Hora de descer do pódio

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Não é de hoje que brasileiros de todas as idades e gêneros em viagem para o exterior enfrentam os rigores kafquianos das autoridades de imigração, principalmente quando o destino é para os Estados Unidos, o Canadá e a Europa. Vistos pela ótica burocrática dos departamentos que cuidam da entrada de estrangeiros, todos os cidadãos da América Latina, assim como aqueles vindos das nações do chamado Terceiro Mundo, são imediatamente identificados como imigrantes potenciais que estariam dispostos a tudo para entrar e permanecer indefinidamente em seus territórios.

Separar, nessas grandes levas de pessoas, aquelas que realmente anseiam permanecer naqueles países, mesmo sob a condição de imigrantes ilegais, daquelas que apenas querem viajar e conhecer novas terras e novas culturas, não é tarefa das mais simples. Por via das dúvidas, as autoridades americanas e europeias, diante dos constantes atentados terroristas e da grande movimentação atual de refugiados, passaram a tratar como suspeitos todo e qualquer viajante, principalmente os oriundos do Hemisfério Sul.

Diante dos novos desafios de segurança mundial que se impõe, o simples ato de viajar a turismo para fora do país passou a requerer muita disposição e coragem para enfrentar a peneira fina feita pela imigração externa. Ainda assim, e talvez por esses motivos, têm havido repetidos e lamentáveis excessos. Em um mundo em permanente estado de alerta, os viajantes com bons propósitos e com a documentação em ordem acabam sendo duramente penalizados e, não raro, ficam traumatizados com a experiência vivida lá fora. Esse é justamente o caso atual da estudante brasileira de 16 anos, barrada pela imigração no aeroporto de Detroit, nos Estados Unidos, e que há 15 dias se encontra presa e incomunicável num presídio para imigrantes na cidade de Chicago.

As autoridades americanas não dão mais detalhes por motivo de segurança. O Itamaraty, sempre a reboque das notícias e distantes das agruras sofridas pelos brasileiros no estrangeiro, se limitou a reconhecer que desconhece os motivos da detenção da jovem pelos americanos. Os pais da brasileira vivem momentos de aflição e asseguram que jamais vão pôr os pés novamente naquele país. A aflição deles é também de muitos brasileiros maltratados como seres inferiores nos guichês de imigração desses aeroportos. O que mais surpreende é que esse tratamento primitivo parte justamente dos países desenvolvidos que se vangloriam e apregoam as delícias de seu alto estágio civilizatório. Para um país, como os EUA, que já alcançou a lua, falta ainda muito chão a percorrer até reconhecer a arrogância e enxergar as consequências que ela traz para o mundo.

A frase que não foi pronunciada

“Até Ravel era usado em tortura. O que é constantemente repetido enlouquece qualquer um!”

Alguém irritado saindo do plenário do Senado

Querido por todos

Comentário geral sobre o senador Paulo Paim. A melhor defesa até agora a favor da dona Dilma Rousseff. No entanto, o PT nunca confiou um cargo importante para ele, que na sua grandeza parece não se importar com isso.

Problema

Continua o problema entre a Volkswagen e o Grupo Prevent. A produção no Brasil está parada por falta de peças.

Ação

Se a situação estava grave, agora vai piorar. Convênio entre GDF e UnB rompido causa greve dos estudantes de medicina. Eles querem continuar os atendimentos nos hospitais da região leste: Paranoá, São Sebastião e Itapuã.

Distrital

Câmara Legislativa recebe representações contra distritais citados na CPI da saúde. Agora cabe ao Ministério Público e Polícia Civil a firmeza que a população anseia. Enquanto os eleitores não aprendem a votar o papel do Ministério Público e Polícia Civil dobra de responsabilidade.

História de Brasília

Está de pé, o caso da Prefeitura de Brasília. O regime parlamentarista está sendo desvirtuado, porque estão fazendo leilão de cargos. O que ocorre com Brasília é simplesmente lamentável. (Publicado em 13/9/1961)

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