Ensino público não é prioridade

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Com o passar dos anos, um fato vai ficando evidente: o ensino público em nosso país, em todas as séries, incluindo, as universidades, não é prioridade de nenhum governo, em tempo algum. Não é por outro motivo que o Brasil continua patinando num eterno subdesenvolvimento, dependente de outros países quando o assunto é ciência e progresso tecnológico. Enquanto prosseguimos como exportadores de matérias-primas, vendidas a preços de irrisórios e que vão exaurindo, para sempre, nossos recursos naturais, outros países, menores territorialmente do que muitos estados brasileiros, lucram muito mais apenas com a formação de gerações de cérebros aptos a trabalhar com pesquisas científicas. Os nossos cérebros não encontram por aqui vantagens para dedicação a pesquisas.

A partir principalmente da revolução industrial, muitos países começaram a enxergar no desenvolvimento das ciências o lastro e o caminho mais seguro para o alcance do progresso e da riqueza. Países, como o Japão, a Alemanha, a Coreia do Sul, praticamente transformados em ruínas pelas guerras e pelas bombas, ergueram-se dos escombros apoiados por um massivo e prolongado programa de educação. Basta uma visita às escolas no interior das regiões mais pobres do Brasil para constatar o grau de precariedade com que esses estabelecimentos funcionam. Algumas escolas nem teto têm, outras faltam carteiras e material didático básico. Alunos têm de viajar quilômetros, as vezes a pé, para frequentar as aulas. Merenda escolar também é item de que muitas escolas não dispõem. Há prefeitos com coragem para subtrair a verba do lanche das crianças para outra finalidade.

Acesso à informática ainda é apenas sonho em muitos grupos escolares pelo interior do país. Em pleno século 21, nossas escolas públicas seguem sendo exatamente como eram em séculos passados. Com tal descaso, gerações, uma após outra, são obrigadas a permanecer atoladas no atraso e no subdesenvolvimento, reféns da vontade de políticos demagogos que usam o analfabetismo como ferramenta para permanecer eternamente explorando a população.

Em 2015, após a realização da Prova Brasil, que avalia alunos do ensino básico, constatou-se que quase 70% dos alunos do quinto ano das escolas públicas não sabiam, sequer, reconhecer um quadrado, um círculo ou um triângulo. Mais de 60% não conseguiam localizar informações colocadas de forma explícitas nas historinhas. Cerca de 90% dos alunos do 9º ano não sabiam converter uma medida dada em metro para centímetros. Educadores são unânimes em reconhecer que no ritmo atual o Brasil levará décadas para atingir as 20 metas de ensino propostas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), a serem cumpridas até 2020.

A proposta de destinar 100% dos royalties do petróleo e recursos, ditos infindáveis, do pré-sal, que os governos petistas anunciavam como uma panaceia redentora, mostrou-se um engodo, após as revelações da Operação Lava-Jato. Destruída pela corrupção avassaladora, a Petrobras, que poderia patrocinar esse imenso plano, é hoje uma empresa falida, assim como o ensino público deste país.

A frase que não foi pronunciada

“Ah, Marechal Deodoro da Fonseca, era por esse tipo de República que o senhor esperava?”

Pergunta imaginária de cidadãos brasileiros que, independentemente da forma de governo, continuam com problemas na saúde e educação, e enfrentam o péssimo exemplo dado pelos governantes

Que figura!

» Simpatia, simplicidade e muito trabalho. Karina Curi Rosso andava com os óculos despencando do rosto a todo momento. A falta de tempo e a preocupação com o volume diário de trabalho estavam sempre tomando o lugar da óptica. Até que alguém fechou a agenda por algumas horas para que Karina cuidasse do apetrecho. Por ela, estaria na sua simplicidade, segurando as lentes até hoje.

História de Brasília

Lama atola Jeep. Caiu a rampa do Senado, e a lama foi até a Vila Amaury. Vamos usar o atalho. Que nada, ninguém passa. Liga a reduzida! Até que enfim…(Publicado em 15/9/1961)

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