Fazendo a coisa certa

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com

com Mamfil e Circe Cunha

De frente para o espelho e de costas para a população. Essa continua ser a posição política perseguida com afinco pela maioria dos nossos parlamentares. Desde sempre, a sociedade tem apontado como prioridade máxima, dentro do universo de transformações de que o país necessita, a reforma política. Por esse motivo foi alcunhada de mãe de todas as reformas. O senador Fernando Collor delineou propostas interessantes sobre o assunto. Depois da caça aos marajás, a reforma política seria um tema interessante para o senador defender. Mesmo assim, por mais que se esforce, o parlamento não se move na mesma direção dos anseios populares.

Somente a partir da elaboração de um texto definitivo de reforma política, que atenda aos interesses da nação, será possível se pensar em partir para outras propostas de mudanças que resgatem o país da sua mais severa crise. E é aí que mora o perigo. O texto que avança, agora a passos largos, na Câmara dos Deputados, não só não vem de encontro dos reclamos da população, mas em muitos pontos demonstram o total desprezo e alienação de parte significativa dos legisladores sobre o que ocorre além-muros.

Na verdade, o texto que está sendo preparado a toque de caixa nas comissões, se enquadra muito mais na estratégia pensada para pôr a salvo centenas de cabeças coroadas que estão na mira da Justiça, anistiando uns e soerguendo outros para dentro da blindagem obtida nas urnas. A intenção é aprovar uma meia-sola até a data-limite de 7 de outubro próximo, para que o pacote todo tenha validade nas eleições de 2018.

Obviamente, propostas como o Distritão, ou mesmo o voto distrital misto, previsto para 2022, não são do interesse do eleitor que almeja apenas o voto distrital puro, no qual os eleitos são bem conhecidos da população e, com ela, mantém laços estreitos por serviços relevantes prestados. Para contornar a norma que determinou o fim do financiamento privado os políticos encontraram no chamado Fundão a cura para a ressaca com a perda do dinheiro fácil dos empresários amigos.

Chamada de Fundo Especial de Financiamento da Democracia, a medida prevê a destinação de nada menos do que R$ 3,6 bilhões do orçamento para bancar as despesas das campanhas bilionárias. O Fundão, por pretender arrancar do eleitor/contribuinte recursos que não possui,  nasce sob o signo da maldição popular, e pode, a qualquer momento, desencadear reações imprevistas e indigestas na forma de manifestações virulentas pela insensibilidade com que nossos políticos enxergam a crise medonha.

O que o eleitor almeja, além de campanhas baratas, feitas pelo esforço sincero e próprio dos partidos, são legendas que abracem, como verdadeiras bandeiras, a defesa das necessidades básicas da população, e não o interesse mesquinho de meia dúzia de caciques, que fazem da política meio para  enriquecimento rápido e fácil. O que a população deseja não aparece nas propostas em discussão, o que faz dessa reforma apenas um remendo para um tecido esgarçado e puído que não tem mais jeito de ser remendado. A reforma política que a nação aguarda com ansiedade, definitivamente, não é essa.

 

A frase que foi pronunciada

“Um voto é como um rifle: sua utilidade depende do caráter de quem usa”.

Theodore Roosevelt, 26º presidente dos Estados Unidos de 1901 a 1909

 

Celina

Nosso abraço afetuoso no amigo Celso Kaufman. Celina deixa a comunidade artística desolada. Além das instituições de caridade que ajudava, os artistas de Brasília recebiam o apoio, estímulo e o compartilhamento de um conhecimento vasto em arte. Fica o vazio, mas a lembrança da doçura e da amizade firme na alma.

 

Cariocas

Pode parecer romantismo, mas a atitude dos cariocas resume bem o clima da cidade. Ao ser hostilizado, o árabe que tem uma banca de salgados improvisada recebeu a proteção dos moradores de Copacabana. Protegeram o refugiado com a placa: “Não queremos guerra, queremos esfirras!” É coerente para um país crescido com a força da imigração.

 

Consideração

Se você é pioneiro, certamente já recebeu uma ligação do amigo Geraldo Vasconcelos. Prepare-se para retribuir anotando na sua agenda. O aniversário dele é em Novembro, dia 18.

 

Calma

Provocação ao governador Rollemberg não deve ter resposta. Começam as reclamações pelos megashows em Brasília. Tudo o que os contribuintes querem é ver a verba dos impostos bem usada. Só garantido o pão, deverá ser liberado o circo.

 

Pioneiros

Por falar em verbas, enfim, a comunidade do Gama pode comemorar. A Avenida dos Pioneiros receberá pavimento depois de décadas. Os recursos são do Banco do Brasil e a obra está orçada em pouco mais de R$ 3 milhões.

 

Nadar

Até 23 de agosto estarão abertas as inscrições para o 25h Nadando. É a 24ª edição do evento. No Centro Olímpico da UnB ou na 504 Sul, unidade do Sesc, garanta sua vaga. Mais importante que competir é estar presente.

 

História de Brasília

O subprefeito da Cidade Livre encontrou e fechou dois matadouros clandestinos de porcos. As condições de higiene eram de tal forma precárias que ameaçavam a saúde da vizinhança. (Publicada em 3/10/1961)

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