De volta ao passado

Publicado em ÍNTEGRA

Desde 1960

aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha e MAMFIL

Parece ser o enredo atual adotado pelos Estados Unidos, desde que os eleitores resolveram guindar ao cargo de presidente dessa grande nação o dublê do reality show The Apprentice e milionário polêmico, Donald Trump. Do ponto de vista dos nacionais que o elegeram, Trump está fazendo a coisa certa e de acordo com sua plataforma eleitoral. Do ponto de vista do restante do planeta, que tinha nos EUA uma referência para a garantia das liberdades individuais, aquele país está vivendo a maior crise de identidade de todos os tempos.

Obviamente, nesses assuntos internos prevalecem sempre a soberania e a independência do país mais rico do mundo, e não devemos nos imiscuir. Mas, quando essa guinada à direita conservadora acaba afetando diretamente nosso país e continente, é preciso tecer algumas considerações à guisa apenas de busca de entendimento sobre as repercussões dessa nova orientação do grande irmão do Norte.

Com a chegada de Trump ao poder, os EUA começaram a ensaiar um fechamento de suas fronteiras para o mundo, contrariando o próprio princípio de sua formação histórica, destacado na tábua que a Estátua da Liberdade segura numa das mãos em que se lê: “Dai-me os seus fatigados, os seus pobres, As suas massas encurraladas ansiosas por respirar liberdade O miserável refugo das suas costas apinhadas. Mandai-me os sem abrigo, os arremessados pelas tempestades, Pois eu ergo o meu farol junto ao portal dourado”. Para aquelas levas de imigrantes que ajudaram a construir a América. Este é, sem dúvida, um tempo triste.

Na sequência dos atentados terroristas ocorridos em todo o mundo, o governo do presidente Trump resolveu endurecer na concessão de vistos de entrada naquele país, inclusive, com relação aos brasileiros. Novos e extensos questionários serão feitos aos candidatos ao visto de entrada nos EUA. Agora, fará parte do novo sistema burocrático vasculhar informações disponíveis nas redes sociais nos últimos cinco anos, além de informações pessoais de até 15 anos atrás.

Também poderão ser pedidas informações sobre os números de passaportes anteriores, endereços de e-mail e números de telefones, além de endereços e históricos de empregos e de viagens anteriores. Caso as autoridades considerem insuficientes as informações, poderão ser requisitados dados adicionais. De acordo com as novas orientações, as informações são necessárias para a segurança interna do país, sendo também da responsabilidade de cada servidor americano verificar as informações dos solicitantes e, em caso de qualquer dúvida, negar prontamente o visto de entrada.

Ao endurecimento nas fronteiras, segue-se também o endurecimento com relação aos compromissos assumidos no Acordo de Paris, que trata das mudanças climáticas. Como maior poluidor do planeta, ao lado da China, caberia aos EUA um compromisso maior com o planeta. Dessa forma, cumprindo promessas de campanhas, o governo Trump anunciou a retirada dos EUA do Acordo de Paris, por considerá-lo desvantajoso para a economia norte-americana. Dessa forma, o tratado internacional, que previa até 2030 uma limitação no aumento de 1,5ºC da temperatura do planeta, ficará completamente prejudicado.

Para todos aqueles que têm sentido na pele as  alterações desastrosas do clima em todo mundo, essa é, sem dúvida, uma volta ao passado que não mais existe e uma aposta em um futuro de privações, que, com certeza, virá, caso o efeito estufa torne o planeta impróprio à presença humana. Com Trump no poder, o próprio povo americano e o restante da humanidade têm uma certeza: não há possibilidade mínima de os EUA fazerem a coisa certa.

 

A frase que foi pronunciada

“Não existe Plano B porque não existe Planeta B”

Ban Ki-Moon, na Organização das Nações Unidas

 

A história se repete

No portal notibras.com.br, há uma enquete com a seguinte pergunta: “Se houver eleição indireta, quem seria, na sua opinião, o melhor candidato? Um militar, um jurista, um empresário ou um político? Total de votos: 733, dos quais 505 foram para o militar. A sequência continuou. Um jurista, com 115 votos; um empresário, 60; e um político, 53, ou 7% das intenções.

 

Caro demais

Tinha muita gente horrorizada de ter que pagar R$ 40 para ver uma exposição de arte. Muitos questionam se esculturas de Lego seriam obras de arte. São. A exposição é espetacular. Mas continua sendo estranho pagar essa fortuna para cada um da família poder apreciar o trabalho.

 

Aeroporto

“Escolher dinheiro em vez de poder é um erro que quase todos cometem.” O cartaz se refere ao famoso seriado House of Cards, do Netflix. A faixa estava no aeroporto com a intenção de cutucar os políticos. Poucos se importaram.

 

História de Brasília

Relógio de ponto no Planalto. A decisão é do sr. João Braz, que está pondo muita ordem no Palácio. A portaria, também, melhorou, e muito. Pessoal atencioso e bem-educado, dá todas as informações.(Publicado em 20/8/1961)

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