Reforma da Previdência e a mímica da dança das cadeiras

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

Imagem: spbancarios.com.br
Imagem: spbancarios.com.br

          Com contundência, a realidade vai se impondo a cada dia e fazendo ver, até aos mais incrédulos, a necessidade de reforma da previdência. A questão é que o tema foi empurrado para o labirinto pantanoso da política. Pior, para o beco sem saída da ideologia. E ao que parece, a situação está ainda mais complicada: o tema da reforma acabou em ano eleitoral, encurralado na armadilha preparada pela esquerda. Não qualquer esquerda. Mas uma do tipo comandada por múmias do passado, mortos vivos de uma guerra fria longínqua e com validade vencida.

       Quando um assunto, sério e urgente como esse, é remetido pelos inspetores da Administração Central dos Campos ou Gulag, para os confins congelados da mentira, fazendo ver aos mais necessitados que esse tema só veio à baila em razão de uma perversão das elites, e que o povo precisa reagir sem pensar, nada mais pode ser feito.

         Doravante, quem tocar no tema, em tempos de caça aos votos, estará condenado a danação e a maldição dos eleitores. Com uma estratégia dessas, todo o movimento é infrutífero. A tinta falsa que cobre a questão da reforma, fazendo-a parecer sem propósito, esconde a ferrugem que tomou conta da máquina da previdência.

          Não reformá-la, ajuda a empurrar, ainda mais, parte da população para a insolvência. Preocupante é saber que, com um problema desse tamanho, diante dos olhos, a maioria dos congressistas, a quem cabe buscar soluções viáveis para tão emaranhado imbróglio, não sabe ao menos do que se trata.

        Fôssemos pesquisar junto aos políticos qual leitura factual que fazem desse problema, a maioria não saberia explicar. Por uma razão simples: muitos desconhecem o assunto. Suas miudezas. Não possuem, pois, opinião formada sobre o tema. Não são a favor e nem contra. Muito pelo contrário.

        Em tempos de campanhas, melhor deixar o tema de lado. Se a querela, em suas minúcias, é ignorada por muitos, para aqueles que conhecem a questão e que fazem coro junto com o Executivo, a intenção é outra. Resume-se em deixar tudo como está, em razão da baixa popularidade do atual governo e do tempo exíguo para implementar tamanha mudança.

          Nessa rota não há saídas para reforma da previdência. Nem à esquerda, nem à direita. Melhor empurrar a coisa para frente. Sine die. Quem sabe confeccionar, depois de 2018, minirreformas pulverizadas em doses homeopáticas. Mais prudente então, uma reforma indolor, incolor, sem cheiro e sem gosto. Que seja uma reforma. Mas do tipo que não foi reformada. Que haja alterações na Previdência, mas que não sejam percebidas por ninguém e que acabe como começou, ou seja, com os mesmos problemas de antes.

         Para não chatear os trabalhadores, melhor seguir nessa pantomina, onde todos ensaiam uma dança sem sair do lugar. Uma mímica feita sem gestos e ação. Tudo aparente e falso. Correndo em volta das cadeiras, como crianças, alheias a contundência da realidade, uma multidão frenética busca sentar nos poucos lugares que há. Muitos ficarão de pé, ou tombarão sem assistência na velhice.

A frase que foi pronunciada:

“Uma forma infalível para diminuir o número de partidos e candidatos no Brasil é cortar mordomias dos Três Poderes, nas esferas federal, estadual e municipal.”

Frase ouvida no cafezinho da Câmara

Código de Conduta

Manual para os próximos eleitos: Um país sem excelências e mordomias, da Geração Editorial. Sem carro particular, sem apartamento, sem penduricalhos no contracheque. É só chegar na casa legislativa, executiva e judiciária com as novas regras de economia já estabelecidas. Mais fácil de se acostumar. Os impostos devem ser revertidos para o bem-estar da população, não dos eleitos por ela.

Sintonia

No discurso em Formosa, a ministra Cármen Lúcia disse que o cidadão está cansado de “tanta ineficiência” dos serviços públicos e “cansado inclusive de nós do Sistema Judiciário”, concordando com a nota acima.

Compete

Mais uma atleta sem patrocínio. Paloma, 11 anos, treina 5h por dia, desde que voltou do Pan. O objetivo é competir em Las Vegas no dia 19 deste mês. Esperando que o programa Compete, do GDF, fosse bancar a passagem, sua mãe, Clarissa Vaz Dias, recebeu a negativa no mesmo mês da viagem. Pede ajuda. Fotos e dados para o depósito no Blog do Ari Cunha.

Favorecido

Agência: 1003-0

Conta: 34286-6

Cliente: Clarissa Vaz Dias

 

Visível

Em pouco tempo, as regras para a exibição de preços mudarão nas gôndolas dos supermercados. A Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados propôs que as informações sejam disponibilizadas inclusive para quem tiver visão reduzida. O relator da matéria é o deputado Aureo. A proposta segue para a CCJ da Casa.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O que vale no Banco, é a estrutura, que vem do tempo do sr. Raul Barbosa, e a prova de que é boa, é que enfrentou esta última administração. (Publicado em 13.10.1961)

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