Brasil Colônia

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

 

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              De acordo com a última análise feita pela Organização Meteorológica Mundial, órgão ligado à Nações Unidas, o calor provocado pela emissão de gases do efeito estufa em 2017, fez, deste ano, o mais quente sem o “El Niño” e o que é pior, prosseguiu mantendo uma tendência ascendente. Para os cientistas, isso significa que haverá repercussões profundas e duradouras em outras partes do mundo, impulsionando as temperaturas globais a cada ano e dando um ritmo acelerado às mudanças climáticas, o que pode representar uma ameaça existencial para o planeta.

         A constatação de que o clima vem, a cada ano, apresentando extremos em vários países do mundo, com nevascas e frio assustadores em alguns locais, secas com ondas de calor nunca antes experimentadas em outras partes, assim como enchentes avassaladoras e chuvas torrenciais em outras localidades, mostram que os desastres climáticos já são uma realidade presente.

        O aumento e a acidificação dos oceanos são outro fenômeno já sentido em todo o planeta, o que já tem provocado impactos sensíveis para a economia de várias nações. As rápidas mudanças climáticas, aliadas ao aumento da pobreza e a destruição dos ecossistemas e ao uso inapropriado da terra, vem resultando em migrações de milhões de pessoas para outras partes do planeta em busca de sobrevivência.

          Diante de um quadro desse, que já extrapolou inclusive as piores previsões científicas, vindo a se tornar em uma realidade diária e crescente, não se entende como o Brasil ainda faça orelhas moucas para esse problema, que é de todos igualmente, e prossiga indiferente na sua política agrária baseada na monocultura de commodities, que tem na derrubada de florestas e na destruição do meio ambiente seu custo mais visível.

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           Soa incrivelmente anacrônico e irresponsável que ante um planeta que parece se dissolver diante de todos, ainda tenhamos a ousadia de permitir que nossos recursos naturais sejam destruídos para dar lugar à uma atividade econômica que, já reconhecidamente predatória, visa apenas o lucro rápido e fácil de uma pequena parcela da sociedade.

            A notícia de que avançou no Senado o projeto de lei (PLS 626/2011) permitindo o cultivo de cana-de-açúcar na Amazônia Legal, mais do que um motivo de preocupação e censura mundial, deixa patente nossa intenção de ir na contramão dos esforços da humanidade para salvar o planeta.

          A proposta esdrúxula estabelece que o plantio se dará apenas nas áreas degradadas ou sem capacidade de regeneração natural, o que é uma falácia sem tamanho. Todos sabemos, que nas áreas onde foram introduzidas a cultura da cana-de-açúcar o que houve foi o avanço dessa espécie sobre as áreas limítrofes, resultando na degradação e no esgotamento do solo, levando, isso sim, à formação de grandes áreas desérticas e imprestáveis.

             Falar em proteção ao meio ambiente, na conservação da biodiversidade com a utilização racional dos recursos naturais e respeito ao trabalhador rural, conforme expresso na proposta, serve apenas para dar um rótulo colorido à uma iniciativa insensata e que traz o selo do retrocesso ambiental, patrocinado pela tal bancada ruralista. Além disso, o que pode ocorrer com essa iniciativa é que a expansão dos canaviais na Amazônia crie nova fonte de pressão para a grilagem de terras e o desmatamento ilegal e sem controle.

            Ao lado da pecuária nessa região, feita sem controle e que a cada dia avança mais mata adentro, a chegada do cultivo em larga escala da cana-de-açúcar atesta e explica o fato de estarmos ainda estacionados no tempo, vivendo ainda no Brasil Colônia do século XVI.

A frase que foi pronunciada:

“O bom senso vai mais longe do que muito conhecimento.”

Provérbio chinês

Release

A Terracap pretende assinar contrato de concessão com a iniciativa privada, por um período de 35 anos, para administrar o Centro Esportivo de Brasília, que abrange o Estádio Nacional de Brasília, o Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Claudio Coutinho. A empresa republicará o edital nos próximos dias.

Dia de luta

No dia 4 de fevereiro será o Dia Mundial da Prevenção do Câncer. A presidente da FEMAMA, Dra. Maira Caleffi, destaca, em um texto sobre o assunto, a longa espera enfrentada pelas pacientes com câncer de mama. Hoje é a data limite para a incorporação de novo medicamento no SUS para tratamento do câncer de mama metastático, o Trastuzumabe.

Sem educação

Lixão passa a receber resíduos da construção civil. Até agora 130 transportadores já estão autorizados a usar o local. Brasil está muito longe ainda de uma educação ambiental efetiva. As crianças são a única esperança.

Guardem este nome

No blog do Ari Cunha uma foto do jogador Everson, da Seleção Brasileira sub20 entregando um prêmio para Pierry Santos Boto, revelação do sub11, Copa Brasília. O garoto é da capital e começa a alçar voo. Apesar do Santos no nome, Pierry está de partida para a escola do Palmeiras.

Pierry Santos Boto recebendo o prêmio de jogador revelação sub11 2017 da Copa Brasília pelas mãos de Everson, jogador da Seleção Brasileira sub20, no Estádio Joaquim Domingos Roriz, em dezembro de 2017.
Pierry Santos Boto recebendo o prêmio de jogador revelação sub11 2017 da Copa Brasília pelas mãos de Everson, jogador da Seleção Brasileira sub20, no Estádio Joaquim Domingos Roriz, Samambaia-DF, em dezembro de 2017.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Ainda sobre o Hospital, lamentável, o que disse o “Correio da Manhã”. Dizer que o Hospital funciona precariamente, que às vezes faltam medicamentos imprescindíveis, seria verdade. Mas falar mal da equipe médica, é não reconhecer o esforço dos que atendem no HD. (Publicado em 13.10.1961)

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