Escolas, cidade e pandemia

Publicado em Íntegra
Foto: jovempan.com

         Por certo, de todos os efeitos deletérios à saúde física e mental dos indivíduos, trazidos pela pandemia, nenhum outro é mais nocivo ao corpo e à mente do que o isolamento social, imposto pelas autoridades de governo, principalmente nos centros urbanos, onde o processo de interação entre as pessoas é fator fundamental para a existência da própria cidade.

         A questão contraditória está em como fazer para que as cidades funcionem sem o protagonismo daqueles que são os responsáveis diretos por seu dinamismo. De fato, não é possível a movimentação de toda a engrenagem de uma cidade, sem suas peças principais, representadas pelas pessoas e, não o mínimo de racionalidade em ter toda uma infraestrutura e mecânica de uma cidade, sem aqueles a quem se destina todo esse esforço. Pelo jeito, estamos na trilha certa, para tornamos nossas cidades em lugares fantasmas, tomadas pelo pó denso da decadência, num processo que, depois de iniciado, será difícil deter. Ao contrário do que muitos imaginam, as cidades não adormecem, não fecham para balanço e não tiram férias. Para as cidades não vale a célebre expressão “eppur si muove” , provavelmente dita em 1633 por Galilei Galilei, perante o tribunal da Inquisição. Já o mecanismo urbano é operado diuturnamente pelo gênero humano. A autonomia dada aos habitantes dos centros urbanos, não vale em relação às cidades.

         Dito isso, fica mais fácil entender que o próprio futuro de nossas cidades e de toda a vida social, é dependente direto e perpétuo do lento processo de formação acadêmica de seus habitantes. Em outras palavras, é preciso formar, sempre e cada vez mais, pessoas aptas a conduzir as cidades, sob pena de termos que abandoná-las, ameaçados pelo eventual caos, que representaria para todos nós, deixá-las administradas por mãos inabilitadas.

          Nesse ponto é preciso entender que a pandemia, muito antes de representar um fator de perigo para cada um de nós, representa uma ameaça ainda maior para nosso habitat, tornando, inclusive, nossos centros urbanos em uma ameaça à nossa integridade.

         As contradições, em tempos de pandemia, se acumulam. Não há como ficar na pretensa segurança do lar, deixando à cidade entregue as forças naturais da inércia. Tão ou mais importante que não deixar as engrenagens das cidades pararem, colocando a mão na massa, como fazem, por exemplo, médicos, trabalhadores da limpeza, da segurança e outros, é manter, de forma ininterrupta, sobretudo os mais jovens, nas escolas, em salas de aula, num intenso trabalho de preparação intelectual para uma futura substituição dos mais velhos no controle de nossa vida coletiva e urbana.

         Salvar as cidades da pandemia, é salvar seus habitantes. A possibilidade de uma nova onda, que se anuncia com essa nova variante do corona vírus, denominada de Ônicrom, quando ainda muitas de nossas cidades nem tiveram tempo de se recuperar de um primeiro surto, deixa ainda mais incertezas e aponta para a necessidade de manutenção redobrada de nossas cidades.

          É sabido, por muitos povos, que a cidade é a extensão natural de nossas casas. Portanto está dentro dos limites do que seria o nosso território de vivência. Fechar as cidades, deixando-a entregues à própria sorte, como tem acontecido em outras partes do país e do mundo, é apostar na nossa ruína.

         Por isso, preservar os mais jovens significa, antes de tudo, dar-lhes os instrumentos necessários, através do ensino continuado, para que possam mais do que sobreviver, encontrar a plenitude da vida em ambientes saudáveis e seguros. Somente a escola e o ensino de qualidade podem garantir, nesse momento de expectativas e receios, um porto seguro para as futuras gerações. É no ambiente escolar que estão não só todas as respostas para a superação desse momento de aflição, como para continuidade de nossas cidades e o prosseguimento de nossa própria espécie.

A frase que foi pronunciada:

“Duas pessoas encurtam a estrada.”

Ditado irlandês

Muito estranho

Desde que criaram a faixa central no Eixão, sabe-se que serve para emergências. Ter uma carreta autorizada pelo Detran para emitir frases e se postar na faixa de emergência é uma cena inacreditável. Típico de quem não conhece a cidade.

Observatório

Devair Sebastião Nunes, analista de Tecnologia da Informação do Prodasen, foi o responsável por elaborar o material do lançamento do Observatório de Equidade no Legislativo. Com dados em mãos, ele afirmou que “perto dos homens brancos, uma mulher negra terá muito mais dificuldades para obter uma cadeira no parlamento.” Parece que há problemas com o gênero. Competente como é, a senadora Simone Tebet que o diga. É um sim e dois nãos.

Acesso

Por falar em Observatório da Equidade, os méritos vão para a diretora geral do Senado, Ilana Trombka que trabalha com o tema desde 2015, e agora consolida essa política organizacional que poderá ser consultada pela população brasileira na página do Senado Federal.

História de Brasília

“O presidente João Goulart mandou dar cinco parcelas do dinheiro que está sendo gasto com alguma coisa ou com tudo, menos com as obras. (Publicada em 15/02/1962)

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