ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Forem amarradas as pontas algumas das principais variáveis que caracterizam o Brasil hoje, fica mais fácil entender não só o desenrolar do processo político mas até o que virá a seguir. Dessa forma não seria lugar comum afirmar que o pano de fundo atual irá ditar o que teremos em termos de eleição para este ano.
Antes de tudo é preciso ressaltar que o principal problema do país, caracterizado pela desigualdade social e de renda, definitivamente continua sem resolução, apesar da propaganda massiva feita nos últimos anos por governos pretensamente ligados as massas. O Brasil segue, segundo Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), levantado pelas Nações Unidas, como o décimo país mais desigual do planeta. Não é pouca coisa. Temos em nossa companhia países como o Haiti, Zâmbia, Paraguai e outros.
É com características negativas e históricas como essas que podemos entender, o perfil da maioria das candidaturas postas à apreciação do eleitor. Se formos ligar essa realidade ao fato de que é justamente em países desiguais que as teses e os candidatos populistas mais prosperam, temos que o Brasil do século XXI ainda é um prato cheio para o lançamento e para crescimento de populistas de qualquer vertente política, seja de esquerda ou de direita.
Em comum, candidatos com esse perfil, sabem explorar muito bem aspectos da desigualdade social e econômica, quer usando-a para demonizar tudo em volta, como faz o candidato do tipo vingador, quer se apresentando como única alternativa ao caos, como gosta de se apresentar o candidato do tipo salvador. Obviamente que nenhum, nem outro tem a menor ideia do que fazer, logo após as eleições.
Esse pano de fundo explica porque candidatos, aparentemente tão diferentes, como Lula e Bolsonaro prosseguem ainda surfando na preferência nacional, segundo números mostrados pelos principais órgãos de pesquisa de opinião do país.
Desde os anos trinta do século passado, a fórmula que resulta no populismo encontra guarida entre os brasileiros. Este fato se explica também porque a boa parte da nação já percebeu que as instituições do Estado, todas elas, parecem funcionar apenas para atender aos reclames dos estamentos de cima da pirâmide social, deixando a base larga, desamparada e à mercê de destino incerto.
Escolas, hospitais, segurança, moradia, transportes, seguridade, justiça ou seja lá quais serviços prestados pelo Estado, não atendem as necessidades da população de baixa renda. A janela que se abre para o cidadão alterar essa realidade de abandono é dada pelas eleições cíclicas. É nesse momento que entram em cena os candidatos que sabem explorar essas carências do Estado.
Colocando-se acima dos partidos e da instituições, populistas de todas as matizes se apresentam como alternativa e contra “a tudo que está aí” e é assim que todos logram êxito, décadas após décadas, enquanto as péssimas condições sociais e de renda persistirem, pois é em cima da miséria que candidatos como Lula e Bolsonaro armam seus palanques ou palcos.
A frase que foi pronunciada:
“Esse ignóbil Baile de Máscaras se chama sociedade.”
Stendhal, escritor francês.
E agora?
Na conta da Caesb há a indicação Água/esgoto para descrever o custo da prestação de serviço de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Há também uma taxa paga pelos consumidores criada pela Lei Complementar nº 711 de 13 de setembro de 2005, ou seja, há 13 anos os consumidores pagam para que a Caesb fiscalize o uso dos recursos hídricos. Além disso o texto explicativo esclarece que há a cobrança da TFS, uma taxa de fiscalização sobre serviços públicos de abastecimento de água e esgoto. Resumindo, o nosso leitor que mora no SHDB QL 32 contradiz com provas o que respondeu a Caesb sobre a cobrança de taxa de esgoto para quem tem fossa. A conta do consumidor foi postada no blog do Ari Cunha.
Vai entender
Biblioteca do Paranoá fechada em plenas férias. Não seria um ótimo momento para estimular a meninada à leitura?
Lucro & Prejuízo
Acontece sempre de uma hora para outra. No IMP Concursos da Asa Sul, na SGAS 603, há um contraste. Enquanto lá dentro ótimos professores dão aulas consistentes, do lado de fora uma quadrilha age há vários anos roubando os pneus dos carros dos estudantes. Nos dois estacionamentos. Ao chegar no carro, quatro rodas roubadas. Seria uma consideração inestimável a quem paga o curso ter, no mínimo, o patrimônio resguardado.
Só para lembrar
Roberto Jefferson. Foi corajoso em dar o primeiro rasgo na cortina que escondia escândalos de corrupção na política. Agora, Lupcínio Rodrigues deixou seu olho roxo. Novamente.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As chuvas chegaram no dia seguinte à escolha do Prefeito. Brasília teve duas satisfações ao mesmo tempo. (Publicado em 12.10.1961)