Paz em 2024

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

         Muitos falam e chegam até a desejar, com a sinceridade relativa de hoje em dia, que o ano que se inicia será repleto de paz. Será o ano em que os brasileiros reencontrarão o caminho da convivência e da harmonia. O que a maioria dessas pessoas não percebem, ou fingem não perceber, é que a tão almejada e sonhada paz só se tornará realidade concreta quando for seguida e contemplada por uma justiça plena.

         Não aquela concedida sob medida e em doses miúdas pelos novíssimos intérpretes dos regimentos e das leis, todos eles munidos de um poder absurdo e que, ao final, enxovalha a própria Justiça. A Justiça, em sua essência, é o veículo da paz. Sem ela, tudo fica retido no mundo relativo dos desejos e da boa vontade, mas que não vai além de promessas esvaziadas. Para um país como o nosso, político, social e economicamente fracionado, não há como pensar em paz, quando se nota, logo de saída, a distância enorme que separa o Brasil real daquele vivido por sua classe dirigente. Não há Justiça nesse campo, pois o cidadão, neste país, hoje, vive e trabalha duro para custear, de forma obrigatória, uma realidade que não é a dele.

          Pode parecer estranho, mas no tempo da Operação Lava Jato, um período curto, mas de grande esperança geral, havia um sentido de paz, que parecia pairar sobre todos. Finalmente o país iria se ver livre de uma praga histórica que, por séculos, mantinha os brasileiros como refém do passado, atados a um subdesenvolvimentismo crônico.

         Esse sentimento de paz vinha embalado, justamente, no presente da Justiça. Naquele interim de nossa história, brasileiros de todas as origens puderam sentir na pele o que era a paz. Finalmente o país deixaria de pertencer a uns poucos e seria colocado sob a responsabilidade de todos. Aqueles sim foram anos de paz. Até mesmo o mundo do crime organizado, formado por indivíduos avessos aos colarinhos brancos, sentiu os ares de mudança e, com o baque sofrido, também recuou.

         A satisfação com que a população assistia, a cada dia, a fila imensa de políticos e empresários de alto coturno sendo conduzidos para a prisão, mostrava que a paz em nosso meio também era possível. Curioso notar ainda que cada um desses velhos corruptos que eram levados ao catre aumentava, na mesma intensidade, o sentimento comum de paz. Uma paz profunda, só conhecida pelas crianças.

          Obviamente que a paz não é exatamente isso, ou somente isso. Mas em nossa situação, levada até as últimas consequências da dignidade humana, essa era a nossa paz. A paz derradeira, de não mais precisar sonhar em deixar o país para trás e emigrar para outras terras. Tudo o que deveria ser nosso, desde sua origem, voltava a ser nosso dali em diante. Mas a paz, que era de fino cristal, fugiu de nossas mãos, indo se estilhar contra o chão.

          Desfeita, peça por peça, toda a Operação Lava Jato, aquela legião de anjos caídos banidos para as profundezas da Terra, voltaram com ainda mais sede de roubar a nossa paz, punindo agora quem quer que ouse enfrentá-los. É como se o Brasil tivesse desabado sobre os brasileiros, soterrando-nos sobre escombros. Desejar paz para os que estão agora sob essas ruínas é um sonho para 2024.

A frase que foi pronunciada:

“A força do direito deve superar o direito da força.”

Rui Barbosa

Foto: academia.org

 

Sofás e tapetes

Décadas atrás, o Banco da Lavoura abria várias frentes de empréstimos: empréstimo de formatura, empréstimo escolar e empréstimo nupcial. Isso quando o Poder Público usava os cofres da União para prover Segurança, Transporte, Saúde. Hoje, os empréstimos são para suprir a falta de segurança, o péssimo estado da Saúde Pública, o sucateamento dos transportes e os perigos oferecidos pelas escolas públicas, obrigando o cidadão a, além de pagar altíssimos impostos, arcar com despesas extras de saúde, educação e transporte, já que a Constituição não é cumprida.

Banco da Lavoura de Minas Gerais S.A. : Belo Horizonte (MG).          Foto: biblioteca.ibge.gov

 

Fato

Por falta de uma regulação mais precisa pelos órgãos de vigilância de saúde, o Brasil se tornou campeão mundial em exames de imagens e exames laboratoriais. Com isso, muitos pacientes são submetidos a uma bateria de procedimentos clínicos; muitos deles, absolutamente desnecessários e inócuos do ponto de vista do diagnóstico.

Foto: Exame/Site Exame

 

Consumidor

É bom que os consumidores saibam que pessoas físicas podem perfeitamente fracionar embalagens de mercados que forçam a compra total do produto. Outro dia, em um grande supermercado, um cliente separou uma cartela com 30 ovos que vinha em uma caixa com duas cartelas e provou, no caixa, que era seu direito levar apenas uma bandeja.

Foto: reprodução da internet

 

Cricri

Cinemas também não podem impor a pipoca vendida no local. Venda casada é vetada ao consumidor.

Foto: Adriano Vizoni/Folhapress

 

História de Brasília

Andes de uma semana após falar na Câmara dos Deputados contra o número de viaturas da polícia, o deputado Bezerra Leite precisou de uma rádio patrulha na sua cerâmica, tendo sido atendido prontamente, graças ao equipamento contra o qual êle falara no Congresso.

Lembranças da Inteligência Natural

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Lula e sua equipe de ministros. Foto: Ricardo Stuckert.

 

           Para que seja possível entender, com mais clareza, a natureza do atual momento político atravessado pelo país, sob a perspectiva de um novo e exclusivo modelo de democracia relativa desenhada conforme o desejo de uma elite dirigente instalada no poder, é preciso, antes de tudo, adentrarmos no que os dicionários definem como Ponerologia e Patocracia.

          Os termos, ambos criados pelo psiquiatra polonês Andrzej M. Lobaczewski dizem muito sobre o atual momento político nacional. O primeiro pode ser definido como o estudo do mal ou mais especificamente como ciência da natureza do mal, adaptada a propósitos políticos. Em sua obra, “A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes”, por diversas vezes banida, por motivos óbvios, Lobaczewski  descreve, com fatos históricos, um sistema de governo forjado por uma minoria psicopata ao assumir o controle da vida de pessoas numa sociedade.

          Esses indivíduos passam então a ocupar posições em cargos políticos e de influência intelectual, sobretudo dentro das universidades, agindo aqui como uma espécie de “pedagogos da sociedade”. Em comum, eles nutrem ideias do tipo grandiosas, geralmente tendo como fonte processos mentais patológicos, que não os impede de impor suas teses e métodos.

          Nesse caso, o resultado vem com o empobrecimento da cultura e das tradições e com a deformidade do caráter das pessoas. Com isso, o cidadão passa a perder a capacidade de raciocínio lógico, incapaz de distinguir a verdade da mentira, passando a aceitar a paralógica desses psicopatas.

         Daí decorre também o segundo conceito criado por Lobaczewski, a patocracia, definida como o modo como os psicopatas influenciam no avanço da injustiça social, e com isso, abrem caminho para a tomada do poder.

         As características concretas a definir ambos os conceitos estão em toda a parte, desde a extrema desigualdade perante as leis de uns grupos em relação a outros, como no desejo contínuo de controlar os meios de comunicação; passando por corrupção generalizada, e, no caso atual, feita pelos mesmos personagens de volta ao poder; a supressão do individualismo; a valorização de artes e artistas que se enquadram no novo modelo. Nesse caso aqui abre-se um parêntese para lembrar que o atual governo destinou R$ 16 bilhões da Lei Rounet, com foco para artistas que o apoiam.

         Há ainda o empobrecimento dos valores morais, como é o caso da destruição da família, da religião, do conceito de pátria; a ideologia fanática; a intolerância e a suspeita aos que pensam diferente; o controle centralizado; prêmios para delatores; e pouca ou nenhuma transparência com o governo adotando medidas secretas e com alto controle interno.

         Governo paranoico, com legislação excessiva e arbitrária, e com o poder de decisão da sociedade removido; hipocrisia e desprezo para com os cidadãos. Governo exercido pela força, pelo medo, pela exploração da sociedade por meio de impostos e encargos excessivos, pela restrição da vida espiritual, considerada como doutrinação, pela divisão arbitrária das pessoas, por cor, sexo, credo e a instigação da luta entre eles; além da supressão da liberdade de expressão e de debates públicos e protestos, bem como pela violação de direitos humanos, como verificado no caso dos milhares de presos do 8 de janeiro passado, com detenção sem acusação formal, tortura e abusos.

A frase que foi pronunciada:

“De fato eles podem imitar sentimentos, mas os únicos sentimentos reais que parecem ter – aquilo que os move e os leva a representar diferentes dramas para o efeito – é uma espécie de “fome predatória” pelo que querem.”

Andrzej Lobaczewski

Divisas

O engenheiro paulista João Conrado do Amaral Gurgel apresentava, no programa Silvio Santos, o primeiro carro elétrico do Brasil. Era o ano de 1974. Assim como Gurgel, milhares de gênios brasileiros são humilhados e desprezados pelas nossas autoridades.

João Augusto do Amaral Gurgel apresentando o Itaipu no Programo Silvio Santos

 

Manha

Pela história de Brasília, escrita por Ari Cunha nesta coluna, em 1962, mudamos pouco ou nada de lá para cá. Pior é que muitas tendas distribuídas na região do Plano Piloto são habitadas por cidadãos que têm casa. Pegam as crianças e começam o acampamento pela manhã, à espera de caridade.

Foto: globoplay.globo.com

 

Concentração

Um acidente raro na L4 Norte ontem à tarde. A via foi interditada porque ciclistas causaram o acidente entre si. Concentrados em velocidade, normalmente com a vista baixa, o elemento surpresa foi suficiente para o estrago. Clavícula, ombro, braço foram as partes mais atingidas. O Corpo de Bombeiros chegou rápido ao local e transportou os feridos mais graves para o hospital Home.

Foto: CBMDF/Divulgação

 

História de Brasília

A polícia não demonstrou o mínimo desejo de cooperar com a cidade, evitando a proliferação de barracos. Efetivamente sua missão é outra, e desde que haja disposição em não ajudar, calaremos a bôca. Vamos bater noutra porta, contando que o Plano Pilôto não seja tão prejudicado. (Publicada em 28.03.1962)

Dor que vem da ilusão

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Foto: Bigstock

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Especialistas em movimentações financeiras e peritos em seguir os intrincados caminhos tomados pelo dinheiro de origem duvidosa e suspeita, sabem muito bem que o crescimento exponencial dos ambientes de jogos de azar no Brasil veio para complicar o trabalho da polícia, ao mesmo tempo em que vai aplainando as trilhas operadas pelo crime organizado.

          Ninguém, em sã consciência, pode acreditar que a expansão das casas e sites onde a jogatina corre solta veio para contribuir com impostos e geração de mais empregos, ajudando, assim, o crescimento da economia do país. Jogos de azar, por sua própria denominação, representam azar e perda para a imensa maioria daqueles que gostam de fazer apostas, e, ao contrário, muita sorte e ganhos fáceis para os proprietários desses estabelecimentos, sobretudo os ocultos.

         Na ponta do sabre da lei, esse tipo de negócio opera com trinômio: desonestidade, esperteza e impunidade, e vem na esteira da leniência de nossa Justiça e na corrupção que infesta muitos setores ligados à fiscalização dessas atividades.

         Para o cidadão de bem, que foge desses ambientes viciosos, a expansão desse tipo de negócio irá favorecer o fortalecimento financeiro dos grupos ligados ao crime organizado. Trata-se, para muitos críticos dessas atividades, de uma verdadeira lavanderia de dinheiro, instalada a céu aberto e com a proteção e complacência do Estado.

         É preocupante notar que, num país com tantas dificuldades, algumas delas já vencidas há séculos pelos países desenvolvidos, os jogos de azar venham ganhando popularidade. Como é fácil enganar a população, sobretudo aquela formada por indivíduos com pouca escolaridade. Políticos e empresários favoráveis a essas atividades sabem disso. Os cassinos online no Brasil estão por todo o lado, ao simples acionar de uma tecla, e vêm fazendo estragos às economias das famílias.

         País subdesenvolvido como o nosso e que parece ser, cada vez mais, resultado de um projeto político medonho muito bem pensado é o paraíso para a jogatina. Sabedores dessa espécie de zona franca estabelecida pelos jogos de azar, empresas estrangeiras, vieram para cá, cheias de planos e vontade de ganhar dinheiro fácil. O Brasil, terra de nosso Senhor, já conta com aproximadamente seis centenas de sites de apostas, onde circulam livremente centenas de milhões de reais.

         Com as facilidades oferecidas pelo mundo digital, a construção de cassinos reais ficou para trás e hoje quase 40% dos apostadores online jogam fora seus recursos, em cassinos virtuais. A roleta, o blackjack, jogos de mesa e caça-níqueis fazem a ilusão dos apostadores e a alegria de muitos empresários ligados à contravenção e outros crimes.

         Junto ao Congresso e ao governo, os lobbies seguem forte e a questão ganha prioridade junto aos políticos, sobretudo aqueles que gostam de dinheiro. Dizer que a taxação dessas casas de apostas irá para seguridade social, esportes ou turismo é desculpa daqueles que sabem que isso jamais irá ocorrer. Jogos de azar, por sua tradição e história, estão ligados umbilicalmente à contravenção e ao crime, sendo muito mais motivo de preocupação do que de distração.

         Aposentados e outros pequenos poupadores são atraídos para esses jogos e sugados em suas economias. O cartão de crédito e o Pix facilitam toda a transação e prejuízo, para esses apostadores. Gente famosa, entre jogadores e artistas são contratados para servir de chamariz para esses negócios. Empresas de jornalismo e a mídia como um todo é patrocinada com o dinheiro desses novos cassinos.

         Ninguém ousa falar a verdade sobre o que ocorre. Nunca foi tão fácil apostas em jogos de azar no Brasil, anunciam esses empresários e amigos do alheio. Falar em transparência nesses negócios é outra falácia ou música para boi dormir. Nunca haverá luz do Sol sobre essas atividades, pois elas operam no escurinho, à meia luz ou à luz de velas, num clima romântico semelhante àquele existente nos Estados Unidos durante a Lei Seca.

         Pelos smartphones, os apostadores fazem sua fezinha onde quer que estejam, mesmo durante o horário de expediente. No Brasil, quase 100% dos apostadores fizeram seus jogos via smartphones. Também o Pix já representa quase 100% das operações de depósitos por ocasião das apostas.

         O Governo Federal, que mantém suas loterias e casas de jogos abertas por todo o país e comandadas pela Caixa Econômica, finge não ver a transformação do Brasil num imenso cassino virtual, com o dinheiro da população correndo a rodo para o bolso desses empresários espertalhões. Não há como negar que a população em geral sente um certo prazer mórbido em ser iludida por políticos e por esses novos bicheiros.

A frase que foi pronunciada:

“O idiota útil, por definição, é idiota demais para saber que é útil e quem o utiliza.”

Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho. Foto: Reprodução

Por que será?

Num consultório, um senhor pediu para trocar o canal para qualquer noticiário, pois aquela música dava nos nervos. A resposta da atendente foi uma surpresa. “A doutora nos proibiu de mudar de canal. Ao lado, há um consultório de psicologia para crianças e elas não podem assistir notícias pela TV”.

Foto: Thinkstock / VEJA

 

História de Brasília

No mais, tudo ausente. Os processos paralisados, e todo o mundo no Rio acompanhando a fofoca do Segadas Viana com o cel. Ardovino, e ficando mais perto da briga Jânio-Carvalho Pinto. Assim começamos a semana. (Publicada em 28.03.1962)

Para outra freguesia

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

          Em entrevista concedida, nesta semana, a um importante veículo de comunicação da capital, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, mais uma vez, manifestou a preocupação de todo o Executivo local com o fato, já por diversas vezes mencionado nesta coluna, de que diversos membros de organizações criminosas estão estabelecendo residências fixas em todo o entorno da cidade. Não se trata aqui de um alerta recente, nem mesmo feito sem base na realidade. Não é de hoje que os órgãos de segurança do Distrito Federal vêm monitorando a atividade desses criminosos, como a compra de imóveis, comércios e outros estabelecimentos comerciais de fachada para montarem suas atividades ilegais.

         Com a chegada da bandidagem de alta periculosidade de outros estados, houve um significativo aumento de diversos crimes nessas regiões do entorno de Brasília, como roubos, tráfico de drogas e até assassinatos. De acordo com o governador, nessas últimas semanas, a cúpula de uma dessas organizações, com braços infiltrados em todo o país, divulgou uma espécie de ordem, diretamente de dentro do complexo penitenciário, para que seus integrantes soltos levantem a ficha de cada um dos servidores desses presídios, com o objetivo de forçar as autoridades a concederem benefícios aos apenados da facção, estabelecendo também maior controle interno dentro dessas cadeias.

           Ibaneis acredita que a aproximação, cada vez maior dessas organizações do crime do Distrito Federal, deu-se em razão da transferência dos chefões desses grupos para o Presídio Federal local recém-construído no DF. “Vemos com muita preocupação, afirmou o governador, porque eles vão tomando conta do Entorno, comprando residências, estabelecimentos comerciais. Isso tudo por conta dessa aproximação.”

           Para Ibaneis, o aumento do tráfico de entorpecentes gerou a chegada desses grupos criminosos, e também o fato de terem trazido criminosos para o Presídio Federal do Distrito Federal. Isso, diz o governador, “faz com que eles consigam se alocar nessas regiões mais próximas do presídio para obter o contato com esses líderes presos”.

         Mesmo enfatizando que as forças de segurança do DF estão atentas para as movimentações dessas organizações no Entorno, inclusive deflagrando operações nesses locais, o governador se mostrou apreensivo, pois reconhece o poderio e o perigo dessas quadrilhas. A vinda desses grupos de criminosos tem movimentado a Secretaria de Segurança que já prevê um reforço nas cidades satélites, onde os índices de criminalidade vêm crescendo. O governador citou os casos das regiões administrativas de Ceilândia, Sol Nascente e outras, que apresentam hoje elevação nas ocorrências violentas.

         Especialistas em segurança acreditam que apenas o reforço nos quadros das polícias é insuficiente para deter a chegada e a expansão dessas organizações nas proximidades da capital do país. Para eles, diferentemente do que ocorre em outras unidades da Federação, Brasília é a sede de diversas embaixadas e de muitos organismos internacionais, abrigando ainda toda a cúpula administrativa federal. Por isso mesmo, reafirmam, Brasília deveria ter um tratamento especial, convertendo-se em área de segurança máxima, livre da presença de presídios para presos de alta periculosidade, pois a presença desses chefes de facções acaba atraindo também todo o staff do crime, que orbita em torno desses presídios.

         A questão aqui é saber por que o Governo Federal não tem, em momento algum, manifestado sua preocupação ou sua solidariedade sobre essa situação delicada. O risco que a capital e seus moradores correm com a chegada desses criminosos é conhecido e já foi externado por diversas vezes às autoridades, que seguem trazendo os comandantes dessas organizações do crime para o complexo de presídio da Papuda. Por que e até quando?

A frase que foi pronunciada:      

“Já é hora de a aplicação da lei se tornar tão organizada quanto o crime organizado.”

Judy Giuliani

Charge do Cazo

 

Promessa

Elias Vidal é literalmente Brasília Novos Talentos, o time BNT na categoria sub 14 foi destaque na final da Copa Satélite do futebol base do DF, encerrando o ano com a taça na mão. Que os olheiros abram os olhos!

Cartaz publicado no perfil oficial da Copa Satélite de Futebol no Instagram

 

Tecnologia

Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica Fortalmag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.

Foto: Noroes, Claudio

 

História de Brasília

Para isto, a assessoria de imprensa do Planalto recebeu ordens para alterar as passagens, e mandar os rapazes para o Rio. Mas ninguém disse quem pagaria as passagens, e se não fôsse o Batista, que ficou até de madrugada em comunicações com a Vasp, os homens não teriam embarcado, até que veio a cortesia do transporte. (Publicada em 28.03.1962)

Plano Nacional de Educação

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Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 

         Em janeiro próximo, uma conferência convocada pela Presidência da República poderá alterar, significativamente, os rumos da educação no Brasil, caso as chamadas pautas progressistas, propostas por entidades como a CUT e o MST, venham, de fato, a ser implementadas dentro do Plano Nacional de Educação 2024-2034.

         Para alguns poucos educadores, que estão de olho nesse absurdo e discordam frontalmente da possibilidade de  pautas ideológicas comporem as diretrizes desse e de quaisquer outros Planos de Educação, essa iniciativa pode prejudicar a educação no país, empurrando os alunos para as piores classificações nos certames internacionais de ensino aprendizagem, se é que isso seja possível, e transformar as escolas públicas brasileiras numa espécie de puxadinhos do partido no poder, submetendo os alunos a uma lavagem cerebral perigosa e desnecessária. Caso essas propostas venham a ser aprovadas no Conselho Nacional de Educação (CONAE), a quem cabe decidir sobre os rumos do PNE, nos próximos dez anos, será decretado o fim da educação no Brasil, como a conhecemos, e o começo de um processo estratégico, que fará das escolas do país, não ambientes democráticos e voltados para o crescimento humano, mas em centros de doutrinação e de formação de verdadeiros militantes de esquerda, prontos para agirem sob o comando do partido instalado no poder.

         O mais preocupante é que não se ouvem vozes balizadas, nem mesmo nas universidades, ou dos acadêmicos sobre esse absurdo. Até mesmo a mídia tem ficado calada sobre mais essa tentativa de arruinar a já tão combalida escola pública brasileira. Para tanto, caravanas de militantes, vindas de diversas partes do país, estarão em Brasília, sob o comando da CUT e do MST preparando e discutindo propostas e políticas públicas educacionais, que, posteriormente, serão absorvidas pelo Ministério da Educação e postas em prática para serem devidamente desenvolvidas em sala de aula nos quatro cantos do país.

         Quaisquer outros atores, nesse processo de transformação da educação em doutrinação, e que não comungam com o ideário das esquerdas, foram convidados ou sequer avisados desse encontro. Pelo documento-base vazado dessa conferência, é possível ler que “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas suas diversas esferas federativas, às políticas e propostas ultraconservadoras.”

         Na mira desses militantes, travestidos de educadores e democratas de um lado só, estão, além do fim das escolas militares, o chamado homeschooling ou a educação familiar. Aliás, as famílias e sua constituição natural e cultural também são alvo desses militantes.

          Quem possa pensar que essas ações não irão longe, é preciso lembrar que os colégios cívico-militares estão sendo desconstituídos pelo governo em todo o país, mesmo contra o que deseja a população. Na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 56/23 que revoga o decreto que criou, durante o governo de Jair Bolsonaro, o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim).Em entrevista ao jornal Câmara Notícias os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Fernando Mineiro (PT-RN) argumentam a revogação do Decreto defendendo que a gestão escolar deve ser feita por profissionais da educação. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação não prevê a possibilidade de que seja exercida por militares, cujas responsabilidades funcionais são distintas dos profissionais da educação”, pontuam.

          Outro alvo predileto desses agitadores da educação é o agronegócio, apresentado para os alunos como um mal a ser erradicado. Para aqueles que estão antenados aos seguidos ardis da esquerda em nosso país, a ideologização do ensino, com conteúdo claramente doutrinário de esquerda, segue tática antiga, proposta pelo teórico italiano Antonio Gramsci (1891-1937), criador da chamada hegemonia cultural, que propunha a necessidade de educar os trabalhadores para formar uma base para as esquerdas. Para ele, a revolução comunista deveria ser iniciada nas escolas desde os primeiros anos de estudo. Trata-se de um caminho já percorrido e conhecido pela humanidade, que levou, durante o século XX, mais de 120 milhões de indivíduos ao encontro da morte e da miséria.

A frase que foi pronunciada:

“Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes, nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa”.

Frase do item 9 do “Decálogo de Lenin”, enviada por Joanir Serafim Weirich

Ilustração: Reprodução do site do PCB

 

Coco Verde

Um dos maiores desperdícios nacionais é o coco verde. Sem aproveitar a fibra inigualável, o Brasil perde divisas. As fibras do coco têm inúmeros usos. A Embrapa Agroindústria Tropical, em parceria com a metalúrgica FortalMag, desenvolveu uma tecnologia de processamento das cascas de coco verde que pode ser implementada em todas as áreas produtoras de coco no território nacional. Além de reduzir a disposição inadequada de resíduos sólidos, proporciona uma nova opção de renda para as regiões produtoras.

Foto: Noroes, Claudio

 

História de Brasília

A ausência do governo é total. Os jornalistas chineses iam embarcar para a Bahia ontem de manhã. Receberam a informação de que o presidente João Goulart os receberia, mas no rio. (Publicada em 28.03.1962)

A arte da medicina

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Imagem: cajademedicos.com.

          Saúde talvez seja o maior bem que um ser humano pode usufruir ao longo de sua vida. Também não é para menos, já que viver em plenitude só é possível para quem goza de boa saúde.  Por isso mesmo é que a prestação de serviços de saúde, realizada por hospitais, clínicas e consultórios, sejam eles públicos ou privados, é de suma importância para a manutenção de uma sociedade produtiva.

          A questão é também um assunto de segurança e deve ser sempre tratada com a máxima atenção pelos governos federal, estadual e municipal. Aqui é tão importante a qualidade como a quantidade. O Distrito Federal, com uma população em torno de 3 milhões de habitantes, possui oficialmente 13.230 profissionais médicos registrados. Esse montante equivale à uma proporção de 4,35 médicos por cada mil habitantes. É uma média duas vezes maior que a nacional, que é de 2,18 médicos para cada mil brasileiros.

         Nesse universo local, os especialistas somam mais de 70%, contra aproximadamente 26,5% de médicos generalistas o chamado clínico geral. Também essa relação entre generalistas e especialistas é a melhor do Brasil. Mesmo que o Distrito Federal possua, entre todos os estados da Federação, a maior concentração de médicos, tanto na rede pública como nos estabelecimentos de saúde privados, ainda assim não são poucas as reclamações dos usuários sobre a qualidade desses serviços.

         Obviamente que, em comparação com o restante do país, Brasília pode ser considerada um paraíso. Isso porque quase 3% de todos os médicos do Brasil estão aqui na capital. Isso confere ao Distrito Federal uma responsabilidade enorme, já que essa proporção de médicos, de hospitais e clínicas, obriga a capital a atender praticamente todos os municípios em seu entorno e de outros estados.

          Por isso, é comum ver-se ambulâncias de outras localidades, trazendo pacientes de longe para serem atendidos na capital. Aqui está ainda a maior força de trabalho cirúrgica do Brasil, o que atrai muitos brasileiros para nossos hospitais. Ao todo, o Brasil conta com 562.206 médicos – ou 80% a mais do que há uma década atrás.

         Olhando de perto esses números exuberantes da relação médico por habitantes em Brasília, o que se nota é a existência ainda de nichos de atendimento de saúde que deixam muito a desejar, tanto nos hospitais públicos como nas clínicas particulares.

         Há, do ponto de vista dos pacientes, um problema que parece inerente à própria formação de médicos, sobretudo dos profissionais mais jovens. De um modo geral, o que os pacientes observam é que o atendimento é frio, distante e burocrático. Com uma prática descuidada dessa natureza, não surpreende que os diagnósticos, não raro, resultam erros primários, isso quando não levam o doente a outas enfermidades e à morte. Talvez falte às gerações mais novas aquilo que os filósofos e médicos gregos chamavam de anamnese, que é o diálogo estabelecido entre o profissional de saúde e o paciente, de modo a estimulá-lo a lembrar de situações e fatos que, possivelmente, o levaram a sua doença. Prática que torna possível reconstituir a história clínica dos pacientes.

         O que parece é que esse diálogo – que, muitas vezes, pode ser longo e redundante – foi substituído hoje por uma bateria de exames clínicos, feitos por máquinas e patologistas que, muitas vezes, dão um diagnóstico que não ajuda o doente e pode até complicar seu caso. Boa parte dos erros médicos decorre justamente da simples incapacidade de o médico mal escutar o que diz seu paciente. Com isso, multiplicaram-se os casos de erros médicos a tal ponto que hoje já existe inclusive diversos advogados e médicos legistas especializados nesses casos e que recebem grandes somas de dinheiro por essa atividade.

         Também os pedidos, junto aos tribunais de justiça, de indenizações milionárias, aumentam significativamente, trazendo, para a profissão de médico, um risco adicional cada vez maior. Casos de negligência, imperícia e imprudência lotam os tribunais de justiça em todo o país, inclusive em Brasília. Se em medicina nada é absoluto, já que ela não é uma ciência exata, sendo mais uma arte situada, isso sim, na confluência de várias outras ciências, o erro, como condição humana, acaba sendo inerente à sua prática.

          Para um profissional experiente não existe, pois, doenças e sim doentes, já que cada indivíduo responde de forma distinta a um mesmo problema. Não é por outra razão que aqueles pacientes que, por sua condição de portadores de bons planos de saúde, preferem escolher médicos mais idosos e mais experientes, principalmente na arte da paciência, que é a de escutar o que diz o interlocutor. Essa capacidade de escutar e refletir sobre o que se ouve, tem sido um os dons humanos que mais tem diminuído de uns tempos para cá, talvez provocado pela retração da empatia nesses tempos modernos.

         E não pense que esse é um problema afeito apenas ao atendimento médico público. Também médicos particulares, mesmo os mais afamados, incorrem no erro de não escutar adequadamente seus pacientes, convencidos de sua infalibilidade. Mas esses são apenas os iludidos por um ego gigante.

A frase que foi pronunciada:

“A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva. Conservarei imaculada minha vida e minha arte.”

Parte do Juramento de Hipócrates adotado pelas escolas de Medicina

 

História de Brasília

Ocorre que a carta sobrescrita à máquina veio parar em Brasília. E para piorar, a AP n. 7 mandou para o Ministério da Educação, que não tem nada com o caso. A carta, finalmente veio parar em nossas mãos, e já seguiu para a Bahia por nossa conta. A importância gasta será debitada ao DCT, para doutra vez trabalhar melhor. (Publicada em 28.03.1962)

Campo da esperança e paz

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Foto: gov.br

 

         Não foram poucas as vezes em que o Governo do Distrito Federal alertou o chefe do Executivo para o perigo tanto da construção de um presídio de segurança máxima nos arredores da capital, como da transferência de presos de alta periculosidade para as prisões de Brasília. Não foram poucas também as justificativas dadas para que a capital do país ficasse resguardada do convívio próximo de lideranças do crime organizado.

         Pelo fato de abrigar, em seu território, todas as representações diplomáticas e organismos internacionais com os quais o Brasil se relaciona, a capital, desde sua criação, foi considerada como área de segurança. Além disso, é aqui também que estão sediados os 3 Poderes da República, todos os ministérios e demais órgãos da administração nacional, alguns deles de vital importância para o controle de todo o Estado.

         Por essa e outras características próprias, o Distrito Federal não pode, de forma alguma, experimentar e vir a sofrer ataques do crime organizado, como os observados rotineiramente em outras partes do país, com saques ao comércio, queima de ônibus, guerras entre gangues e outros atentados de grande monta perpetrados por essas quadrilhas, que, em muitos casos, chegam a decretar a paralização total das atividades urbanas.

         Para Brasília, isso seria uma calamidade, com repercussões em todo o mundo. Com a vinda desses líderes do crime para a capital, não ficariam descartadas também a possibilidade de sequestro e mesmo a morte de autoridades. Depois de fazer ouvidos moucos aos seguidos pedidos feitos pelo governo local para manterem as organizações criminosas e suas lideranças bem longe do quadrilátero da capital, o Governo Federal não só construiu um gigantesco complexo penitenciário de alta segurança nos arredores de Brasília, como ainda trouxe para essas prisões os maiores chefões do crime organizado em operação no país, instalando-os por aqui, sem dar a mínima explicação para essa perigosa atitude.

         Agora, segundo aqueles que acompanham o desenrolar desse caos anunciado, é tarde demais para aceitar que o GDF estava coberto de razões. Não é demais reconhecer agora que as principais facções do crime brasileiro estão atuando não só em 24 estados da Federação como estão operando aqui também, bem no coração do Brasil.

         A vinda desses chefões para a capital foi seguida também por todo o staff do escritório do crime, formado por pombos correios, travestidos de advogados, familiares, contadores, olheiros e demais hierarquias do crime, que passaram a se instalar nos arredores da capital, prontos para executarem as ordens vindas diretamente de dentro do presídio de alta segurança.

          O poderio dessas facções criminosas é surpreendente. Seus representantes, disfarçados em lideranças sociais, conseguem até agendar encontros com autoridades do governo, como foi o caso recente da chamada “Dama do tráfico amazonense”, que esteve no Ministério da Justiça. A imagem de bandido pés de chinelo ficou no passado.

          Hoje, essas organizações do crime reúnem em torno de dezenas de milhares de comparsas, movimentando bilhões de reais por ano. Contando com armamentos de última geração, que chegam fácil nas mãos dos bandidos por meio de nossas extensas e mal policiadas fronteiras, esses bandos começaram também a se submeter a intensos treinamentos paramilitares e estão prontos para tudo.

          Não se sabe ainda como essa situação delicada vai terminar por aqui, mas seja como for, a cada dia fica mais difícil para a capital se desvencilhar dessa proximidade perigosa e cortar esse mal pela raiz.

 

A frase que foi pronunciada:

“Apurou-se que parte dos comandos que chegava aos faccionados soltos – que, no PCC, integram a chamada ‘sintonia da rua’ – era transmitida por faccionados presos.”

Da Polícia Civil para o Correio Braziliense

Foto: Lucio Bernardo Jr.

 

Mãos à obra

Campus da UnB está fervilhando com novas construções. Ao todo, são 9 edificações para a faculdade de agronomia, biotecnologia, medicina veterinária e saúde. “Propusemos a criação da Comissão Permanente de Infraestrutura para melhorar esse aspecto que é tão sensível na nossa Universidade e no serviço público em geral. Uma das atribuições dessa comissão é acompanhar as obras que estão em curso e isso tem acontecido periodicamente. A comissão é bastante atuante”, afirmou a reitora Márcia Abrahão ao jornal da UnB.

Foto: Mozaniel Silva/Secom UnB

 

Surpresa

Por falar em UnB, com milhares de alunos em Brasília, o jornalista Paulo José reuniu o apreço de duas gerações quando foi a uma festinha de formatura do Ensino Fundamental. Pais e avós das crianças o reconheceram e não deixaram de lhe dar um abraço.

Jornalista Paulo José. Foto: editoracontexto.com

 

História de Brasília

Nós, que queremos ajudar a administração do DCT, temos um caso a citar hoje. A Casa da Louça, de Itabana, Bahia, mandou uma carta, pagando 10 cruzeiros de selos para a Mercantil Garboggini Ltda, em Salvador. (Publicada em 28.03.1962)

O inverno da nação

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Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

         Um verdadeiro colapso do comunismo veio com o Outono das Nações, em 1989, com revoluções que arrastaram o regime na Europa Central e Oriental. Em poucos meses o modelo soviético dos Estados comunistas foi varrido. A Polônia foi a precursora e depois a Hungria, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia e Bulgária. Na Romênia não teve paz e amor. Na famosa praça de nome Paz Celestial os protestos não deram certo. Na Eslovénia, então parte da antiga Iugoslávia, o mesmo processo teve início na Primavera de 1988, mas teve pouca influência sobre o desenvolvimento em outros países socialistas, com exceção de na vizinha Croácia, descreve a wikipédia. Mais tarde entre 1990 e 1991 recebem o alfinete no mapa,  a Albânia  e Iugoslávia, que também abandonaram o comunismo.

         A Iugoslávia ficou dividida com a Eslovênia, Croácia, República da Macedônia, Bósnia e Herzegovina e República Federal da Iugoslávia (incluindo Sérvia e Montenegro). Depois a União Soviética foi dissolvida, e se batizou de Rússia e foram 14 as novas nações que declararam independência da União Soviética: Armênia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Estônia, Geórgia, Letônia, Lituânia, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão, Ucrânia e Uzbequistão.  No vácuo das transformações a República Popular da China e Vietnã, começaram a abraçar o mezzo capitalismo. Nesse contexto surgia a Era da Globalização.

         Portanto, insistir nessa prática, cujos resultados negativos estão aí, previamente anunciados, é insano, para não dizer perigoso. O que a Nação espera, nessa e em outras indicações para cargos de suma importância, é que os indicados venham fornidos de notórios conhecimentos e de reputação ilibada, colocando-os à serviço da população e não de causas ou de pessoas.

         Essa história, contada pela metade pelo mais novo membro dessa alta corte, de que “vai colocar, no armário, a roupa dos vingadores, ao mesmo tempo em que afirma : “mas ela está lá né? Qualquer hora dessas, quem sabe?”, já sinaliza que, uma vez empossado, o vingador, travestido com sua fantasia ideológica, fundida aos personagens da Marvel Comics como Hulk, emergirá para defender seu criador e não a Carta de 88, que limita seus superpoderes.

         Ao silêncio obsequioso feito pela classe jurídica e pela mídia, fica o alerta de que mais do que super heróis de pés de barro, o Brasil necessita de estadistas. Mais do que personagens da ficção política, o país precisa de lideranças imbuídas do mais alto grau de patriotismo e de ética, capazes de colocar o povo onde manda a Constituição: como poder soberano acima do Estado.

A frase que foi pronunciada:

“Esse pessoal da política é honesto demais! Lindalva aceitava viajar de graça para a Bahia com passagem paga pelo prefeito. Parecia que ele comprava todo mundo. Pois Lindalva via a família baiana, distribuía presentes, banhava no rio, comia umbu, a manga verde e andava de jegue. A cidade naquela barulheira, sujeira e bagunça. Dia de eleição. Pois não é que Lindalva votava no outro candidato? E voltava no mesmo ônibus, pago pelo trouxa, para casa feliz da vida. De consciência mais que tranquila.”

Dona Dita e o outro lado da compra e venda

Foto: TSE

História de Brasília

A ausência do governo é total. Os jornalistas chineses iam embarcar para a Bahia ontem de manhã. Receberam a informação de que o presidente João Goulart os receberia, mas no rio. (Publicada em 28.03.1962)

Costumes de casa

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Congresso Nacional. Foto: EBC

 

Repetia o filósofo de Mondubim: “Costume de casa se leva à praça”. Pontuava que os bons hábitos tinham que ser adquiridos no ninho para levar no próximo voo. Observando de perto nossas elites políticas, constatamos que a maioria delas trouxe para os palanques e tribunas públicas a educação e os costumes que receberam dentro de seus lares. Também não podia ser diferente. O que mais chama a atenção em nossos representantes eleitos, a maioria composta por indivíduos que fazem da política um negócio pessoal e rendoso, é a qualidade dos conselhos que aprenderam quando crianças e, hoje, mostram sem pudor para a população. É certo que conciliar a educação familiar com os costumes vistos na praça só é possível quando esses se igualam mais em virtudes e menos em vícios. Como nossas praças públicas não apresentam exatamente um modelo de bom comportamento a ser seguido, os maus costumes trazidos de casa passam despercebidos e se fundem em meio à multidão.

Dessa forma, todos acabam se igualando numa espécie de vida primitiva, em que a força se sobrepõe à razão. Com isso, é possível afirmar que nossos representantes políticos eleitos espelham, exatamente, o que muitos são em síntese dentro de casa e dentro deles mesmos. Lógico que, em meio a essa turba, existem aqueles, e são muitos também, que não se enquadram nesse modelo de desconstrução social e ainda se escandalizam com o comportamento de nossa classe política.

Obviamente, para esses, os costumes de casa nunca não se encaixaram naqueles observados nas praças. Há, de certo modo, um preconceito, observado hoje, que coloca os adeptos da ética pública enquadrados como conservadores e, por isso mesmo, taxados de direitistas e outras alcunhas sem lastro na verdade. A sociedade, ou boa parcela nela existente, quer ver em seus representantes um modelo de virtude a ser admirado e seguido. Mas não é isso que ela constata diariamente. Nossos políticos, e por motivos vistos acima, revelam-se, individualmente e em grupo, que os maus costumes recebidos em casa foram bem-aceitos em praça pública. Mentem, traem, locupletam-se com a mesma facilidade com que trocam de roupas íntimas.

Veja o caso real de um fulano que, em seu domicílio eleitoral, conseguiu a façanha de eleger-se ao difícil cargo de senador do Estado e que, nos primeiros dias de mandato, abandonou essa função, trocando-a por outra, que acreditava mais vantajosa para si e com maiores possibilidades de visibilidade nacional. Sem remorso algum e alheio aos compromissos assumidos solenemente em campanha, trai aqueles que deveria representar no parlamento, virando-lhes as costas. Casos como esses ocorrem com frequência diária e sem surpresas maiores. Para os eleitores que se identificaram com esse tipo de político, a ponto de não apenas votarem nele, mas de fazerem campanha para ele, mesmo ao custo de angariar muitas inimizades, esse é o tipo de candidato que trouxe para a praça exatamente aquilo em que acreditam, ou seja: os costumes recebidos em casa.

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma forma confiável de fazer as pessoas acreditarem em falsidades é a repetição frequente, porque a familiaridade não se distingue facilmente da verdade. Instituições autoritárias e profissionais de marketing sempre souberam desse fato.”

Daniel Kahneman, no Pensando rápido e devagar

Daniel Kahneman. Foto: online.pucrs

 

Ação
Brasília nunca havia presenciado uma atitude tão contundente do Ibram e do DF Legal como aconteceu sob o comando de Roney Nemer e de Cristiano Mangueira. Um morador do Núcleo Rural Boa Esperança não gostou da aparência dos frequentadores das cachoeiras do local. Resolveu cercar a área com telhas de zinco para evitar os visitantes. No mesmo dia da denúncia, a cerca foi retirada do local pela polícia.

Foto: dflegal.df.gov

 

Sucesso
Hoje é dia de diplomação da nova presidente do CreaDF, Adriana Resende. Com um currículo substancial, a nova líder, eleita pela classe, apresentou o plano de trabalho para pôr em ação.

Adriana Resende. Foto: creadf.org

 

Assunto sério
Filmetes espalhados pelas mídias sociais mostram as respostas absurdas da juventude sobre questões simples de matemática, gramática, geografia e história. É realmente urgente que haja uma reestruturação no ensino brasileiro. O preconceito contra os colégios militares é o primeiro obstáculo nessa jornada. Quanto mais o tempo passa, pior o ensino público fica. Isso não é o natural.

Foto: pmdf.df.gov

 

Desacelerando
Quem faz o percurso pela DF-005, margeando o Lago Paranoá, estranha as novas velocidades estabelecidas: 80km/h em curvas, de repente muda para 40km/h. É um verdadeiro balaio de gatos. Agora, a Câmara dos Deputados se reúne para sugerir a criação de um grupo de trabalho para estudar a redução da velocidade média nas vias urbanas. Há até projeto de lei nesse sentido.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

 

História de Brasília

Até aí nada demais, porque todo mundo faz isto. Mas, ocorre que a carta sobrescrita à máquina veio parar em Brasília. E para piorar, a AP nº 7 mandou para o Ministério da Educação, que não tem nada com o caso. A carta, finalmente veio parar em nossas mãos, e já seguiu para a Bahia por nossa conta. A importância gasta será debitada ao DCT, para doutra vez trabalhar melhor. (Publicada em 28/3/1962)

 

Ensaios sobre garantismo penal e criminalidade no Brasil

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Charge do Edra

 

         Quaisquer pesquisas sérias feitas junto à população apontam sempre, entre os maiores problemas do Brasil na atualidade, a questão da violência desenfreada tanto nas cidades como no campo. Afinal, a violência ceifa mais de 50 mil vidas a cada ano, apenas com base em estatísticas oficiais. Trata-se de uma verdadeira guerra civil interna que, embora não declarada, coloca o Brasil como um dos países mais violentos do planeta.

         As posições nesse ranking macabro variam a cada medição e a cada metodologia empregada nas pesquisas. Mas ainda assim, nosso país figura, seguramente, entre os vinte países mais violentos do mundo. Observe ainda que a maioria desses países listados nessas pesquisas encontram-se, literalmente, em guerras, internas ou externas. Então, se é tão séria essa questão para a população, ninguém, em sã consciência, consegue compreender a razão de o governo resolver cortar, no orçamento para 2024, mais de R$ 700 milhões para a pasta de segurança pública. Eis aí uma questão sem resposta e sem razão.

         Outro assunto intrigante com relação a esse tema está na pouca ou quase nenhuma ação eficaz do Estado, e principalmente da Justiça, em fazer valer as leis. Não é segredo para ninguém que a Justiça brasileira tem demonstrado leniência quando o assunto é punição às ações do crime, principalmente aquele alcunhado de organizado.

          Uma prova desse pouco caso é que as principais organizações do crime organizado, que atuam hoje no Brasil, de Norte a Sul, têm crescido a cada ano em número de integrantes, em poder de fogo, em ousadia e em poderio econômico e financeiro.

          Há ainda um sério complicador nessa questão que é a ramificação e mesmo o espraiamento dessas organizações dentro do Estado e dentro da máquina pública. Para o homem comum, que assiste diariamente e ao vivo, todo esse bang bang e que é pouco afeito aos fatores e às variantes relativas à questão da violência no Brasil, fica sempre uma pergunta em sua cabeça: por que os governos, todos eles, ao longo do tempo, sempre permitiram a continuação da violência e deixaram o problema chegar a um patamar de calamidade pública?

          Para questões dessa natureza, que envolvem, inclusive, outros fatores como a liberalização das drogas, a permanência de crakolândias nas principais cidades do país, entre outros elementos, a resposta pode estar, ao menos, em nível teórico em publicações do tipo: “Bandidolatria e Democídio – Ensaios sobre garantismo penal e criminalidade no Brasil”, de Diego Pessi e Leonardo Giardin, já em sua quarta edição.

          Aqui, o que os autores denominam de bandidolatria pode ser resumido pela prática corrente, sobretudo, no âmbito jurídico e penal brasileiro, de transformar o criminoso em uma pura vítima do sistema social reinante, ao mesmo tempo em que encontra brechas para culpar a vítima por ajudar na manutenção dessa desigualdade.

          É o caso aqui de lembrar a recente afirmação de uma filósofa famosa que afirmou, ao vivo e a cores, “que existe uma lógica no crime.” Para complicar uma situação que em si já é catastrófica, há ainda que mencionar a existência de um ostensivo favorecimento, por parte das elites políticas de esquerda, de certas instituições do próprio Estado, de boa parte dos acadêmicos e dos formadores de opinião, com destaque para certos veículos de comunicação.

          Para os autores dessa obra polêmica e atual, o Estado acaba sendo o principal sujeito do que chamam de “Democídio”, ou seja, contribui por sua omissão expressa, para o extermínio de dezena de milhares de cidadãos a cada ano, vítimas da violência descontrolada em nosso país. Outra questão atinente a essa obra e que é muito bem colocada pelos autores é que, para que o Brasil tenha alcançado uma posição tão destacada no ranking mundial de violência e de criminalidade, contribuíram para esse fato a relativização de conceitos e valores morais e éticos que impregna hoje grande parte das elites responsáveis pela administração do país.

          Para esses mesmos que chegam a afirmar que o conceito de democracia é relativo, a relativização da violência e da criminalidade em nosso país segue causas distantes, muitas léguas, do que seja minimamente entendido como ética pública, se inserindo mais a fundo dessa distopia de proteção, a criminalidade e aos seus atores. Nesse ponto, a criminalidade faz parceria com a corrupção. Um atuando contra a população indefesa e outro contra o Estado Democrático de Direito.

A frase que foi pronunciada:

“O sindicalismo não é socialismo. É o capitalismo do proletariado.”

George Bernard Shaw

George Bernard Shaw. Foto: wikipedia.org

 

Estranho

Interessante é que, apesar de todos os trabalhadores celetistas do Brasil terem obrigatoriamente uma conta bancária, o dinheiro da aposentadoria é depositado pelo INSS em banco aleatório, o que obriga o aposentado a abrir uma conta nesse banco desconhecido, para depois fazer a portabilidade. Essa operação não é a favor do aposentado.

Foto/Exame

 

História de Brasília

Nós, que queremos ajudar a administração do DCT, temos um caso a citar hoje. A Casa da Louça, de Itabana, Bahia, mandou uma carta, pagando 10 cruzeiros de selos para a Mercantil Garboggini Ltda, em Salvador. (Publicada em 28.03.1962)