Modernizar para economizar

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL

Para um governo que é obrigado a direcionar 77% do orçamento para quitar a folha de pagamento de 214 mil servidores, ou apenas 7% da população, alguma providência precisa ser adotada com urgência para recuperar um mínimo de racionalidade nas contas públicas locais. O GDF sabe que caminha no limbo quando o assunto é finança pública. Recebeu, no plano distrital, a mesma herança desastrosa deixada na esfera federal pelos governos petistas.

Com o comprometimento dos recursos do Tesouro local com o pagamento do funcionalismo, sobra pouco mais de 1% para investimentos, o que é insuficiente para manter em atividade uma capital como Brasília. Entre 2014 e 2015, o montante investido em infraestrutura na capital caiu de R$ 1,79 bilhão para R$ 539 milhões, um encolhimento de 70%. Para piorar a situação, os repasses constitucionais da União tiveram redução sensível, sendo que, no mesmo período, houve um forte recuo na arrecadação de impostos.

Com os cofres vazios, o que resta ao GDF nestes tempos de vacas magras é partir para medidas criativas e modernizadoras que levem ao enxugamento da máquina do Estado. De nada adianta ajustar as contas do Tesouro por meio da contratação de mais empréstimos, tomados a juros extorsivos. O endividamento apenas alivia questões de momento, empurrando para um futuro ocupante do Palácio do Buriti os mesmos problemas encontrados pela atual gestão.

Diante de uma situação de desarranjo das contas públicas, como é possível explicar para a sociedade que o GDF tem um Centro Administrativo novinho (Buritinga) construído a preços exorbitantes? Mais um assunto para investigação. Enquanto aquele monumento ao desperdício é deteriorado pela ação do tempo, o GDF continua pagando aluguel para ocupar prédios particulares.

A pressão de diversas categorias do serviço público por reajustes deverá aumentar, trazendo ainda mais incertezas para as finanças locais. Talvez tenha chegado o momento de usar a inteligência, reduzindo gastos com parte do funcionalismo que poderia exercer suas funções de casa, dentro da filosofia moderna de home office, economizando com instalações prediais, luz, água, cafezinho, transporte e outros gastos. Em países sérios funciona. Basta uma gestão rígida paga por produtividade. Na era dos drones e dos aplicativos Waze, por que ainda se utilizar dos caríssimos helicópteros para serviços de monitoramento do trânsito e outros serviços? Mudança exige coragem e planejamento bem-feito.

A frase que não foi pronunciada

“Envelhecer é igual a dirigir. Nem tudo depende só de você.”

Dona Dita, sentindo a frieza dos jovens.

Release

» Brasil deveria sobretaxar bebidas açucaradas para combater a obesidade? Essa é a pergunta que a Organização Mundial de Saúde não quer calar. A recomendação seria benéfica para toda a população.

Droga

» Por falar nisso, quem é vidrado em açúcar tem por obrigação ler Sugar blues, de William Dufty. Livro surpreendente que desvenda tudo o que há por trás de séculos de segredos e tradições dessa droga que dissolve dentes e ossos da humanidade.

Novidade

» STF vai decidir se jogos de azar são constitucionais. Por enquanto, desde 1940, trata-se de contravenção penal. O assunto está nas mãos do ministro Luiz Fux. A decisão terá repercussão geral em todo o país.

Preferência

» Instalado, na Câmara dos Deputados, um grupo de trabalho, que tem a finalidade manter aos taxistas a exclusividade no transporte individual de passageiros. O projeto de lei que trata do assunto é o 5.587/2016. Na opinião do deputado Carlos Zarattini, do PT paulista, o Uber é uma ameaça de extinção para os taxistas. Se a população prefere o Uber, quem deve se adaptar à nova realidade?

Na lupa

» Na onda das empreiteiras, o Ministério Público deve ter material suficiente contra empresas que asfaltam a cidade. Basta uma chuva para a reprodução de buracos. As crateras são suficientes para deixar o automóvel dias em uma oficina. O contribuinte que paga os impostos não deveria pagar o prejuízo.

História de Brasília

Desemprego. Há nova onde de desempregados em toda a cidade, e isto sempre constituiu uma ameaça em todo o mundo. Braços parados desvirtuam espíritos, e quando isto acontece numa coletividade, os males são muito maiores. (Publicado em 17/9/1961)

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