Efeito estufa

Publicado em ÍNTEGRA

aricunha@dabr.com.br

com circecunha@gmail.com

Enquanto o planeta parece entrar em ciclo perigoso de elevação progressiva das temperaturas médias, dentro do que os cientistas denominam de aquecimento global, no Brasil a temperatura da crise política, gestada única e exclusivamente pela incúria da atual chefe do Poder Executivo, parece ter atingido o ponto máximo de ebulição, provocando a passagem antecipada do comando do país.

Para um governo que, na prática, ainda não deu início efetivo ao segundo mandato, chega a ser surpreendente o esforço que vem sendo feito pela presidente para desvirtuar em público o processo de impeachment que os poderes da República legitimamente movem contra ela.

No discurso a ser proferido na ONU, em que 162 países ratificaram o Acordo de Paris de 2015, relativos às mudanças climáticas, o que muitos temiam é que a presidente usasse a tribuna das Nações Unidas para contar a sua versão pessoal sobre os fatos que vem ocorrendo no seu governo.

Alertada para a inconveniência dessa fala num ambiente onde o assunto era totalmente outro, o discurso da presidente se ateve às medidas e aos compromissos assumidos pelo governo brasileiro para mitigar os efeitos do aquecimento do planeta. Contudo, no finalzinho da fala, a presidente alertou: “A despeito disso, quero dizer que o Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia. Nosso povo é um povo trabalhador, e com grande apreço pela liberdade. Saberá, não tenho dúvidas, impedir quaisquer retrocessos”.

Tal afirmação deve ter dado um nó na cabeça dos tradutores e principalmente de quem ouviu e ficou sem entender onde esse trecho final se encaixava no assunto clima. O que todos já anteviam é que a presidente Dilma não abriria mão de pelo menos citar os acontecimentos internos, numa tribuna mundial, observada ao vivo por centenas de milhões de pessoas em todo o planeta.

Em linguagem jornalística, o que a presidente Dilma estrategicamente fez foi lançar um lead, ou uma primeira parte de um assunto que pretende comentar mais longamente com os órgãos de imprensa internacionais. Dessa forma, a viagem para Nova York, com uma comitiva gigante de 52 pessoas, segue o roteiro antecipadamente traçado pela eminência parda para assuntos externos, Marco Aurélio Garcia.

O que parece estranho é que a presidente prefira ainda denegrir para o mundo as instituições e os poderes da República de seu país, insistindo numa versão que sabe ser falsa e sem base nos fatos. Impressiona também a alargada capacidade que o Itamaraty tem de se submeter a humilhações dessa natureza.

A frase que não foi pronunciada

“Brasília, fosforescente  cristalina.”

Juscelino Kubitschek

 

Volta, alegria

Aquela alegria de Rodrigo Rollemberg foi radicalmente transformada em semblante cansado. Os problemas que o governador vem enfrentando são preocupantes. A foto que tirou com a meninada de escolas públicas mostra a seriedade do governador. Se fosse ainda senador, talvez estivesse com o sorriso mais aberto ou recitado poesias, fazendo largos gestos.

Absurdo

É de dar inveja para a Coreia do Norte. A missão da Anatel foi totalmente deturpada. Uma agência reguladora que deveria frear a gana das empresas tem feito exatamente o contrário. Prejudica o consumidor que paga a internet mais cara do mundo e protege as empresas que não dão trégua. Privatizar assim dá lucro.

Fatalidade

Ao atravessar a rua distraída com o celular, uma senhora foi atropelada e morreu no Iate Clube de Brasília. Ela estava a caminho da academia.

Apareçam

No dia 27, na sala de reunião das comissões, às 10h, será apresentado o Projeto do Museu da Educação do Distrito Federal (Mude) na Câmara Legislativa.

História de Brasília

Um deputado explica o parlamentarismo: “O presidente tem quase os mesmos poderes, e na hora da pancada tira o corpo e joga em cima do Parlamento”. Foi com essa disposição de espírito que foi votada a emenda. (Publicado em 5/9/1961)

 

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