Autor: Circe Cunha
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Enquanto a população brasileira permanece distraída com as revelações que vão sendo levantadas pela CPI da Covid e que indicam, até aqui, o cometimento de uma série contínua dos mais variados e graves crimes, tanto por empresários como por políticos e pelo próprio governo durante a pandemia, o país vai sendo virado ao avesso pelo Legislativo, na sua tentativa de desfigurar a Lei de Improbidade Administrativa (LIA), um dos maiores avanços já conquistados pelos cidadãos no controle dos gastos públicos.
Caso vingue a proposta defendida pela maioria da classe política das duas Casas do Congresso, e que conta com o apoio também da maioria dos prefeitos e governadores, a Lei de Improbidade Administrativa sofrerá um processo de abrandamento chamado ardilosamente de “flexibilização”.
Com isso, um dos mais modernos mecanismos para coibir que maus gestores permaneçam cometendo barbaridades e crimes com o orçamento público, e que foi um dos marcos da cidadania contidos na própria Constituição, perderá sua eficácia, em nome de uma vaga segurança jurídica reclamada pelos políticos. Sem as penalidades e sem os limites impostos pela Lei de Improbidade, voltamos ao tempo dos gastos públicos sem controle e, portanto, um dos facilitares da corrupção.
A supressão da modalidade culposa de improbidade administrativa permitirá o retorno e a atuação desastrosa dos maus gestores ao período pré-constitucional, quando a farra com o dinheiro público era a regra e a punição aos corruptos, pelos desvios e o mau emprego desses recursos, era uma raríssima exceção. Cada cochilo da população ou sua alienação, devido a assuntos paralelos, corresponde a uma armação dos políticos para aliviar suas responsabilidades e arrefecer quaisquer possibilidades de futuras penalidades.
O Ministério Público, que também anda cochilando nos momentos em que a população mais precisa, acordou com essa manobra e já mandou avisar que irá acompanhar de perto a desfiguração dessa importante Lei. Políticos com cargos de prefeito e governadores vinham, há tempos, insistindo na modificação dessa Lei, de forma a torná-la inócua ou ao menos inofensiva para os maus gestores.
Pelo texto modificado agora, as ações negligentes, imperitas ou imprudentes, mesmo que causem danos ao erário do estado, não poderão mais ser enquadradas como improbidade e crime, devendo no futuro serem classificadas como modalidade culposa ou sem intenção de cometimento de crime.
É o caso aqui daquele político peralta arguir que cometeu o desvio ou a má aplicação dos recursos dos contribuintes por mero descuido ou desatenção, sendo perdoado por esse ato de mal pensado. Até mesmo o prazo estabelecido pela Lei foi modificado, dando menos tempo ao Ministério Público para instaurar, apurar e concluir as investigações dos possíveis delitos; caso contrário, o crime restará prescrito.
Como se não bastassem tantos benefícios àqueles que, por antecipação, já preveem uma grande quantidade de gestões ruinosas em estados e municípios, existem aqueles políticos que advogam até que a Lei possa conter dispositivos que garantam sua imediata aplicação em favor dos réus do presente e do futuro, num movimento de retroação marota e que é a cara e o caráter dos nossos representantes, feitos a nossa imagem, segundo nosso desejo diante das urnas.
A frase que foi pronunciada:
“Nenhuma administração pública será aceitável a menos que os funcionários públicos sejam educados e agradáveis com o povo.”
Amit Kalantri, Riqueza das Palavras
Vivo
Estranho que, em um calor desses, os ovos vendidos em mercados não estejam recebendo refrigeração.
Lei humanizada
É preciso urgentemente que algum parlamentar se sensibilize com a situação de estudantes gestantes e puérperas. A lei garante a prova domiciliar. Mas agora, com a pandemia, nota-se que a vantagem não é tão grande assim. Uma aluna de medicina nos escreve contando que teve um bebê e não consegue fazer uma prova online no mesmo tempo em que os outros alunos. Precisa parar para dar atenção à criança, trocá-la, amamentá-la. Precisa de mais tempo, sem prejuízo. Há professores que não são flexíveis e apontam o “sistema de provas” como vilão.
História de Brasília
A Agência Nacional é uma repartição deficiente desde a sua fundação, ao tempo da ditadura. Ao invés de informar os atos do govêrno, fica, em geral, endeusando as pessoas, e é por isto que cada govêrno muda logo de diretor. Vem daí a política, o amigo, o compadre, o conterrâneo, e tudo mais que possa prejudicar. – AC. (Publicada em 07/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
–> Djalma Silva, *27/09/1921, Floriano, PI; +12/08/2013, Goiânia, GO.
Por ocasião do centenário de seu nascimento, tomei a liberdade de escrever algumas linhas sobre meu querido avô.
Há 100 anos, em Floriano, nascia o primogênito de João de Deus Alves da Silva e Corina Maria de Jesus. Seu assento de nascimento, lavrado no cartório Leal daquela cidade, curiosamente anota somente seu prenome DJALMA. Mesmo sem superar o brilho renascentista de seu pai, Djalma resplandeceu numa vida muito simples, dedicada e fiel. Respeitado por seus confrades maçons, pelos alunos e colegas, exerceu o magistério e a administração educacional em Floriano, em Caxias do Maranhão, em Anápolis, em Nerópolis e em Goiânia, onde viveu até seus últimos dias, em 2013.
Trabalhava muito. Oportunidades de trabalho o fariam se mudar sucessivamente em 1950 para o Maranhão, em 1962 para Goiás e, enfim em 1970 para Goiânia, onde se fixaria definitivamente. Certa vez, quando se dividia entre aulas em Nerópolis e na capital goiana, desmaiou durante um de seus deslocamentos entre as cidades, caindo de sua moto Vespa e machucando-se. De seu trabalho no magistério, ainda em Floriano, colheu o coração da moça Adália, que se mudara do distante Brejo Novo para a Princesa do Sul, onde continuaria seus estudos e mudaria os rumos de sua vida ao casar-se em 1947 com o respeitado professor.
Um bibliófilo de quatro costados, encantava os netos e provavelmente exasperava a mulher com sua valiosa biblioteca, que chegou a ter mais de 30 mil volumes empilhados num quartinho aos fundos de sua residência. Também enfeitiçava as crianças quando apanhava madeiras de buriti para esculpir elaboradas miniaturas de aviões ou navios, com as quais presenteava os netos. Desenhava bem e com esmero, tendo me iniciado nessa arte.
Foi escritor, poeta e cordelista. Deixou várias obras e, creio, nunca ganhou um centavo com elas. Distribuía-as livremente entre amigos e familiares.
Durante toda a vida, manteve correspondência com amigos e familiares em todo o Brasil. Apoiou sempre que pôde irmãos e parentes, seus próprios e de Adália. Descobri, anos após sua morte, de seu costume de mandar dinheiro para parentes em dificuldades. Dinheiro esse que nunca sobrou em sua própria casa. Mas criou honrosamente os quatro varões com a valiosa parceria de Adália. Mesmo que mantendo distância, soube honrar a família da esposa, tornando-se querido pelos seus!
Por ocasião de seu centenário, sua descendência soma quatro filhos, dez netos e seis bisnetos.
Viva vovô Djalma!
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Uma das visões mais desalentadoras para todos aqueles que buscam retomarem à normalidade, depois de quase dois anos de quarentena, é verificar a quantidade enorme de estabelecimentos comerciais que simplesmente desapareceram no ar ao longo desse período.
Talvez isso explique, em parte, a afirmação de que a vida que conhecíamos antes da pandemia já não existe mais e jamais voltará a ser como era. Existe ao menos a esperança de que novos estabelecimentos comerciais surgirão nesse vazio e uma nova modalidade de mercado será implantada, inaugurando, assim, um novo padrão ou atividade de compra e venda. Não se sabe. Tudo ainda são incertezas.
De concreto, o que se vê nesse momento, com tantas lojas fechadas ou vazias, é que o fenômeno da falência generalizada dos pontos comerciais é um fato a empobrecer a economia das cidades e a gerar mais desemprego e incertezas com relação ao futuro. Cidade alguma pode almejar a prosperidade sem um conjunto de atividades comerciais pujantes.
Aliás, foi o comércio a atividade que fez surgir as primeiras cidades, situadas no entroncamento de rotas por onde transitavam mercadores indo e vindo de regiões produtoras. Também tem sido o comércio o grande atrativo para muitas cidades do mundo e sua principal fonte de renda. Sem esse dinamismo dos mercados, com pessoas negociando, não existe a possibilidade de enriquecimento, e isso pode acarretar, inclusive, a morte desses núcleos populacionais.
Na história, é comum observar o grande número de antigas cidades que simplesmente deixaram de existir tão logo houve o esvaziamento de seus mercados. Essa é uma lição histórica que precisa ser apreendida o mais rapidamente possível, caso haja interesse em salvar nossas cidades.
Por certo que o mercado virtual, o chamado e-commerce, mesmo com o crescimento assustador verificado nos últimos anos, não poderá substituir plenamente e de forma satisfatória a variedade do comércio e das lojas físicas espalhadas por toda a cidade sem colocar em sério risco a própria vida urbana.
É nas praças públicas (ágoras), cercadas por seus comerciantes diversos, que, desde a antiguidade grega, ocorriam as reuniões dos cidadãos e onde eram discutidos os assuntos ligados à vida urbana. É nesse acotovelar-se entre multidões que a vida urbana flui e ganha energias necessárias para impulsionar as cidades.
A pandemia, assim como nos períodos de guerra, recolheu as pessoas das ruas, deixando as cidades à sua própria sorte. O que sobreveio foi a decadência e a transformação das cidades em verdadeiros túmulos a abrigarem mortos-vivos. Nesse cenário desértico, que temos que superar com urgência, o que mais preocupa como sinal de que estamos prestes a sucumbir é quando nos deparamos com a morte da vida cultural da nossa cidade.
Teatros, galerias, livrarias e muitos espaços dedicados à cultura e às artes sumiram do horizonte. E isso parece ser um sinal de mau agouro. Sem essa ebulição das artes e da cultura, próprios de cidades a fervilhar vida, resta-nos um retorno à barbárie, onde permaneceremos presos às nossas cavernas a observar o movimento do mundo projetado como sombras que dançam pela parede como fantasmas.
A frase que foi pronunciada:
“Você sabe que está no caminho do sucesso se você fizer seu trabalho e não for pago por ele.”
Oprah Winfrey
Reforma
Veja a seguir como as calçadas da W3 estão ficando bonitas. Agora é possível andar no comércio, inclusive empurrando uma cadeira de rodas. Calçada sem buracos dá boas-vindas à mobilidade.
Entre postes, lixeiras e placas
Por falar em calçadas, a foto foi enviada por Doralvino Sena para o grupo de moradores do Lago Norte, na verdade, não é uma sugestão. É uma fotografia da calçada ideal para a região. Infelizmente não é assim porque grande parte da vizinhança avançou a cerca sobre os 5 metros de área pública.
Excelente
As regras são bem definidas, o preço é justo. A Casa do Ceará oferece à comunidade o famoso curso de culinária da dona Isabel. Dos hábitos de higiene, passando pelo almoço caseiro até a sobremesa cativante. Veja no link Curso de Culinária da Casa do Ceará como se candidatar ou indicar sua ajudante.
Efetivamente
Tarcísio Gomes de Freitas. Esse é um bom nome para se acompanhar nas redes sociais. O que esse ministro está fazendo pelo país é impressionante. Desenvolvimento pela terra, pelo céu e pelo mar. Com todos os cuidados para que a corrupção não entre nas atividades, esse é um exemplo do que se deve fazer com o dinheiro do contribuinte.
História de Brasília
À custa de informações falsas, ninguém escreve nada que preste, e é por isto que o repórter disse que o “mato toma conta de Brasília”. O que ele apresenta na foto, como mato, é o canteiro de erva cidreira, que mantêm firme a rampa do Congresso, e que é uma das coisas bonitas de Brasília. (Publicada em 09/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Com relação às CPIs, há muito já se sabia: quanto mais ela cava, mais encontra vestígios enterrados de falcatruas de todo o tipo, cometidas em todo tempo e lugar. Fosse prorrogada ad infinitum, ainda assim seriam descobertos crimes diversos. Por isso mesmo o prazo estabelecido para o encerramento dos trabalhos, com a apresentação do relatório final. Por isso também, a definição do escopo e dos limites impostos às investigações. É como dizer: essa CPI só pode cavar aqui nessa área cercada. Doutro modo, veríamos o país se transformar numa gigantesca Serra Pelada.
Acontece que, quando se está no escuro do subsolo, a desorientação faz com que os investigadores avancem além das direções delimitadas e acabem encontrando novos e reveladores crimes conexos. Para a sorte de uns e não tanto de outros, a atual Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, denominada CPI da Pandemia, foi obrigada a prorrogar os trabalhos e a entrega do relatório final, que muitos acreditavam já estar pronto, por conta de novas informações que vão chegando diretamente dos buracos recém-escavados.
Num dos últimos depoimentos colhidos pela CPI, o diretor-geral da Precisa Medicamentos, Danilo Trento, empresa que teve seus bens bloqueados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, por conta das negociações nebulosas na compra da vacina indiana Covaxin, o ao ser inquirido sobre sua viagem a Las Vegas, nos Estados Unidos, juntamente com uma comitiva de parlamentares, o empresário desconversou, afirmando não saber. Mesmo diante dessa evasiva, os senadores que compõem a Comissão fizeram lembrar, ao desmemoriado depoente, que ele e a tal comitiva, paga com o dinheiro do contribuinte, estiveram na chamada “cidade do pecado” para verificar, in loco, a possibilidade de trazer os cassinos de volta para o Brasil, com a liberação total dos negócios relativos à jogatina.
Trata-se, segundo alguns senadores, da possibilidade da concretização de um desejo da base do próprio governo de ver a volta dos cassinos ao nosso país. Para alguns senadores mais exaltados, a viagem tratou da possibilidade de organizar meios para que a lavagem de dinheiro, a sonegação de impostos e o fomento ao crime organizado entrem no país sem chamar a atenção. “A máfia americana de Las Vegas tomaria conta desse negócio grande e as milícias que existem hoje continuariam a tomar conta dos negócios pequenos”, disparou outro senador.
Ora, ora, ora, quem diria que a CPI, ao mirar nos descaminhos da Covid-19 e na omissão do Governo Federal com a vacinação, acabaria adentrando na seara da jogatina e da máfia que, há décadas, comanda esse tipo de negócio nos EUA e em outras partes do mundo. Vira e mexe e a questão da volta dos cassinos entra na pauta do Congresso. Os presidentes das duas Casas do Congresso já deram a entender que, caso haja o aval de líderes partidários, o Legislativo irá tratar, mais uma vez, da questão da liberação dos jogos de azar. Inclusive, já há, na Câmara dos Deputados, um grupo de trabalho destinado a promover a legalização dos jogos de azar, com previsão para concluir seus trabalhos ainda esse ano.
Mesmo o atual governo vê com bons olhos essa possibilidade para incrementar a arrecadação de impostos. O mais impressionante é que são justamente aqueles que se dizem conservadores os mais empenhados na volta dos cassinos. Não tenham dúvidas, uma vez instalados no país, em pouco tempo haverá a necessidade da instalação de uma CPI para investigar os Cassinos. Cassinos representam, na avaliação do cidadão de bem, a possibilidade de dar recursos infinitos para as organizações criminosas. A questão é que esse é um projeto já rechaçado pela população que conhece bem a índole de nossos políticos e sua dissintonia com as necessidades reais dos brasileiros, mas que ainda insistem no tema, por enxergar nesse retorno dos cassinos, uma ou muitas possibilidades de ganhos e vantagens para eles e seus partidos.
“Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem; outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam.”
Leon Tolstói
Comunidade unida
Já foi dado o pontapé inicial para as obras do Santuário São Francisco, na Asa Norte. No Blog do Ari Cunha, a foto de José Ivan de Maruim, artista que está fazendo um painel com material reciclado, seguindo a linha franciscana.
Livro
Por falar em São Francisco de Assis, Tania Fontenelli nos informa que foi publicado um e-book sobre “Verde Urbano”. Trata-se de um primeiro livro da Série “Eu, o meio ambiente e você”, que traz temas científicos para serem popularizados. A UNASPRESS fez o projeto gráfico e a capa é de Sebastião Salgado. Acesse o livro no link: Verde Urbano.
–> Hoje foi publicado um e-book sobre “Verde Urbano”. Trata-se de um primeiro livro da Série “Eu, o meio ambiente e você” que traz temas científicos para serem popularizados. A UNASPRESS fez um projeto gráfico e edição de tirar o chapéu!
Este e-book tem capa de Sebastião Salgado, laureado antes de ontem com o prêmio Imperial do Japão, considerado o “Nobel das Artes”, e colaboradores incríveis que escreveram textos simples, de fácil compreensão, de forma que este material possa alcançar facilmente o “grande público”, popularizando a ciência, levando conhecimento para os que não tem pouco acesso e difundindo a construção de um mundo melhor, um mundo mais verde e azul!
Cabe um imenso agradecimento aos autores que contribuíram para esta obra, em especial à Natalia e Bete que escreveram textos brilhantes sobre o verde urbano e saúde física e mental.
Aproveito para dizer que amanhã, este material estará disponível para todas as secretarias de meio ambiente do país, nos sites das agências da ONU (FAO e PNUMA), além de ser também divulgado por organizações internacionais como ICLEI.
Peço que compartilhem este .pdf para o maior número de pessoas que puderem e presenteiem pessoas queridas com este livro! O livro é gratuito, mas o significado do presente pode ser imenso…
Sem quê
Lembram da árvore da Valentina, na entrada do Lago Norte? Não podaram. O pessoal da manutenção dos jardins eliminou-a.
De olho
Maria Lúcia Fattorelli sublinha o Art. 37-A da PEC 32, onde permite que negócios privados usem estabelecimentos públicos para prestar seus serviços.
Resumo
Veja, a seguir, um resumo do destino das verbas públicas, em tempos de pandemia, esmiuçadas pelo Brasil Paralelo.
História de Brasília
Falando de tilápias, que modestia à parte é nossa especialidade domingueira, disse que o gôverno gastou milhões importando êsses peixes do Japão. Não custou isto, nem vieram do Japão. Embora originárias da África (África, seu moço), vieram para São Paulo, onde reproduziram, e foram colocadas na granja do Ipê. (Publicada em 09/02/1962).
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Na sequência de fotos, em que aparecem diversas pegadas impressas na areia, o autor quer chamar a atenção para as flagrantes diferenças que os rastros, deixados para trás, por animais e homens, causam na paisagem e, por conseguinte, ao meio ambiente. Os animais passam pelo local sem causar dano algum ao ambiente, deixando apenas as marcas de suas patas na areia.
Já os humanos, considerados o ápice da criação e o mais inteligente e apto dentre os animais, deixa atrás de si, uma verdadeira montanha lixo, formada por produtos que ele simplesmente descartou no ambiente sem o menor cuidado. Essa é uma imagem frequentemente vista em todo o mundo. Por onde quer que os seres humanos transitem, logo é possível observar o rastro de sujeira, de lixo e de depredação ambiental causado por sua presença.
Infelizmente, a sofrível ou mesmo a inexistência de uma educação ambiental mínima, reduziram os habitantes, da maioria das grandes cidades espalhadas pelo mundo, a perigosos bandos de selvagens, que, pouco a pouco, vão destruindo o planeta que habitam, num comportamento aparentemente suicida de quem retira o próprio chão sob os pés. O que vem ocorrendo em toda a parte dentro de nossas fronteiras e, particularmente, na região que escolhemos habitar, aqui no Centro-oeste, não pode ser traduzido por palavras, tamanha é a falta de sentido com que lidamos com os recursos naturais, que permitem nossa existência.
Os caudalosos e cristalinos rios que, até há pouco tempo, cortavam todo o Cerrado, fazendo, desse delicado bioma, um verdadeiro berço das águas a irrigar todo o país e que, no passado, foi uma das principais motivações para a transferência da capital, do litoral para o interior, hoje encontram-se, em sua maioria, ameaçados pela presença humana e por um tipo de exploração irresponsável da terra, que transformou os alimentos em commodities vendidas a preços de dólar.
É em nome de um agronegócio que desconhece o valor da vida, e que serve apenas para o enriquecimento de um pequeno grupo, que vão sendo feitas a transformação do Cerrado em extensos latifúndios, de monoculturas transgênicas, infectadas por pesticidas de alto poder de toxidade, que o progresso avança por cima de tudo e todos. Visto de cima, o Parque Nacional está praticamente cercado pelo agronegócio. O que ocorre hoje com a Chapada dos Veadeiros e com todo o Parque Nacional naquela região, queimada impiedosamente, ano após ano, por ação criminosa de grupos com interesses próprios muito específicos, precisa ser detido o quanto antes.
Aliado a esse poder de destruição representado pelo agrobusiness, a região da Chapada vem experimentando, também há alguns anos, uma intensa e descontrolada onda de especulação fundiária, atraindo, para essa localidade paradisíaca, todo o tipo de empresário, desde o bicho grilo dos anos setenta, disposto a explorar a área em troca de alguns trocados até o alto empresário que planeja transformar todo esse ambiente natural e exótico numa espécie de Disneylândia tupiniquim, para gerar lucros. O intenso fluxo de pessoas que passou a circular, sem qualquer cuidado, por essas áreas ao norte de Brasília, em busca de lazer, representa hoje uma ameaça a toda a região.
Cidadezinhas como São Jorge, anteriormente paraíso dos hippies e mochileiros e onde a diversão era barata e certa, transformou-se hoje numa espécie de um amplo resort de alto custo, com pousadas e restaurantes que cobram preços de Paris em pleno sertão. Aos fins de semana, a localidade fica intransitável, com todo o tipo de frequentador, a maioria descompromissada com questões como preservação do meio ambiente. Não se enganem: o que ocorre hoje com a Chapada dos Veadeiros, consumida por um incêndio incontrolável, que já dura mais de dez dias, decorre exatamente dessas pegadas deixadas pelos humanos por onde quer que andem.
A frase que foi pronunciada:
“Com o governo não se brinca e pelo governo não se briga.”
Filósofo de Mondubim
Gatos pardos
Em época de seca, onde os problemas respiratórios aumentam, na quadra 311 Norte, em um dos prédios, a limpeza do jardim é feita, o material orgânico é deixado no estacionamento da quadra e, à noite, colocam fogo, causando sério transtorno para os moradores. Curiosidade: o órgão Brasília Ambiental fica na mesma área.
História de Brasília
Há funcionários antigos, residindo em Brasília, com a família no Rio, enquanto que funcionários vindos recentemente, solteiros recebem logo seus apartamentos. (Publicada em 09/02/1962).
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Como tudo na vida, a imprensa, no geral, e os jornais, em particular, se veem obrigados a seguir as mudanças impostas pela sociedade e pelo mundo. Aqueles que teimam em prosseguir com velhas fórmulas correm o risco de se verem varridos da paisagem ou deixados para trás. A evolução exige mudanças e é preciso evoluir sempre.
Com relação aos jornais impressos e toda a sua enorme e intrincada cadeia de necessidades para existir concretamente, que vai, resumidamente, da compra do papel, passando pelo levantamento das notícias, sua impressão até a distribuição final para os diversos pontos de venda na cidade, há esse esforço que somente àqueles que lidam com essa faina sabem o quanto é árduo e trabalhoso, nesses tempos de mídias instantâneas e notícias fáceis, fazer chegar aos leitores, a tempo e a hora, uma seleção das mais importantes informações do momento.
Mesmo assim, independentemente da velocidade impressa por outras fontes de notícia, os jornais, de um modo geral, imprimem mudanças significativas em sua confecção, de modo a acompanhar o ritmo dos novos tempos, de acordo com exigências contemporâneas. Não tem sido uma tarefa fácil. Pelo contrário. Exige, de todos, empenho e dedicação permanentes.
A democracia e a sociedade, como um todo, devem muito ao papel desempenhado pela imprensa. Até o exercício da cidadania está muito vinculado a fatores como a correta informação, que só um jornalismo de qualidade pode oferecer. E é nesse sentido que muitos jornais têm buscado maior interação com os cidadãos, como forma de apresentar aos leitores exatamente aquilo que eles querem ver noticiado, com toda a transparência, mesmo que isso acarrete contratempos aos jornais.
É comum encontrar, no espaço dedicado aos leitores, análises e pontos de vista que vão muito além do noticiado, enriquecendo e dando novas visões sobre determinada notícia. Tem sido comum até o aproveitamento de muitos assuntos enviados pelos leitores, para pautar algumas matérias jornalísticas. A voz do leitor é a voz de Deus, dizia, com muita propriedade o filósofo de Mondubim. É pelo veio aberto nas Colunas do Leitor, nas Cartas do Leitor, na Opinião do Leitor ou no espaço deste jornal, chamado Sr. Redator, que muitos órgãos de imprensa, principalmente os jornais ,encontraram a fórmula correta de manter aceso um diálogo permanente com a sociedade, doando e recebendo informações, numa interação sadia que faz bem a ambos.
É impossível pensar em jornal sem um espaço adequado ao leitor correspondente. Entre os muitos esforços feitos pelos jornais para manter o movimento permanente, um dos meios mais criativos, seguros e, quiçá, menos dispendiosos para isso, foi a ampliação e valorização do espaço dedicado aos leitores, formando assim, de modo espontâneo, a maior rede de informação possível, ou, no jargão jornalístico, um pool numericamente fabuloso de setoristas, espalhados por toda a cidade e por outras partes do planeta, enviando e análises variadas. O que muitos jornais modernos começaram a perceber é que, para fazer frente às novas tecnologias da informação, nada é mais necessário do que buscar uma interface com o leitor, dando-lhe aquilo que lhe é de direito: espaço para sua manifestação sincera.
A frase que foi pronunciada:
“Pobrezinha, fizeram de você um mero capacho para limpar os pés antes de entrar no Universo…”
Mafalda olhando para a Lua
Reconhecimento
É bom que o país saiba que, graças ao trabalho acadêmico de Ana Lúcia Novelli, o reconhecimento da Presidência da Casa, da Diretoria-Geral e da Comunicação Social, à época ACM e Agaciel Maia, e Fernando César Mesquita, a interação entre o Senado e os cidadãos tornou-se realidade. Com um projeto competente, ao ser classificada no concurso do Senado e tomar posse, já tinha o plano de implementação do Alô Senado. Hoje, o DataSenado, por exemplo, é o instituto de pesquisa mais confiável do país.
Sábado
Vão chegar as chuvas, conforme anunciam os sabiás. É o momento de pintar os quebra-molas e as faixas de pedestres, além de verificar as bocas de lobo pela cidade.
História de Brasília
Toda repartição quando traz funcionário para Brasília, já o fazia com designação de apartamento. No DCT, há mais de cinquenta funcionários vindos do Rio, e até hoje aguardam moradia. E, como injustiça, citamos que não há critério na repartição, para a entrega de apartamentos. (Publicada em 09/02/1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Agito
O tempo dos shoppings parece, com a informatização e com as compras online, ter chegado a um limite e a uma exaustão. Por isso o renascimento das avenidas W3 Norte e Sul podem representar uma nova era de prosperidade para a cidade em que todos sairão ganhando, não só os comerciantes, mas os consumidores, incluindo aí os amantes da noite, os artistas, os galeristas, os boêmios, os turistas e uma infinidade de outros brasilienses, carentes de um lugar que não tenha hora para fechar.
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Facebook.com/vistolidoeouvido
Instagram.com/vistolidoeouvido
Imensas são as responsabilidades, principalmente os deveres, daqueles, que em função do cargo de representação, dado pelo voto popular, são alçados à condição de chefe da nação. Não é por outra razão que os presidentes da República, no caso do Brasil, concentram grande soma de poder. Infelizmente, não são poucos, em nosso país, aqueles que, uma vez atingida essa condição extraordinária, veem-se muito aquém dessa missão, transformando-se, depois de empossados, em verdadeiros anões políticos, reféns das circunstâncias ou totalmente entregues às forças que os circundam.
Não é um cargo para muitos e, talvez, por isso mesmo, muitos têm fracassado, levando todo o país de roldão para crises que parecem se perpetuar no tempo. A história política de nosso presidencialismo, desde sua implantação à força em 1889, apresenta uma tal sequência ininterrupta de crises que não seria exagero dizer que esse sistema de governo ainda não disse a que veio, nem conseguiu acertar as contas com o passado, quando expulsou, de forma violenta, a família real do país.
A razão para essas crises contínuas reside, como é do conhecimento de muitos, na falta de preparo dos postulantes para exercer cargo tão instável e delicado. A vantagem da monarquia, se é que isso é possível, diante da mediocridade de figuras que desfilaram como presidentes da República, é que, naquele regime, o futuro indicado por laços consanguíneos recebia uma longa e detalhada preparação prévia antes de assumir como soberano.
A verdade é que temos experimentado, em mais de um século, uma sequência enorme e penosa de presidentes da República totalmente despreparados para a função e seguimos nessa toada, onde a única exigência ou pré-condição para atingirem esse posto é dada pelo instrumento do voto. O mesmo acontece para outros cargos no Executivo, no Legislativo e, em certos casos, para a mais alta corte de justiça do país. No lugar dos mais bem preparados, temos os mais espertos. Convenhamos que isso não é um critério que vá levar, ao poder, os cidadãos mais bem preparados e aptos a exercê-lo.
Para um alienígena que por aqui aportasse, soaria estranhíssimo termos exigências curriculares para varredores de rua e não termos as mesmas cobranças para aqueles que ocuparão o comando da nação. A coisa fica ainda mais absurda quando verificamos que estamos nos aproximando de 2022, quando, mais uma vez, teremos que escolher entre dois possíveis candidatos já demasiadamente conhecidos, testados e reprovados por suas performances.
Não há aqui necessidade de termos uma bola de cristal para sabermos que estamos diante de uma nova crise que virá, caso qualquer um desses dois nomes que aí estão em destaque nas pesquisas assumam, de novo, a presidência da República. São as imperfeições inerentes ao regime democrático, diriam uns. Dirão outros que essas são, na verdade, as imperfeições graves de um sistema eleitoral no qual o eleitor é apenas um detalhe incômodo e indispensável para o dia da votação e, depois disso, é deixado de lado e esquecido.
O fato de estarmos em meio à mais uma crise, agravada agora por uma pandemia devastadora, não nos impede, em momento algum, de estarmos preparando o próximo pleito de 22, apenas para darmos continuidade às nossas tribulações infindas. Seria própria da democracia também essa espécie de masoquismo político, que faz com que os cidadãos permaneçam atados a um sistema que parece render apenas crises cíclicas?
A frase que foi pronunciada:
“A vontade é a única coisa do mundo que quando esvazia tem que levar uma alfinetada.”
Mafalda
Sonho
Tomara que a equipe do governador Ibaneis não apenas continue com as obras de melhoramento da W3 Sul, mas estenda essa sua iniciativa também para a W3 Norte, visando, quem sabe, num futuro não muito distante, integrar, para os pedestres, essas duas importantes vias comerciais da capital, formando uma só avenida, iluminada, limpa e atrativa para os empresários, turistas e para a população.
Concreto
Caso o atual governador consiga, o que tem parecido impossível até aqui, que é a revitalização desse importante eixo, esquecido e abandonado no tempo, essas obras representarão um marco do seu governo, capaz de gerar um novo e amplo fluxo econômico da cidade, castigada por uma pandemia prolongada e impiedosa.
História de Brasília
Está trabalhando ativamente a Associação Profissional dos Jornalistas do Distrito Federal, para que sejam financiados os carros dos seus associados. Os primeiros entendimentos com o cel. Jofre, informa a secretaria da Associação, foram realizados com bastante êxito. (Publicada em 08/02/1962).