Nossa crise é ética

Publicado em Íntegra

Praticamente todas as nações, apontadas como modelo a seguido, experimentaram, em algum momento de sua história, períodos de crises intensas. A forma como encararam os desafios, tirando lições para o futuro, é que fez a diferença para cada uma delas. No caso brasileiro, as causas centrais que levaram o país à atual crise residem, não em problemas de ordem estrutural da economia, ou da política, ou coisa semelhante. Na raiz de nosso problema, está escancaradamente à mostra, para todo o mundo ver, a questão da falta de ética de nossas lideranças com os recursos públicos. Quando a questão central deixa de ser fator material, como o baixo crescimento da economia, e passa a ser fator de ordem moral, a resolução do problema, obviamente, adquire caráter inusitado e ainda mais complicado.

Nesse caso, a solução ou remédio para crise, obrigará, necessariamente, ou ao retorno de nossas autoridades aos bancos escolares, ou ao colo dos pais, ou a sessões de orientação psicológicas, ou a agir, como tem sido feito por um dom Quixote solitário, lá do Paraná, que, na sua luta contra os moinhos gigantes da corrupção, vem pouco a pouco mandando para trás das grades parte considerável do atual governo com seus fiéis financiadores.

O que todos os indicadores negativos da economia não apontam é que na raiz de nossas mazelas numéricas estão camuflados dados do caráter e do comportamento humano absolutamente reprováveis. De acordo com o veredito do filósofo de Mondubim, temos raposas tomando conta do galinheiro. São trilhões de reais em impostos anuais entregues nas mãos de um grupo que, poderíamos classificar, eufemisticamente, de mal-intencionado.

Muito mais do que remendos de ordem econômica e política, o país necessita, com urgência de lideranças de ficha limpa, sem processos criminais e sem dívidas com a Justiça. As correções de rumo do Brasil, onde as questões eram objetivas e de cunho material, têm de ser iniciadas pelo básico: por gente decente.

 

A frase que foi pronunciada

“Não há lugar no mundo melhor pra se construir um país, do que aqui, mas o Brasil tem uma classe dominante ranzinza, azeda, medíocre, cobiçosa, que não deixa o país ir pra frente.”

Darcy Ribeiro

 

Novidade

Kátia Campos, diretora-presidente do SLU, informa-nos que está pronto para 2016 o projeto básico com 10 unidades de Pontos de Entrega Voluntária (PEV). Desta vez, com tonéis maiores para receber galhos de árvores, móveis em desuso e materiais de coleta seletiva. Cada unidade custará em média R$ 160 mil.

 

Agora, vai

Atenção brasilienses. A Câmara Legislativa do DF está com canal de comunicação em linha direta. Ao ligar para o 0800-9418787, o cidadão poderá deixar seu recado. A ouvidoria se encarregará de distribuir as reclamações, sugestões e elogios.

 

Novos tempos

Um fenômeno digital está acontecendo longe da observação dos pedagogos e psicólogos. A turminha da Isabela, de 8 anos, queria que os pais chegassem logo à escola para que aquele mesmo grupinho que estava ali pudesse se encontrar pelo facetime, ao chegar em casa.

 

Nova equipe

De olho em possíveis criadouros do mosquito Aedes, os terceirizados da CEB foram capacitados para identificar focos no trajeto até o relógio. Caso haja perigos eminentes na residência, a notificação será feita no sistema da CEB, que encaminhará aos órgãos de vigilância ambiental.

 

Rede Sarah

Tudo facilitado para as mães de bebês com hipótese ou diagnóstico de microcefalia. A Rede Sarah de todo o país começou o atendimento a partir do agendamento pela internet. Toda sorte de estímulos e técnicas desenvolvidas pelos profissionais da rede são esperança para os pais para a reabilitação dos bebês.

 

Ontem e hoje

Na tentativa de convencer a pároca a perdoar e esquecer o que lhe feriu, ela explicou que perdoar era até possível, mas esquecer, nunca. Depois de uma conversa demorada, ela explicou que jamais esqueceria o que aconteceu com sua família no holocausto.

 

História de Brasília

Está havendo exploração no comércio de gêneros em Brasília, e, principalmente, no comércio de frutas. Os preços subiram assustadoramente, em proporções nunca vistas. A carne subiu, igualmente, custando, atualmente, o filé-mignon, 200 cruzeiros.(Publicado em 31/8/1961)

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