Questões paralelas

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Vinte e sete anos depois daquela manhã fria de 9 de novembro de 1989, em que o muro de Berlim foi demolido a unha pelos alemães dos dois lados da fronteira, os ventos que marcaram simbolicamente o fim do comunismo na Europa parecem ter chegado ao Planalto Central do Brasil e, em forma de redemoinho, começaram a varrer para longe as folhas secas do que restou desses 13 e longos anos de petismo.

Por mais de uma década, os brasileiros tiveram a oportunidade de experimentar os frutos insípidos dessa doutrina. Pelas gigantescas e espontâneas manifestações populares que incendiaram as avenidas de todo o país, o povo deu mostras claras de que não gostou do que provou, principalmente, pelo modelo de comunismo made in Brazil, confeccionado sob medida para tornar próspera a numerosa nomenclatura do partido.

Na Alemanha, o muro resistiu por 28 anos — quase uma geração. No Brasil do nós contra eles, o muro durou exatos 13 anos, que coincidentemente é o mesmo número da legenda que tentou cobrir de vermelho um pais tropical multicor e sestroso. Não tinha como dar certo.

O desmonte desse tipo peculiar de fazer política e de governança começou a ser feito e a ruir ainda em 2005, com os episódios ainda pouco esclarecidos do mensalão. De lá para cá, buscou-se inventar um país novo ,usando receitas velhas como manual de procedimento. A falta de seriedade, somada ao sentido de onipotência cavalar, próprios daqueles que acreditam ser condutores do processo histórico, minou por dentro as expectativas de um governo que se pretendia longevo.

Enquanto a revolução não se instalava de vez de norte a sul do país, os novos combatentes cuidaram de transformar a própria vida, agregando a ela, na forma de consultorias, palestras e doações generosas de empresas, o vil metal capitalista. Erra quem acredita que o desmanche dos ideais trazidos pelo PT foi obra de uma direita raivosa e ciumenta, como querem fazer acreditar.

Quem, de fato, desbaratou o aparelho foi a polícia a mando do Ministério Público e de um bando de jovens procuradores, sem vínculo algum com ideologias de qualquer gênero. Quem descerrou a cortina desse espetáculo farsesco, mostrando os bastidores de um mundo em estado de caos, apenas encoberto pela propaganda tonitruante oficial, foram os homens da lei. Claro que, nesse caso, a polícia contou também com a ajuda despretensiosa de alguns ratos que habitavam esse teatro e que cuidaram, à sua maneira, de roer os pilares que sustentavam o majestoso edifício da república bolivarianista do Brasil.

A frase que não foi pronunciada

“Usei armas pela democracia e acabei matando a República.”

O leitor é livre para colocar a frase na boca de quem quiser.

Agenda

Hoje, no Museu da República, Auditório II, haverá o lançamento do livro Diversos dias – uma vivência teatral colaborativa da poética plenitude do ser, de Mônica Gaspar. Ela narra o processo de construção, em processo colaborativo, da peça Diversos Dias, cujo elenco foi formado por pessoas da comunidade de Brasília, com ou sem diagnóstico de deficiência, que se propuseram a compor a oficina de teatro do I Festival de Cultura Inclusiva do DF, em 2013. Às 19h. Versões em audiobook.

Educação é tudo

Onde está o caminhão da EBF que presta serviços ao GDF? Há árvores em desespero. Plantas que alcançaram dezenas de anos parecem ser cortadas sem motivos, sem técnica, sem fundamentação. Não temos, neste país, o respeito à natureza. Consequência da falta de educação. Árvores centenárias, pela Europa, crescem perto de prédios, em estacionamentos ou à beira de lagos. Ninguém se aproxima para destruí-las. Se o fizessem, seriam detidos pela lei.

Simples assim

Tratores e serras elétricas precisam ser acompanhadas por satélites. Controle perfeitamente viável. Só assim há como manter o futuro do meio ambiente saudável.

Tecnologia

Agradecimentos aos leitores que têm elogiado os blogs dos jornalistas do Correio Braziliense. Vitor Baravelli Perez e equipe pegaram no pesado para deixar uma página leve, amistosa e com acesso livre.

História de Brasília

Não se nega ao goiano o privilégio de ser prefeito de Brasília, mas não se pode admitir a expressão “será dada ao PSD de Goiás”, porque isto implica em barganha, é ilegal, é imoral. (Publicado em 13/9/1961)

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