Céus abertos

Publicado em ÍNTEGRA

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aricunha@dabr.com.br

com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

 

 

Com a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da Medida Provisória 714/16, aumentando em até 100% a participação do capital estrangeiro com direito a voto nas companhias aéreas nacionais, estão lançadas sobre o pano verde das probabilidades as apostas de que tudo neste setor mudará da água para o vinho. A crença é, no entanto, arriscada. Os consumidores, que são sempre os últimos a serem consultados, esperam que haja, logo de saída, queda acentuada nos preços das passagens aéreas. Desse ponto de vista, a redução nos preços das tarifas aéreas faz sentido, pois voar dentro do Brasil, na maioria dos trechos, nos quais a concorrência praticamente inexiste, é muitíssimo mais caro do que viajar para o exterior.

A companhia aérea irlandesa Ryanair, que opera com tarifas de baixo custo na Europa, virá para o continente sul-americano, mas já deixou claro não vai operar no Brasil. “Iniciamos negociações em todos os países da região, menos no Brasil, já que há muita corrupção”, afirmou o executivo da empresa, Tony Ryan. Autorizar em 100% a entrada de capital estrangeiro acarretará, logicamente, mudanças radicais no setor. De todas elas, a mais temida, sem dúvidas, será a pressão sobre as empresas brasileiras e, principalmente, sobre o capital humano. Os baixos custos das empresas modernas são obtidos com uma mistura de poucos funcionários, um suporte massivo nos sistemas de venda e check-in via internet, funcionários que desempenham diversas tarefas simultâneas, além da cobrança por qualquer serviço extra.

Não há mágica: preços baixos vêm acompanhados de prestação de serviços de baixa qualidade. De qualquer forma, é preciso lembrar que durante o longo tempo em que as empresas nacionais voaram sem concorrência, elas cobraram praticamente as tarifas que quiseram, sempre com a desculpa dos altos preços do combustível importado e das peças de reposição e leasing de aeronaves cobrados em moedas estrangeiras. As esquerdas, para quem o Estado é uma vaca gorda de infinitas tetas, chiaram e falam em entreguismo do governo Michel Temer, e lembram que, nem os Estados Unidos, considerados a Meca do liberalismo, permitem 100% de capital estrangeiro no setor. Tampouco, a União Europeia.

Para a nova coalizão política dentro do Congresso, a concorrência trará novos e bem-vindos investimentos. O projeto segue para o Senado, onde deve ser votado até o fim do mês, para não perder a validade. Para um país continental, como o Brasil, a novidade pode ser solução, não só para o turismo, mas para o próprio setor de aviação que vem colecionando deficits ano após ano.

 

A frase que foi pronunciada

“Leve a crítica a sério, mas não como algo pessoal. Se houver alguma verdade na mesma, irás aprender com ela; caso contrário, ignore-a.”

Hillary Clinton

 

Sampa

Iniciativa da Associação Lamara com a rede de salões de beleza Jaques Janine chama a atenção pela sensibilidade. Os maquiadores ensinam mulheres com deficiência visual a usar os apetrechos de beleza com segurança e propriedade.

 

E mais

Além do curso de automaquiagem, a associação presta serviços ao mesmo público-alvo com técnicas para a limpeza de casa, culinária, estudos e até higiene pessoal. %u201CSabemos que não é só a maquiagem que vai definir a autoestima de uma pessoa, mas ela contribui muito para elas se sentirem mais felizes%u201D, diz a coordenadora do Programa do Jovem e do Adulto, Cecília Maria Oka.

 

Feijão

Se você não é afeito a boicotes e estiver achando o preço do feijão muito alto compre bastante milho. O ministro Blairo Maggi, da Agricultura, acaba de sugerir que o preço do milho aumente para melhorar o abastecimento do produto. Dona Efigênia dizia que o feijão e o milho eram a salvação dos pobres. Agora, é preciso verificar.

 

Parabéns!

Por falar em agricultura, comemora 16 anos de existência a carreira de fiscal federal agropecuário. É bom lembrar que esses técnicos, servidores do Ministério da Agricultura, são os responsáveis pelas políticas públicas pela defesa da soberania nacional, promoção do desenvolvimento econômico e social e na geração de riquezas e divisas para o País.

 

História de Brasília

Quando um pai leu para o filho de 9 anos uma poesia de Olavo Bilac na qual o poeta dizia: “Criança, jamais verá um país como este”, o garoto interrompeu o pai para dizer: “É mesmo, né, paiê, rebolado, né? (Publicado em 7/9/1961)

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