Categoria: Íntegra
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Levantamento elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) ainda em janeiro de 2017, dava conta de que o Brasil possuía, na ocasião 16.491 organizações de representação dos interesses econômicos e profissionais. De lá para cá, esse número ultrapassou a casa dos 17 mil sindicatos devidamente registrados. A grande maioria dessas instituições foi criada nos governos Lula e Dilma, graças a política de portas escancaradas, patrocinada pelo comando do PDT no Ministério do Trabalho. O Brasil tornou-se assim, o campeão mundial quando o assunto é esse tipo de corporação. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, esse número não chega a duas centenas.
O número expressivo de sindicatos , criados de afogadilho , dentro da estratégia de expandir os tentáculos do Partido dos Trabalhadores sobre a máquina do Estado, deixou patente que, ao lado das Organizações não-governamentais (ONGs), que tiveram também um crescimento exponencial nessa última década, que o estabelecimento dessas entidades eram, além de um projeto de poder bem urdido, um excelente negócio, principalmente para aqueles que passaram a comandar, com mão de ferro, essas associações, ditas de defesa dos interesses dos trabalhadores e das minorias.
Segundo o Diário da Causa Operária, que circula com o dístico da foice e do martelo estampado orgulhosamente em suas edições, a reforma trabalhista, promovida pelo governo “golpista” de Michel Temer, estabelecendo o fim do imposto sindical obrigatório, provocou uma queda de arrecadação de 88% no caixa dos sindicatos, apenas nos primeiros meses de 2018, o que teria representado um duro ataque do Estado contra os trabalhadores e suas organizações sindicais.
O que esse tipo de análise deixa de fora, e que pesquisas demonstram é que mais de 80% dos trabalhadores sindicalizados não só aplaudiram como endossaram o fim da obrigatoriedade de um imposto que somente no ano de 2016 sorveu dos brasileiros a quantia fabulosa de R$ 3,5 bilhões, isso sem nenhuma fiscalização dos órgãos de controle financeiro do Estado. Trabalhadores não sindicalizados que tinham o desconto em folha começam a buscar os tribunais.
Transformados em satélites políticos dos partidos de esquerda, os sindicatos, na era petista, passaram a atuar apenas como arregimentadores das massas para suporte das diretrizes dessas legendas, deixando em segundo plano os interesses daqueles que custeavam compulsoriamente essas manobras.
Obviamente que desmontar uma estrutura gigante como essa, não é tarefa fácil e não poderá ser levada a cabo apenas por uma legislação, ainda mais quando se sabe que dentro do próprio Supremo Tribunal Federal, que tem assumido as vezes de legisladores há ministros , como Edson Fachin, claramente contra o fim desse imposto.
Recentemente esse magistrado afirmou que o fim desse imposto coloca em risco direitos garantidos pela Constituição Federal. A decisão pelo STF sobre essa questão se dada em 28 de junho próximo. Qualquer que seja o veredito nesse assunto, uma coisa é certa: a hipertrofia dos sindicatos materializou a figura do gigante de pés de barro, deixando claro que até mesmo sobre essas entidades a herança legada pelo lulopetismo contaminou, de modo fatal, a representação de classes.
A frase que ainda não foi pronunciada:
“ Futebol? Não, obrigado. Nós queremos outro Brasil.” Campanha já declarada por muitos brasileiros
Façam para valer
Entra ano, sai ano, os legisladores brilham com a ideia da obrigatoriedade do esporte nas escolas. Faltam professores preparados, falta material, falta ginásio coberto. As escolas públicas de todo o país até hoje não conseguiram formar times representativos em qualquer esporte. Exceção: Os complexos aquáticos.
Incoerente
Por falar em competição, o Colégio Militar, que é público, com excelentes desportistas, músicos e matemáticos, sofre com as Olimpíadas de Matemática. São tão bons que a organização quer afastá-los, já que sempre vencem.
Reconhecimento
Em uma dessas gravações no Whatsapp, o motorista chorava porque depois de 10 dias nas estradas comendo pão adormecido, longe do filho recém nascido, via gente pagando R$9 pela gasolina. Nem tudo está perdido. Os caminhoneiros são heróis por não terem ficado só batendo em panelas. Valeu o susto dado, mostrando que o gigante só tira uma soneca.
Disponível: revistaforum.com.br
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há um grande número de interessados, e os pedidos são feitos para que o sr. Menezes Côrtes não obstrua a votação do projeto, com a apresentação de emendas.
(Publicado em 21.10.1961)
ARI CUNHA
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Anomia , que o dicionário traduz como falta de regras e objetivos, decorrentes de um vazio de significado no cotidiano e da perda de identidade dos indivíduos, é um processo seríssimo , ao qual devemos estar bem atentos, já que parece estar contaminando atualmente os brasileiros de forma profunda e irreversível.
Na anomia, a ausência de autoridades moralmente constituídas, passa a ser um fato visível por todos, fazendo com que os cidadãos se sintam à deriva, participando inconscientemente de processos coletivos e sociais por inércia e com isso , perdendo a própria identidade.
Concorrem para esse fenômeno de esgarçamento do tecido social, além das revelações constantes de que a elite dirigente do país está mergulhada nos mais escandalosos e criminosos casos de corrupção e de enriquecimento ilícitos, os episódios frequentes de violência e de banditismo espalhados pelas principais capitais do país. Com isso, aumenta nos indivíduos a sensação de que as autoridades são impotentes para coibir a criminalidade que infestam as ruas de nossas cidades e lenientes para por um fim nos crimes praticados pelas elites e pelos endinheirados em geral.
Embora seja um fenômeno sentido em muitas partes do mundo hodierno, é no Brasil que o escândalo da corrupção é mais observável e sentido por todos. As revelações vindas do mensalão e do petrolão e outros do gênero, fizeram aumentar no cidadão a sensação de que os governos que vieram com o fim do período militar, não foram capazes de dar uma orientação séria para o país, muito menos o aglomerado de partidos políticos, formado apenas para sorver os recursos públicos fáceis e abundantes.
A anomia entre nós foi extremamente vitaminada pela difusão da chamada revolução cultural Gramsciana ou marxismo cultural feita de forma silenciosa pelos partidos de esquerda, mormente pelo Partido dos Trabalhadores, visando destruir na sociedade qualquer resquício “burguês”, seja de família, pátria, religião, transformando os professores e educadores em militantes ideológicos e incitando brasileiros contra brasileiros, como se tem visto . Com isso, aumentaram na sociedade de forma generalizada, os episódios que podem ser claramente classificados como de desobediência civil .
Mesmo na base da pirâmide as exacerbações e distorções difundidas por uma falsa doutrina de direitos humanos, outorgando mais privilégios a bandidos do que ao cidadão comum, fizeram crescer entre os brasileiros, o sentimento de que todos aqueles que vivem à margem da lei parecem usufruir de maiores benefícios e regalias.
Exemplos dessa anomia surgem em toda a parte, desde as gigantescas manifestações de rua, passando pelos ataques frequentes a políticos, magistrados e outros figurões da república, nas invasões e grilagens de terras, invasões de prédios públicos, na depredação e pichações de prédios, na greve dos caminhoneiros, na desobediência a diretrizes da própria justiça, nos ataques aos professores, médicos e outros profissionais.
Também não é sem motivo que alguns, em desespero, chegam a cogitar a volta dos militares ao poder, para por um pouco de ordem num país que parece desmanchar aos olhos de todos.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, quem tem ética parece anormal.” Mário Covas
Maldade
Na parada antes da ponte JK a moça fez sinal para o ônibus da Pioneira parar. O olhar era de esperança mas o sorriso nervoso mostrava que dependia da boa vontade do motorista, que não parou. Depois disso só deu para ver o olhar conformado em direção à pista, buscando o próximo. Foi ontem, por volta das 3h40, sentido São Sebastião, ônibus da Pioneira Área 2, linha 147.2, número 220833.
Correio
Erro no uso da palavra gera reclamações para a instituição errada. Cartas são entregues nos Correios (plural). O jornal conceituado de Brasília é o Correio (no singular). Pois bem. No portal do Reclame aqui, os protestos contra correspondência e encomendas extraviadas aparecem trazem o responsável como o Correio. Seria bom que os responsáveis corrigissem.
Insuportável
Depois da proposta inconstitucional do deputado distrital petista Ricardo Valle sobre a Lei do Barulho quem quer silêncio está sofrendo mais. É preciso que o GDF disponibilize espaço no portal para receber e publicar as reclamações da população sobre altos decibéis fora de hora. O que não é possível é ter que aturar uma festa que se estende até as 3h40 da manhã de uma segunda-feira e ninguém faz nada, por falta de canais de comunicação.
E mais
A polícia também é conivente com os decibéis madrugada a dentro. Festas desse tipo são um achado para quem busca drogas e traficantes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há, na Câmara, um projeto do Mons. Arruda Câmara, efetivando todos os interinos com mais de cinco anos de trabalho. A justificação do projeto é a de que um funcionário com cinco anos de interinidade já deu prova de merecimento, ou já teria sido demitido.
(Publicado em 21.10.1961)
Enap Entrevista: Secretário Federal de Controle Interno da CGU, Antônio Leonel
ARI CUNHA
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Descrédito parece ser a palavra que melhor traduz, hoje, o sentimento que a maioria dos cidadãos nutre com relação às lideranças políticas. Não apenas no Brasil, mas em grande parte dos países do Ocidente. De fato, há um misto de desencanto e frustração que parece permear a maioria das sociedades modernas com relação aos seus governantes.
No Brasil, essa sensação é elevada, ainda, com as denúncias de corrupção generalizadas que eclodem a cada dia. No nosso caso particular, a situação parece caminhar para um ponto de inflexão de tal ordem, que muitos brasileiros já se declaram, abertamente, a favor de uma intervenção militar e de um endurecimento institucional.
Para uma democracia que mal começou a se firmar de pé, seria um enorme retrocesso. Os próprios comandantes das Forças Armadas, já se apressaram, mais de uma vez, em afastar essa possibilidade. Do ponto de vista histórico, dizem os especialistas, parece haver uma repetição dos acontecimentos que varreram o país no início dos anos sessenta. Obviamente que essa impressão é falsa.
De toda a forma, o que parece ser semelhante não é igual. Mas uma coisa não mudou neste meio século que nos separam daquele março de 1964: a vocação da nossa classe política e civil para entornar o caldo das crises.
A distância que nos separa daquele 31 de março permite-nos analisar, com clareza, o desenrolar dos fatos. Naquela ocasião, como hoje, o laboratório das crises institucionais permaneceu no mesmo lugar, ou seja, no coração dos partidos. No caso atual, nos mais de trinta partidos que envolvem como moscas uma república carcomida por dentro.
Neste sentido, os acontecimentos do passado, induzidos pela classe política, são os mesmos que parecem nos empurrar para o beco sem saída do caos atual. A crise, que faz com que muita gente sonhe com a volta do passado, irradia seus gases mortíferos, por obra e graça das atuais lideranças políticas. Algumas delas, inclusive, processadas e presas.
Não há, como alguns irresponsáveis querem fazer crer, uma agitação nos quartéis. Há, isso sim, um contínuo mal comportamento dos dirigentes políticos, boa parte flagrada em malfeitorias. Para onde se volte a vista, a Leste ou Oeste, esquerda ou direita, há sinais claros de desarranjo.
Para aqueles que tem seus nomes inscritos nesse vendaval de ilicitudes, revelados por Operações como a Lava Jato, a saída dos militares dos quartéis, ao empurrar o país ladeira abaixo numa crise sem precedentes, ajudaria a desviar atenção de todos e acabaria por colocar todos no mesmo balaio de gatos.
De semelhante tem-se o fato de ontem, com o hoje, a sociedade assiste a tudo de camarote, meio atônita, meio indiferente. Criativa, prefere criar piadas novas pelo WhatsApp ou Facebook do que engendrar uma saída cidadã. Mudando-se os slogans, temos que a marcha pela família com Deus pela Liberdade, ocorrida entre março e junho de 1964, possui similaridades com as gigantescas manifestações de rua havidas em 2013. Lá, como agora, o alvo eram os traidores da legalidade, os embusteiros de sempre, os milagreiros, os Odoricos Paraguaçu que teimam em nos ameaçar com suas prestidigitações políticas.
Se ontem coube aos militares o papel de promover uma faxina necessária, impedindo que o país seguisse o sendero cubano, hoje essa tarefa já pode ser desempenhada com maestria pelos xerifes da lei, com o Ministério Público à frente.
A frase que foi pronunciada:
“Os verdadeiros artistas e criadores constituem sempre contra-governos, governos nas sombras a partir das quais vão impugnando as certezas, as retóricas, as ficções ou verdades oficiais e recordando, no que pintam, compõem, interpretam ou fabulam que, contrariamente ao que sustém o poder, o mundo vai muito mal, e que a vida real estará sempre abaixo dos sonhos e dos desejos humanos.”
Mario Vargas Llosa
Sem soberania
Sem punição exemplar e sem a necessidade de revitalizar o estrago feito. Depois do Rio Doce e de Paracatu, agora é a vez da mineradora Barcarena, no Pará. Poluição na água potável que servia a população. O Ministério Público já iniciou o trâmite para impedir estragos maiores.
Visual
Tristeza profunda ver que, até hoje, no Paranoá Parque, nem moradores, nem governo tiveram a preocupação de plantar árvores para dar frutos e mais vida ao local. Trator, cimento, caixa d’água e muito barro. Casa própria em lugar sem vida.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Enfraquecida, a posição do Primeiro-Ministro, ao sugerir a instalação de um gabinete no Rio e outro em Brasília. (Publicado em 14.10.1961)
ARI CUNHA
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Com o anúncio, publicado no Diário Oficial do DF, na qual faz uma consulta pública para a cotação de preços, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) revelou que está em busca de um empréstimo urgente de R$ 35 milhões para garantir liquidez financeira e com isso cobrir gastos com infraestrutura e ações judiciais pendentes com a construção do bairro Noroeste entre passivos.
O que vem acontecendo com essa empresa não é novidade e já vem sendo anunciado pela imprensa desde 2014. A crise que se abateu sobre a Terracap, a ponto de quase levá-la a completa falência, decorre dos mesmos fatores que tem vitimado a maioria das empresas públicas por esse país afora: a utilização das estatais para fins políticos, o que pode ser traduzido por ingerência duvidosa de agentes políticos nos negócios dessas empresas, obrigando-as a financiarem negócios nebulosos e que, ao fim ao cabo, rendem lucros bilionários apenas para esses grupos .
Observadas de um ponto vista geral, o que vem acontecendo com as finanças da Terracap, não é muito diferente do que aconteceu com a Petrobras. Submetida aos caprichos e a falta de ética de muitos políticos, essa empresa que já foi a maior financiadora de obras de infraestrutura do DF passa agora por uma crise sem precedentes, o que fez com que a arrecadação desabasse de R$ 1,6 bilhão para R$ 360 milhões.
Deduzidos impostos e taxas o lucro líquido baixou de R$ 778 milhões para apenas R$ 19 milhões. Para alguns analistas a persistir com esse balanço negativo a empresa chegará a um ponto em que sua receita já não será suficiente para cobrir seus custos fixos e a empresa poderá ser fechada.
Desde que se viu obrigada a investir R$ 1,5 bilhão na construção do estádio Mané Garrincha, a obra mais polêmica e desnecessária de toda a história da capital e que rendeu um prejuízo estimado hoje em R$ 1,36 bilhão, a Terracap nunca mais se equilibrou. Pelo contrário, entrou num redemoinho de dificuldades em suas finanças, de tal ordem, que mesmo as medidas adotadas, de afogadilho, para sanear seus rendimentos, ainda estão longe de trazer de volta dos bons anos de bonança.
Para uma empresa que ainda é a maior proprietária de lotes do Distrito Federal, embora não se conheça até hoje a lista de imóveis sobre seu controle, fica até difícil explicar aos possíveis credores , como foi que ela entrou no vermelho. O fato é que , desde a emancipação política da capital, com a instalação de uma custosa, ineficiente e desnecessária máquina administrativa, os políticos locais , em diversas ocasiões, miraram os negócios da Terracap, principalmente quando se descobriu que o loteamento desordenado de terras públicas poderia render bons resultados para os diversos grupos que tinham trânsito livre entre o Palácio do Buriti e a Câmara Legislativa.
Transformado em moeda de troca política, dentro da lógica que se estabeleceu de “um lote por um voto”, a Terracap virou joguete na mãos da elite política local. Deu no que deu.
A frase que foi pronunciada:
“Há três coisas que só se faz uma vez: nascer, morrer e votar no PT”.
Ex-senador Mão Santa
Perspectivas
Brasil e Japão assinam documento sobre cooperação em turismo. A emissão de visto eletrônico para cidadãos japoneses começou em 11 de janeiro, para promover o intercâmbio de turismo interativo no futuro. Em uma pesquisa no país do sol nascente “Brasil Turismo Ranking de popularidade Top 100
o lugar preferido entre os japoneses que já vieram ao Brasil foram as Cataratas do Iguaçu e em segundo lugar o Cristo Redentor.
Deferidas
Sobre o número de pedidos de permanência de refugiados no Brasil, segundo a Acnur, a estatística de 2017 publicada mostra que 230 foram de sírios, 108 pessoas da República Democrática do Congo e 26 da Palestina. No total, só 40% dos pedidos foram aceitos.
Be a bá
É espantoso que o TCU precise investigar empréstimos feitos a estados e municípios. O mínimo da burocracia seria exigir como contrapartida o espelho dos gastos, já que o dinheiro recebido é público. Qualquer ilegalidade apresentada traria consequências. Mas o que o ocorre, é que dinheiro vai a rodo e ninguém precisa explicar como gastou. Basta acompanhar os escândalos da Caixa e BNDES.
Passado
Deputado Rodrigo Maia e outros políticos dizem querer que Lula participe das eleições como candidato. A história, inclusive de Brasília, mostra que a arrogância pode surpreender. Muita calma nessa hora!
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Os anais da Câmara registrarão, certamente, as palavras do sr. Benjamin Farah na Câmara dos Deputados, defendendo a volta da Capital para o Rio. Um dia, ele mesmo, envergonhado, verá quanto vale um homem ficar calado quando não sabe o que está dizendo.(Publicado em 13.10.1961)
ARI CUNHA
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Houvesse apenas uma bala de canhão a ser disparada, sem dúvida nenhuma, esse tiro deveria ser voltado contra a cartilha contendo os antigos métodos de fazer política. Este é o principal obstáculo que impede o país de adentrar definitivamente para a modernidade e cumprir, assim, seu objetivo maior que é dar garantia de vida mais digna a todos os brasileiros.
Uma vez destruído o velho manual político, herdado e seguido à risca pela grande maioria das lideranças com assento no Congresso e no Executivo, muitas das mazelas que atormentam a vida do cidadão de bem, por séculos, deixariam de existir, fulminadas pelo disparo certeiro. É com base nas velhas práticas políticas que vamos, revivendo, ano após ano, eleição, após eleição, os mesmos aspectos de nosso subdesenvolvimento, numa jornada inútil que, a semelhança de um cachorro doido, corre desesperado atrás do rabo, sem jamais alcançá-lo. 2018, de acordo com o horóscopo chinês, será regido pelo Cão e pode ser literalmente um ano de cão, caso prevaleçam as mesmas condições que mantém o país no poço do atraso. Se quantidade denotasse qualidade, pelo número de partidos políticos que orbitam o Legislativo atualmente, seríamos exemplo de democracia para outras nações. Nesse quesito, servimos bem, e isso sim, como um modelo de pluripartidarismo que não deve ser seguido por ninguém, sob pena de impor ao cidadão o ônus de vir a sustentar uma superestrutura política composta por legendas que, em sua grande maioria, existem apenas como sigla de aluguel e para sorver recursos públicos a mancheia e que benefício nenhum presta à sociedade.
É na velha e encardida cartilha que estão preceituadas as regras para o loteamento das estatais e dos principais órgãos da administração pública. A indicação de pessoas desqualificadas para ocuparem cargos eminentemente técnicos, tem como estratégia, e isso já foi mais do que provado, favorecer o partido que apadrinhou a nomeação e dessa forma, abrir os cofres dessas empresas e órgãos públicos ao tráfico de influência dessas legendas. A cada quatro anos após as eleições recomeça tudo de novo, com a composição de novos membros do governo, novas nomeações, novos acordos políticos para a formação das bancadas de apoio ao Executivo, tudo feito dentro da velha regra da dança das cadeiras em que os personagens de sempre correm atrás de um assento que lhe garanta bons rendimentos.
Demagogia, corrupção, fisiologia e patrimonialismo escancarados permanecem inalterados. Após a acomodação de todos, com cada um garantindo seu quinhão do Estado, tem início a corrida por emendas parlamentares e de bancadas, novos financiamentos para as próximas eleições, fundos partidários e outras verbas tiradas do bolso do cidadão, conforme orienta a velha cartilha política.
A frase que foi pronunciada:
“A cultura devora a estratégia no café da manhã”
Peter Drucker
Contraste
Supervisão do campus. Trabalho eficiente e ágil no Uniceub. Um pendrive esquecido na biblioteca foi recuperado graças às câmeras e à presteza da equipe. Já na Biblioteca da UnB ou na Sala de Estudos 24h, sabendo da falta de segurança, pessoas entram com o intuito de furtar. Dezenas de laptops são levados na Universidade de Brasília e nada é feito em favor da segurança dos estudantes.
Perigo
Correm mais perigo os pedestres que se aventuram a caminhar nas poucas calçadas entre as quadras QI e QL do Lago Norte. Sem redutor de velocidade para os carros, o perigo é constante.
Mobilidade zero
Um passeio em Taguatinga com carrinho de bebê é um malabarismo. Calçadas em diferentes níveis, buracos, carros estacionando. Um caos.
Leitor
A verba do questionável e não honesto fundo partidário foi dobrada de um ano para cá; saltou de mais de 800 milhões este ano para mais de 1,6 bilhões de reais ( ! ) em 2018.
Aeroporto
Se está escrito que é proibido estacionar, não estacione. A Polícia Militar avisa que as multas no aeroporto são perfeitamente corretas. Melhor usar o estacionamento para receber os viajantes. Pelo menos custa menos que os R$120 de multa.
Gesto
Muita gente gostaria de doar o cabelo mas não sabe o que fazer. A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília recebe e confecciona a peruca que é feita por voluntárias e entregue às pacientes. O telefone para os interessados em doar é 3315-1278 e 3364-5467.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O pior disto é que a retenção das faturas, para serem soltas depois de arrecadados os 2%, é feita sob a alegação de que o dinheiro é “para a caixinha do Serejo”. (Publicado em 13.10.1961)
ARI CUNHA
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Não é de hoje que a grande maioria dos brasilienses conhece os riscos de circular por inúmeras localidades da capital, a qualquer hora do dia ou da noite. Assaltos, roubos, furtos, assassinatos, espancamentos e outros tipos de violência vêm tomando conta da capital. Nem mesmo os lugares centrais da cidade, próximos às delegacias e a outros pontos de segurança, escapam da violência diária.
Considerada, por sua localização central, o principal ponto de intersecção da cidade, por onde circulam centenas de milhares de pessoas a cada dia, a Rodoviária do Plano Piloto e sua grande área em volta são vistas por muitos brasilienses e pelas próprias autoridades de segurança como uma região sensível e de alta periculosidade pelo grande número de ocorrências.
Somente pessoas que não conhecem a capital, como é o caso de turistas desavisados, ousam circular por essas regiões quando a noite cai. Ocorre que é justamente nesse local que está instalada a grande maioria dos hotéis da cidade. Quando não são feitos passeios em grupos a lugares predeterminados, os hotéis, normalmente, alertam seus hóspedes a ficarem em seus quartos e evitarem as ruas escuras.
Para uma capital, vista pelo mundo como exemplo de modernidade urbana, tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade, uma situação vexatória como esta de reter turistas em hotéis, joga por terra os nossos conceitos de civilização e nos remete a situações que nos colocam como sociedade primitiva, em que as mais simples demonstrações de civilidade, como o respeito à integridade das pessoas, são desprezadas e negligenciadas.
Para aqueles turistas que experimentaram pessoalmente o trauma da nossa violência cotidiana, fica não só a lembrança de momentos de sofrimento, mas, em muitos deles, a certeza de que por essas bandas jamais retornarão. Para as áreas ligadas ao turismo em particular, ficam os prejuízos. Para a imagem da cidade, em tempos de instantaneidade e disseminação das redes sociais, ficam os alertas daqueles turistas para que evitem visitar a capital.
Embora se respeite os sentimentos daqueles que se dizem ofendidos pelas recomendações das autoridades estrangeiras para que os turistas evitem suas cidades, é preciso destacar que muitos desses moradores reconhecem, publicamente, até em manifestações corriqueiras contra o fim da violência, que esse é o principal e mais urgente problema da maioria de nossas cidades.
Nada de prático advém também a nota de repúdio, emitida pelo GDF, contra o alerta do Departamento de Estado norte-americano, ainda mais quando alega, de forma generalizada, que crimes ocorrem em qualquer cidade do mundo e que a segurança em nossas regiões administrativas não pode ser comparada com outras localidades violentas tanto no Brasil quanto no exterior.
Pelo que é noticiado diariamente na imprensa e pelas estatísticas anuais dos órgãos de segurança, a violência, em todas as suas formas, é nossa mais grave questão atual a requerer medidas a altura do problema. A criminalidade no Distrito Federal deixou de ser um problema, antes mais comuns nas áreas periféricas e carentes da capital. A violência migrou para o centro urbano, para as Superquadras do Plano Piloto e ocorre até nas imediações de palácios e outros pontos famosos.
O abandono dos antigos Postos Comunitários de Segurança (PCS), construídos por meio de altos recursos tomados dos contribuintes, espalhados por toda a cidade e logo depois queimados e destruídos pelos marginais, falam mais alto do que os informes oficiais e atestam um problema que é crônico até para autoridades de outras nações distantes.
A frase que foi pronunciada
“A sociedade se divide em duas classes: os que têm mais refeições do que apetite e os que têm mais apetite do que refeições.”
Sébastien Roch Nicolas Chamfort, poeta, jornalista, humorista e moralista francês
Eleitoral
Breve o TSE iniciará a exibição em cadeia nacional, durante cinco minutos, de campanha para incentivar a participação de mulheres e negros na política. Além disso terá a árdua tarefa de esclarecer aos cidadãos sobre o sistema eleitoral.
Release
A Câmara de Dirigentes Lojistas do DF acaba de divulgar o número de inadimplentes em dezembro de 2017: 906 mil pessoas (39,53% da população entre 18 e 94 anos), dado levantado pelo SPC Brasil. O número ainda é alto, mas a expectativa é de melhora econômica, apesar de lenta. No comércio, as dívidas em atraso no DF diminuíram 17,12%.
História de Brasília
O embaixador Moacyr Briggs, do Dasp, instituiu um curso interno de formação, para funcionários dos níveis 5 a 10. Como os funcionários não se interessassem pelo curso, começaram a faltar, e já quase não há mais frequentadores. (Publicado em 12/10/1961)
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Estados Unidos, Canadá, França, Espanha, Itália, Reino Unido e Japão emitiram alerta para que seus cidadãos em viagens ao Brasil se cerquem de cautelas ou simplesmente evitem diversas regiões do país. O sinal foi dado por conta dos altíssimos índices de criminalidade registrados. Mostram que a questão da falta de segurança interna, por suas dimensões, se tornou também uma preocupação internacional.
Recomendações como essas colocam o Brasil no mesmo patamar de nações conflagradas pelas guerras, com a diferença de que aqui se tem matado mais e por muito menos. Obviamente, estar incluído numa listagem desse tipo traz inúmeras consequências nefastas não só para a imagem do país, mas, principalmente, para a economia interna, sobretudo, àquelas ligadas às áreas de turismo.
Os assaltos e assassinatos de turistas pelo país afora sempre aconteceram. Ocorre, no entanto, que, nos últimos anos, os registros nas delegacias especializadas têm aumentado assustadoramente. Com 61.619 mortes violentas, registradas em 2016, o Brasil, na concepção de muitas agências de turismo e de muitos viajantes independentes, é considerado um roteiro de alto risco mesmo para quem conhece o país.
Com o alerta emitido pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos para que seus cidadãos evitem também diversas localidades aqui na capital, Brasília passou a integrar a listagem de lugares perigosos para a circulação de turistas.
De acordo o Departamento de Estado norte-americano quatro grandes regiões administrativas do Distrito Federal — Ceilândia, Santa Maria, São Sebastião e Paranoá — devem ser evitadas, assim como áreas centrais como a Rodoviária do Plano Piloto e adjacências. Além do informe oficial das autoridades e da imprensa, é claro que os comunicados passados pelos próprios turistas, por meio das redes sociais, chegam instantaneamente ao conhecimento de grande número de pessoas pelo mundo afora, criando uma onda de paranoia e medo que só tem paralelo com o sentimento do próprio turista que experimenta na pele a violência nossa de cada dia.
Não por coincidência, justamente, nessas regiões foram registrados os quatro primeiros casos de homicídio na passagem do ano. O comunicado aos seus cidadãos alerta ainda que as atividades do crime organizado são generalizadas no país, devendo o turista evitar esses locais, não caminhar e circular à noite, não exibir sinais de riqueza, evitar uso de relógios e joias caras, não reagir a assaltos, evitar estranhos e tomar todo o cuidado com transporte público, principalmente no período noturno. Tudo o que o brasileiro faz por precaução e hábito.
Pelo número de restrições que é colocado pelo alerta das autoridades americanas, dá para imaginar que, para o cidadão comum daquele país, a simples intenção de vir fazer turismo no Brasil e conhecer a sua capital, pelos riscos que a envolvem, essa empreitada merece ser pensada duas vezes, senão posta de lado de uma vez, dadas as consequências, até fatais, dessa decisão.
A frase que foi pronunciada:
“O rio do tempo leva consigo suas margens.”
Robert Musil, escritor austríaco
O que é que isso?
Aos poucos as pessoas estão se dando conta de que não vale a pena se conformar com abusos. Impedida de entrar em um hospital para visita por estar uniformizada, a senhora buscou os tribunais. O juiz de direito Marcelo Coelho de Carvalho, da 2ª turma Recursal do Tribunal de Justiça do Acre, condenou um hospital a indenizar a querelante por danos morais. “A Justiça não atende a quem dorme.”
Culpado
Outro caso interessante foi o de um carro clonado. A vítima foi multada sem cometer qualquer infração. O juiz da 3ª Vara do JE da Fazenda Pública apontou que o proprietário, por ser vítima da fraude, não pode ser eternamente condenado por infrações de trânsito. A obrigação de resolver a situação foi passada ao Detran.
Doação identificada
Durante as eleições deste ano, instituições contratadas vão poder arrecadar recursos para candidatos. Será feito um cadastro e cada doador, identificado pelo nome e quantia doada.
Sem limite
Outra novidade importante de chegar à opinião pública é que o uso de automóvel do candidato, cônjuge e até o terceiro grau de parentesco, para uso pessoal durante a campanha está dispensado de comprovação na prestação de contas.
História de Brasília
De Viçosa, Minas, a Brasília, uma carta levou sete dias. Do DCT de Brasília para a SQS 114, com endereço certinho e tudo, levou quatro meses e oito dias. Não pode estar certa uma repartição com esse gabarito. (Publicado em 12/10/1961)
ARI CUNHA
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Desde 1960
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com Circe Cunha e Mamfil
Forem amarradas as pontas algumas das principais variáveis que caracterizam o Brasil hoje, fica mais fácil entender não só o desenrolar do processo político mas até o que virá a seguir. Dessa forma não seria lugar comum afirmar que o pano de fundo atual irá ditar o que teremos em termos de eleição para este ano.
Antes de tudo é preciso ressaltar que o principal problema do país, caracterizado pela desigualdade social e de renda, definitivamente continua sem resolução, apesar da propaganda massiva feita nos últimos anos por governos pretensamente ligados as massas. O Brasil segue, segundo Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), levantado pelas Nações Unidas, como o décimo país mais desigual do planeta. Não é pouca coisa. Temos em nossa companhia países como o Haiti, Zâmbia, Paraguai e outros.
É com características negativas e históricas como essas que podemos entender, o perfil da maioria das candidaturas postas à apreciação do eleitor. Se formos ligar essa realidade ao fato de que é justamente em países desiguais que as teses e os candidatos populistas mais prosperam, temos que o Brasil do século XXI ainda é um prato cheio para o lançamento e para crescimento de populistas de qualquer vertente política, seja de esquerda ou de direita.
Em comum, candidatos com esse perfil, sabem explorar muito bem aspectos da desigualdade social e econômica, quer usando-a para demonizar tudo em volta, como faz o candidato do tipo vingador, quer se apresentando como única alternativa ao caos, como gosta de se apresentar o candidato do tipo salvador. Obviamente que nenhum, nem outro tem a menor ideia do que fazer, logo após as eleições.
Esse pano de fundo explica porque candidatos, aparentemente tão diferentes, como Lula e Bolsonaro prosseguem ainda surfando na preferência nacional, segundo números mostrados pelos principais órgãos de pesquisa de opinião do país.
Desde os anos trinta do século passado, a fórmula que resulta no populismo encontra guarida entre os brasileiros. Este fato se explica também porque a boa parte da nação já percebeu que as instituições do Estado, todas elas, parecem funcionar apenas para atender aos reclames dos estamentos de cima da pirâmide social, deixando a base larga, desamparada e à mercê de destino incerto.
Escolas, hospitais, segurança, moradia, transportes, seguridade, justiça ou seja lá quais serviços prestados pelo Estado, não atendem as necessidades da população de baixa renda. A janela que se abre para o cidadão alterar essa realidade de abandono é dada pelas eleições cíclicas. É nesse momento que entram em cena os candidatos que sabem explorar essas carências do Estado.
Colocando-se acima dos partidos e da instituições, populistas de todas as matizes se apresentam como alternativa e contra “a tudo que está aí” e é assim que todos logram êxito, décadas após décadas, enquanto as péssimas condições sociais e de renda persistirem, pois é em cima da miséria que candidatos como Lula e Bolsonaro armam seus palanques ou palcos.
A frase que foi pronunciada:
“Esse ignóbil Baile de Máscaras se chama sociedade.”
Stendhal, escritor francês.
E agora?
Na conta da Caesb há a indicação Água/esgoto para descrever o custo da prestação de serviço de abastecimento de água e de esgotamento sanitário.
Há também uma taxa paga pelos consumidores criada pela Lei Complementar nº 711 de 13 de setembro de 2005, ou seja, há 13 anos os consumidores pagam para que a Caesb fiscalize o uso dos recursos hídricos. Além disso o texto explicativo esclarece que há a cobrança da TFS, uma taxa de fiscalização sobre serviços públicos de abastecimento de água e esgoto. Resumindo, o nosso leitor que mora no SHDB QL 32 contradiz com provas o que respondeu a Caesb sobre a cobrança de taxa de esgoto para quem tem fossa. A conta do consumidor foi postada no blog do Ari Cunha.
Vai entender
Biblioteca do Paranoá fechada em plenas férias. Não seria um ótimo momento para estimular a meninada à leitura?
Lucro & Prejuízo
Acontece sempre de uma hora para outra. No IMP Concursos da Asa Sul, na SGAS 603, há um contraste. Enquanto lá dentro ótimos professores dão aulas consistentes, do lado de fora uma quadrilha age há vários anos roubando os pneus dos carros dos estudantes. Nos dois estacionamentos. Ao chegar no carro, quatro rodas roubadas. Seria uma consideração inestimável a quem paga o curso ter, no mínimo, o patrimônio resguardado.
Só para lembrar
Roberto Jefferson. Foi corajoso em dar o primeiro rasgo na cortina que escondia escândalos de corrupção na política. Agora, Lupcínio Rodrigues deixou seu olho roxo. Novamente.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
As chuvas chegaram no dia seguinte à escolha do Prefeito. Brasília teve duas satisfações ao mesmo tempo. (Publicado em 12.10.1961)
Políticas públicas não acompanham o envelhecimento da população brasileira
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil
Com o envelhecimento em ritmo acelerado da população brasileira, problemas relativos ao atendimento especial que essa parcela da sociedade requer e que em países da Europa levaram mais de um século para serem equacionados terão por aqui que receber um tratamento mais ligeiro e imediato, o que pode implicar em erros e soluções imediatistas e insatisfatórias. É senso comum que o Estado, diante de um desafio de enormes proporções, não esta absolutamente preparado para atender. As carências nesta área começam pelo desenho urbano de nossas ruas e avenidas, flagrantemente inadequadas para a circulação, com segurança desse novo contingente. Com relação aos transportes públicos a situação é ainda mais complicada. Nossos veículos de transporte de massa não são adaptados a acolher satisfatoriamente nossos idosos, levando e trazendo uma população que necessita cuidados especiais. Segundo pesquisa do IBGE a população brasileira com 60 anos ou mais alcançará 66.5 milhões até a metade desse século. Trata-se de um número fantástico.
Com isso as políticas públicas terão que sofrer profundas mudanças na saúde, na assistência social e na previdência. A legislação, como um todo, também deverá sofrer alterações de monta para se adaptar aos novos tempos. Sem políticas claras nem eficazes para enfrentar a nova realidade demográfica, o Estado brasileiro necessita adotar, urgentemente, um conjunto de medidas que visem, ao menos, tornar a vida dessas pessoas um pouco menos sofrida. Pesquisadores alertam para o fato de que a faixa da população que mais cresce hoje no país é composta por indivíduos com média de 80 anos ou mais. Definitivamente, e todos disso sabem, não temos cidades adaptadas para atender as necessidades especiais dessa faixa etária.
Mais do que qualquer outro desafio que temos pela frente, e o Brasil tem muitos, a questão do idoso não pode ser adiada e empurrada para gestões futuras. Para um Estado que tem sido, desde a sua origem, um ingrato com seus cidadãos contribuintes, arrancando deles muito mais do que dá em troca, a tarefa que se apresenta agora é gigantesca.
Como preparar, em tão pouco tempo, um país inteiro para receber os idosos, numa etapa da vida em que naturalmente as pessoas se tornam mais dependentes e frágeis, em que aumentam os cuidados com a saúde, com a locomoção, o pronto atendimento, a moradia, a segurança, a previdência. Brasília por seu desenho urbano moderno pode com mais facilidades que outros estados da federação ser adaptada para acolher os idosos que chegam com mais dignidade, proporcionando uma vida de segurança para todos. A questão mais urgente é que até o momento não se observam alterações significativas sendo realizadas para esses novos tempos que se avizinham.
A impressão é de que as autoridades ainda não acordaram para um tempo que definitivamente já chegou.
A frase que foi pronunciada:
“O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação.”
Oscar Wilde, sem saber que no Brasil a piada é a chave da inércia.
Resposta
A Caesb esclarece que são equivocadas as informações divulgadas na coluna Ari Cunha, sábado (06/01), sobre o sistema de esgotamento sanitário no Lago Sul e sobre cobrança indevida de tarifa de esgotos sem que o cliente tenha esse benefício. A Caesb só cobra tarifa de esgotos nos locais onde o serviço já foi liberado para utilização dos moradores. Mesmo assim, a Companhia concede um prazo de trinta dias, depois da comunicação para que o cliente faça a interligação da sua rede interna à rede de coleta de esgotos da Caesb.
E continua
Quanto à situação do serviço de esgotamento sanitário no Lago Sul, informamos que o bairro é atendido por esse benefício, com exceção apenas para as QI e QL de 26 a 29, que estão em obra e serão interligadas ao sistema ainda neste semestre. A Caesb precisa ser informada sobre qualquer irregularidade ou erro na distribuição e cobrança dos seus serviços pelo telefone 115, pelo site da Companhia (www.caesb.df.gov.br) ou por meios de seus escritórios de atendimento.
Crime
Nullum crimen nulla poena sine praevia lege penale. Outro tipo de furto que passa sem o conhecimento dos contribuintes brasileiros é o furto aos dutos de movimentação de combustíveis. Um novo Projeto de Lei tramita na Câmara dos Deputados tipificando esse tipo de crime. Na verdade, há uma lei que define os crimes contra a ordem econômica, mas a intenção é tipificar e punir o crime.
Maldade
Na Internet corre uma pergunta intrigante. A transmissão de cargo para os novos eleitos será com faixas ou com tornozeleiras eletrônicas?
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Com efeito, o Departamento de Parques e Jardins está com a razão, porque não adianta preparar jardim para seis meses do ano, somente, enquanto nos demais, o sol acabará com tudo. (Publicado em 12.10.1961)