualdade.

 

 

 

A frase não que pronunciada:

“Alegoria da equidade não tem nada a ver com escola de samba nem com o Joquey Club!”

Conversa entre risos na porta da faculdade

 

 

 

Competência

Professor Dr. Rodrigo More é o candidato do Brasil no Tribunal do Mar. O órgão jurisdicional é contemplado pelo Direito Internacional. Trata dos mecanismos para solução de controvérsias marítimas. Foi a Convenção de Montego Bay que estabeleceu a independência da entidade. O Brasil estará muito bem representado se conquistar a cadeira que pleiteia.

 

 

Novidade

Vejam a seguir tudo sobre o Fashion Revolution Natal, movimento global que aconteceu no auditório do Sebrae, o maior apoiador.

Leia mais em: Sebrae apoia e abraça a causa do Fashion Revolution Natal

 

 

Redome

Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea tem um banco de dados nacional. É preciso que os doadores mantenham o cadastro atualizado. Hoje o número de doadores ultrapassa 5 milhões de pessoas.

Foto: redome.inca.gov.br/

 

 

Guará

A banca da Alice, na feira do Guará, e banca Doce de Araxá são os únicos lugares da redondeza onde se encontram pastel sem glúten ao queijo da Serra da Canastra. Produtos e atendimento continuam a fazer valer a pena a visita.

 

 

 

Só alegria

Notícia boa. A aeroflap divulgou que o aeroporto de Brasília é o primeiro mais pontual do país.

 

 

Consumidor

Por falar em aeroporto, os passageiros da Avianca continuam na peleja. Voos cancelados e atendimento sofrível deixam os consumidores que não vão buscar a justiça, no prejuízo.

Foto: Avianca/Reprodução

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ninguém põe em dúvida o alto gabarito dos engenheiros do DTUI. Há, entretanto, uma ressalva a fazer quanto à conservação de linhas, Hoje completa, exatamente, onze dias que o telefone 2-2902 está dando sinal de interrompido, sem que ninguém chegue a uma conclusão, apesar das reclamações diárias. (Publicado em 18.11.1961)

Fundos

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Charge do Feliciano

 

Em decorrência da enorme quantidade de casos de corrupção verificadas no antigo modelo de financiamento privado de campanhas, principalmente nos últimos quinze anos, o Supremo Tribunal Federal, pressionado pelo conjunto da opinião pública, não teve outra saída senão proibir o modelo em que empresas “investiam” pesadas somas em partidos e candidatos, de olho nas vantagens que seriam colhidas lá na frente.

As revelações apresentadas nas diversas operações realizadas pelo Ministério Público e pela Policia Federal mostraram, de forma cabal, que o envolvimento promíscuo entre empresários e políticos havia desviado dos cofres públicos bilhões e bilhões de reais, por conta justamente desses empréstimos antecipados feitos sob a forma de financiamento de campanha. Nessas tratativas irregulares, havia todo tipo de pagamento ou reembolso pelas fortunas recebidas, desde a contratação dessas empresas para grandes obras com processos de licitação viciada, até mesmo a confecção de leis feitas sob medida para atender esses padrinhos e patrocinadores.

Com isso, os escândalos, muitos bem perto de vir à tona, passaram a acontecer dia sim e dia também sim ao longo dos últimos anos. No calor das revelações e denúncias que não paravam de surgir, foi enterrado, de vez, o antigo modelo de repasse de dinheiro dos empresários para os partidos e políticos acabando com a farra astuta. Mas, receosos de que a mina de recursos abundantes secasse de vez, os políticos trataram de encontrar uma substituição à altura de seus apetites. Para tanto, aprovaram, em tempo relâmpago, dois projetos de lei, primeiro turbinando o fundo partidário, que passou de R$ 371 milhões para R$ 888 milhões. Em seguida, em tempo também acelerado, criaram o que pode ser considerado a mais generosa fonte de recursos de todo o planeta para partidos e para os políticos: o fundo eleitoral, uma mina de ouro com recursos de R$ 1,7 bilhão.

Com isso, a participação do dinheiro dos contribuintes nas despesas das campanhas pulou de 4% para 69%, uma fortuna literalmente entregue nas mãos dos políticos ou, mais precisamente, ao controle dos caciques que controlam as legendas de forma, digamos, bem personalista e segundo, obviamente, seus interesses imediatos.

A mudança da fonte, passando de financiamento privado para financiamento público, contudo, não teve o condão de reduzir os casos de corrupção. Pelo contrário. Dado a ineficiência da justiça eleitoral em fiscalizar com lupa esses gastos em tempo, as denúncias de malversação desses recursos se multiplicaram, assim como os mecanismos para enganar esse controle débil. O que mostra o controle absoluto dos caciques partidários sobre esses recursos é que 63% dessa dinheirama foram concentrados apenas em 7% dos candidatos, e, não por acaso, nos vencedores dos pleitos, sobretudo os próprios caciques ou pessoas escolhidas a dedo por eles, que agem como verdadeiros donos dessas legendas.

Vale a lembrança de que, no início do mês, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por 294 votos a 144, a emenda do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) do Projeto de Lei 1321/19, que pretendia permitir ao partido político devolver recursos de sobras do Fundo Partidário ao Tesouro Nacional.

Os casos recentes mostrando uma grande quantidade de laranjas agindo em todos os partidos nessas últimas eleições mostram, com clareza, que esse mecanismo de financiamento que penaliza o contribuinte e macula as eleições democráticas tem que sofrer urgentes e profundos reparos. A lerdeza com que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga as contas de campanhas, além das regras frouxas para a utilização dessa montanha de dinheiro, tanto do fundo partidário como do fundo eleitoral, abre brechas espetaculares para que esses desvios aconteçam.

A situação é de tal gravidade que esses dois fundos constituem hoje verdadeiras caixas-pretas, que, se investigadas com rigor, podem ainda contar com o alívio de providências e anistias sob a rubrica “crimes eleitorais” ou de “caixa dois”, sempre vistos com benevolência de pai até pelo Supremo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Sou imensamente grato à equipe de assessores e ao corpo técnico do meu gabinete, pela inestimável colaboração que me prestam, tornando a vida melhor, mais fácil e mais divertida.”

Ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, ao final do excelente artigo “Rejeitada emenda que autorizava partidos a devolver sobras do Fundo Partidário”, na revista Consultor Jurídico, de dezembro do ano passado.

 

 

CB

Com vagas limitadas, o Correio Braziliense vai receber Reginaldo Fonseca, no dia 29 de abril, a partir das 16h30. A palestra “Como trabalhar com moda no mundo moderno” será brindada com o lançamento do livro “Vivendo e se transformando”. Veja mais detalhes a seguir.

Link para inscrição: REGINALDO FONSECA WORKSHOP – PALESTRA – LANÇAMENTO DE LIVRO

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Sábado próximo, o sr. Israel Pinheiro deixará o IPÊ, que hospedará o sr. Jânio Quadros. O Prefeito de Brasília ocupará uma casa no Lago, que recebe, agora, os últimos retoques. (Publicado em 18.11.1961)

Política habitacional

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Foto: laboratoriobrasilia.blogspot.com

 

Para garantir e pôr em prática os direitos previstos na Carta da República, o Estado, por meio de seus representantes eleitos, no caso o governador, tem o dever de implementar políticas públicas que atendam as necessidades básicas da população. Dentre essas medidas, talvez a mais importante seja justamente aquela que assegure a realização de programas habitacionais visando a obtenção da casa própria. Ter a própria moradia é um desejo de 9 em cada dez brasileiros de renda média ou baixa. Estranhamente, esses programas habitacionais para a aquisição de um imóvel por uma família tiveram seus critérios alterados, de forma a transformar esses importantes projetos de cidadania em esquemas de cooptação de apoios políticos, não muito diferentes do que eram feitos no início do século XX com as chamadas políticas de cabresto, em que o cidadão tinha todo o qualquer direito atrelado à algum tipo de apoio ao político local. Ou apoiava o coronel, ou ficava sem nada; em alguns casos, até sem a vida.

De lá para cá, a inviolabilidade obrigatória do voto e outras conquistas reduziram esse tipo de ameaça. Diminuiu, mas não extinguiu completamente. Ainda é comum, mesmo aqui na capital e em pleno século XXI, verificar-se, por denúncias, a compra de votos ou promessas de aquisição da casa própria ou lote, mediante o apoio político nas eleições. Em Brasília, particularmente, tem havido, desde a emancipação política, um forte esquema que transformou lotes públicos em moedas de apoio político.

Essa política, de um voto, um lote, tem provocado um verdadeiro fenômeno de “desurbanização” da cidade, através da criação de núcleos e bairros habitacionais sem quaisquer critérios de planejamento, construídos em ritmo acelerado, justamente para tornar os abusos como fatos consolidados. Embora não se discuta a importância da casa própria para a segurança e proteção das famílias, o caso é que ainda se verifica, aqui e ali, vestígios de que esses programas habitacionais continuam sendo realizados e de forma enviesada, para favorecer políticos com assento no Executivo e no Legislativo e, por via transversa, a empreiteiros, alguns inclusive arrolados em processos na justiça.

O que salta aos olhos e não possui qualquer razão convincente é porque, ainda hoje, não foi posto em prática um amplo programa habitacional visando atender diretamente o funcionalismo de renda média baixa, sobretudo aqueles servidores das Forças Armadas, dos Bombeiros, da Polícia Militar, Defesa Civil, professores e outros valorosos trabalhadores, tão necessários à segurança e ao bem-estar da população.

Será por que eles não atrelam seus votos a benesses políticas? Entregar conjuntos habitacionais a correligionários ou a eventuais apoiadores políticos não é fazer política pública, mas sim utilizar recursos públicos apenas para fazer política partidária cujos os efeitos estratégicos se esgotam ao findar das eleições.

As consequências nefastas desse arremedo de “política pública” conhecemos muito bem, principalmente seus efeitos sobre a desorganização de todo e qualquer planejamento urbano.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Planejamento urbano não garante a felicidade. Mas o mau planejamento urbano, definitivamente impede a felicidade.”

Trecho da revista Vida Simples citando Jan Gehl, arquiteto dinamarquês.

Foto: archdaily.com.br

 

 

Boa leitura

Com certeza está, na livraria da UnB, a obra Ensino das Artes na Universidade – Textos fundantes, organizado por Lourdes Teodoro, do corpo docente da UnB. Leitura que vale a pena.

Foto: noticias.unb.br

 

 

Carnes

Embrapa abre oportunidade para empresas interessadas em levar à prática o projeto Aprovinos, onde, além das copas e presuntos, foram desenvolvidos outros diversos produtos à base de carne ovina, como mortadelas, oveicon, patê, hambúrguer, linguiça, sarapatel, buchada e pertences de feijoada. Será por edital público.

 

Festa

Amanhã, dia 24, a Embrapa apresentará, na solenidade dos 46 anos da empresa, os presuntos e as copas que serão destaques tecnológicos da estatal agropecuária.

Copa ovina – Foto: Paulo Lanzetta (embrapa.br)

 

 

Cachoeira

Incríveis as imagens das cachoeiras nas salas do minhocão da UnB. Veja a seguir!

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A crise de São Paulo é uma vergonha. O governo Carvalho Pinto preocupou-se demais com o que chama de “administração de base” e esqueceu os detalhes humanos. Vencimentos de fome num Estado rico. (Publicado em 18.11.1961)

Brasília, missão em cumprimento

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Foto: Ivan Mattos

 

Em sua primeira edição que circulou em 21 de abril de 1960, o Correio Braziliense, um jornalão que na época media 57 cm x 80 cm, estampava em sua manchete principal o título “Brasil, capital Brasília.” A transferência simbólica da capital já havia sido realizada no dia anterior, quando as chaves da cidade foram entregues ao então presidente Juscelino Kubitschek por seu conterrâneo e prefeito de Brasília, Israel Pinheiro.

O novo Distrito Federal se deslocava mil quilômetros Brasil adentro para a felicidade e incredulidade de muitos e para desgosto de uns outros tantos, que viam nessa mudança apenas um capricho do presidente. Junto com a inauguração de Brasília, o jornal Correio Braziliense voltava a circular, depois de 137 anos de sua publicação em Londres, onde circulou entre 1808 até 1823. Junto com a nova capital, vinham também esse que foi o primeiro periódico da cidade e a nova emissora de televisão, pertencente ao mesmo grupo, e chamada de TV-Brasília, canal 5, pioneira do Brasil Central em televisão.

No longo editorial, que marcava o primeiro número do jornal, a preocupação com a consolidação da unidade nacional era ressaltada, assim como a transferência da capital, que já em 1813 era uma das ambições perseguidas por Hipólito José da Costa em seu jornal, como forma de garantir a integridade política do país. “Brasília não será apenas a sede do governo federal, mas um poderoso centro de atração das forças que se desenvolvem no litoral para as grandes regiões que se acham ainda desertas e das quais é imprescindível que a nação tome posse, se deseja integrar-se a si mesma e oferecer a seu povo, que tão rapidamente se multiplica, uma pátria materialmente digna do seu alto destino,” dizia o primeiro editorial a saudar a nova capital, ao imputar também a realização desse sonho não apenas à liderança confiante e corajosa de JK, mas ao elenco de arquitetos e com suas concepções de originalidade, aos engenheiros, técnicos e mestres de obra além, é claro, de um operariado entusiasmado com a imensa tarefa de erguer, no Planalto Central, a nova capital do país.

Não somos mais aqueles crustáceos arranhando as areais das praias litorâneas, de que falava o cronista do primeiro século, e sim um povo que se projeta no coração do continente que lhe pertence, lembrava o texto, destacando naquela ocasião os ideais de liberalismo, democracia, liberdade, devoção às bases constitucionais, bem como a confiança na livre empresa, atributos que tornaram possível naqueles tempos distantes a construção de uma capital no interior inóspito de um Brasil que muitos desconheciam ou sequer imaginavam que pudesse existir.

Naquelas quarenta páginas da primeira edição a circular em Brasília, constava ainda o discurso do presidente Juscelino que enaltecia o feito histórico como resultado da união e amizade entre todos que para aqui vieram. “A irmanação de quantos aqui trabalham lembra a construção das catedrais da Idade Média, quando artistas anônimos, mestres, aprendizes se animavam pela fé em Deus, em cuja honra se levantavam esses poemas arquitetônicos.” Lembrando que a reunião desses candangos aqui no centro do país foi possível porque muitos tiveram fé nesse projeto ousado.

“Caminhastes, de qualquer maneira até aqui, por estradas largas e ásperas, porque ouvistes, de longe, a mensagem de Brasília; porque vos contaram que que uma estrela nova iria acrescentar-se às outras vinte e uma da bandeira da pátria” dizia trecho daquele discurso memorável. Também em matéria especial, composta para essa primeira edição o saudoso poeta Cassiano Ricardo compôs uma “toada pra se ir a Brasília” em que proclamava: “ Vou-me embora pra Brasília, sol nascido em chão agreste, como quem vai para uma ilha. A esperança mora a Oeste… Tenho a chave do futuro; não quero outra maravilha. Que os outros viajem pra Lua; e eu não. Irei pra Brasília.”

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Brasília é a manifestação inequívoca de fé na capacidade realizadora dos brasileiros, triunfo de espírito pioneiro, prova de confiança na grandeza deste país, ruptura completa com a rotina e o compromisso.”
Juscelino Kubitschek

 

 

Lixo

Está fugindo do controle a situação do lixo em algumas quadras comerciais. Na 412 Norte não há container suficiente para tantos restaurantes. O resultado são sacos de lixo pendurados, chorume escorrendo pela rua e um cheiro insuportável.

 

 

Parceria

Paulo Roberto da Silva mostra as curicacas da 207 Sul e diz que a beleza vai além do porte e do canto: são pássaros amigos dos agricultores por alimentarem-se de espécies daninhas, insetos e larvas. O bico longo e curvo é adaptado para extrair insetos da terra fofa. São vistas quase que somente em áreas protegidas e, para a nossa satisfação, também com frequência em nossa cidade parque.

 

 

Barulho

Por falar em lixo, não há razão para a coleta ser feita de madrugada. Além do sacrifício e cansaço para trabalhar correndo e cheirando lixo, há mais incômodo na sinfonia de tampas batendo no meio da noite do que durante o dia.

 

 

Leão

Mais de 15 milhões e meio de declarações já foram recebidas pela receita. Segundo o supervisor nacional do IR, auditor-fiscal Joaquim Adir, a expectativa é de que 30,5 milhões de contribuintes entreguem declaração. O prazo de entrega da declaração vai até 30 de abril.

Charge: humorpolitico.com.br

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Inconveniente, fora de propósito, desumana e descabida, a greve no Hospital Distrital. Doentes ficaram ao abandono, parturientes subiram escadas, sabotadores abriram o vapor da caldeira para que o prédio ficasse sem água quente e particulares permaneceram um dia a mais pagando diária. Greve em hospital tem que ser organizada, humana e tranquila. Baderna não resolve. Foi indisciplina. (Publicado em 18.11.1961)

Lula fala

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VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Reportagem publicada pela Revista Crusoé.

Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, proferida agora, o ex-presidente Lula da Silva poderá conceder entrevista à jornalista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo, uma espécie de porta-voz informal do petista junto à imprensa. A decisão divide juristas e está longe também de ser consenso junto à opinião pública e vem na sequência dos imbróglios envolvendo a censura imposta por essa corte à Revista Crusoé.

O time da decisão pegou todo mundo de surpresa, principalmente aqueles que ainda acreditavam que a Lei de Execuções Penais (LEP), conforme especifica em seus artigos 38 a 43, que trata das obrigações e direitos dos presos. Nesse ponto, no que diz respeito à comunicação do preso com o mundo exterior, a LEP estabelece que essa comunicação se dará por meio de correspondência escrita ou por outros meios de informação que não comprometam a moral e os bons costumes. Para o pessoal que trabalha diretamente em órgãos de imprensa, que nutrem ou não simpatias pelo petista, Lula, embora não seja definitivamente um preso político, como narram seus seguidores, tem o que falar, principalmente para seu público cativo, apartado dele há mais de um ano.

Para alguns juristas, a nova decisão encontra respaldo na lei maior que é a Carta da República de 1988, que, em seus artigos 5º, incisos IV e IX, e 220 fixa a plena liberdade de expressão e de manifestação. Para quem se der ao trabalho de analisar as razões que levaram os parlamentares petistas a requerem o pedido de entrevista, poderá concluir que essa é mais uma estratégia engendrada pelos acólitos do ex-presidente, no sentido de trazer sua fala e seu incentivo a um partido que vai perdendo aos poucos o esteio de seu fundador e virtual proprietário.

Perdido entre um Brasil, que deixou arruinado para trás, e um presente, que em que os conservadores tomaram a dianteira por obra e ação da imensa rejeição às ideias dessa legenda, o Partido dos Trabalhadores vai assistindo o lento declínio de sua liderança. Por isso, a entrevista com o líder maior dessa sigla poderia significar uma tentativa de reinventar a lenda da Fênix e renascer das cinzas.

O que chama a atenção nessa decisão é a disposição onipresente do Supremo em atender as reivindicações do ex-presidente, o que faz supor ser ele mais igual que outros brasileiros perante a lei. De fato, a entrevista de Lula a um órgão da imprensa nacional, claramente simpático às suas ideias, é um acontecimento de cunho especificamente político e atende a estratégias do mesmo quilate, que visam incitar seus apoiadores a pressionar a justiça para livrá-lo da prisão, onde está, nunca é demais lembrar, por condenação em atos de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

Observada estritamente do ponto de vista do interesse público, uma leitura nos comentários da população, postados logo a seguir às matérias jornalísticas que tratam dessa decisão, essa entrevista é um privilégio inexplicável concedida a um preso comum, visando a auto promoção desse político, que, por meio de um sensacionalismo barato, irá, mais uma vez, promover o descrédito na justiça, incitar brasileiros contra brasileiros, se fazer de vítima de um sistema, além, é claro, de sondar o ambiente para uma possível volta desse pesadelo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O homem é arquiteto do seu próprio destino.”

Frank Miller, escritor

Foto: Divulgação/CCXP

 

 

Protesto

Participante ativo, o leitor Roldão Simas protesta sobre a opinião da coluna que fala das ferrovias como solução de transporte de produtos. Diz Simas: “Mesmo na Europa, o transporte por caminhões é preponderante. Antigamente, na Alemanha, o uso de caminhões era limitado a 100km. Depois a ferrovia era obrigatória. Atualmente, a excelente rede de autoestradas é usada em larga escala pelos caminhões, na faixa da direita. O transporte mais rápido e as mercadorias vão de porta a porta. No Brasil, as ferrovias foram praticamente abandonadas. As bitolas não eram padronizadas e seu serviço insatisfatório. A fabricação de caminhões foi estimulada no tempo de JK e pelo interesse da Mercedes-Benz, principalmente. Depois, pela Skania Vabis.”

Foto: ppi.gov.br

 

 

Crime

Várias árvores das tesourinhas foram salvas por Ari Cunha. Hoje, com funcionários terceirizados no GDF, sem capacitação para o serviço, eliminam as árvores que apenas precisariam de poda. Depois de tantos anos, tombam em minutos.

Foto: Maria Ferreira/G1

 

 

Multa já

Está na hora de o Detran e Ibram analisarem o que fazer com motoqueiros que aumentam o barulho furando o escape. Nas regiões onde há restaurantes que fazem entrega, é simplesmente insuportável para os moradores ouvir o vai e vem dessas motos barulhentas.

 

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Quero terminar hoje com uma homenagem: Felinto Epitácio Maia. Logo mais, a mudança da Capital terá novo dono, certamente, e esse servidor voltará às suas antigas funções. Não aconteça isto, sem que se diga que foi um cumpridor do dever. Sim ou não, são respostas dadas com a mesma cara que Deus lhe deu, seguindo o que de justo se impõe. Bom humor invejável, foi o homem mais assediado desde 21 de abril, e termina seu trabalho sem haver aberto uma única exceção. A todo fato, tem uma história correspondente, quase sempre com uma nota de “fair-play”, que lhe garantia calma nas horas mais dramáticas. (Publicado em 17.11.1961)