Céu cinzento

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Imagem: Reprodução/Pexels

 

         Pairam hoje sobre a cabeça dos brasileiros todos, os elementos possíveis capazes de encadear a maior e mais temível tempestade que já assistimos. A previsão, dos meteorologistas políticos, é de que a convergência de todos esses elementos negativos venha despencar sobre um ponto geográfico e simbólico específico que é a Praça dos Três Poderes, antes e depois das eleições.

         Sabedores dessa possibilidade malfazeja, os ministros do Supremo e o próprio Congresso já se anteciparam e decidiram, em reunião, adotar medidas de proteção e reforço na segurança do local. Essas medidas extraordinárias valerão não apenas para o 7 de Setembro, mas poderão se estender até depois das eleições.

          Antes de tudo, é preciso entender que essas medidas, que contarão até com o apoio das Forças Armadas, ao abranger especificamente a tão famosa praça, possui seu caráter simbólico, pois ali estão as sedes dos Poderes da República, sendo que o que ocorre ali, tem consequências para toda a nação. Fossem esses os únicos problemas que temos pela frente, a coisa toda poderia ser facilmente resolvida. Ocorre que há outros elementos com potencial para desencadear uma gigantesca crise institucional que estão se concentrando, em grande quantidade sobre todos nós.

         A dificuldade da Petrobras, com relação a variação crescente dos preços dos combustíveis é outro elemento negativo que ameaça ter um desfecho perturbador da ordem. Essa disparidade de preço mundial, ao catalisar para cima os gráficos da inflação, cria um ambiente de tumulto e agitação tanto no mercado como na sociedade, que poderá ser ainda danoso caso os caminhoneiros venham a decidir sobre uma paralisação em âmbito nacional.

         Fosse esse também o único elemento nebuloso a pairar sobre a nação, a economia poderia encontrar saídas provisórias até que os preços dos derivados de petróleo estivessem mais estabilizados. Só que, a esses elementos, juntam-se também aqueles de características político partidária, representados aqui pela extrema e crescente polarização que essa campanha adquiriu. Esse é um fator deveras perturbador e capaz de levar a uma conflagração imprevisível. Não há, vis a vis, a discussão de programas de governos, somente ataques e ameaças, o que é ruim para a democracia.

         Por outro lado, a pandemia do Coronavírus ainda não arrefeceu e ameaça retornar. A guerra, sem fim, que Putin envolveu todo o Leste Europeu e que poderá se estender para outros países, ao desestabilizar aquele continente, lança seus reflexos malignos sobre todo o planeta. Um planeta que, já se sabe, ameaçado pelo aquecimento global e pela fome que se alastram. Não precisamos sequer sair de nosso país para nos darmos de cara com crises tamanho família.

         Na Amazônia, os crimes persistem, com cada vez mais intensidade. O desmatamento aumenta, as grilagem de terras se sucedem, os garimpeiros invadem terras indígenas, transformando toda aquela imensa região em terra de ninguém. Os traficantes de armas, drogas e minerais, do Brasil e dos países vizinhos, estabelecem verdadeiros enclaves, controlados nos moldes de guerrilha, aterrorizando as populações locais.

         O governo não tem, como vai ficando provado, o total controle dessas situações e dessa região continental. Temos ainda nossa guerra particular e até civil, no combate diário envolvendo a polícia e as organizações criminosas, com dezenas de milhares de mortos a cada ano. Não bastasse todo esse céu carregado de grossas nuvens cinzentas, as múltiplas ameaças de golpes, vindas de toda a parte, até daquelas instituições que deveriam cuidar da paz e da harmonia, fazem crescer o temor de que essa tempestade se transforme num furacão a varrer a todos, inclusive aqueles que mais torcem por sua chegada.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando se ouve um homem falar de seu amor por seu país, podem saber que ele espera ser pago por isto.

H. L. Mencken

HL Mencken. Foto: Ben Pinchot – Revista de Teatro, agosto de 1928

 

Lástima

Uma rua das mais antigas de Brasília jogada às traças. Na comercial da 407/406 Sul, uma imundice de assustar. Chorume, calçadas imundas, resto de lixo e pior, um aleijão. Um pilar pintado de preto, improvisado, inútil, desproporcional tirando a graça, bloqueando o vão livre. Esses puxadinhos das entrequadras parecem não ter fim. Veja as fotos a seguir.

 

Passeio

Por outro lado, a ciclovia que liga o Lago Norte à Asa Norte é uma beleza. Os pilares da Braguetto tomados de arte popular. Esse é um espaço a ser explorado.

 

História de Brasília

Termina fevereiro, e o ministério da Saúde não traz a vacina Sabin para Brasília. Vamos apelar agora para o dr. Fabio Rabelo. (Publicada em 01.03.1962)

Enxadadas e canetadas

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Charge para o Jornal O Dia

 

         Em terras semeadas pela classe política nacional, basta um golpe de enxada, dada na terra inculta, para que dali surjam indícios de que há muito mais nesse campo arado do que se pode esperar. É como dizia o filósofo de Mondubim: “a cada enxadada, uma minhoca”. Portanto escarafunchar a vida dos principais políticos nacionais nunca é um exercício em vão. Há sempre a produção de surpresas, todas elas apontando para aldrabices e outras maquinações que desembocam sempre no pardieiro da corrupção.

         A terceira Instância do Judiciário até que tenta ajudar para que essas surpresas não resultem em punição para seus autores, mas são tantas as evidências e elas vão se acumulando num crescendo tão febril, que vai ficando, cada vez mais difícil esconder, do olhar do público, as montanhas de provas varridas para debaixo dos luxuosos tapetes caríssimos.

         Os órgãos de investigação, há muito, já perceberam que não é preciso sequer seguir esses meliantes, basta ir atrás do dinheiro. Foi o que aconteceu, por exemplo, no caso das malas, contendo mais de R$ 50 milhões, encontradas em um apartamento em Salvador, que servia como uma espécie de agência informal de pagamento de propinas. Foi o que ocorreu também com outra mala, de grife famosa, dessa vez contendo a módica quantia, para os padrões nacionais, de R$ 500 mil, transportada pelo assessor especial de um ex-presidente, propina essa recebida da notória J&F. Em junho de 2016, no aeroporto internacional de Guarulhos, três pesadas malas, que não passaram pelo exame de raio X, foram interceptadas em um jatinho particular, levando um ex-presidente para Roma.

         A operação, deflagrada pela Polícia Federal, foi abortada por ordens superiores e o caso foi também varrido para debaixo dos tapetes dos chiques gabinetes de Brasília. Os desvios de dinheiro público são tantos, e em tão grande volume, que já não bastam caixas de whisky e outras embalagens pequenas, é preciso malas, muitas malas.

         Fossem dadas enxadadas em paraísos fiscais e outros países que fazem vista grossa para essa dinheirama surrupiada, bilhões de minhocas saltariam para fora da terra, com as mãos para o alto. Guiam, esses nada nobres senhores, a famosa senha que diz: “Se mais dinheiro houvera lá chegara”. Nem bem o defunto da Lava Jato esfriou, nova enxadada, dada pela Polícia Federal, fez surgir outras minhocas, e um novo escândalo parece se erguer no horizonte. A justiça de São Paulo anda às voltas agora com um curioso caso envolvendo lavagem de grandes somas de dinheiro, feito pela poderosa e cada vez mais onipresente dentro da máquina do Estado, o PCC. Mais de R$ 45 milhões em imóveis e veículos foram apreendidos, levando a polícia ao contador João Muniz Leite, como definiu a imprensa, um técnico em transformar dinheiro sujo em recursos limpinhos. Ocorre que o tal contador, olha aí a minhoca, foi o responsável por fazer a declaração do Imposto de Renda de um famoso ex-presidente por anos, sendo que, até hoje, maneja a contabilidade da alma mais honesta desse país.

         Outras enxadadas revelaram ainda que o tal contador divide sala com empresas do craque das finanças, o filho desse mesmo ex-presidente. É preciso agora que a junta dos mais caros escritórios de advocacia do país cuide logo de entrar em campo, isso é, nos gabinetes de Brasília, para salvar, mais uma vez, esse senhor e sua família, de preferência antes das próximas eleições.

         Nesse caso também, os prognósticos sobre os resultados dessa investigação são sombrios e incertos. O mais provável é que todo esse novo movimento de enxadada acabe lá adiante, interrompido por uma canetada, dada por aqueles que estão onde estão para que tudo fique como sempre foi. Dizer o quê?

A frase que foi pronunciada:

“Acho que nós consideramos mais a boa sorte do pássaro que acordou cedo do que a má sorte da minhoca.”

Franklin Roosevelt

Foto: Margaret “Daisy” Suckley/1921/FDR Presidential Library & Museum

 

Agenda

Brasília recebe, até o dia 26 desse mês, a 36ª Feira do Livro de Brasília. A entrada é gratuita. Uma pena o país não estimular a leitura. Em países desenvolvidos, os ônibus escolares levam livros diversos que a criançada pega, lê e devolve. O hábito se faz de criança. Luiz Amorim abasteceu as paradas de ônibus de Brasília com livros doados e os carroceiros pegaram para vender por peso. Depois de uma conversa, eles passaram a respeitar o projeto.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

QI

Um paredão de gente importante resolveu enfrentar quem tem feito de tudo para acabar com as nascentes do ParkWay e outras áreas do DF. Nessa altura dos acontecimentos, é preciso que nossas autoridades percebam que Brasília não sobreviverá sem as nascentes que circundam a capital. Nosso lago é artificial. É uma questão de inteligência e respeito pela cidade.

Foto: chicosantanna.wordpress.com

 

História de Brasília

O lado leste do Eixo Rodoviário Sul está tremendamente prejudicado em suas construções. Várias autarquias entregaram seus prédios a firmas que já requereram concordata, e nenhuma providência foi tomada para a substituição dos empreiteiros. (Publicada em 01.03.1962)

Cabra-cega

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Foto: Governo de São Paulo

 

Existe, de fato, um vasto campo estrategicamente minado, separando os cidadãos e eleitores e os candidatos, sobretudo aqueles que aparecem no topo das pesquisas. À semelhança do que ocorria nas antigas brincadeiras de criança, chamada de “cabra-cega”, os eleitores entram nesse processo de campanha, sem enxergar ou ouvir o que ocorre diante deles. Não apenas não existe ainda terceira via para contrapor o que se vê nesses extremos, como também não existe, por parte dos candidatos, desejo algum em externar o principal elemento de toda e qualquer campanha eleitoral, que são os programas de governo.

Há um vazio ensurdecedor de propostas e projetos para o enfrentamento dos reais problemas da nação, que são muitos e complexos. Não bastasse esse deserto de ideias e de candidatos, realmente devotados às causas públicas, por meio de currículos e ações, aqueles cidadãos que conseguirem vencer esse terreno cheio de armadilhas, chegando vivos e salvos até a cabine das urnas, terão ainda que enfrentar e superar uma montanha de obstáculos que vão sendo postos ao longo do tortuoso caminho.

A imprensa, visivelmente partidarizada, e que, em tese, poderia contribuir muito para a informação dos eleitores, tornando-os mais esclarecidos e cautelosos, parece ter escolhido o caminho mais fácil ao se aliar a um e a outro lado, mesmo que um desses candidatos acene, com vigor, seu intuito de regular a mídia, tornando-a mais dócil do que já é.

No meio desse verdadeiro banzé, os candidatos mais cotados ainda se dão ao desplante de anunciar, publicamente, que não irão aos debates públicos. O tão zeloso e ao mesmo tempo desútil Código Eleitoral não obriga que os candidatos se submetam aos debates, o que, de certa forma, ajuda a esconder, dos leitores, aqueles postulantes ao mais alto cargo da República, que não serviriam nem para porteiro de hospício.

O pior, se é que isso ainda é possível, no caso das próximas eleições, é que os ataques, vis a vis, ao esconder a fragilidade dos candidatos, ainda reforçam, de forma vil, o extremismo e as lutas fratricidas. A imagem é perfeita: enquanto os urubus distraídos brigam ferozmente pela carniça, a onça e a raposa, que a tudo, ardilosamente, espreitam, cuidam de comer a todos. O lançamento e a imposição de um candidato, com a ficha mais suja que o banheiro da rodoviária, pela mais alta Corte do país, ajudou a conflagrar, ainda mais, um pleito que já não era de todo pacífico e ordeiro. Somam-se ainda, a esse campo minado, o fato dessa mesma Corte ter elevado, ao altar de adoração, as tão discutíveis urnas eletrônicas, tornando esse mecanismo asséptico, um item inatacável, dentro de regras absolutamente dogmáticas.

Com tudo isso,  teremos o que nos prepara para ser a mais surreal de todas as campanhas políticas experienciadas na história do Brasil. Os eleitores, colocados como protagonistas de segunda categoria, em todo esse processo, têm duas opções pela frente: ou seguem como gado ordeiro rumo ao abatedouro, ou viram as costas para essas eleições, o que, nos dois casos, não resolveria nosso atual problema, que se resume em retirar a venda que cobre os olhos, saindo ilesos desse jogo perigoso.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma mente livre nunca conclui. Uma mente cheia de conclusões é uma mente morta, não é uma mente viva. Uma mente viva é uma mente livre, aprendendo, nunca concluindo.”

Krishnamurti

Krishnamurti. Foto: laparola.com

 

Literalmente

Na história de Brasília, publicada em 1962, Ari Cunha, o criador desta coluna, escrevia exatamente o que acontece hoje em dia com a Água Mineral, criada em novembro de 1961. As piscinas, volta e meia, passam tanto tempo em manutenção que parece um clube fechado.

Foto: EBC

 

Seres humanos

Não querem publicidade porque as duas vêm de países em guerra. Anna e Martina se conheceram no Telegram. Uma russa e a outra ucraniana. Enquanto uma guerra insana acontece, com o mundo de braços cruzados, Brasília passa a ser o cenário de que a paz é possível.

Tropas russas próximas à fronteira com a Ucrânia. Foto: Reuters

 

Áudio livro

Pessoas saudáveis, ou as que não enxergam, idosos, apreciadores da rádionovela, falantes da língua portuguesa ou estrangeiros que queiram aprender mais sobre o nosso idioma têm agora a oportunidade de ouvir uma história intrigante. Ana e Djalmir Bessa, o autor, gravaram, no Youtube, capítulo por capítulo do livro Coité. As cenas acontecem durante a seca que assolou o nordeste da Bahia no final do séc. XIX. Veja como acessar, a seguir.

 

Adhocracia  vs Burocracia

Enquanto o RH da Câmara dos Deputados, de forma adhocrática, disponibiliza, pela Internet, meios para o funcionário solicitar e receber online a declaração por tempo de serviço, o procedimento no GDF começa com um requerimento com entrada no protocolo, análise, pesquisa no dossiê e até 15 dias para resposta. Bem burocrático!

 

Escola de Música

Escola de Música para a meninada. As matrículas estão abertas e os cursos de diversos instrumentos, inclusive a voz, são gratuitos.

Inaugurada em 1974, Escola de Música de Brasília (EMB) começou ensinado o clássico e, depois, incluiu o popular | Foto: Arquivo / EMB

 

História de Brasília

O Country Club é o club mais fechado de Brasília. Está fechado até para os sócios, atualmente. (Publicada em 01.03.1962)

Novo ciclo econômico

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Ilustração: reprodução da internet

 

          Para um mundo superpopuloso, em que os recursos naturais vão se escasseando em ritmo acelerado, urge providenciar, quanto antes, novos modelos de economia. De fato, o mundo vai ficando pequeno e apertado. Como as áreas de plantio e de exploração de minerais não podem ser reproduzidas, como acontece com a espécie humana, o jeito é buscar meios de aproveitar o que já foi produzido, ou reintroduzindo no mercado de consumo, ou aproveitando os materiais que ali estão, dando nova utilidade para esse produto.

          O mundo do futuro está muito distante do atual modelo de economia e será aquele que possa garantir, ao menos, a sobrevivência do homem sobre o planeta. A água é um bom exemplo. Trata-se de um recurso escasso e precioso. Seu reuso é, portanto, já uma realidade em muitas partes do globo. Cabe, aos seres humanos, resolverem, o quanto antes, os problemas criados por eles mesmos, sobretudo no que diz respeito às relações econômicas, baseadas hoje na produção e no consumo em larguíssima escala.

         Trata-se aqui de um problema de dimensões planetárias e que agora estão a exigir mudanças revolucionárias, a começar pela reeducação de cada indivíduo, colocando-o, realisticamente, diante da dupla opção: ou mudar a forma e sua relação com o mundo, ou buscar viver em outro planeta distante. O esgotamento dos recursos naturais é uma realidade inconteste e da qual não há fuga ou plano B.

         O consumo diário e crescente de sete bilhões de indivíduos tem exigido, cada vez mais, recursos naturais que vão muito além da capacidade do planeta em provê-los. O resultado dessa descompensação pode ser evidenciado não apenas no grande número de conflitos armados e nas grandes levas de pessoas que migram em busca de oportunidade e alimentos, mas, sobremaneira, pela transformação paulatina do equilíbrio ecológico, com o advento do aquecimento global, a escassez de água e a poluição em níveis alarmantes de todo o ecossistema.

          Mais do que em qualquer outra época na história da humanidade, estamos postos agora diante de uma grande encruzilhada. Essa é, por exemplo, a questão dos lixões a céu aberto e dos aterros sanitários e que, recentemente, vem preocupando autoridades e a comunidade aqui, no Distrito Federal. Na busca de uma solução adequada para o descarte de tamanha quantidade de lixo e outros dejetos, temos que reformular o problema em sua origem, mudando nossa forma de produzir e de consumir.

          Dentro dos modelos que temos atualmente de consumismo desenfreado, feitos a qualquer preço, é óbvio que não poderá existir solução definitiva para as montanhas de lixo produzidas diariamente. Algum dia, todo esse lixo acabará por engolir a todos nós. Com a economia compartilhada, em que o indivíduo divide o uso dos bens econômicos duráveis, dispondo para todos o que antes pertencia apenas a uma só pessoa, surgiu também, e vem ganhando cada vez mais adeptos, a chamada economia circular.

         Inscrita dentro do desenvolvimento sustentável, é também conhecida como ecologia industrial e propõe, basicamente, que os resíduos da indústria sirvam para o desenvolvimento de novos produtos, dentro de um ciclo de reaproveitamento dinâmico e constante, mantendo esses resíduos dentro de um modelo circular positivo ou quase infinito. Em seu aspecto prático, a economia circular propõe o prolongamento máximo da vida útil dos produtos, objetivando “manter componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo”.

         Dentro desse novo modelo, é privilegiada a mobilidade sustentável e o transporte público, entre outras medidas racionais de uso e desuso. Seus princípios são basicamente a preservação e o aumento do capital natural, a otimização na produção de recursos, o fechamento dos ciclos da economia. Onde o desperdício não mais existe, os bens são reparados e reutilizados, com as matérias-primas vindas da reciclagem e não mais da extração direta da terra.

         Além desses princípios, contam também a promoção de um novo paradigma social, em que as relações sociais entram transformando o consumidor em utilizador do produto, partilhando, ao invés de acumulando bens. Dentro dessa nova forma de pensar a economia e o planeta, será importante também, na eficácia do sistema, para reduzir danos a produtos e serviços necessários aos humanos como alimentos e habitação. Da economia compartilhada, poderá nascer um homem novo e ciente de suas responsabilidades com a preservação do planeta e da espécie.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Querem que vos ensine o modo de chegar à ciência verdadeira? Aquilo que se sabe, saber que se sabe; aquilo que não se sabe, saber que não se sabe; na verdade é este o saber.”

Confúcio

Foto: reprodução da internet

História de Brasília

Brasília chorou a morte de Belo. Belarmino Elvidio Leite, filho do Orion, da Recapagem Orion. Perde a cidade um excelente rapaz, perde o comércio um excelente comerciante, perdemos, todos nós, um excelente amigo. (Publicada em 01.03.1962)

Programas sociais

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Charge publicada no horabrasilia.com

 

          Transformado pela astúcia política de programa de transferência de renda para o combate à pobreza e à desigualdade, em mecanismos claramente eleitoreiros e personalistas, tanto o Bolsa Família, criado em 2003, como o atual Auxílio Brasil, tornado permanente neste ano, carecem de estratégias finais que tornem esses projetos uma porta de saída da pobreza e um meio capaz de permitir a plena emancipação do cidadão e de sua família em relação à classe política. Pelo contrário, tanto um programa como o outro representam, ainda, uma amarra e um verdadeiro cabresto, imposto à parcela mais pobre da população, confinando-a dentro de uma espécie de curral eleitoral moderno.

         Em um país em que a pobreza sempre foi explorada da forma mais vil e interesseira, todo e qualquer projeto social e econômico, que poderia, em tese, servir para a redenção e para o crescimento nos Índices de Desenvolvimento Humano, acabam apropriados, de modo astuto, por prefeitos, governadores, além do próprio presidente da República, dentro de uma estratégia traçada pelos especialistas de marketing de soerguimento político e de perpetuação no poder.

         Mesmo que transformados em programas do Estado, ainda assim, esses projetos respondem muito mais aos interesses da classe política do que ao público-alvo. A mudança de paradigma nos programas sociais e que teve, na figura da ex-primeira dama Ruth Cardoso, sua principal artífice, foi capaz de transformar, num curto período de tempo, o que era assistencialismo e populismo em verdadeiro experimento rumo à cidadania plena. Também pudera, D. Ruth não tinha ambições políticas ou eleitorais, sendo o seu programa intitulado Comunidade Solidária, um plano genuinamente bem elaborado, por uma equipe altamente gabaritada, formada por técnicos e estudiosos dos problemas inerentes à desigualdade, muitos deles professores oriundos da faculdade de sociologia da Universidade de São Paulo. “Combater a pobreza não é transformar pessoas e comunidades em beneficiários passivos de programas sociais. Toda pessoa tem habilidades e dons. Toda comunidade tem recursos e ativos. Combater a pobreza é fortalecer capacidades e potencializar recursos,” defendia Ruth Cardoso.

         Havia, naqueles anos, um real interesse no problema da exclusão social e um total desinteresse político ou partidário na implementação desse programa. Daí o seu êxito. Não surpreende que o Comunidade Solidária tenha rendido tantos frutos de qualidade, como o Bolsa Escola, o Cartão do Cidadão e outros, todos eles voltados para os aspectos da cidadania plena e longe dos antigos programas clientelistas, doados pelos políticos com uma mão e arrancados pela outra.

A frase que foi pronunciada:

“Acredito que o melhor programa social seja um emprego.”

Ronald Reagan

Ronald Reagan. Retrato Oficial

 

Empreendedorismo

Antonio Filho, que começou os negócios do zero nessa cidade, precisa verificar a unidade do Lago Norte. O princípio do empresário é que cada empregado haja como se fosse o dono do empreendimento. Leitor reclama de ter encomendado a entrega de leite em pó para a filhinha às 17h e, às 20h, nada havia sido entregue ainda. Quando alguém foi ao local buscar o leite, ninguém sabia da encomenda. Uma lástima!

Reprodução do Google Maps

 

Lé com Lé

Depois do caso da UnB, onde uma jovem foi fotografada dentro do box do banheiro por um estranho, seria bom que os deputados distritais discutissem a permissão de banheiros comuns para homens e mulheres.

Foto: reprodução

 

Ideia genial

A Agência Câmara noticiou que, com a relatoria do deputado federal Chistino Aureo, a Comissão de Agricultura da Câmara aprovou um projeto que prevê o destino de área para hortas comunitárias em programas habitacionais financiados pela União. Há uma emenda no projeto determinando que um agrônomo ateste a viabilidade da reserva. Na Asa Norte, foi uma luta do Dib Franciss para que o síndico admitisse uma horta comunitária.

 

Segredo

Pré-estreia do filme Amigo Secreto, de Maria Augusta Ramos, na próxima quarta-feira, no Cine Brasília.

 

Em julho

Uma novidade no evento Capital Moto Week, que acontecerá no mês que vem, na Granja do Torto. Os organizadores vão trabalhar em conjunto com a ONG Neutralize Carbono em busca do selo Lixo Zero, encaminhando corretamente os resíduos para o destino certo.

Foto: divulgação

 

História de Brasília

Com o Carnaval, muita gente está saindo de Brasília. Passeio à custa dos ministérios, que estão dando passagens pagas pelo gôverno a torto e a direito. Se o dr. Hermes Lima quiser saber, mande fazer um levantamento das contas correntes dos ministérios junto às empresas de aviação. (Publicada em 01.03.1962)

Ciranda de uma perna só

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Charge do Duke

 

Nestes tempos mimizentos

De muito patrulhamento de ideias

e de pouca reflexão

Vivemos a angústia de ter que escolher

o que pode ser dito e o que não pode não

A palavra amordaçada

perdeu a verdade e força

acorrentada em grilhões de ferro

na mais brutal das censuras

preferiu então se recolher

a ter que concordar

com tamanha impostura

Nesses tempos cinzentos

a palavra calada

mostra sua melhor expressão

Ao dizer que não disse nada

nem que sim nem que não

Melhor então emudecer

recolhendo a pena e o pensar

E com toda a prudência e atenção

livrar-se de ser mais uma vítima

de tão feroz repressão

A censura sempre pouco ilustrada

só enxerga e teme

seja o cargo que ocupa ou a mão fraca no leme

De tanto podar aqui e ali

e de tanto o texto esfacelar

encontra em frases escritas

o que de fato lá não há

Por isso mesmo

A censura e a repressão

vivem sempre em harmonia

em perfeita união

uma atalhando o texto

a outra esfaqueando a mão

Se é nesse tipo de democracia

que viemos dar

isso depois de tanta luta

depois de tanto penar

melhor então voltarmos ao dia exato

em que tal abertura foi prometida

quem sabe naquela ocasião

Alguma coisa foi esquecida

Que rumo é esse que agora tomamos

sem propósito, ânimo ou paixão?

Será que n’algum atalho do passado

perdemos o sentido e a direção?

desviamos do caminho sonhado

dispersos em algum abismo distante

agora, cegos e mudos, não podemos seguir adiante

Quem sabe perdermos o mapa da liberdade

esquecido n’alguma dobra desses últimos trinta anos

era o que tínhamos em mãos

era todo o nosso plano

Uns lhe chamavam de Carta Magma

outros de Constituição

Alguém sabe por onde anda

esse desejo da nação?

até mesmo o noticiário

que antes se atinha em informar e ilustrar

agora por linhas tortas

se contenta em bajular

fazendo propagandas

de olho na aprovação

daqueles que nada querem

a não ser a perdição

Se já não podemos falar, pensar e escrever

melhor buscar em outras bandas

quem possa nos socorrer

Há tempos já se sabe

que a tirania para prosperar

necessita de mil bocas

e mil olhos a vigiar

A frase que foi pronunciada:

“É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada…”

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré. Foto: Fernando Travessoni

História de Brasília

Quando o dr. Jânio estava no gôverno, mandou retirar as buzinas a ar de todos os ônibus chapa brancas. Agora, a moda voltou, e os carros, principalmente da Câmara, incomodam tremendamente a população. (Publicada em 01.03.1962)

Proibido proibir

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Charge: Gilmar Fraga / Agencia RBS

 

         Com a decisão tomada ontem pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), mantendo a punição de cassação ao deputado paranaense Fernando Francischini (União), mantendo-o inelegível pelos próximos oito anos, reacende, entre os cidadãos brasileiros de bom senso, a certeza de que, cada vez mais, vai se fechando o cerco ao Estado Democrático de Direito.

         Não chega a ser surpreendente que tal medida tenha partido justamente daqueles, que por seu mister, deveriam defender, com unhas e dentes, o regime democrático, uma vez que se observa, de fato, a irrupção no horizonte de uma lenta e velada ameaça autoritária, representada aqui pela juristocracia e pela burocracia do Judiciário, que vai se espraiando e ganhando viço dentro das instituições do país, seguindo o que pode ser entendido, em sentido mais amplo, como a emergência do globalismo do século XXI.

          É todo um mega sistema que vai sendo construído seguindo os meandros e as filigranas jurídicas, códigos inalcançáveis e ininteligíveis pelos cidadãos comuns e que, por isso mesmo, escapa de críticas e até de contestações. Tudo cabe e é permitido na novilíngua do “juridiquês “, inclusive a cessação das liberdades, feitas em nome daquilo que esses togados passaram a eleger como proibidas.

         Não se trata aqui de uma defesa, pura e simples, de um político, cassado pelo humor daqueles a quem as leis se vergam e dos mais de quinhentos mil votos que recebeu nas urnas, mas de punições que, se comparadas com outras, como por exemplo as que couberam ao ex-presidente Lula, “descondenado” por essa mesma Corte, por crimes infinitamente mais graves, deixam no ar a certeza de que há, de forma inconteste, dois pesos e duas medidas, fixadas de acordo com a foto política em 3×4 na capa do processo.

         É preciso que o leitor entenda que a liberdade de expressão não pode prescindir do fato de que alguém vá estabelecer, per si, o que se pode e o que não pode ser dito. Ou é liberdade de expressão ou não é. Não cabem aos ministros decidirem o que é liberdade de expressão e quais os seus parâmetros. O que os ministro entendem e classificam – como faziam os antigos funcionários do departamento de a censura federal – como “ataques a democracia”, até de forma subjetiva e de acordo com seus interesses extra Corte, refletem, de forma clara, uma tentativa de cerceamento de opinião, sobretudo imposta àqueles indivíduos que não gozam de bom trânsito dentro da Corte. Outros personagens, do lado oposto, promovem verdadeiros ataques às instituições e à própria democracia e nem por isso são penalizados ou pesados na mesma balança.

         Quando Lula afirmou, em rede nacional, que os ministros da alta Corte estavam flagrantemente acovardados diante dos avanços da Operação Lava Jato aos seus crimes, esses magistrados nada fizeram para desmentir esse ataque. Esse sim foi um ataque direto à democracia, pois atingia, indiscriminadamente, toda a instituição. Ataque à democracia, como bem lembram alguns juristas de bom nome, é permitir que condenado em três instâncias participe da corrida presidencial e de vir a praticar os mesmos crimes. Ainda mais quando esse candidato, de acordo com os ideais do comunismo, prega o fim da democracia e o governo exercido apenas por um partido, dentro da visão da ditadura do proletariado.

         Ataque a democracia é esse candidato afirmar que irá promover a regularização da mídia, ou seja, estabelecer a censura e o banimento da livre manifestação de pensamento. O que ocorre, de fato, é que essa Corte, ao lançar Lula, de volta ao páreo das eleições, mesmo com todo o currículo de crimes que praticou, perdeu a credibilidade perante a opinião pública e a isenção, atributo tão necessário aos juízes e tribunais.

         Estamos todos marchando por um caminho pedregoso e cheio de armadilhas, à mercê de um conjunto de jurisconsultos que se arvoram em ser mais realistas que a própria Constituição, reescrevendo-a ao seu alvitre, dizendo o que pode ou não ser dito dentro de uma ideia de liberdade e democracia que eles mesmos se deram ao trabalho de traçar.

         Ao colocarem as urnas eletrônicas no alto do pedestal de adoração do Estado, afirmando que ela não pode ser contestada, abre caminho para que, num futuro próximo, ninguém possa dizer que o “ministro fulano de tal” é careca. Francischini é apenas o primeiro atingido por essas novíssimas interpretações e critérios, o próximo será a imprensa e você mesmo. Um dia, quem sabe, será proibido até de pensar.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Posso e desejo ser maior do que a soma total de minhas experiências, mas aceito minhas limitações. Aceito de bom grado que nós que julgamos não devemos negar as diferenças resultantes da experiência e da herança, mas tentar, como sugere a Suprema Corte, julgar continuamente quando essas opiniões, simpatias e preconceitos são apropriados.“

Sônia Sotomayor

Sonia Maria Sotomayor. Foto: retrato oficial

 

Reestabelecimento

Brasília sofre com a falta de educação no trânsito. Aquela cidade, onde buzinar era um absurdo, já começa a dar sinais de mudança. Principalmente os motociclistas, que carecem de uma boa aula antes de terem a autorização para fazerem parte do trânsito da capital. São uns irresponsáveis! Ultrapassam pela direita, nas comerciais jamais usam as tesourinhas, fazendo a volta no meio da rua, andam pelas calçadas nas quadras. Alguma atitude precisa ser tomada para cortar o mal pela raiz.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

História de Brasília

Há, em particular, a informação, segundo a qual o “Chez Willy” seria despejado, porque alterou a planta da loja ocupada, e sublocou a sobreloja, auferindo lucros de um próprio que não lhe pertence. (Publicada em 01.03.1962)

Criminoso de guerra

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Sabendo que as guerras são todas elas travadas em nome do dinheiro, não é de se estranhar que, nesses jogos da morte, os ricos, que permanecem na retaguarda, ponham, na frente de batalha, apenas a parcela pobre da população, que irá lutar por uma causa que não lhe diz respeito. É isso, em síntese, o leitmotiv de todas as guerras e que mostra bem quem perde e quem ganha com esses conflitos, não sendo diferente, no caso atual envolvendo a Ucrânia e a Rússia. Esse é, de fato, um conflito sangrento, que deveria ser denominado mais apropriadamente como a Guerra de Putin.

Ele é, diretamente, o principal protagonista desse conflito, sua razão e finalidade, sendo também aquele que, permanecendo em segurança, distante a milhares de quilômetros do front, ordena, sem remorsos e por uma pulsão incontrolável de morte, que jovens, de famílias pobres e sem perspectiva, marchem unidos em direção aos campos de morte.

Desde que chegou ao poder naquele país do Leste Europeu em 1999, tem sido essa a estratégia macabra de Putin, um ex-integrante da tenebrosa KGB, um indivíduo claramente paranoico e perturbado pelos anos de treinamento como espião, capaz de suspeitar da própria sombra. Um personagem que vem fazendo história como o mais novo genocida do século XXI.

Em seu currículo, todo ele escrito com as tintas rubras de sangue, já acumula um rastro de mais de cinco guerras oficiais, em suas fronteiras próximas e longe delas, e um número incontável de outras escaramuças, onde tem deixado rastro de centenas de milhares de mortes, de todas as idades, de todos os credos e culturas.

Para tanto, não hesita em movimentar sua numerosa máquina de guerra, toda ela comandada pelos maiores e mais estrelados carniceiros e assassinos de alta patente da atualidade, cuja missão é destruir tudo e matar, indiscriminadamente, todos pela frente. São verdadeiros açougueiros, treinados para matar, todos eles apresentando o peito cheio de medalhas vazias, que nada mais representam do que os números de cadáveres que colecionam em suas missões.

Para dar prosseguimento livre a um governo tão brutal, Putin persegue e manda prender, envenenar e assassinar todos os opositores, reprimindo e censurando a imprensa interna, controlando o parlamento, a justiça e a economia do país, pondo, à frente das empresas do Estado, pessoas ligadas diretamente a ele, num esquema que vem sendo conhecido agora pelo mundo, com a prisão de muitos oligarcas bilionários ligados ao poder. Enquanto a população empobrece, a olhos vistos, privada de tudo, esses oligarcas e o próprio Putin, juntamente com a indústria de armamentos, de petróleo do país, todos eles mancomunados com o ditador eslavo, já não sabem onde esconder e lavar tanto dinheiro desviado dos cofres públicos.

Trata-se aqui de um autêntico criminoso de guerra, a quem o mundo vai conhecendo e tomando medo e ojeriza. Por isso e não apenas por isso, deveria merecer, por parte das autoridades do Brasil, caso tivéssemos ainda algum traço de dignidade e senso de ética, todo o repúdio e condenação, afastando nosso país de todo e qualquer relacionamento com  aquele Estado, enquanto esse ditador não for devidamente afastado do cargo e julgado por seus crimes contra a humanidade.

Envergonha, aos brasileiros de bem, que o atual presidente da República tenha realizado, junto com sua família, uma visita amistosa a esse tirano, em plena guerra, emprestando-lhe solidariedade em nome do povo.

Não pode haver solidariedade com criminosos e, por certo, os cidadãos de bem não endossam esse apoio a alguém que será julgado com toda a severidade pela história. Há ainda, nesse caso, o olhar cúmplice e sempre de paisagem feito pela diplomacia do Itamaraty, alheio a esses fatos sangrentos e a uma relação que nos afronta e amedronta.

Infelizmente, desde o nascer do século XXI, o Ministério das Relações Exteriores não apenas parece ter perdido o respeito do resto do mundo, como perdeu o próprio rumo, andando às voltas, como cachorro doido que corre atrás do próprio rabo.

 

A frase que foi pronunciada:

“Honrando a memória das vítimas do Holocausto, no qual morreram mais de dois milhões de judeus ucranianos, a Ucrânia pede a Israel que também reconheça o Holodomor como um ato de genocídio contra o povo ucraniano.”

Volodymyr Zelensky

Volodymyr Zelensky. Foto: Getty Images

 

Saúde!

Vamos para o terceiro ano de pandemia e até hoje uma campanha muito tímida em termos de divulgação está no portal do Ministério da Saúde. Prepare-se: espirro só na dobra do braço! Na padaria do Lago Norte, senhora com joias expostas pelo corpo não teve dúvida. Baixou a máscara e espirrou com vontade no ambiente fechado. Veja, a seguir, uma pesquisa feita sobre o alcance dos espirros e a melhor forma de espirrar. Veja também as gotículas alçando voo pelo espaço em câmera lenta.

–> Veja mais clicando aqui!

 

Responde com sinceridade

Se faltam funcionários na Secretaria de Saúde, sugerimos uma solução. Estamos na era da informática. As informações no portal da Secretaria de Saúde do GDF estão defasadas. É preciso contratar apenas uma equipe para manter o portal atualizado, já que não há telefone nas Unidades de Saúde.

Foto: TV Globo/Reprodução

 

História de Brasília

Quando a Novacap quer, mesmo, tomar uma decisão jurídica, entrega o assunto ao dr. Bessa. Esta nota vem a propósito da regularização que está sendo feita junto aos comerciantes que ocupam lojas da Novacap. (Publicada em 01.03.1962)

Pó de mico

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Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

         Nesta altura dos acontecimentos, já ficou muito claro, para a parte lúcida da população, que os ministros do Supremo Tribunal Federal atravessaram o rubicão, agindo sistematicamente dentro do que se convencionou chamar de ativismo judiciário, não mais como magistrados, mas como militantes ou simpatizantes de determinadas alas ideológicas e políticas.

         Esse é um problema sério que, embora parte da imprensa tente esconder dos leitores, dando pouco espaço para esse assunto, cedo ou tarde, irá, por suas implicações profundas no ordenamento institucional do país, ganhar a real dimensão que possui.

         Só esperemos que, quando esse momento chegar, ele não encontre a nação conflagrada e em ponto de ebulição. Não se trata aqui de gralhar de aves de mau agouro, mas da constatação do evoluir de declarações inamistosas de parte a parte e mesmo de medidas, que vão num crescendo tal, que podem já não mais serem freadas e que, portanto, poderão adquirir vida própria, levando todos de roldão.

          Há uma crise sendo anunciada e o problema maior é que não existe, no horizonte imediato observável, alguém com a capacidade e credibilidade para chamar todos à razão, apaziguando o país. É, em momentos assim, que a nação necessita de personagens com a capacidade de liderança, guiando todos para o vale da concórdia.

         Se tivermos que aguardar o surgimento de lideranças, estaremos literalmente no sal e entregues à própria sorte. De fato, estamos todos numa espécie de vácuo ou deserto árido de homens e ideias. É preciso, nesse momento, dar o nome aos bois, mostrando a todos quem foram os verdadeiros atores a deflagrar essa crise.

         Olhando pelo retrovisor, é possível constatar, até com certa facilidade, que foram os ministros do Supremo, e não outros protagonistas, que ao tecer, nas entrelinhas das filigranas jurídicas, toda a teia de rabulices, encontraram meios de “descondenar” o ex-presidiário, colocando-o diretamente na disputa eleitoral e, com isso, conflagrando e conspurcando todo o processo.

         Esses ministros não apenas lançaram seu candidato de estimação de uma só penada, como ainda irão comandar, do alto do Tribunal Superior Eleitoral, todo o processo eletivo até outubro.

         Querer que toda essa maquinação jurídica não desembocasse numa crise, como a temos agora, é muita inocência e muita pretensão. Como dizia a marchinha de carnaval Pó de Mico: “Vêm cá, seu guarda, Bota pra fora esse moço, tá no salão brincando, com pó-de-mico no bolso. Foi ele sim, foi ele sim, foi ele que jogou o pó em mim.” Lula está nessa folia, na qual vai se transformando as próximas eleições, brincando com pó de mico no bolso. Foi posto para dentro do salão de Momo das campanhas, pelos árbitros que deveriam cuidar e zelar pela segurança da folia de outubro. Ficou calado? Agora aguente!

A frase que foi pronunciada:   

“Tudo está mudando. A população está levando os comediantes à sério e os políticos, na brincadeira.”

Will Rogers

Will Rogers. Foto: divulgação

 

Urgente

Cobertores, casacos, roupas, qualquer doação, o Instituto Solidário A Vida está em campanha. Há possibilidade de visitação na QR 401, Conj.13, lote 3, em Samambaia Sul. Mais informações pelo WhatsApp: (61) 99194-9060.

Publicação feita na página oficial do instituto no Instagram

 

Palco iluminado

Hugo Mósca surpreendeu Plínio com uma carta ao jornalista Ari Cunha, criador desta coluna em 1962. A carta foi escrita em janeiro de 1996 e falava dos esforços de Plínio para incentivar o público de Brasília a prestigiar as peças de teatro da cidade. O Teatro Dulcina tinha sido fechado. Até hoje, o Teatro Nacional está fechado e a população candanga continua em silêncio.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

Outro lado

Convite do deputado federal José Neto leva Lucia Fatorelli, da Auditoria Cidadã, ao plenário da Câmara dos Deputados. Discussões políticas, técnicas e econômicas. Veja a seguir o discurso e os links sobre vários assuntos de interesse da população.

 

Análise

Na página do Senado Federal, há a oportunidade de o internauta conferir notícias publicadas com o nome da instituição. Se foram desvirtuadas Internet à fora, ou se são verdadeiras. Um destaque para a notícia falsa de que Rodrigo Pacheco tenha acatado o projeto do “voto auditável”. A confusão foi feita depois que uma enquete no portal do Senado viralizou. A pergunta era sobre a adoção do voto impresso como uma ideia legislativa de 2018.

 

História de Brasília

Quando a Novacap quer, mesmo, tomar uma decisão jurídica, entrega o assunto ao dr. Bessa. Esta nota vem a propósito da regularização que está sendo feita junto aos comerciantes que ocupam lojas da Novacap. (Publicada em 01.03.1962)

Um grande passado pela frente

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Reprodução: divulgação

 

          Quem se der ao trabalho de entender o Brasil de hoje terá primeiro que voltar no tempo, para saber como é que chegamos até aqui e, principalmente, buscar pistas que levem a esclarecer em que ponto dessa jornada desviamos do caminho e porque o fizemos.

         De fato, esse não é um país para amadores e, sobretudo, um país para aqueles que aceitam, com naturalidade, que a história possua um desencadear retilíneo, obedecendo sempre os movimentos de causas e efeitos. Todo o período pós-redemocratização necessita ser melhor estudado e repensado, sob pena de cairmos nas armadilhas preparadas pelo destino e que ajudamos a armar com nossas próprias mãos.

          De repente, a explicação pode ser banal e nos leva a conhecer as forças que nos atiraram até esse ponto de nossa história e como podemos agora sair dessa situação de impasse. O que se sabe, ao certo, é que não podemos esperar resultado diferente do que temos, ao menos que modifiquemos cada um dos elementos dessa fórmula. A começar pelo modelo de representação, que é tanto base de toda e qualquer democracia como também base de sua ruína.

         Nesse quesito fundamental, parece que podemos fazer pouco ou quase nada. A razão é simples: demos demasiado poder aos Poderes. E agora eles parecem se voltar contra nós. Talvez, a explicação e a chave para esse ponto do nosso presente, em que notamos, de forma definitiva e trágica, a ruptura entre o Brasil oficial e o Brasil real esteja escondida na simplicidade singela do poema “Quadrilha”, de Carlos Drummond de Andrade.

         Alterando-se o nome dos personagens e substituindo o verbo intransitivo “amar” pelo verbo “eleger”, em sua modulação no pretérito perfeito “elegeu”, teríamos, mais ou menos, esse enredo: Tancredo morto elegeu Sarney, que elegeu Collor, que sofreu impeachment e elegeu Itamar, que elegeu FHC, que se reelegeu. FHC foi para casa, Sarney para o Senado, mas antes ,FHC elegeu Lula, que se reelegeu e ainda elegeu Dilma, que também se reelegeu. Lula foi para a cadeia. Dilma saiu também por impeachment, dando lugar a Temer, que não se reelegeu, mas que elegeu Bolsonaro, que busca agora se reeleger, mas que pode ter que passar a faixa presidencial a Lula, feito ficha limpa, à força, pelo STF, uma Corte que não deveria eleger ninguém. Itamar foi se juntar a Tancredo no além.

         Observe que, no meio desse caminho, toda essa prosa histórica foi ainda floreada pelos escândalos de corrupção que estouraram em cada um dos governos, seguidas das devidas CPIs e das investidas tanto do Ministério Público como da Polícia Federal. Os escândalos, transformados em passivos bilionários, foram debitados na conta da população, sendo seus autores devidamente salvos nas instâncias superiores.

         De repente, o país pode vir a eleger Lula que, pelo peso de seu passado, como o maior meliante que esse país já viu, deverá eleger alguém ainda pior, como fez no passado, quando elegeu Dilma. É nessa sequência de sucessões estranhas que devemos buscar entender o presente. O problema é que, ao olharmos para o futuro próximo, em outubro vindouro, o sentimento é que temos um grande passado pela frente a ser vivido ou sobrevivido.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O vício inerente do capitalismo é a distribuição desigual de bençãos; a virtude inerente do socialismo, a distribuição das misérias.”

Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

De volta ao respeito

O CEF 01 do Paranoá está com a gestão compartilhada. As aulas são ministradas pelo corpo docente da Secretaria de Educação do DF e a política disciplinar é organizada com a colaboração do Corpo de Bombeiros. Os pais estão satisfeitos com o resultado. O melhor desempenho escolar é visível, o que dá esperança de um futuro melhor para as crianças e adolescentes. Veja a foto do momento cívico a seguir.

 

Honra ao mérito

Recebemos, do poeta Nonato Freitas, a notícia de que Geraldo Amâncio Pereira, violeiro e repentista popular, foi eleito para a Academia Cearense de Letras. Foram quase 130 anos sem um eleito que representasse a cultura popular. Nem mesmo Patativa do Assaré, cuja obra foi estudada na Universidade de Sorbonne, teve seu nome incluído no rol dos imortais da academia, reforça Nonato.

Geraldo Amâncio Pereira. Foto: mais.opovo.com

 

De repente

Nonato Freitas lembra que, no dia 8 de julho, Geraldo Amâncio Pereira fará parte da Bienal Internacional do Livro que, neste ano, acontecerá em São Paulo. Vai cantar seus repentes e estrofes do cordel de autoria do próprio Nonato em homenagem a Rogaciano Leite, em transcorrência do centenário do autor de “Carne e Alma”.

Foto: eventos20.com

 

História de Brasília

Mais adiante, entretanto, na calçada da Novacap, os artigos são expostos à venda no chão, em estado que não condiz com aquele logradouro da cidade. (Publicada em 01.03.1962)