Muros não resolvem

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br

Com a profusão contínua de escândalos que têm marcado este governo, alguns fatos paralelos acabam passando ao largo de grande parte da mídia e da população. Nos últimos anos, o lulopetismo insistiu, enfaticamente, no discurso de que o país estava cindido de acordo com a fórmula: “nós contra eles”. Nos recorrentes discursos separatistas e, diga-se de passagem, ilegais, a sociedade foi apartada entre os ungidos pela estrela vermelha e os demais, segregados no conjunto denominado genericamente de direita golpista e outros epítetos de efeito propagandístico.

O que ficou desse lenga-lenga fascista, repetido ao infinito, foi o surgimento de dois brasis distintos e, agora, antagônicos. Imensa maioria da população (70% ou mais) se posicionou claramente contra tudo que lembre o Partido dos Trabalhadores e seus acólitos. Na outra ponta restou, além da massa de manobra do partido e das entidades de classe filiadas a CUT, parcela da população desinformada e que teme a perda de alguma bolsa assistencialista, bem como os saudosos do socialismo pré-muro de Berlim.

Concluída a missão de construir ruínas e apartar irmãos, lançando-os uns contra os outros, Lula e Dilma, tão logo se deram conta de que a Justiça os tinha na alça de mira, cuidaram, estrategicamente de criar a fantasia de perseguidos políticos, açulando seus cães de guerra para conflito fratricida, inédito e de proporções imprevisíveis.

O retrato do ocaso desse governo pode ser observado na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes. Tristemente, esses locais públicos, conhecidos em todo o mundo e tombados pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade, estão agora tomados, em toda a sua extensão, por cercas e alambrados contínuos de ferro, que mais lembram campos de concentração ou de refugiados. Interessante terem sido instalados por presidiários, querer separar os pensamentos, desrespeitar o projeto da cidade. Lembra pensamento ditatorial.

A estrela vermelha nos jardins do Palácio da Alvorada era prenúncio do que estaria por vir. A avenida e a praça de todos os brasileiros, cravadas no centro da capital modernista do país, são, a partir desta semana, o espaço físico e emblemático do “nós contra eles”. O Brasil, pregado por essa gente sectária, tem agora seu retrato fiel registrado para a posteridade e que, algum dia, ilustrará os livros de história, no capítulo que tratará de um tempo em que a infâmia ousou desgovernar um país.

 

A frase que não foi pronunciada

“O problema das leis brasileiras é que usaram apelidos no lugar de palavras.”

Ariano Suassuna bem que poderia ter dito isso

 

Mais funcionários

Dessa vez, segundo o Iguatemi Shopping, foi um problema no sistema que travou a passagem dos carros na cancela. Filas enormes, com motoristas impacientes sem poder se deslocar do local. Um comentário resumiu o acontecido. Pessoas dispostas a pagar R$ 10 mil em uma bolsa ficam impossibilitadas de ir e vir, direito constitucional, por causa de apenas R$ 10. Nenhuma pessoa no local para atender os consumidores no momento do ocorrido.

 

No ato

Há tempos, Lula disse que o senador Caiado é latifundiário. O senador famoso pelas respostas pontuais rebateu: “Perto do Lula e dos filhos dele, eu sou um pequeno agricultor. Tudo o que tenho foi conquistado pelo trabalho de médico. Nunca fiz patrimônio com dinheiro público. Eu sou senador como representante dos meus eleitores. Não estou aqui para dilapidar patrimônio público”.

 

Poder de polícia

O trabalho do BHTrans é bem organizado. Mas, por trás do efetivo desenvolvimento das atividades do órgão, criado por lei, há recurso interposto pelo Ministério Público que extrapola o interesse das partes. Se o Judiciário entender que o órgão foi criado contrariando os princípios constitucionais, os R$ 200 milhões em multas arrecadadas precisarão ser devolvidos. Se for legal, outros estados poderão adotar a mesma máquina arrecadadora.

 

Sem surpresas

Por falar nisso, o poder de polícia norte-americano é internacional. O que para os brasileiros foi novidade, para o FBI, as conversas entre políticos brasileiros, pelo telefone, são conhecidas há tempos.

 

História de Brasília

Nunca se ensacou tanta areia no país como esta semana. Todas as fotografias vindas de todos os Estados mostram sacos de areia postos em pilha, em atitude de defesa contra balaços. (Publicado em 3/9/1961)

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