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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Na visão daqueles que têm como função refletir sobre a existência humana sobre o planeta, tanto os filósofos pessimistas, quanto os mais realistas acreditam que o denominador comum do mundo pós-pandemia será o caos. Se formos nos ater à teoria que indica que o caos seria um fenômeno que precede a ordem e é necessário para eternizar o ciclo da própria vida, estamos no limiar de novos e incertos tempos, o que seria uma marca registrada do próprio século XXI, que teve início, de fato, com a derrubada das Torres Gêmeas, em Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001.
De lá para cá, o mundo vem num processo de transformação acelerado, que parece ter seu apogeu agora, com a paralisação global imposta por uma pandemia jamais vista e cujas consequências ainda não sabemos quais serão. Para alguns cientistas, mais ligados às áreas de epidemiologia e infectologia, o fenômeno da virose, que ainda se alastra em várias partes do mundo, pode durar vários anos, modificando, em vários aspectos, a vida em sociedade tal como conhecíamos até então.
Como na letra da música que diz, “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia…”, possivelmente estamos assistindo o parto dolorido de um novo mundo, mas, para isso, será preciso que o velho ceda lugar ao que vem pela frente. Para os historiadores, não há surpresas nesse fenômeno, o mundo existe entre uma sístole e uma diástole e isso não pode ser alterado, faz parte da roda gigantesca que move todos. Para alguns gurus da economia, estamos no preâmbulo final do que seria o capitalismo tradicional, com a instalação de uma nova ordem, talvez mais centrada em aspectos como a igualdade, o compartilhamento, a reciclagem, o reaproveitamento, a redução do consumo e outras formas de produção que, ao menos, minore o processo de esgotamento dos recursos naturais.
Nesse ponto, estamos sendo como que empurrados, ladeira abaixo, a mudar de comportamento, pelo próprio planeta Terra, por conta de um processo de rápidas mudanças climáticas, provocadas pela ação deletéria e egoísta da humanidade. Nesse processo de mudanças gerais, até mesmo as grandes cidades sentirão os efeitos de uma nova época, sendo esvaziadas, com a possibilidade de um retorno das pessoas aos campos e à uma vida mais comunitária. Não se trata aqui de previsões feitas numa bola de cristal, anunciando um novo e regenerado mundo.
O que parece vir pela frente não deixa alternativas. Para alguns cientistas políticos, nessas mudanças, até mesmo o grande Leviatã, representado pelo Estado onipresente e opressor, perderá muito de seu antigo prestígio, assim como boa parte da classe política e dirigente atual, que, aliás, já vinha tendo muito de seu prestígio posto por terra, em muitas partes do mundo ocidental. A descrença no Estado, na classe política, no capitalismo talvez sejam as mudanças que mais se farão sentir doravante, com reflexos ainda incertos para todos.
Vivemos o que filósofos, como o italiano Franco Berardi, chamam de “epidemia de solidão”. É na solidão que o homem é capaz de refletir plenamente sobre si. Para Bernardi, o vírus produziu, no corpo estressado da humanidade, uma espécie de fixação psicótica, que foi capaz de deter o funcionamento abstrato da economia. Para esse filósofo e professor da Academia de Brera, em Milão, autor de livros como “Futurabilidade”, “Fenomenologia do Fim”, “Fábrica da Infelicidade” e outros, o isolamento social, forçado pela pandemia do Covid-19, levou, como há milhares de anos vem acontecendo, a humanidade, na figura dos filósofos, a compreender, conceber e organizar o pensamento coletivo.
Essa é, para os que pensam o mundo, uma grande possibilidade de transformar tais fenômenos em conceitos que irão iluminar novos caminhos. Na sua avaliação, é preciso, antes de tudo, acreditar que existe uma saída ética, política e científica da atual crise, que poderá ser gerada pela própria imaginação filosófica. Ou é isso ou será a barbárie e a extinção, como muitos pregam por aí. Talvez o imprevisto subverta os planos do inevitável.
Para ele, a missão da filosofia é imaginar o imprevisível, produzi-lo, provocá-lo e organizá-lo. Mas é no campo econômico onde o filósofo enxerga as mudanças mais profundas, com um possível colapso do que chama de “nós estruturais”, com consequências sérias para a demanda, para o consumo, e com um período de deflação pela frente de longo prazo, o que , por sua vez, provocará uma crise também na produção, com reflexos diretos no desemprego.
Segundo acredita, mais do que uma simples depressão, poderá haver o fim do modelo capitalista, com a implosão de uma série de conceitos e estruturas que mantêm as sociedades unidas. Isso não quer dizer que haverá, ainda, por um certo período, um grande fortalecimento das empresas digitais, o que poderá estimular um certo controle tecno-totalitário por partes de alguns governos.
A frase que foi pronunciada:
“A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”
Sêneca, filósofo estoico e um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império Romano. (Wikipedia)
Boa notícia
Guardem esses nomes com carinho: Luiza Kimura Cardoso de Oliveira, Julia Oliveira Coelho, Eduardo Augusto Ramalho Duarte, Mariana Carvalho Delamagna, Luíza Gadelha, Tales Maier Flores. Mal entraram na universidade, arregaçaram as mangas para ajudar a garotada que não teve a mesma oportunidade de um bom ensino. No Colégio João Paulo II, material de estudo está sendo distribuído gratuitamente. Veja, a seguir, alguns vídeos publicados sobre essa iniciativa digna de ser imitada pelos nossos governantes.
Link no Instagram: #diadovoluntariado
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Se há um Setor em Brasília que não merece ser multado é aquele. São industriais que acreditam em Brasília, construíram, montaram, em muitos casos, maquinaria custosíssima, e hoje não tem a mínima assistência dos poderes públicos, a não ser na hora do imposto ou da multa. (Publicado em 14/01/1962)
MST, em busca de sobrevivência, elege Gilmar Mendes como patrono
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Muita coisa pode ser dita sobre o encontro que reuniu, neste mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e as lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), ladeado pelos principais partidos que fazem oposição cerrada ao atual governo. De tudo o que foi dito, pelos que defenderam esse encontro e por aqueles que criticaram, com veemência, a reunião, tão esdrúxula e inusitada, o mais improvável e inverídico é que esse “diálogo” se deu em nome da construção da democracia em nosso país.
A premissa de que só se constrói a democracia com diálogo, como afirmada pelo próprio ministro, é sabidamente verídica. Só há entendimento entre as forças que compõem a sociedade, por meio da conversa. Com relação à essa fala do ministro, tratado como convidado de honra desse encontro, mostra que, em certos casos, e esse é um deles, o diálogo com os radicais, auto intitulados, como o exército Brancaleone do ex-presidente Lula, disposto a tudo, inclusive, a pegar em armas para defender o indefensável, não pode ter lugar dentro de parâmetros legais, uma vez que esse grupo não reconhece, sequer, os limites legais fixados pela sociedade.
Portanto, trata-se aqui de um diálogo do tipo fake e até perigoso para as instituições, pois aponta, por meio de um de seus representantes, na figura de um ministro da Suprema Corte, um reconhecimento e acolhimento de um grupo de foras da lei. Não é preciso lembrar ao ministro que o MST é um movimento que, por si só, não existe como personalidade jurídica. Ninguém sabe quem são oficialmente seus dirigentes, sua sede, estatuto, seu registro junto aos órgãos de Estado, ou qualquer outro registro legal.
Fosse esse o único problema com o MST, tudo poderia ser resolvido com o auxílio de um despachante junto a um cartório, como fazem todos os brasileiros de bem. O problema é que esse movimento é flagrantemente uma organização que despreza as leis e age, de modo destemido, com métodos claramente criminosos, invadindo propriedades, queimando lavouras, matando gado, ameaçando produtores, incendiando sedes rurais, plantações de espécies destinadas às pesquisas e outros delitos continuados. A maioria dos seus dirigentes responde a processos. Alguns líderes já estiveram presos, acusados de assassinatos e outros crimes graves.
Na realidade, o que o MST desejou com essa live com o ministro Mendes, tido como o mais próximo desse movimento, foi criar um embrião de uma possível frente política de oposição, com vistas às próximas eleições, dando um verniz de certa institucionalidade ao que é, ainda, um grupo de bandoleiros.
Outras falam da possibilidade de o MST vir a se transformar em mais um partido político, disposto a enfrentar as urnas no lugar do moribundo Partido dos Trabalhadores (PT). Na falta de discurso capaz de empolgar um número expressivo de eleitores, o que o MST faz, pelas beiradas, é achar uma brecha para não desaparecer na poeira da história.
A frase que foi pronunciada:
“A nossa consciência é um juiz infalível, enquanto não o assassinamos.”
Honoré de Balzac, escritor francês
Ensino
Recebemos uma missiva que sugere mais uma disciplina na grade escolar do ensino fundamental: Combate à corrupção. Em 10 ou 15 anos, estaria brotando uma mudança cultural no Brasil.
Toma lá, toma cá
Continua muito baixo o retorno em serviços do GDF. Basta constatar pelo número de manifestações na ouvidoria. Ao todo, 249.900 e apenas 3.640 em atendimento.
Desistam!
Ministro Guedes verbalizou que há um complô para derrubá-lo em Brasília. O mesmo complô que não conseguiu vencer a competência da ministra Damares. São como bambus. Envergam, mas não quebram.
Crime
Pouco se tem falado nos dez anos de comemoração da Lei de Alienação Parental. Um crime invisível, no qual há interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente por indução de um dos genitores, que denigre ou repudia o outro genitor, comprometendo a integridade psicológica e da convivência familiar.
Melhor amigo
Vários concursos já publicaram os nomes dos aprovados que farão curso de formação. O governador Ibaneis adiou alguns, com o argumento de falta de verbas. Mas uma categoria conseguiu assumir: os cães treinados para polícia e bombeiros já tomaram posse.
Detran
Se o Detran não cortar o mal pela raiz, o trânsito em Brasília vai piorar cada vez mais. O foco seria nas motocicletas. Ultrapassam pela direita, cortam os carros feito loucos, entram na contramão, sobem calçadas, e retiram o cano de escape, deixando, por onde passam, um barulho ensurdecedor.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Prefeitura está multando o pessoal do Setor de Indústria e Abastecimento pela existência de letreiros, e pela falta de habite-se. Não pensa, entretanto, em indenizar os prejuízos que tem causado, sem dar luz, água, esgoto e telefone. (Publicado em 14/01/1962)
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A frase que foi pronunciada:
“O bem estar do povo é a suprema lei.”
Marco Túlio Cícero, advogado, político, escritor, orador e filósofo romano, 43 anos a.C
Eventos
A seguir, linda foto no gramado do Congresso Nacional, onde centenas de aparelhos de iluminação chamavam a atenção para o desespero dos empresários e trabalhadores de eventos em Brasília.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
A Prefeitura está multando o pessoal do Setor de Indústria e Abastecimento pela existência de letreiros, e pela falta de habite-se. Não pensa, entretanto, em indenizar os prejuízos que tem causado, sem dar luz, água, esgoto e telefone. (Publicado em 14/01/1962)
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No século III a.C., o matemático, físico e astrônomo grego, Arquimedes, chegou à conclusão de que bastaria um ponto de apoio e uma alavanca para mover todo o mundo de lugar. Explicava o poder que um objeto como uma alavanca, colocada em um ponto específico, possui para multiplicar a força humana. O famoso estudioso afirmava que era, pela ferramenta da ciência, possível entender o mundo como ele é e, portanto, adaptá-lo às nossas necessidades.
Talvez aí, nesse ponto de apoio, capaz de “mover o mundo”, que esteja a razão que sempre fez com que os poderosos, ao longo dos milênios, temessem tanto as ciências e os homens a ela devotados. Livres pensadores, capazes de colocar uma interrogação sobre os destinos da sociedade, nunca foram bem-vindos. Pelo contrário, foram sempre perseguidos, presos, banidos, queimados. No entanto, por mais que sejam apedrejados e renegados, a humanidade deles não pode prescindir, sob pena de tornar sua evolução natural em uma espiral descendente, longe da luz e do saber.
Não por outra razão, quando se ouve alguma autoridade falar em banir o estudo da filosofia das escolas, substituindo-a por outras disciplinas “mais práticas e produtivas”, o que, com certeza, esconde-se por detrás de uma declaração dessa natureza é uma tentativa de impedir que os indivíduos compreendam e julguem o que acontece à sua volta.
Num mundo onde os sábios estão longe do poder, fechados na escuridão, qualquer um que porte uma lanterna a iluminar caminhos, será considerado um inimigo a ser calado e posto fora de cena. A filosofia, como uma espécie de “mãe de todas as ciências”, não pode, numa sociedade que se quer moderna e esclarecida, ser simplesmente banida dos currículos escolares. Seria como retirar o alicerce e a razão primeira de todas as outras infinitas ciências, arrancando-lhes a alma e a consciência.
O papel que cabe aos verdadeiros filósofos é buscar um ponto de apoio para, com a alavanca da curiosidade pela verdade, explicar e mover o mundo em toda a sua complexidade. Somente a partir do entendimento do que está à frente é que se pode dar o passo seguinte. A defesa da Filosofia e dos filósofos, como avatares da humanidade, vem a propósito do momento atual, em que grande parte da humanidade se viu, de surpresa, paralisada e suspensa no ar, à espera de um segundo passo, sem saber para onde e como ir adiante depois de uma pandemia.
É em momentos especiais como esse que necessitamos dos filósofos e dos homens do saber, tão necessários como a água. É em momentos assim, quando o caos parece ter assumido o controle da situação, dominando a cena, que precisamos buscar quem realmente compreende a situação e principalmente o que se seguirá após a primeira fase de superação do vírus.
Somente quando a maré da crise planetária recuar é que poderemos ver os estragos deixados para trás, nos empregos, na economia, na política, e na vida em sociedade. O que se tem no momento é o congelamento da humanidade por longos seis meses e sem perspectivas à frente de um retorno ao que era. Justamente, esse é um dos pontos levantados por uma série de pensadores: haverá um retorno ao que era antes? Ou toda essa experiência traumática apenas serviu para fechar, para sempre, antigos caminhos?
Tirada abruptamente de cena, a humanidade, estressada pela possibilidade iminente de morte, já pode vislumbrar que não está no poder do Estado ou do dinheiro ou do capitalismo a solução para crise atual. Estamos, na visão de alguns pensadores com suas alavancas do saber, diante de um vírus semiótico, ou seja, de algo invisível que não entendemos, mas que precisa ser decifrado, como uma Pedra de Roseta, para nossa própria continuidade.
A frase que foi pronunciada:
“Penso, logo existo.”
René Descartes, filósofo, físico e matemático francês.
Ar livre
Passeio pelo parque Olhos d’Água é sempre uma experiência agradável. Falta só uma ordem para limpeza no local.
Luz aos invisíveis
Milhares de trabalhadores anônimos responsáveis pelo sucesso de eventos turísticos, culturais e empresariais elaboraram um manifesto para garantir investimentos na Lei Cultura Viva, cumprimento da Lei Aldir Blanc e sugerir um estudo do IPEA das novas profissões da cadeia produtiva da economia criativa, que precisam entrar no rol do Código Brasileiro de Ocupações. Além do reconhecimento, a classe reivindica a revisão no prazo para pagamento de impostos, auxílio emergencial e linha de crédito em bancos públicos e privados. O documento na íntegra está logo abaixo.
Hemocentro
Estoque de sangue baixo no Hemocentro. A informação está circulando pelo WhatsApp, convidando voluntários. Para acelerar o atendimento disque 160, opção 2, opção 2 novamente e depois opção 1. Ouça até o final da gravação e agende a doação. Veja a seguir.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Muito embora tenha sido no Rio, estou sabendo de uma briga séria (de murros) que se verificou no DASP. Os detalhes são sem confirmação, mas publicaremos, proximamente, detalhes sobre o assunto. (Publicado em 14/01/1962)
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Suzana Guerra, presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, alerta o Ministério da Economia que, por falta de verba, o Instituto está ameaçado de não cumprir as metas de pesquisa para este ano. O que parece supérfluo aos olhos de alguns é essencial para a realização do trabalho, como locação de veículos, diárias, passagens, e até água, luz e telefone dos postos de coleta das informações.
Esse Instituto que o governo cogitou, inclusive, em fechar, esvaziando seu quadro e suas funções, respondeu que pesquisas como a Pnad Contínua e outras do gênero visam levantar informações cruciais sobre os trabalhadores do país, inclusive, aqueles sem vínculo formal de trabalho, o que é o caso de muitos brasileiros nesse momento.
Para esses cientistas sociais, pesquisas desse tipo estão entre as mais avançadas do mundo e, por isso, seguem recomendações dos organismos de cooperação internacional como a Organização Internacional do Trabalho-OIT. Para todos aqueles que lidam com esse tipo de pesquisa científica e vital a qualquer país moderno, as declarações do governo, pondo em dúvida a seriedade dos estudos foram consideradas “perigosas” e contra uma metodologia sabidamente científica e apolítica.
Para esses profissionais ameaçados pelo governo, é necessário que a atual administração evite, o quanto puder, interferir nos trabalhos de pesquisas, até para não as contaminar com pinceladas coloridas a favor desse e de outros governantes. Para esses pesquisadores, os trabalhos desenvolvidos pelo IBGE, por sua tipicidade e importância, devem obedecer apenas a critérios científicos, livre da interferência de políticos, que acabam contaminando os resultados finais. “Uma das premissas necessárias para esse tipo de trabalho é a independência das estatísticas e autonomia dos pesquisadores, até por uma questão de credibilidade científica, ressaltaram os técnicos da instituição.
É preciso ressaltar, como todos já puderam verificar durante esse último ano e meio, que o atual governo tem feito críticas não apenas a atuação do IBGE, mas se voltado, também, contra o Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e a própria Fiocruz, em pleno período de pandemia, quando mais era necessário o apoio de todos em pesquisas científicas. Ao acusar o IBGE e esses outros Institutos de longa tradição técnica de estarem aparelhados pelo que chama de comunistas ou vermelhinhos, o atual presidente tem deixado claro para muitos que não confia na ciência, preferindo seguir seus próprios instintos, que acredita serem os mais “acertados”.
Este ano, as pesquisas do IBGE seriam feitas nos meses de agosto a setembro, com um questionário básico a ser aplicado em mais de 71 milhões de lares em todo o país, mas, alegando falta de recursos, o governo já se pronunciou pelo adiamento das pesquisas, ao mesmo tempo em que remaneja esses escassos recursos para outras áreas, digamos, mais prioritárias para ele e seu grupo, como é o caso do ministério da Defesa, ligado diretamente à ala militar que apoia o governo.
Para pessoas envolvidas diretamente nessa polêmica sobre o adiamento ou não do Censo do IBGE, economizar uns poucos recursos com a aplicação do Censo pode trazer ganhos ilusórios e momentâneos ao governo, mas seguramente provocará um atraso e uma diminuição muito sensível na área de políticas públicas, com grande prejuízo para o futuro dos brasileiros. Muitos cientistas desse país já adiantaram que o Censo deve ser tratado sempre como uma prioridade permanente. Inclusive, muitos defendem, abertamente e sem medo de represálias, que o trabalho, como o realizado por esse e outros institutos de pesquisa, seja considerado como uma política de Estado e não de governos e de ideologias de plantão, e não deveria ser colocado em segundo plano, ao sabor de questões orçamentárias e outras variáveis, pois trata-se de um interesse do Estado e da Nação, não do governo.
A frase que foi pronunciada:
“A ciência é o melhor instrumento para medir nossa ignorância.”
Paolo Mantegazza foi um neurologista, fisiologista e antropólogo italiano.
Intelectual
Leia, a seguir, o artigo do professor Flávio R. Kothe sobre a ideia que permeia a iniciativa de o governo federal pensar na taxação do livro em mais 12% de impostos.
–> MAIOR IMPOSTO SOBRE O LIVRO
Por Flávio R. Kothe*
O governo federal aventou o desejo de taxar o livro em mais 12% de impostos, o que provocou nos últimos dias a reação de editores, livreiros, donos de gráficas, escritores. O governo alega que pobre não lê; os interessados dizem que o livro precisa ser barateado para que ele possa ler. Marx lamentava que o capitalismo estivesse então pouco desenvolvido na área editorial, da qual ele próprio dependia.
Quando estudei em Berlim Ocidental e ainda havia socialismo do outro lado do Muro, meus colegas costumavam comprar livros lá, pois não eram considerados mercadorias e sim bens culturais. Quando o socialismo soviético caiu, os preços das partituras musicais, por exemplo, aumentaram muito (como também o preço da cerveja). Os que se deram bem conseguiram, no entanto, salários mais altos. O sistema caiu porque não soube fazer preços de acordo com os custos. Foi autoritário ao ideologizar os preços conforme o que fosse considerado necessário ou luxo.
Em livro recente, eu me fazia perguntas como: qual é o valor do poeta onde nada se dá por ele? Qual é o preço do que tem valor inestimável, e não é estimado? Qual é o valor da palavra na era do best-seller? Será o valor da arte proporcional ao preço? O que significa a arte ser transformada em mercadoria? Como se impõem hoje obras ao público pela escola e pela propaganda? Qual é a relação entre valor artístico e preço de uma obra?
Se o preço expressa o valor do trabalho social médio para produzir a mercadoria, a criação genial escapa a essa mediania. Fora do parâmetro, ela pode ou não ser reconhecida em termos de preço. Se o artista inovador não é reconhecido por causa da ruptura de paradigma, ele é deixado à margem e não consegue viver do que produz, pois o mercado não o reconhece. Boas obras podem ser perdidas ou nem ser descobertas, assim como obras menores podem ser valorizadas por razões não artísticas, como a conveniência de governos, instituições eclesiais, partidos políticos.
Temos três tipos de escritores: os que precisam pagar para ser lidos; os que conseguem publicar sem pagar nem receber; os que são pagos para escrever. Dos primeiros para os últimos há um afunilamento. Professores, jornalistas, médicos e advogados são pagos pelas palavras que produzem. Pode-se calcular o preço de cada sílaba. O preço é o valor atribuído pelo mercado, ou seja, o valor de troca da sílaba. Nem todo bem que se gera passa, no entanto, pelo mercado. As frutas e verduras que colho no meu quintal para meu consumo não passam pelo mercado, mas atendem a necessidades. O labor investido nelas é considerado, até por Marx, como “trabalho improdutivo” (porque não gera lucro). Boa parte do que nós aqui produzimos como literatura é fruto de trabalho improdutivo.
*Professor titular, pós-doutorado na Alemanha, e coordenador do Núcleo de Estética, Hermenêutica e Semiótica da Universidade de Brasília. É o atual presidente da Academia de Letras do Brasil. Tem mais de 40 livros publicados. Traduziu autores como Nietsche, Marx, Benjamin Adorno Kafka e outros.Foi um dos introdutores do “formalismo russo” no Brasil.
Debate
Ainda é possível acompanhar as discussões sobre a Privatização dos Correios no Youtube, no canal da Auditoria Cidadã. Veja no link Privatização dos Correios? É hora de virar o jogo.
Pdot
Prorrogado o prazo para a participação nas discussões do Pdot, Comitê de Gestão Participativa do Plano Diretor do Ordenamento Territorial do DF. Inscrições até 20 de setembro. Informações no link PDOT 2020-2030.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Já que há o interesse de vários ministérios em efetivarem a mudança, imediatamente para Brasília, e alegam a falta de moradia, há uma sugestão. Várias empresas particulares construíram em Brasília e estão com seus prédios prontos ou por acabar. Não encontram compradores, que bem poderia ser o governo. Há casos em que os vendedores entregariam prédios prontos, pelo preço de custo da construção atual. Com esta aquisição, diversos ministérios poderiam muito bem fazer maior número de funcionários para o Distrito Federal. (Publicado em 14/01/1962)
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Governo algum pode subsistir se não puder contar com um manancial preciso e bem elaborado de informações, que capacite e oriente sua administração na tomada de decisões corretas. Informação nesse caso é tudo. Não se trata, aqui, de bisbilhotar a vida dos cidadãos em busca de pretensos inimigos internos. O tipo de informação que interessa diz respeito direto aos cidadãos, já que servem de ferramenta para buscar melhorias de vida para cada um dos brasileiros.
Gestores realmente sérios e, principalmente. aqueles munidos de programa de governo consistentes e exequíveis, jamais prescindem de ter, ao alcance das mãos, o maior volume possível de dados dos mais diversos. No caso dos dados levantados a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comumente conhecido como Censo Demográfico, o volume e qualidade de informações contidos nessa pesquisa é vital para o nosso país. Somente por meio desse laborioso trabalho, realizado num país continental como o nosso, com todas as dificuldades que conhecemos, em meio a tanta variedade de realidades físicas e humanas, é que é possível se pensar em implementar políticas públicas adequadas, com vistas a um desenvolvimento racional e sem improvisações de última hora.
Pela importância e sensibilidade dos dados coletados por esse Instituto, não seria nenhum exagero se, a cada governo que tomasse posse, fosse imediatamente precedido de amplo e detalhado censo, de forma a municiar o novo mandatário de um retrato fiel e atual do país que irá administrar pelos próximos quatro ou oito anos. Bem sabemos que, em uma década, as mudanças operadas num país são profundas e, às vezes, produzem um verdadeiro ponto de inflexão, com alterações e mudança de rumos até contrárias.
Para os administradores, a atualização permanente é mais do que necessária, é vital e indiscutível para si e para a sociedade. Para isso, não basta saber apenas o tamanho da população e como estão distribuídos pelo território. É preciso, sobretudo, conhecer as condições de vida de cada brasileiro, qual o nível de escolaridade de cada indivíduo, em que condições de emprego e renda se encontram nossa população. É tão necessário para o país e sua gente que o Censo e mesmo Institutos como o IBGE deveriam, num mundo ideal, pairar sobre governos, partidos, ideologias (grande problema) e outras organizações políticas, necessárias para o sistema democrático, mas irrelevantes do ponto de vista das ciências humanas e das pesquisas.
Depois de manter, por meses, o IBGE sob intenso fogo de artilharia, com críticas e ameaças de todo o tipo, justamente porque o Instituto cumpria seu papel de mostrar a realidade do país, num retrato que, na opinião do atual governo feria a imagem de sua administração, Jair Bolsonaro chamou de farsa as pesquisas que indicavam um aumento do desemprego.
Nessa guerra inglória contra um Instituto composto por profissionais do mais alto gabarito técnico, o governo sugeriu, entre outras medidas estapafúrdias, “enxugar” o questionário que submete aos milhões de pesquisados, simplificando, aos interesses do governo, uma pesquisa que é reconhecidamente, não só no Brasil, mas em outras partes do mundo, como séria e muito bem elaborada.
A frase que foi pronunciada:
“Caso muito singular, os governos fazem questão de saber quanto ganhamos, em que estado civil nos achamos, se nos inscrevemos no recenseamento eleitoral, se temos número de contribuinte, se acumulamos pensões ou empregos, se andamos em dia com a carta de condução ou a licença de caça.”
José Saramago, escritor português
Abrace o Marajó
Acertado o papel do BNDES em parceria com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em solenidade ao lançamento do Plano de Ação 2020-2023, o Abrace o Marajó contou com a presença da ministra Damares Alves; o ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário; o presidente do BNDES, Gustavo Montezano; dezenas de prefeitos do arquipélago. Justamente um diagnóstico da situação das prefeituras envolvidas foi a primeira ação para que se elabore o planejamento de apoio.
De volta
Alegria total no Guará com a revitalização das pistas de skate. No Paranoá, a diversão no parque local é o carro de rolimã. Criançada vibra.
O Pavarotti do Sertão
Hoje teve uma transmissão direta pela Internet do Oliveira de Panelas. O cabra é bom nas artes. Quando foi rotulado de “O Pavarotti do Sertão”, o mestre paraibano sentenciou: “Acho que Luciano Pavarotti bem que gostaria ser Oliveira de Panelas. Enquanto Pavarotti só faz gorjear, Oliveira é cantor, ator, violeiro, repentista e sabe como poucos usar a voz, o olhar, as mãos, o corpo ao declamar versos e interpretar canções em suas cantorias. É um artista completo”.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um jardineiro eficiente, também, é o sr. Vasco Viana de Andrade, que está, pessoalmente, não superintendendo, mas plantando suas próprias plantas em sua nova residência. E seu amor ao verde chegou a tal ponto, que um candango, trabalhando com ele, resolveu romper o silêncio: “Não, doutor Vasco. Precisa também deixar um pouquinho de terra!” (Publicado em 14/01/1962)
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Se formos tomar, como pilar do desenvolvimento humano, a relação que uma sociedade mantém com suas crianças e seus idosos, especificamente, estamos bem mal na fotografia, aquém, inclusive, do que seria o mínimo possível para sermos classificados como uma civilização moderna. E não se trata aqui de uma constatação retórica, sem embasamento. As estatísticas e todos os dados disponíveis no momento presente apontam, afirmativamente, para uma situação absolutamente caótica e, pior, sem perspectiva à vista. Nesse caso, infelizmente, o futuro, tão almejado por muitos, é, tanto para crianças quanto, e principalmente, para os idosos nesse país, uma expectativa, para dizer o mínimo, sombria e cheia de maus presságios.
Diariamente, uma média de seis internações emergenciais para abortos legais são feitas, apenas para o atendimento de meninas, numa faixa etária entre 10 e 14 anos. Em outras faixas de idade, até inferiores, esses casos se repetem a cada dia. Pelos registros do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, ou seja, dados apenas oficiais, a cada hora, quatro meninas de até 13 anos são estupradas ou violentadas em nosso país.
As autoridades chegam a falar numa espécie de “naturalização” desse tipo de crime. Nossa sociedade, principalmente em lugares perdidos nesse imenso território, como é o caso do Amazonas, Pará, Acre e de outras regiões tradicionalmente esquecidas no tempo e na distância, a população já nem presta muita atenção em meninas, na faixa de 14 anos, com a barriga de gravidez. Nesse ano, somente de janeiro para cá, mais de 640 internações para aborto foram feitas para acudir meninas recém-entradas na adolescência, interrompendo qualquer possibilidade de um futuro minimamente digno para essas pequenas brasileiras.
Trata-se de uma calamidade que nem mesmo o tão comemorado Estatuto da Criança e do Adolescente tem conseguido minorar. Além dessas interrupções abruptas de gestações, o nosso país registra ainda, a cada ano, mais de 26 mil partos de mães com idade oscilando entre 10 e 14 anos.
Bem-vindos à selva, dirá o resto do mundo civilizado sobre nós. No ano de 2018, nada menos do que 32 mil abortos foram realizados em meninas nessa mesma faixa etária. O mais triste é que essa realidade cruel no trato humano começa em tenra idade, prolonga-se ao longo da vida adulta e culmina na velhice, de forma também absolutamente trágica.
Para um Estado que não consegue, minimamente, cuidar de sua população infantil e adolescente, não chega a ser surpresa o que também acontece com seus cidadãos idosos. No Brasil, onde aproximadamente 15% da população já é composta por pessoas idosas, o problema que nos lança à barbárie é outro, mas igualmente brutal. Nossos idosos são maltratados, espoliados e, em muitos casos, simplesmente abandonados à própria sorte, mesmo aqueles que possuem algum tipo de renda.
Pensar que em 2030, segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil terá a quinta população mais idosa do planeta, assusta. Essa mudança no perfil demográfico, a exemplo do que ocorre no ECA, com relação às nossas crianças, também não é abrandado pelo Estatuto do Idoso. Tanto um documento quanto o outro, fundamentais para um mínimo de garantias à dignidade humana, são, em parte, letra morta, pela incapacidade e mesmo vontade do Estado e das autoridades em lidar com problemas sociais dessa magnitude.
Em 2019, o número de emergência Disque 100, que é o canal de denúncias do governo federal específico também para maus tratos aos idosos, registrou o alarmante número de 37.500 denúncias de violações contra pessoas idosas em todo o país. Esses números vêm crescendo a cada ano, seguindo a tendência do próprio envelhecimento rápido da população.
Em média, isso representou mais de cem casos de violência contra nossos idosos a cada dia. É também um dado alarmante que nos remete ao fim da fila quando o assunto é cuidado com nossos pequenos e nossos cidadãos mais vividos e experientes. Não adianta, nesses dois extremos da faixa etária dos brasileiros, lançar números e estatísticas vergonhosas. Carecemos de políticas públicas. Os números depõem contra nós mesmos. Somos o que somos, quer por nossas atitudes ou por conta de nossa passividade, o que vem a dar no mesmo.
A frase que foi pronunciada:
“A vida humana é uma trama tecida de bons e maus fios.”
Shakespeare, poeta, dramaturgo e ator inglês.
Saga 1
Até o fim de dezembro, pode chegar a mil o total de lojas fechadas no Plano Piloto em razão da pandemia. Hoje, há 540 empresas sem funcionar na Asa Sul e perto de 360 na Asa Norte, avalia o Sindicato do Comércio Varejista. O presidente do Sindivarejista, Edson de Castro, diz que os lojistas enfrentam excessiva burocracia na hora de buscar crédito em bancos oficiais e desistem. Há mais de 4 mil desempregados no comércio do DF.
Primeira pista
Ari Cunha nunca explicou como previa a chuva depois de longa estiagem em Brasília. Impressionava os amigos quando afirmava que ia chover. Só ele acertava. Nenhum instituto de meteorologia anunciava a previsão que ele garantia. O que registro aqui é que o sabiá cantou pela primeira vez no dia 17 de agosto.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Já que o assunto é jardim, um dos grandes entusiastas é o almirante Ângelo Nolasco, ministro da Marinha. Mandou fazer em sua casa, à beira do lago, um dos mais belos jardins do Distrito Federal. (Publicado em 14/01/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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De todos os quesitos necessários para que uma empresa possa atender com bons serviços e com bons preços um país continental e tão desigual como o nosso, nenhum é mais importante do que qualidade, absolutamente técnica de sua gestão, que deve ser administrada dentro dos princípios da eficiência, da governança corporativa, da gestão de risco, entre outros critérios básicos.
Por um período, até longo, para nossos padrões, os Correios conseguiram atender, com presteza e bom nível de eficiência, a demanda por envio de documentos e de encomendas em todo o país, contando, para tanto, com uma estrutura física e humana de fazer inveja a qualquer empresa privada. Com aproximadamente 100 mil funcionários concursados, sendo 57 mil carteiros, trabalhando com mais de 11 mil agências, espalhadas por todo o país, essa empresa de porte gigantesco chega a fazer mais de um milhão de entregas por dia, conseguindo a façanha de distribuir mais de 25 milhões de objetos a cada dia, cobrindo cerca de 91% de todos os municípios brasileiros.
Trata-se de uma empresa, que pelo seu porte e importância para nosso país, já que controla quase 100% de todas as distribuições postais que transitam pelo Brasil, não pode, simplesmente, ser jogada na bacia das almas das privatizações a todo o custo. Até porque essa foi uma empresa construída, como toda estatal, com os recursos minguados de cada cidadão ao longo de décadas, sendo que sua decadência e pretensa razão para sua venda não podem ser debitadas à sociedade e sim ao governo. Somente ao governo, ou melhor, ao desgoverno é que cabem todas as culpas pelo descaminho dessa que já foi a empresa orgulho da nação, patrocinadora de grandes eventos culturais e esportivos e uma prestadora de serviço da mais alta importância.
As desventuras dos Correios vieram, sobretudo, e todos sabem disso, justamente, do governo que se dizia protetor dos trabalhadores e que subiu a rampa do Planalto em janeiro de 2003 e de lá foi apeado ou enxotado em 2016. Durante esse período, os Correios, assim como outras empresas, mormente a Petrobras, foram depauperadas ao extremo, para dizer o mínimo. Na verdade, assim como aconteceu com a Petrobras, os Correios foram friamente saqueados durante todo o período petista, restando o caminho da recuperação. Durante aquele governo, a corrupção sistemática empurrou os Correios ladeira abaixo, obrigando a empresa a reduzir brutalmente seus investimentos, ao mesmo tempo em que era saqueada de cima a baixo, não poupando nem mesmo o fundo de pensão próprio dos trabalhadores que se viram obrigados a reembolsar os prejuízos deixados a todos.
Com um assalto dessa magnitude, praticado impunemente por aquele governo, a empresa perdeu nada menos do que 90% de seu patrimônio líquido. A corrupção e a má gestão quebraram as pernas dos Correios e essa não é uma afirmação leviana e panfletária, mas sim uma constatação feita por relatórios técnicos da própria Controladoria Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) e outros órgãos de fiscalização. Infelizmente, essas constatações só vieram à tona depois que a empresa foi a pique.
Por um longo período, essas análises foram escondidas, a sete chaves, do grande público por razões políticas. Agora o que se sabe é que nem a empresa, nem tampouco o outrora bilionário fundo de pensão dos funcionários (Postalis) têm possibilidade de andar com os próprios pés. Incrível é constatar que o mesmo sindicato (FENTECT), que no passado fechou os olhos para a rapinagem, é o mesmo que, agora, lança os funcionários dessa empresa contra a população, incentivando uma greve extemporânea e com o final já sabido por todos.
Se é o caso de privatizar essa importante empresa, entregando-a a aventureiros endinheirados que, ao menos, estude-se a possibilidade de os Correios serem adquiridos pelos próprios empregados com os recursos que tinham em caixa e que foram surrupiados pelo próprio Estado, sob a complacência da justiça e de outros órgãos da administração federal.
A frase que não foi pronunciada:
“Alguém quer saber o que eu sinto sobre isso tudo?”
Se um feto pudesse falar.
Frieza
Chamando a atenção do ministro Guedes para o comportamento do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. Durante a crise, alívio zero para devedores. Mas o pior é manter os juros de cheque especial ao mesmo tempo em que impõem o adiamento de pagamento a credores dos próprios bancos por mais de três meses. Sem juros!
Sem legislação
Nova forma de moradia adotada por diversos países não encontra legislação no Brasil para atrair investidores. O Coliving, nasceu na Dinamarca, quando proprietários resolveram compartilhar espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza de ambientes, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos. São Paulo e Rio têm ótimos projetos, mas, por enquanto, a prática não é regulamentada.
JusBrasil
No link Delegado Protógenes, da Polícia Federal, denuncia fraude nas urnas eletrônicas, uma coletânea de notícias sobre as fragilidades da urna eletrônica brasileira. E até o que acontece com quem fala sobre o assunto.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O Banco de Brasília fez mais do que aderir simplesmente à campanha dos jardins. Vai financiar os jardins particulares, para que Brasília fique mais alegre. (Publicado em 14/01/1962)
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Muito mais do que lazer, as ruas representam um fator de saúde para muitos que vivem fechados em espaços exíguos e com poucos movimentos. Em Brasília, essa necessidade foi amplamente pensada e posta à disposição de seus moradores, principalmente dentro do Plano Piloto que, à época da construção da capital, acreditava-se ser o espaço principal e único da cidade.
Dentro dessa concepção, foram projetadas as avenidas W3 Norte e Sul. Com uma extensão de aproximadamente 13 quilômetros, incluindo o trecho em que corta perpendicularmente o Eixo Monumental, essas duas avenidas, outrora o centro nervoso da capital, formam, reconhecidamente, pela maioria dos urbanistas, o principal e potencial eixo de comércio da cidade.
Com um desenho e uma topografia favorável a todo o tipo de atividade comercial e de lazer, essa, que poderia ser uma das maiores e mais apresentadas avenidas do mundo, continua esquecida e adormecida numa espécie de sono profundo. Com isso, um processo lento e gradual de decadência foi-se instalando nessa vital artéria, propagando seus males para as várias ruas adjacentes.
Não se concebe que numa moderna vitrine do que de melhor se fez em arquitetura e urbanismo nesse país, uma longa avenida como essa, praticamente esperando por uma oportunidade para acontecer e brilhar, não se tenha um projeto racional e belo que possa restituir a vida à essa avenida. Enquanto esse dia não chega, os shoppings, que se aproveitaram dessa leniência de seguidos governos, continuam faturando.
Do estacionamento aos preços de qualquer produto, o custo pela manutenção desses edifícios gigantes é repassado aos consumidores. Um simples cafezinho, que na rua você encontra por até R$ 4, nos shoppings chega a custar R$ 10. Essa majoração de preços assustadora vem por conta dos altos alugueis e de outros custos que esse tipo de mercado gera para os lojistas.
Revitalizar as avenidas W3 Sul e Norte é uma esperança em tempos de pós pandemia. O renascimento das W3 significaria a geração de milhares de empregos, aumento na oferta de produtos, concorrência mais intensa e melhores preços para os consumidores, além de uma excelente opção para os turistas e para os habitantes da cidade, que teriam a oportunidade de fugir dos ambientes monótonos, caros, com iluminação de UTI e sempre iguais dos shoppings.
A frase que não foi pronunciada:
“Se for assim, o STF vai ter que rever os Institutos de Pesquisas. Pelo menos, nas últimas eleições, só publicaram fakenews.”
Dona Dita, botando o preto no branco.
CDC
Leitor que conseguiu chegar à HP, loja de ferramentas no SIA, reclama que nenhum produto tem o preço visível, o que foge da regra do Código elaborado para garantir os direitos do consumidor.
Segredo
Anotem esse nome: Elmar Nascimento. Nos camarins do Congresso, é ele quem está com a estrela na porta como possível sucessor de Rodrigo Maia.
Interessante
Veja, a seguir, as informações sobre o Mia Ajuda, um aplicativo desenvolvido por alunos da UnB para ligar quem pode dar e quem precisa de auxílio nesses tempos de pandemia.
–> Meu nome é Maria Eduarda de Melo e Silva, sou aluna da UnB e, desde o início da pandemia de Covid19 e suspensão do período letivo, estamos trabalhando em propostas para amenizar várias situações desagradáveis decorrentes da necessidade de isolamento social.
Tenho a felicidade de divulgar que, juntamente com uma equipe de alunos voluntários e os professores Milene, Maurício e Fernando, desenvolvemos um App para Android, o qual pode ser obtido gratuitamente na Play Store, chamado “Mia Ajuda”.
O Mia Ajuda é um app de cunho solidário, sem fins lucrativos, criado com o intuito de aproximar pessoas que precisam de ajuda daqueles que desejam contribuir de alguma forma. Quem precisa de ajuda faz um pedido, que aparece no mapa ,e quem pode, e quer ajudar, pode aceitar o pedido de ajuda mais próximo, de acordo com a posição mostrada no mapa.
O objetivo do app é estimular a solidariedade entre vizinhos ou comunidades próximas, de forma descentralizada.
O app é gratuito, não exibe publicidade e não envolve pagamentos de qualquer tipo. Gostaria de saber, se seria possível, de alguma forma, você nos ajudar com a divulgação dessa iniciativa. Segue o link do nosso site: https://miaajuda.netlify.app/
Muito obrigado pela atenção!
Não é legal
Começa no Brasil a prática de transformar jornais em PDF, disseminando notícias que deveriam ser pagas para se ter acesso. Em Portugal, diretores de jornais já se uniram para tomar providencias ao prejuízo causado ao trabalho jornalístico.
Trauma
Depois de um assalto no Lago Norte, o pessoal do 24º Batalhão chegou em poucos minutos. O problema da família assaltada é a perícia que não trabalhou com a mesma rapidez.
Família junta
Já são 10 anos da Lei que rege sobre a alienação parental. Rodrigo da Cunha Pereira, do Instituto Brasileiro do Direito de Família, expressou que “uma das maiores conquistas dessa lei foi dar um nome a esse mal, que antes era invisível, desconsiderado, mas sempre representou uma grave violência contra crianças e adolescentes impedidos de exercer livremente seu direito de amar, confiar e conviver.”
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outra coisa, seria o melhor aparelhamento do restaurante, que não é dos melhores, e está muito desfalcado. Com a feira em frente, muita gente poderia programar visitas de um dia inteiro, desde que dispusesse de um bom lugar para as refeições. (Publicado em 14/01/1962)
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Quem vive nas metrópoles do Centro Oeste brasileiro, cidades modernas, como Brasília, Goiânia, Palmas, Campo Grande e outras de igual importância, com milhões de habitantes e todo o tipo de progresso urbano, não possui a mínima ideia do que está ocorrendo ao redor, nos imensos campos destinados às atividades agroindustriais e que praticamente ilham essas comunidades.
Cercadas por imensos latifúndios de monoculturas por todos os lados , cuja a produção é quase que totalmente destinada ao mercado externo, essas dezenas de cidades que, nas últimas décadas, têm experimentado um sensível crescimento ou inchaço demográfico, vão, aos poucos, sentido os efeitos diretos e nefastos dessas atividades econômicas realizadas, unicamente, objetivando lucros máximos e imediatos a seus proprietários. A cada período de estiagem nessas regiões, mais e mais, seus habitantes vão experimentando longos meses de racionamento de água, seguidos de fortes ondas de calor, agravados, ainda, pelas seguidas queimadas, tornando o ar irrespirável e com prejuízos à saúde de todos.
Rios e outros cursos d’águas que, anteriormente, corriam durante todo o ano, agora, desaparecem durante a seca, deixando apenas um rastro de areia e pedras, apontando para um futuro de escassez e aridez para todos. Incrivelmente, esse parece ser um assunto tabu nessas regiões. Ninguém discute as causas desses fenômenos. Nenhuma escola ou universidade parece disposta a levar esse debate em diante. Fala-se em progresso econômico. Mas a quê preço? O poder de pressão do agronegócio não se limita apenas ao Congresso, onde reúne uma bancada barulhenta e disposta a tudo.
Também no campo, os grandes latifúndios assustam os pequenos fazendeiros que já perceberam a força desses gigantes, muitos dos quais estrangeiros, que não medem esforços com as burras lotadas de dinheiro. Os movimentos nacionais que se contrapõem ao poderio dessas multinacionais de alimentos ainda são muito incipientes entre nós e normalmente não são, sequer, ouvidos pelas autoridades. Os desmatamentos contínuos, a dizimação de espécies animais e vegetais, o envenenamento dos solos e a desidratação dos cursos de água não abalam essa gente, que age protegida por uma legislação claudicante e benéfica a quem produz, não importando como e a que custo produz. Preocupante é saber que a própria Constituição de 88, em seu Art. 225, parágrafo 4º, define, como patrimônio nacional, a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, O Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira, deixando de fora todo o importantíssimo bioma Cerrado.
Com isso, deixou enormes brechas, pelas quais penetram esses devastadores de riqueza naturais do país, travestidos de grandes produtores. A menor proteção legal, juntamente com o poder de lobby dos produtores, tem provocado estragos irreversíveis nesse bioma e que só serão devidamente avaliados quando toda essa região entrar num processo de desertificação sem controle. Aí será tarde demais e possivelmente seus responsáveis já estarão fora do alcance de qualquer lei ou autoridade.
A frase que foi pronunciada:
“O futuro é um descuido do maior número e uma aflição de poucos espíritos que vieram sãos a um mundo cheio de aleijados.”
Camilo C. Branco, escritor português (1825-1890)
Movimento
Veja, no link Não à privatização do parque Água Mineral!, como participar da frente contra a privatização do Parque Nacional de Brasília, Água Mineral.
Será?
Aos poucos, o governador Ibaneis vai mostrando que falta pouco tempo para as crianças voltarem às aulas. Mais de 90% das escolas já foram higienizadas numa ação conjunta entre a Secretaria de Educação e a Secretaria de Estado de Governo do DF, por meio da Secretaria Executiva das Cidades e da Diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do DF.
Planos
Só agora uma instrução normativa da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acrescenta, aos procedimentos e eventos em saúde, o teste sorológico para detectar a presença de anticorpos produzidos pelo organismo após exposição ao novo Coronavírus (Covid-19).
Mente
Consultórios psicológicos e psiquiátricos estão com um aumento significativo em consultas. Crianças da primeira infância que vão precisar de nova adaptação à vida normal, e idosos que foram aterrorizados durante meses, como os mais vulneráveis ao vírus.
Laissez-faire
Como nenhuma instância jurídica internacional tomou providências até agora sobre a responsabilidade da pandemia que mudou o cotidiano dos habitantes de todo o mundo, uma província nos confins do mundo resolveu divulgar que foi detectado o vírus na asa de frangos brasileiros. Até agora, também nenhuma providência adotada.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Dizem os que fazem estudos “dos mais”, que o acontecimento “mais Brasília” até agora, foi a inauguração da loja da Vasp, e procuram reunir Pepone e D. Camilo quando relembram o Batista e o Padre Roque. (Publicado em 14/01/1962)