Os ventos na política nacional

Publicado em ÍNTEGRA


Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Do PMDB já foi dito praticamente tudo. Arca de Noé, sem Noé e sem arca, dizia Jânio Quadros. Do que já foi falado até hoje, mais da metade é francamente desabonador para o maior e mais longevo partido político nacional. A legenda, durante os 20 anos de chumbo, sob o nome de MDB, era vista como esperança e esteio da democracia. Em seus quadros, militavam a nata do pensamento político da época, como Ulysses Guimarães, Tancredo Neves e outros personagens ilustres. Durante aquele período, com a reforma partidária que reduziu o espectro político em duas grandes forças, coube ao MDB a missão de abrigar, sob o mesmo teto, todas as tendências, que, à exceção de uns poucos mais aguerridos, se fazia uma espécie de oposição desnutrida ao regime militar.

Aqueles foram os anos dourados da legenda e serviram como aprendizado para o futuro que chegaria ligeiro com a abertura política e com a campanha das Diretas Já . Com a morte de Tancredo e a posse de seu vice, o PMDB, mesmo no poder, caminhou a passos firmes para uma posição de centro-direita. Ocupando ou não a Presidência da República, o fato é que o partido nunca mais largou o poder. De oposição se transformou no que é hoje: um partido permanentemente presente na sustentação parlamentar de governos — qualquer um. Em troca desse apoio, já ocupou praticamente todos os ministérios da Esplanada, bem como as diretorias das maiores e mais ricas empresas públicas, além da Vice-Presidência da República.

É fato que, pelo arranjo que se tem hoje na estrutura político-partidária do país, é impossível governar sem o apoio dessa legenda. Aqueles que tentaram, como Collor e, mais recentemente, a presidente Dilma, foram simplesmente tirados do poder. Esse nicho apoderado pelo partido resulta na mais extravagante, confortável e rendosa posição que uma sigla pode ocupar. Forma a base do governo, quando ele vai bem das pernas. Passa tranquilamente para a oposição quando os ventos mudam e apoia as novas forças nascentes, tão logo essas oportunidades se apresentam. Passou cavalo encilhado na porta, PMDB monta e sai a galope em busca de novos horizontes.

É o pragmatismo elevado à condição do aqui e do agora na quintessência do termo. Quando, recentemente, o partido anunciou seu desembarque da base de apoio do governo petista, começou a contagem regressiva para o começo do fim de Dilma e sua turminha amadora. Antenado com a mudança dos tempos das vontades, o PMDB retirou a escada sob a primitiva e artificial Dilma Roussef, deixando-a dependurada no ar, segura apenas pelos fios do pincel. A gravidade e o peso excessivo do despreparo da presidente fizeram o resto. O golpe, que uma Dilma defenestrada saiu a bradar pelos quatro ventos, foi dado, isso, sim, por um partido que não tolera na mesa de jogos, amadores de qualquer espécie. O que o PMDB fez com a ex-presidente foi um verdadeiro golpe, mas, de mestre.

A frase que não foi pronunciada

“Cristo for vendido por 30 moedas. A UnB por 30 horas.”

Comentários sobre a promessa da nova reitoria da Universidade de Brasília em diminuir as horas trabalhadas sem tocar nos salários

Azarado

Novamente, o ex-senador Eduardo Suplicy tem sua carteira furtada em São Paulo. A primeira vez foi em um show, agora foi na manifestação Fora Temer. Ele registrou Boletim de Ocorrência.

Operação Greenfield

Novamente no centro das atenções os Fundos de Pensão Petros, Previ, Postalis e Funcef. Instituições que tiveram os princípios violados por gestões duvidosas para fins ilícitos e fraudulentos. O juiz que está no caso é o Dr. Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara Federal em Brasília. Em São Paulo até agora foram 17 mandados de condução coercitiva e 44 mandados de busca e apreensão.

Jogos andando

Uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou o texto do projeto de lei que libera o jogo no Brasil. Alguns parlamentares asseguram que ainda esse ano o assunto sera levado ao Plenário.

Ressarcimento aos cofres

Popular, Netinho de Paula usou a imagem da televisão para se candidatar. Anos depois, o ex-vereador de São Paulo foi condenado por improbidade administrativa. Ele precisa devolver o valor adquirido ilicitamente e terá os direitos políticos suspensos por nove anos. Quem decidiu a sentença foi a juíza Carmem Cristina Teijeiro. Se a moda pega aqui em Brasília….

Morango

A cada ano a Festa do Morango em Brazlândia conquista mais admiradores. Bem organizada e recheada de criatividade com preços justos. No próximo ano, poderia dar destaque aos produtos orgânicos. Assim com certeza conquistaria todo o país.

História de Brasília

A carapuça de “donos dos sindicatos” caiu sobre a dos “donos” do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília. Todos eles, um por um, são meus amigos particulares. No total, entretanto, por divergirem de pensamento me mandaram uma carta atrevida. (Publicado em 14/9/1961)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin