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com Circe Cunha e Mamfil
Dois fóruns, ambos realizados por iniciativa de instituições particulares e sempre em terras estrangeiras, têm servido de palco e palanque para que ministros, magistrados e outros políticos invariavelmente ligados direta ou em consonância como atual governo, façam seus discursos e outras análises sobre o Brasil atual.
O pano de fundo do que se ouve nesses encontros, pode ser resumido ou numa recorrente crítica ao ex-presidente Bolsonaro e sua gestão, ou em tecer elogios apoios ao atual governo. Trata-se, ao fim e ao cabo, de dois fóruns com objetivos políticos e certamente partidários, embora haja um esforço tremendo dos seus realizadores para o que é dito nesses palanques internacionais não sejam interpretados dessa maneira.
O primeiro desses fóruns é a LIDE, lideranças empresariais, ligados e comandado pelo ex-governador de S.Paulo João Dória, que tem preferido a cidade de Nova Iorque para realizar esses encontros. O Segundo é o Instituto Brasiliense de Direito Público IDP, ligado ao ministro Gilmar Mendes do STF, que realiza seus encontros na cidade de Lisboa, em Portugal.
Tomando-se a lista com os nomes daqueles que são convidados para esses dois encontros internacionais e periódicos, já se pode ter uma garantia de que o ponto de vista, sobre os mesmos temas ali discutidos, vindos da oposição ou daqueles que não apoiam o atual governo, não existem e são até rechaçados. Na verdade, esse é, de certa forma, um encontro e reunião do que se poderia chamar “O Sistema”.
Pelos assuntos tratados nesses encontros e pelo tipo de avaliação que fazem sobre a conjuntura nacional, fica claro que esses fóruns, são sobretudo palanques políticos com propósitos muito específicos e que atendem objetivamente as estratégias e planos que essas elites sonham e desenham para o futuro do país. Certamente, não é o Brasil com que sonham os brasileiros.
Não é de se estranhar que são em ambientes dessa natureza, longe do Brasil, que magistrados perdem totalmente o recato ao declarar, para toda e qualquer oposição a frase que ficou famosa: “perdeu Mané”. Em lugares como esse, os “Manés” não são ouvidos ou sequer bem vindos. Ditado antigo repetido pelo filósofo de Mondubim qualificava esse tipo de malta: “diz-me com quem andas e eu te direi quem és”. Interessante notar aqui que nesses fóruns, não se ouvem também especialistas como antropólogos, sociólogos, etnólogos, folcloristas e mesmo cientistas políticos independentes, que poderiam, através de uma visão acadêmica e presente, discorrer sobre o Brasil, como ele é, como é sua gente, o que pensam e sobretudo que avaliação fazem dessa gente empolada.
Talvez essas ausências se expliquem pelo fato de que o que esses mestres têm a dizer não seja do agrado daquela plateia. Mais difícil de engolir é que nesses fóruns, falam de um país que não conhecem e que se restringe à capital e seus maneios partidários, suas intrigas e tramas. O Brasil real dista muitas léguas desses fóruns, talvez por isso mesmo, esses encontros sejam realizados sempre em terras estrangeiras, no além mar ou na linha do horizonte.
A frase que foi pronunciada:
“Não, não há duas morais. Para os estados, como para os indivíduos, repito, na paz, como na guerra, a moral é uma só. (…) Se o mundo vê erigir-se agora um sistema que a ela lhe usurpa o nome, revogando todos esses cânones da eterna verdade, não é a moral que se está civilizando: é a imoralidade, encoberta com os títulos da moral destruída, a malfeitora oculta sob o nome de sua vítima; e todos os povos, sob pena de suicídio, devem unir-se para lhe opor a unanimidade incondicional de sua execração.”
Rui Barbosa
Leitor
Renato Mendes Prestes, revoltado com a CAIXA nos envia em missiva:
“A Caixa Econômica Federal, ao invés de facilitar a vida do correntista, está tirando seus caixas eletrônicos dos shoppings, forçando o cliente a se deslocar à agências longínquas.” Reclama da “falta de respeito com a grande massa de correntistas em divulgar tal medida esdrúxula e antipática.”
Haja
Para renovar o bilhete de identidade na Embaixada de Portugal, o patrício passou 3 meses tentando agendar pelo site. Depois de preencher minuciosamente um formulário em cada tentativa, a resposta vinha dizendo que não havia mais vagas. Com a paciência em frangalhos enviou um e -mail e soube que só no último dia do mês é possível pedir o agendamento. Mais dois meses aguardando o último dia para tentar. Por toda a manhã preenchendo os formulários novamente a cada tentativa. Nada. Dessa vez informaram que só a partir das 14h a agenda estaria aberta. Nem a Caravela Santo Antônio, Caravela São Pedro e Caravela Nossa Senhora Anunciada precisaram passar por tanta burocracia para chegar ao Brasil em 1500.
História de Brasília
Para a construção das casas de alvenaria, informaram que não havia madeira, e existia, em estoque, cimento, tijolos, areia, etc. Mas se forem dar busca nos documentos encontrarão compra de material para essas casas em importância superior à que se construíssem de madeira. (Publicada em 21.03.1962)