Corrupção e populismo

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

jornalista_aricunha@outlook.com

Circe Cunha e MAMFIL

Se fosse depender hoje apenas da percepção geral da população brasileira sobre corrupção, nosso país poderia estar em situação muito pior do que a apontada agora pelo ranking da Transparência Internacional (TI), que situou o Brasil na 79ª posição entre os 176 países pesquisados.

As descobertas feitas até agora pelas equipes de procuradores e investigadores que cuidam da Operação Lava-Jato, considerada por muitos o maior caso de corrupção não só no Brasil mas também no planeta, pelo volume de dinheiro desviado, ao mesmo tempo em que empurraram nosso país para uma posição vergonhosa na lista, ajudarão, no futuro próximo, a mostrar para o resto do mundo que algumas de nossas instituições estão se empenhando, ao máximo, para pôr fim à corrupção secular que nos consome.

Não é por outro motivo que a sociedade vem demonstrando publicamente seu apoio às pessoas e às instituições que cuidam com seriedade do assunto e criticando, ou mesmo hostilizando com ameaças físicas, os envolvidos nesse caso nebuloso. “O Brasil conseguiu trazer isso à luz. Isso tem impacto negativo inicial. Daí a perda da 76ª posição no ano passado para a 79ª agora. Mas isso pode ser também uma virada do país. A gente, a partir do enfrentamento, pode começar a ganhar posições e dar um salto positivo efetivo”, avalia o representante da TI no Brasil, Bruno Brandão.

No âmbito mundial, a ONG chama a atenção para a facilidade que ainda existe para pessoas e grupos poderosos escapar da fiscalização interna em seus países e mesmo da fiscalização internacional, com o refúgio em paraísos fiscais espalhados pelo planeta. Ao fugir dos impostos devidos na origem, esses grupos ajudam a alimentar o ciclo vicioso da corrupção, da desigualdade e da concentração de riquezas nas mãos de poucos privilegiados desonestos.

Para a TI, a corrupção sistêmica, conforme revelada recentemente pelos chamados Panamá Papers, ajudam no aumento da desigualdade social, ao mesmo tempo em que geram ambiente favorável ao aparecimento e fortalecimento de políticos populistas, como vistos na última década no Brasil e agora nos EUA com Trump.

Nesse contexto, tanto o lulopetismo quanto o trumpismo se assemelham em número, gênero e grau. “Durante 2016 vimos que, em todo o mundo, a corrupção sistêmica e a desigualdade social se reforçaram reciprocamente, o que tem provocado decepção nas pessoas, principalmente em relação à classe política”, assinala o comunicado da TI, para quem essas práticas resultam em violação dos direitos humanos, freio ao desenvolvimento sustentável e, por tabela, incremento à exclusão social, com o aumento da pobreza e da violência.

Tudo a que assistimos agora no Brasil. Outro aspecto ligado à corrupção aqui em nosso país, em vários capítulos, foram as seguidas tentativas de reprimir a sociedade civil (nós contra eles) e as ações visando limitar a liberdade de imprensa (dita mídia golpista). Até mesmo as seguidas tentativas de fragilizar a ação da Justiça, por meio da criação de órgãos e conselhos fiscalizadores formados por entidades socias ligadas ao governo e à aproximação perniciosa do Executivo das antigas e perpétuas elites clientelistas, deram forma e conteúdo ao governo passado e seu modus operandi. Tudo o que experimentamos está presente na raiz das graves mazelas.

A frase que foi pronunciada
“Um muro já entre Trump e os EUA!”
Alguém sensato

História de Brasília
Outra coisa é referente ao ministério. Quase sempre ausente do Distrito Federal, o ministério tem preferido o gabinete do Rio enquanto os outros dois poderes, Legislativo e Judiciário, têm a sede no DF. (Publicado em 21/9/1961)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin