No apagar das luzes

Publicado em Íntegra

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil   

 

Dizem que o filósofo iluminista francês Voltaire (1694-1778) costumava afirmar que se você deseja saber quem controla você, é só saber quem você não pode criticar. Em outras palavras, isso se dá porque aqueles que impõem a censura, desejam camuflar a realidade, escondendo não a mentira, que é o ardil que utilizam com frequência, mas a verdade como ela muitas vezes é, suja e mal cheirosa.

Índice sobre Censura realizado há pouco pela Universidade de Liverpool para avaliar a liberdade de expressão em vários países e que usa como método a variação numérica de 1 a 10, sendo o 1 o país com maior índice de liberdade e 10 o país sem quaisquer liberdades de manifestação e pensamento, classificou o Brasil na posição 6 (seis), o que indica que o nosso país atravessa um período de liberdade de expressão identificado como “limitado”. Para os analistas a classificação indica que o Brasil caminha, por etapas, que o levará, caso nada for feito a tempo, para uma ditadura.

De acordo com o Index Censorship nosso país está enfrentando sérias restrições à liberdade de expressão. Não é por outra razão que pesquisa feita recentemente em várias capitais brasileiras, mostrou que 44% dos cidadãos temem ser perseguidos por suas opiniões ou críticas aos Poderes do Estado e particularmente ao atual governo. É um número alto, que revela o retrocesso nas liberdade públicas  que a nação vai experimentando  nesses últimos meses. Em todos os pontos analisados pela pesquisa da Universidade de Liverpool, quais sejam: liberdade acadêmica; liberdade de expressão na Internet e liberdade de imprensa na mídia, as classificações ficaram, respectivamente com as notas 6 ou limitada; 4 ou parcialmente limitada e 7 ou parcialmente restritas.

Para os profissionais da impressa, que todos os dias se vêem envolvidos no dilema entre ter que noticiar do ponto de vista crítico e sem viés ideológicos  as ações do governo ou ter que manter aquela isenção pasteurizada e sempre otimista, esses são verdadeiramente tempos delicados. Não são poucas as emissoras de rádio, os programas de entrevistas e os blogs que foram fechados ou simplesmente desmonetizados, com suas contas bloqueadas por ordem judicial.

Nem precisamos mencionar aqui que quanto mais a liberdade de expressão encolhe, mais e mais a corrupção cresce e os desmandos do governo avançam. Com a diminuição da liberdade, principalmente aquela que passa a atingir a impressa, aumentam as chances de o país vir a caminhar para o beco sem saída das ditaduras. Não são poucos os cientistas políticos e mesmo os políticos de oposição que alertam para o perigo do Brasil retroceder aos anos inicias da década de sessenta.

Outro fator a acompanhar sempre a pouca liberdade de expressão é justamente aquele que diz respeito as condições econômicas. Com números da economia sob censura, não tarda para que o país vá de encontro a períodos de recessão ou mesmo de depressão econômica. Com isso fica claro que nada de bom para a sociedade pode derivar da censura. A não ser para aquela minoria que passa a lucrar com o apagar das luzes.

A frase que foi pronunciada:

“Grande parte da inflação é autoconstruída, está na cabeça da gente.”

Presidente da Argentina, Alberto Fernandez

Data Vênia

Carioca de Vassouras, o ministro Barroso cometeu uma gafe musical que deixou os coralistas com um sorriso de soslaio. Corrigiu o maestro Eldom Soares dizendo que o nome da música de Ary Barroso (mesmo sobrenome do meritíssimo!) é Aquarela Brasileira e não Aquarela do Brasil. Chegado ao samba, o ministro confundiu a música executada pelo Coral do STF com a composição de Silas de Oliveira, interpretada por Martinho da Vila.

 

Atividades

Sempre foi grande a demanda da população na conservação dos equipamentos esportivos e dos parquinhos infantis. O GDF começou as reformas e novas construções de parquinhos em todas as regiões administrativas. O esporte e a música são duas portas para salvar as crianças em situação de vulnerabilidade.’’’’

Tchau

Quem mora no ParkWay e optou por telefone fixo da Oi está passando apuros. A linha não funciona, as reclamações são recebidas, mas o problema não é resolvido.

 

Ronda

Por falar em ParkWay aquela região precisa de um policiamento mais ostensivo. O índice de assaltos e agora estupros, têm alarmado os moradores.

História de Brasília

Diversos bueiros da avenida W-3 estão sem tampão, o mesmo acontecendo no Eixo Rodoviário. Próximo ao IAPFESP, há um bueiro no ponto de ônibus, e os veículos fazem ginástica para não cairem nele, ou impedem a pista da direita, enquanto recebem passageiros. (Publicada em 24.03.1962)

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