A galinha dos ovos de ouro negro

Publicado em Íntegra

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil   

         Por detrás do desejo do governo de proteger a estatal Petrobras se escondem intenções pouco santas e que não são capazes de esconder o verdadeiro propósito, isso apesar de tudo o que aconteceu no passado recente. O fato que essa empresa continua na atual gestão a ser tratada apenas como uma espécie de galinha dos ovos de ouro do Executivo. Não é à toa que muitos acionistas, desconfiados das recentes ações do governo nessa companhia, já enxergam a possibilidade de, num futuro próximo, a estatal venha a sofrer, mais uma vez, prejuízos de grande monta.

           Os sinais de que esse velho filme venha a ser novamente exibido estão por todos os lados e têm sido denunciados tanto pela oposição como por gente de dentro da estatal, obrigada a assistir o replay desse desastre anunciado. Para ficar apenas nas consequências desses velhos descaminhos impostos pelo governo a estatal, nos últimos dias as ações da Petrobras derreteram no pregão do Bolsa, cerca de 6,61%, o que equivale em dinheiro a uma perda de mais de R$ 32,3 bilhões em valor de mercado. Tudo isso no intervalo de menos de 24 horas.

         Muitos poderiam argumentar que essa queda se deve a baixa no valor do petróleo no mercado mundial. Mas por detrás dessa flutuação, normal, num mercado onde os preços são pressionados por infinitos fatores, que vão desde o mau humor de um Sheik, até por razões reais como guerras ou recessão, se esconde a própria governança da empresa, sujeita a pressões políticas por loteamento.

         Ocorre que antecedendo à essa queda nas ações, a empresa, por ordem de seu conselho, alterou o estatuto interno, que vetava indicações políticas na alta administração da estatal. Já anteriormente o próprio governo cuidou de alterar a Lei das Estatais para indicar gente do partido para a direção de muitas empresas públicas. Dali para alterar o Estatuto de Petrobras foi um pulo.

         A proteção dada da empresa pelo Estatuto, contra interferências político partidária foi quebrada ao meio. Com essa manobra, três novos nomes indicados pelo governo, assumiram a administração de setores internos da petrolífera. Outra providência desastrosa foi a criação de mecanismos para dificultar a distribuição de dividendos aos acionistas, projeto também de interesse do atual governo.

         O mercado sentiu os sinais de maus augúrios dessas decisões e logo a logo a notícia ruim se espalhou pelo mercado. Mesmo o setor bancário acendeu os sinais de alerta sobre possibilidade de volta a um passado desagradável. Não bastassem esses movimentos desastrosos ao futuro da estatal, notícias que correm no mercado dão conta de que o governo estaria articulando tratativas com a própria empresa de modo a empresa pague parte do passivo de processos que possui no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), no valor de R$ 30 bilhões. Com isso o atual governo encontraria um jeitinho para tampar o rombo fiscal desse ano, mesmo sacrificando, mais uma vez a sua galinha dos ovos de ouro.

A frase que foi pronunciada:

“A Petrobras não é apenas uma empresa. Ela é uma Nação. Um conceito.

Uma bandeira. E por isso, seu valor é tão grande, incomensurável, insubstituível. Esta é a crença que impulsiona os que a defendem.”

Mauro Santayana

Homenagem

Está prestes a ser inaugurado o Espaço Cultural Professora Neusa França. Neusa é a autora do Hino à Brasília. A iniciativa é da Secretária de Educação do DF, Professora Hélvia Paranaguá Fraga. Dia 27, às 19h no Shopping ID, 1º subsolo. Falta só um piano no local. À boca miúda corre o comentário que Paulo Otávio, o aluno mais ilustre de Neusa, poderia doar o instrumento.

Levantada

Com o raciocínio rápido de uma jogadora de Vôlei, a senadora Leila Barros mal esperou o senador Fabiano Contarato entrar na Comissão, pediu para que ele desse uma respirada e começasse a leitura do relatório que dispunha sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária.

Na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania corria a apreciação do Senado Federal, para o nome de José Afrânio Vilela, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, para exercer o cargo de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, na vaga do falecido Ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino. Se era uma brincadeira politicamente correta ou não, ninguém deu importância. A verdade é que quando o senador Jorge Seif perguntou se o Dr. José Afrânio, veio da cota dos brancos, todos levaram na brincadeira.

coisas que a mulher precisa ainda conquistar na nossa sociedade.

Novidade

Senador Jorge Kajuru, senadora Tereza Cristina e o Eduardo Gomes voltaram de uma audiência com  a ministra Margareth Menezes com a novidade de que o músico Ivan Lins, Sá e Guarabyra, Chico Buarque e tantos outros nomes da música popular brasileira vão representar o Brasil em um festival mundial de música com 30 países já no ano que vem. Na verdade essa história começou num jantar onde estavam presentes o senador Eduardo Gomes, a senadora Leila, Kajuru e Ivan Lins.

História de Brasília

Com esta medida, a Justiça recebe o apoio de tôda a cidade, e, particularmente, do comércio de Brasília. A valorização do uso de cheque tem que ser defendida, e a sua moralização é necessária. (Publicada em 24.03.1962)

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