Consumidor solto pelo campo dos interesses

Publicado em ÍNTEGRA

DESDE 1960 »

jornalista_aricunha@outlook.com

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

Do ponto de vista do boi e da vaca, a Operação Carne Fraca foi a melhor notícia do ano. Essa afirmação serve para ressaltar que, em qualquer situação posta, mesmo as mais negativas, há sempre ângulos, que ,analisados mais detidamente, revelam aspectos positivos.

No caso da Operação Carne Fraca, que expôs ao mundo os bastidores herméticos da produção de derivados de animais no Brasil, as investidas dos agentes federais sobre ests setor podem não representar a maior operação policial de todos os tempos, como foi proclamada a princípio, mas serviu para lançar luzes sobre um importante setor da produção, dominado por grupos poderosos que há décadas ditam políticas para a área e que ultimamente vinham aparecendo como provedores suspeitos em casos revelados por outra Operação, a Lava-Jato.

A magnitude econômica desse setor, que se crê o maior do país, não pode servir de escudo para que a sociedade saiba o que se passa em seus bastidores e principalmente a que preço o Brasil se tornou o maior produtor mundial de carne. Para uma parcela expressiva da população, interessa mais saber se o preço interno dessa commodity irá despencar nos açougues, já que o preço interno desse produto faz de seu consumo um privilégio para poucos. Para outra parte da sociedade importa conhecer a fundo como são produzidos de fato os alimentos que diariamente são postos à mesa de todos.

O ministro atual no qual esse problema veio a cair no colo, Blairo Maggi, é um exemplo para o setor agrícola quando o assunto é produção sob qualquer condição. Galardoado pelos ambientalistas com o título de “motosserra de ouro ” pelo jeito com que pôs abaixo a vegetação nativa de parte do Centro-Oeste e da Amazônia para plantar soja, é um típico empresário do agronegócio avesso a questões “ menores” como efeito estufa e outros fenômenos climáticos.

A quantidade de hormônios, antibióticos e outros produtos químicos usados na agropecuária, alguns, inclusive proibidos em muitos países, pelos riscos que causam ao homem e ao meio ambiente, é um segredo muito bem guardado longe do público.

O tipo de criação extensiva adotado pelos produtores nacionais, no qual o gado é largado livremente no pasto, adentrando, inclusive, por áreas de proteção e os casos crescentes de formação de pastagens e criação de animais dentro da floresta amazônica e do pantanal, destruindo esses ecossistemas, vêm sendo pouco debatidos e quase não chegam ao conhecimento do grande público.

Também a imersão da carne em conservantes químicos perigosos ao ser humano para aumentar seu prazo de validade é pouco discutida e não se conhecem nem os processos nem seus efeitos a longo prazo. Essa história de que o produtor nacional é um herói que alimenta diariamente os brasileiros, valia para o tempo em que a agropecuária era uma atividade puramente familiar. Hoje, quem comanda esse setor são grupos poderosos, com ascendência sobre governos. Muitos inclusive nunca puseram o pé no campo e encaram essta atividade de forma empresarial e fria, sendo o restante da população, encarado como uma outra espécie de gado, de povo marcado.

A frase que foi pronunciada

“Ser vegetariano vai ser uma questão de sobrevivência para os humanos. A natureza não aguenta desaforo por muito tempo.”

Pensamento da vaca Mimosa.

Lava a jato

» Em tempos de escassez de água no DF, a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema) deu prazo de 60 dias para o GDF elaborar instrução normativa para regulamentar a atividade comercial de lavagem de veículos. Para o promotor Roberto Carlos Batista, os efluentes gerados pela lavagem dos automóveis contaminam os corpos hídricos receptores e provocam o desperdício da água em seu processo.

Terras para estrangeiros I

» É bom o Ministério Público e a Polícia Federal ficarem de olhos bem abertos no comércio de terras brasileiras para estrangeiros via fundos de investimentos. O negócio todo tem cheiro de maracutaia, é prejudicial aos interesses do país sob vários aspectos e vem sendo feito longe da opinião pública.

Terras para estrangeiros II

» Tramitando em regime de urgência no Congresso, o texto que estabelece normas para a aquisição de terras é cheio de lacunas e deixa em aberto os limites para a compra de 100 mil hectares ou mais, caso as pessoas tenham interesse. Em outros tempos, propostas dessa natureza poderiam ser perfeitamente enquadradas na Lei de Segurança Nacional.

Boa

» Campanha do CNJ estimula os professores a observar a meninada. A qualquer sinal de maus-tratos, a regra é clara. O educador deve comunicar situações anormais que envolvam alunos.

História de Brasília

Mas isso tem um endereço certo. É que o IAPI faz questão de provar, junto ao presidente da República, que em Brasília não há habitação para os seus funcionários, e, por isso, o Instituto não pode se mudar. (Publicado 24/09/1961).

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