Autor: Circe Cunha
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Para todos aqueles que acompanham o noticiário internacional não restam dúvidas de que o mundo assiste a um aumento sem precedentes do antissemitismo, colocando, mais uma vez, o povo judeu no centro da história, além de remeter grupos, governos e pessoas de volta aos vexaminosos bancos dos réus, numa espécie de reedição do Tribunal de Nuremberg. O futuro mostrará quem são os novos algozes de Israel e porque agem de forma tão desumana.
Mesmo depois do Holocausto, ainda é possível observar que o antissemitismo e o fanatismo persistem num mundo que se acreditava moderno e que teria, em tese, aprendido com as experiências macabras dos nazistas. O 7 de outubro de 2023, ocasião em que o Hamas perpetrou o maior assassinato de judeus desde o Holocausto, parece não ter servido de lição à uma parte do mundo, principalmente aquela formada por globalistas da esquerda, que nutrem, pelos judeus, um ódio do tipo patológico semelhante àquele exalado pelos adeptos das teorias eugenistas do século passado. Os mesmos atos vergonhosos se repetem até por quem deveria, por função de ofício, manter a postura da diplomacia. É o caso aqui do comportamento dos representantes do Brasil com assento na Organização das Nações Unidas (ONU).
Tão logo o primeiro-ministro de Israel assumiu a tribuna, a delegação brasileira saiu do plenário em fila indiana, numa clara manifestação que revela a pequenez dos nossos representantes. Com essa atitude, ficou claro que as autoridades brasileiras seguem os mesmos passos dos anões diplomáticos.
Embora a própria ONU tenha perdido, por completo, a capacidade de regular as relações entre as nações, o fato é que o antissemitismo não se avexa em se apresentar publicamente, envergonhando a todos quanto ainda acreditam na superioridade sem par do humanismo. Israel, ao contrário do que prega nosso governo e outros pelo mundo, não foi criada como uma espécie de demonstração ou de compensação pelos horrores do Holocausto e não terá seu fim decretado por terroristas ou governos equivocados como é no nosso caso. A consolidação do povo judeu em Israel é fruto de tratados honestos, feitos à luz do dia e com base na compra legal de terras, no que era antes um deserto árido e infértil. A ida das populações de judeus para Israel deu vida e alma a uma região que antes ninguém reivindicava para si, porque era um imenso vazio povoado apenas por pedras e areia. A ONU sim, foi criada após o Holocausto e mesmo assim parece ter perdido a memória ou o juízo.
Hoje, não passa um dia sequer sem que tenhamos que testemunhar, pela imprensa que ainda pensa e escreve, atentados contra judeus e sinagogas. Vergonha das vergonhas, temos hoje um governo considerado persona non grata em Israel, por suas declarações e posições claramente antissemitas e favoráveis a grupos terroristas. Não é exagero afirmar que o mundo vai repetindo conscientemente o roteiro de um antissemitismo doentio e amoral. Episódios recentes de nada serviram, não há justificativa possível para a violência dirigida contra o povo judeu.
O Brasil, que já teve tradição de equilíbrio e protagonismo na diplomacia internacional, expõe-se agora ao vexame de não ser considerado, por Israel, um país cuja legitimidade deveria ser defendida como conquista civilizatória e não relativizada em função de alianças circunstanciais. O que dizer às centenas de milhares de judeus que hoje vivem em nosso país?
Israel converteu uma região inóspita em campos férteis, cidades modernas e polos de inovação, que hoje exportam ciência, tecnologia e cultura ao mundo. A consolidação do Estado judeu é um feito histórico que representa não apenas a vitória da resiliência de um povo perseguido, mas também a contribuição concreta para o progresso global da humanidade.
Do outro lado da fronteira, o que se tem são inimigos que agem como marionetes, guiados pelas mãos sangrentas de um Alá político e de um Islã que odeia tudo o que é Ocidente. Basta olhar os números: Israel investe mais de 5% do seu PIB em pesquisa e desenvolvimento, liderando o ranking mundial em inovação tecnológica. O “Vale do Silício do Oriente Médio” produziu inovações que vão do microchip ao aplicativo de navegação usado em carros no mundo inteiro. Avanços médicos desenvolvidos por cientistas israelenses salvaram milhões de vidas: da descoberta de tratamentos contra o câncer à criação do primeiro marcapasso eletrônico.
A agricultura de irrigação por gotejamento, desenvolvida em kibutzim israelenses, revolucionou a produção de alimentos em regiões áridas do planeta. A cibersegurança, que protege governos e empresas em escala global, também tem raízes no know-how israelense. A contribuição judaica para a humanidade, no entanto, não se restringe a Israel.
Ao longo dos séculos, personalidades de origem judaica mudaram a história do pensamento, da ciência e da cultura. Albert Einstein redefiniu a física moderna. Sigmund Freud abriu novos horizontes para a compreensão da mente humana. Jonas Salk erradicou a pólio. Franz Kafka, Leonard Cohen, Steven Spielberg, a lista é infindável e atravessa áreas que vão da literatura às artes, da música à filosofia.
O que seria da civilização contemporânea sem essas contribuições? Ignorar esse legado é mais do que injustiça histórica. É ceder ao obscurantismo. O antissemitismo, seja travestido de política diplomática ou de pseudo-progressismo, não é apenas uma afronta ao povo judeu. É um ataque frontal ao próprio humanismo.
Quando governos, como o do Brasil atual, se permitem acenos complacentes a grupos terroristas e fecham os olhos à violência que atinge sinagogas, escolas judaicas e cidadãos comuns, eles não apenas se colocam contra Israel, mas contra a própria memória civilizatória. Estamos diante de um dilema ético. Permanecer em silêncio diante do ressurgimento do ódio contra os judeus é permitir que as trevas do século XX se repitam. O mundo já viu até onde isso pode chegar. A questão é se teremos coragem de impedir a repetição da história. Governos que hoje preferem posar de “equilibrados” em fóruns internacionais serão lembrados amanhã não pela prudência, mas pela covardia e por se postarem ao lado de delinquentes que agem com sangue nos olhos.
A frase que foi pronunciada:
“O antissemitismo sofre mutações e, com isso, derrota o sistema imunológico criado pelas culturas para se protegerem do ódio. Houve três dessas mutações nos últimos dois mil anos (nas quais os judeus foram odiados por serem uma nação, odiados pelos cristãos como parte da doutrina da Igreja e odiados por serem supostamente racialmente inferiores), e estamos vivendo a quarta (o antissionismo).”
Rabino Lord Jonathan Sacks, 2009.

História de Brasília
Rebatemos as insinuações, porque custa-nos crer que homens de gabarito como o cel. Barlem e o dr. Valdir Santos participem de uma Comissão para não apurar a verdade. (Publicada em 10.05.1962)
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Não é de hoje que o Brasil é conhecido como a terra do café, não apenas pela quantidade que produz como pela qualidade também do produto. Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, o consumo per capta de café foi de 6,26 quilos por ano, o que significa que nosso país é o maior consumidor de cafés nacionais e o segundo maior do mundo, isso de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de café (ABIC). O consumo mundial de café gira em torno de 177 milhões de sacas de 60 Kg. Internamente, o consumo é de 21,9 milhões de sacas nos últimos doze meses. Ocorre que, nos últimos meses, em decorrência de um aumento nos preços do produto de 40%, o que se observa é que há uma queda acentuada no consumo interno.
Por outro lado, um problema seríssimo tem afetado o gosto dos brasileiros pelo cafezinho diário. E é aqui que mora o problema. De uns anos para cá, tem aumentado muito as ocorrências policiais que mostram que o café que chega nas mesas dos brasileiros é cada vez menos café e mais outros produtos. A falsificação e a adulteração do produto têm crescido nos últimos anos e isso tem espantado os consumidores. A questão é que a falta de uma fiscalização adequada tem favorecido as quadrilhas que mais e mais ousam comercializar cafés impróprios para o consumo e de variadas marcas. A ingestão desses produtos adulterados traz um sério risco à saúde e não surpreende que tenha aumentado também os casos de intoxicação.
Os altos preços e a duvidosa qualidade de muitos desses cafés têm feito com que os consumidores mudem seus hábitos diários, inclusive deixando o café de lado. Ao fugir dos preços altos, o consumidor acaba trocando o café por marcas mais baratas, e isso só faz aumentar o problema, já que muitas dessas marcas mais em conta possuem, em sua composição, produtos diversos, que estão misturados ao café. A falsificação do café não é um fato novo, sempre existiu. Ocorre que, nos últimos anos, o problema tem crescido para além do poder de fiscalização da Anvisa e outros órgãos nacionais. Os selos de qualidade nada impedem que o produto continue a ser falsificado e adulterado.
Diante desse flagelo, a exportação do café brasileiro para o mundo tem sido enormemente prejudicada, chegando a cair mais de 20% no ano passado. A extinção do Instituto Brasileiro do Café (IBC), em 1990, em nada ajudou o setor e muitos chegam a considerar que isso abriu as portas para a desvirtuação do café e o aumento de marcas de baixa qualidade. Não há como separar a identidade brasileira do café. Somos um dos maiores produtores e exportadores globais, com safras volumosas e uma cadeia produtiva de enorme importância econômica, social e cultural. Contudo, por trás desse cenário de liderança, há um crescente problema que ameaça a credibilidade do setor, a saúde pública e o hábito do brasileiro de tomar seu cafezinho diário: a falsificação, a adulteração e a degradação da qualidade do café consumido no mercado doméstico.
Nos últimos meses, diversas ações de fiscalização mostraram que o risco deixou de ser apenas hipótese e virou realidade concreta. Em 2 de junho de 2025, a Anvisa determinou o recolhimento imediato de produtos de três marcas (Melissa, Pingo Preto e Oficial do Brasil) de “pó para preparo de bebida sabor café”. Os motivos foram várias irregularidades: presença da micotoxina ocratoxina A, impurezas, matérias estranhas, utilização de resíduos ou “cascas e resíduos de café” — materiais que não podem ser considerados café nos termos da legislação. Nos rótulos, expressão enganosa (“polpa de café”, “café torrado e moído”) e imagens que levam o consumidor a crer que se trata de café puro. A ocratoxina A (OTA) é uma micotoxina produzida por fungos como Aspergillus e Penicillium, que pode causar danos aos rins, fígado, sistema imunológico e está associada ao risco de câncer. Foi detectado que, em testes rápidos em amostras de pó de café torrado/moído no Espírito Santo, algumas ultrapassaram os limites máximos toleráveis para OTA (10 µg/kg). Além da contaminação, foram encontradas cascas carbonizadas, resíduos do beneficiamento, fragmentos de galhos e folhas, ou seja: componentes que não se enquadram na definição legal de café.
O Ministério da Agricultura, por meio do Dipov, realizou operações de apreensão em fábricas de vários estados (São Paulo, Paraná, Santa Catarina). As irregularidades eram graves: produtos rotulados como café torrado, mas que não tinham grãos inteiros aptos à classificação como “café beneficiado”. Esses acontecimentos não são inócuos. Eles repercutem em vários níveis, sobretudo, na saúde pública, com o risco real de contaminação por OTA, com efeitos agudos e crônicos, especialmente perigoso para grupos vulneráveis (crianças, pessoas com problemas renais ou imunitários).
A confiança do consumidor: quando o consumidor descobre que o produto que consome pode não ser café, ou que parte dele é “lixo da lavoura” isso corrói a confiança e confiança é essencial para manutenção de hábito de consumo, mesmo com preços mais altos. Imagem do Brasil internacionalmente: exportações recorde no plano externo (volume e receita) contrastam com escândalos internos de falsificação. A percepção externa sobre qualidade pode sofrer. Isso pode aumentar barreiras, exigências de certificações mais rigorosas, reduzir competitividade. Os prejuízos ao setor produtivo legítimo são grandes; produtores que fazem o café corretamente, investem em boa lavoura, processo limpo, certificações e são penalizados por terem que competir com produtos de menor custo que burlam padrões legais, muitas vezes à custa da saúde do consumidor.
Se há algo que o Brasil não pode perder é a confiança de seu próprio povo no café que consome. Mais do que bebida, o café é parte de nossa cultura, de nossos hábitos cotidianos, de nossos encontros, do alento da manhã. Se o consumidor passa a duvidar do que compra, se teme pela saúde, se percebe que os cafés “mais baratos” são menos café e mais resíduos, fragilidade institucional ou conivência, então todo esse patrimônio corre risco.
A frase que foi pronunciada:
“Se a vida te der limões, troque-os por grãos de café.”
Da Internet

História de Brasília
Corre a boca muida na cidade, que a Comissão de Inquérito da Novacap não apurará nada contra ninguém. Nos primeiros dias de trabalho um jornalista carioca procurou atingir a honorabilidade dos seus membros, ressaltando apenas o dr. Bessa. (Publicada em 10.05.1962)
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Um alerta de especialistas converte-se em uma realidade cada vez mais palpável, perceptível e devastadora, que se antecipa aos prognósticos mais conservadores do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Já não se trata de um fenômeno que espreita o futuro em um horizonte nebuloso, mas de uma alteração radical no equilíbrio planetário, ocasionada, sobretudo, pelo modelo econômico adotado pelo homem moderno, cuja lógica de expansão ilimitada exige a exaustão sistemática dos recursos naturais, e que, por essa via, não apenas se instalou entre nós, como ameaça a intensificar-se de modo exponencial ao longo das próximas décadas, arrastando consigo as condições mínimas de sobrevivência para os mais de oito bilhões de seres humanos que hoje habitam a Terra, numa trajetória que poderá repetir, em escala grandiosa, o mesmo destino já reservado a incontáveis espécies de plantas e animais que desapareceram deixando rastros por onde viveram.
Silenciar qualquer ceticismo é simples e brutal quando se verificam os dados: segundo o relatório de 2023 do IPCC, a temperatura média global já se encontra 1,2 °C acima dos níveis pré-industriais, e caso o atual ritmo de emissões seja mantido, em menos de vinte anos, ultrapassaremos o limite de 1,5 °C, aquele mesmo que, em Paris, chefes de Estado prometeram solenemente não transgredir. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) reforça que os últimos nove anos foram os mais quentes da história desde o início das medições, e que 2024 registrou picos inéditos em ondas de calor, incêndios florestais e eventos extremos, com prejuízos econômicos calculados em trilhões de dólares.
Mas, apesar do caráter alarmante desses números, a reação das lideranças políticas globais segue marcada por uma espécie de alienamento voluntário, um transe coletivo que as mantém entretidas em velhas obsessões, guerras territoriais, corrida armamentista, prospecção desenfreada de minérios, expansão de fronteiras agrícolas sobre ecossistemas frágeis, como se fosse possível postergar indefinidamente o confronto com a realidade climática.
Ironicamente, o que atinge o grau do surrealismo é quando se observa que, em escala planetária, apenas um punhado de países demonstra compromisso concreto com políticas de mitigação, enquanto a maioria age como se os relatórios científicos não passassem de ficções exageradas produzidas por um seleto grupo de ambientalistas. Tal comportamento, repetido ano após ano, leva-nos a um ponto de obviedade: ao insistirmos nesse caminho, o destino parece selado, e com ele se encerra não apenas um ciclo histórico, mas a própria possibilidade de futuro.
No Brasil, o retrato não destoa desse quadro sombrio. Depois das centenas de milhares de focos de incêndio registrados entre 2020 e 2024, que devastaram áreas imensas da Amazônia e do Cerrado, e após enchentes que varreram cidades inteiras do Sul e do Sudeste, ceifando vidas e deixando milhares de famílias desabrigadas, as autoridades resolveram, tardiamente, sair de sua confortável toca refrigerada para ensaiar gestos espetaculosos em defesa do meio ambiente. Surgiu, nesse cenário, a chamada “Autoridade Climática”, instância burocrática destinada a coordenar estratégias do chamado Plano Nacional de Enfrentamento aos Riscos Climáticos Extremos. Entretanto, como em tantas outras experiências brasileiras, a pompa do anúncio não corresponde ao vigor da prática: enquanto se redigem protocolos, o governo avança em frentes que contradizem a própria narrativa ambiental, como a autorização da exploração de petróleo na foz do Amazonas e o asfaltamento da BR-319, projeto que ameaça uma das áreas mais sensíveis e preservadas da floresta.
No campo da mineração e da agricultura, a contradição se aprofunda, onde o Brasil se mantém refém de interesses externos e de elites internas que se comportam como herdeiras fiéis da lógica colonial. Grandes corporações estrangeiras, pouco ou nada comprometidas com a preservação dos ecossistemas, seguem explorando jazidas estratégicas, deixando, atrás de si, crateras estéreis, cursos d’água contaminados e comunidades inteiras condenadas a conviver com resíduos tóxicos.
No mesmo movimento, a monocultura de exportação, assentada sobre imensos latifúndios e dependente de insumos químicos, avança sobre áreas desmatadas, reproduzindo um ciclo iniciado ainda no século XVI, quando a terra brasileira foi, pela primeira vez, incorporada à lógica mercantil de exploração. O resultado é conhecido, mas nunca verdadeiramente enfrentado: esgotamento do solo, expulsão de populações tradicionais, concentração fundiária e dependência estrutural das commodities, que nos mantêm atrelados a um modelo de desenvolvimento predatório.
Trata-se, em termos práticos, de uma política deliberada de envenenamento: ao priorizar ganhos imediatos na balança comercial, aceitamos comprometer a qualidade da água, dos alimentos e da saúde da população.
A frase que foi pronunciada:
“Depois da agricultura, a farsa é a maior indústria da nossa era.”
Alfred Nobel

História de Brasília
Ademais, o problema da falta de energia elétrica é uma constante preocupação. Quanto ao DI, falta regularizar os lotes para que possam ser vendidos a quem possa construir, e destruir os barracos de madeira. (Publicada em 10.05.1962)
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Ao contrário dos políticos, a matemática não engana ninguém. Pelo o que dizem os números relativos à imensa folha de pagamento dos políticos eleitos em todo o país, a conta com os pagamentos de milhares de cargos distribuídos na esfera federal, estadual e municipal se mostra simplesmente impagável. Ou pagamos mensalmente os políticos eleitos, ou deixamos de investir em saúde, educação, segurança e infraestrutura. A conta não fecha. Temos, nessa folha de pagamentos, um presidente da República e um vice. A qual se somam 89 senadores e 513 deputados federais. Mais 27 governadores, e 27 vice-governadores. Além de 1.049 deputados estaduais. Com ainda 5.568 prefeitos mais 5568 vice-prefeitos. Adicione-se ainda 59.931 vereadores, ou seja, 70.794 políticos recebendo todo o mês. Fora os salários relativos ao STF e ministérios.
Tudo isso sem contar os 27 mil assessores para os deputados estaduais, além de 600 mil assessores para os vereadores. Temos assim que, obrigatoriamente, pagar, mensalmente, R$ 10.7 bilhões aos políticos. Ou se empreende uma verdadeira reforma política e administrativa em nosso país, ou vamos prosseguir sem saída nesse labirinto, onde não existem recursos sequer para aliviar o dia a dia dos cidadãos. Obviamente que, para manter essa situação surreal, a saída tem sido aumentar a carga tributária incidente sobre cada brasileiro. Não surpreende que tenhamos, por isso, a maior carga tributária do planeta. Vale lembrar os bilhões de reais que esvaem quase todos os dias na forma de corrupção e malversação dos recursos públicos. Não há nação que possa resistir a esse derrame de dinheiro. E ainda assim prosseguimos aos tropeços.
O Brasil se encontra diante de um dilema estrutural que, mais cedo ou mais tarde, cobrará um preço insuportável: a conta da política não fecha. Ao contrário dos discursos retóricos, a matemática não permite disfarces. Uma engrenagem onerosa que custa, segundo cálculos recentes, mais de R$ 10,7 bilhões mensais apenas em salários de políticos e auxiliares diretos. Essa cifra, por si só, seria escandalosa em qualquer democracia desenvolvida. No Brasil, torna-se trágica porque se soma ao peso de uma carga tributária que já figura entre as mais altas do planeta. O drama não está apenas no volume dos gastos, mas no desvio de finalidade.
Enquanto bilhões são drenados para manter estruturas de poder, a saúde pública colapsa em filas intermináveis, a educação perde qualidade ano após ano e a segurança permanece frágil. A cada centavo que vai para sustentar privilégios, retira-se investimento em políticas que poderiam alavancar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) nacional. O resultado é um país rico em potencial, mas pobre em resultados concretos para sua população. Esse beco sem saída se agrava com o ingrediente mais corrosivo: a corrupção.
Estimativas não oficiais apontam para bilhões evaporando todos os anos, um verdadeiro assalto sistêmico ao bolso do contribuinte. E a resposta recorrente dos governos, em vez de cortar gastos e reformar a máquina pública, tem sido sempre a mesma: aumentar impostos. Assim, o cidadão paga mais, recebe menos e permanece prisioneiro de um sistema que privilegia quem já detém o poder. A consequência desse desequilíbrio é devastadora. A desigualdade se perpetua, a produtividade fica estagnada e o país se torna incapaz de competir globalmente.
Enquanto nações emergentes direcionam recursos para inovação, infraestrutura e qualificação da mão de obra, o Brasil permanece atolado em disputas internas e custeando uma elite política onerosa.
O alerta é claro: sem uma reforma política e administrativa profunda, que reduza privilégios, enxugue gastos e direcione os impostos para o desenvolvimento humano e econômico, estaremos condenados a um ciclo de mediocridade. Persistir nesse modelo é empurrar gerações inteiras para a frustração e para a descrença nas instituições. O futuro do Brasil não pode ser a eterna manutenção de uma máquina pública insaciável. O futuro precisa ser a construção de um Estado eficiente, que devolva ao cidadão aquilo que dele arrecada. Caso contrário, não haverá matemática capaz de nos salvar.
A frase que foi pronunciada:
“O que falta na educação financeira não é como ganhar dinheiro, mas como gastá-lo.”
Fabio Centeno

História de Brasília
Ademais, o problema da falta de energia elétrica é uma constante preocupação. Quanto ao DI, falta regularizar os lotes para que possam ser vendidos a quem possa construir, e destruir os barracos de madeira. (Publicada em 10.05.1962)
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Haveria, de fato, uma guerra anunciada em toda a Europa, contra o crescimento da imigração mulçumana no continente, principalmente contra o islamismo político e sua insistência em dominar o Ocidente e aniquilar os chamados “infiéis”. As populações na Inglaterra e na Alemanha parecem ter acordado sobre esse problema e ameaçam empreender uma luta contra os mulçumanos expulsando-os do continente numa nova fase de retomada dos territórios como havido no século XV. O que isso pode representar para o futuro da União Europeia? A Europa, berço do Iluminismo e do humanismo moderno, vive hoje um dilema que parece resgatar fantasmas de sua própria história. O avanço da imigração muçulmana, intensificado por crises humanitárias no Oriente Médio e na África, encontra-se no centro de uma crescente polarização política e social dentro do continente. O que antes era tratado como um desafio de integração e multiculturalismo, agora assume contornos de ameaça existencial para parcelas significativas das populações de países como Alemanha e Inglaterra. A comparação com o século XV, quando a Europa cristã se mobilizou contra a expansão otomana, não é mera retórica de grupos radicais, mas vem se tornando referência recorrente em discursos nacionalistas.
A percepção de que o islamismo político não busca apenas coexistência, mas sim hegemonia cultural e religiosa, alimenta movimentos que clamam por uma “reconquista” europeia – não mais de territórios perdidos, mas de valores, identidade e soberania interna. Esse sentimento, ainda que controverso, já encontrou espaço nas urnas. Partidos de direita e extrema-direita, antes marginais, hoje são forças determinantes em países como França, Itália, Hungria e até a Alemanha, onde o AFD tem conquistado eleitores em regiões historicamente resistentes ao radicalismo.
Na Inglaterra pós-Brexit, o endurecimento contra a imigração tornou-se não apenas política de governo, mas também bandeira de setores sociais que veem na presença muçulmana um risco à coesão nacional. O risco imediato para a União Europeia é a fragmentação política. Se, de um lado, há governos que defendem o acolhimento de refugiados e a convivência multicultural, de outro há países que pressionam por fronteiras fechadas e políticas de deportação em massa. O resultado é uma União dividida entre a defesa de direitos universais e a exigência de proteção da identidade nacional. Essa contradição mina a própria essência do bloco, que se pretende unido justamente pela superação das diferenças históricas.
A médio prazo, o cenário pode evoluir para tensões civis mais intensas. Os protestos que se multiplicam nas ruas alemãs contra mesquitas, as marchas inglesas em defesa da “cultura ocidental” e os incidentes de violência em periferias francesas já funcionam como prenúncio de uma possível escalada. Se a retórica de confronto direto contra muçulmanos se consolidar, a Europa corre o risco de assistir a uma guerra interna de narrativas e identidades, capaz de corroer suas instituições democráticas.
Por fim, há a dimensão geopolítica. Uma União Europeia mergulhada em conflitos religiosos internos enfraquece-se como ator internacional. Perde capacidade de negociação, autonomia estratégica e relevância frente às grandes potências. O continente que se orgulhava de exportar valores universais pode, paradoxalmente, fechar-se sobre si mesmo em uma nova Idade das Trevas, marcada não pela escassez de conhecimento, mas pela abundância de medo.
O futuro da União Europeia dependerá, portanto, de sua habilidade em equilibrar segurança e integração, identidade e diversidade, soberania e solidariedade. O desafio é imenso: impedir que o debate legítimo sobre imigração e islamismo político descambe para uma cruzada moderna, capaz de repetir, em pleno século XXI, os piores capítulos da história europeia.
Obviamente, se essa radicalização em torno da imigração muçulmana e do islamismo político ganhar corpo na Europa, os efeitos não se limitam ao plano interno: eles, inevitavelmente, repercutem nas relações externas do continente, inclusive com o Mercosul. Primeiro, porque um continente politicamente fragmentado e socialmente tensionado tende a voltar-se para dentro. Em outras palavras, a União Europeia pode reduzir seu interesse estratégico em acordos internacionais complexos, como o tratado comercial com o Mercosul, que já enfrenta resistência de países europeus preocupados com questões ambientais e agrícolas.
Um endurecimento europeu contra a imigração islâmica poderia reforçar políticas mais restritivas também contra migrantes latino-americanos. A diferença, no entanto, é que a cultura latina respeita a cultura europeia, não tentando impor crenças e pensamentos como fazem os muçulmanos.
Se partidos nacionalistas e protecionistas se consolidarem no poder, cresce a tendência de fechamento dos mercados europeus a produtos agrícolas do Mercosul, sob o argumento de proteger o produtor local. O que já hoje é visto como ameaça à competitividade de agricultores franceses e irlandeses, poderia transformar-se em bloqueio político permanente. Isso abriria espaço para que potências como China e Estados Unidos ampliassem sua influência sobre a América do Sul, diminuindo a relevância estratégica da União Europeia para o Mercosul.
Expulsos mais uma vez da Europa, todo esse contingente mulçumano, que agora busca desestabilizar o continente, viria para a América, não em busca de novas oportunidades de vida, mas para dar prosseguimento a essa ideia de subjugar os cristãos em nome de um Alá radical e belicoso.
A frase que foi pronunciada:
“Por muito tempo, alguns políticos preguiçosos envolveram líderes de comunidades muçulmanas como um atalho para o engajamento de cidadãos muçulmanos marginalizados.”
Sadiq Khan

História de Brasília
A Asa Norte do Plano Piloto continua com os mesmos problemas de há seis meses. No lado comercial, não há compradores, e no lado residencial, não há comerciantes. (Publicada em 10.05.1962)
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Não resta dúvida de que existe hoje uma forte desunião interna dentro da União Europeia. Esse fato somado à perda de autonomia estratégica, está relegando esse bloco à União Europeia para um plano em importantes negociações geopolíticas, enfraquecendo significativamente a posição global da Europa e a sua capacidade de defender, de forma independente e coerente, os interesses coletivos da comunidade. De fato, a UE assiste, cada vez mais, a um protagonismo da esquerda globalista nas decisões do bloco e na definição de suas políticas; com isso, passa a enfrentar desafios cada vez maiores e críticas devido a essas posições eurocéticas e anticapitalistas. Com isso, o futuro do bloco é incerto.
É necessário refletir criticamente as tensões internas da União Europeia, sua perda paulatina de autonomia estratégica, o crescimento do euroceticismo e os dilemas que se colocam para o futuro do bloco. Um possível desmanche desse bloco, por pressões internas, pode redesenhar o mapa geopolítico não apenas do continente, mas do resto do mundo. A União Europeia (UE), por décadas, símbolo de cooperação econômica, estabilidade política e integração democrática, enfrenta, hoje, uma crise que vai muito além das habituais disputas de orçamento ou migração. É uma crise de coerência estratégica, de unidade política e de credibilidade externa. Se não encontrar, com urgência, uma linha comum de ação capaz de conciliar soberania nacional e interesses comunitários, corre o risco não apenas de se tornar secundária nas grandes negociações globais, mas de ver seus valores fundamentais corroerem-se de dentro para fora.
Em seu discurso anual sobre o Estado da União, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, fez questão de apelar para uma Europa “livre e independente”, dizendo: “Europa está numa luta por uma Europa livre e independente. Uma luta pelos nossos valores e as nossas democracias… Isso não é uma luta opcional, é uma luta pelo nosso futuro.” Contudo, essa retórica enfrenta desafios práticos, e críticos têm alertado que há um hiato persistente entre o que se promete e o que se executa. Um editorial recente do Le Monde resume bem esse hiato: “O problema da Europa não é a falta de ideias, é a diferença entre a retórica e a implementação.” O jornal aponta que iniciativas como o Clean Industrial Deal, promessas de critérios “made in Europe” para compras públicas, ou contratos massivos com os Estados Unidos vinculados à energia, muitas vezes desmentem os compromissos de autonomia e independência estratégica.
Por outro lado, figuras como o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, colocam em termos claros essa tensão entre soberania nacional e centralização europeia. Em discurso no verão de 2024, ele afirmou que “A Europa desistiu de defender os seus próprios interesses” e acusa o bloco de seguir, incondicionalmente, a política externa dos democratas americanos, ao custo da sua própria autodestruição.
Além disso, ex-políticos de peso também se manifestam. Michel Barnier, ex-negociador-chefe de Brexit, em entrevista e em livro, acusa Von der Leyen de conduzir um desvio autoritário em Bruxelas, por concentrar decisões e subestimar o papel dos parlamentos nacionais e sociais no debate. Os fatores dessa desunião européia são múltiplos e vão desde a diversidade dos interesses nacionais: Estados-membros têm realidades muito distintas dos orçamentos, dependência energética, corrente política dominante, relações externas com potências como a Rússia ou China.
O que funciona para Polônia ou Hungria pode parecer risco político ou econômico para França ou Alemanha. Há ainda limites institucionais e de capacidade: a UE tem ambições diplomáticas e militares cada vez maiores, mas suas capacidades concretas em defesa, cooperação externa, produção industrial estratégica permanecem fragmentadas.
Pesquisas acadêmicas recentes apontam que políticas de autonomia estratégica muitas vezes se traduzem, na prática, em “dé-risks” seletivos, ou iniciativas modestas, com inúmeros condicionamentos. Polarização interna com o crescimento de partidos de direita nacionalista e de partidos de esquerda radical ou populista tem exigido que o centro político se desloque para abordagens mais cautelosas, frequentemente mais retóricas que operacionais. Essa polarização mina consenso sobre política externa comum, solidariedade fiscal, requisitos de Estado de direito, e ação contra grandes potências externas. Também a contínua dependência externa persistente com a UE em muitos setores críticos (tecnologia, defesa, energia), de fornecedores externos, alianças militares e rotas logísticas que escapam ao seu controle.
A frase que foi pronunciada:
“Liderança não te torna especial, o especial é aquele grupo sem ou com o líder trabalhar em equipe, porque o dever do líder é fazer todos trabalharem juntos.”
Nathan Reginhard

História de Brasília
Idéia interessante seria se o cel. Cairoli determinasse que os bombeiros, com o uso dessas lanchas, destocassem as partes perigosas do Lago, que são muitas. (Publicado em 10.05.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
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Aqueles que se dedicam a pensar o destino humano — filósofos, cientistas, economistas, historiadores — divergem em detalhes, mas convergem em uma certeza incômoda: o mundo que emergiu depois da pandemia não é o mesmo que tínhamos antes, e tampouco poderá sê-lo. O caos, que muitos receiam e outros tantos veneram como estágio necessário antes da ordem, passou a ser não apenas uma metáfora, mas uma realidade cotidiana, vivida em ruas vazias, economias paralisadas, consciências abaladas e instituições enfraquecidas.
Para os pessimistas, a pandemia apenas acelerou o fim de um ciclo já em decomposição. Para os mais realistas, o século XXI começou de fato em 11 de setembro de 2001, com a queda das Torres Gêmeas, e desde então não fez senão aprofundar crises sucessivas, econômicas, ambientais, políticas, sanitárias, e agora uma crise mundial que revela o esgotamento de um modelo civilizatório. O vírus, microscópico e invisível, foi capaz de paralisar o abstrato e gigantesco edifício global.
Onde antes se falava em crescimento incessante, agora pairam palavras como recessão prolongada, colapso estrutural e deflação. O próprio planeta, em estado avançado de deterioração ambiental, parece rumo a uma transformação de hábitos que não nasce da virtude, mas da urgência: reduzir consumo, reaproveitar recursos, reciclar práticas, retornar ao comunitário, desarmar, amar.
Não é raro ouvir, de alguns analistas, que estamos diante do prelúdio do fim do capitalismo tradicional. No lugar de sua velha engrenagem movida pela acumulação e pela desigualdade, surgiria uma ordem ainda incerta, talvez marcada pela autoprodução, pela frugalidade, pelo compartilhamento. Alguns chegam a cogitar a volta às pequenas comunidades, à vida menos urbana e mais próxima da terra, como se o próprio ritmo acelerado das metrópoles já não pudesse sustentar-se. Não se trata, como alertam, de previsões místicas feitas em bolas de cristal, mas da constatação de que os sistemas que nos mantinham coesos, Estado, política, economia, já não oferecem garantias.
A filosofia, como de hábito, não se furtou ao desafio de nomear o abismo. Franco Berardi, pensador italiano que há tempos reflete sobre os limites da modernidade, descreveu o fenômeno como uma “epidemia de solidão”. Para ele, a quarentena e o isolamento produziram não apenas uma interrupção material da vida social, mas também uma fixação psicótica coletiva, na qual o inconsciente de milhões foi capturado abruptamente.
Nesse cenário, a política perde ainda mais o pouco de prestígio que lhe restava: o Estado não aparece mais como guardião da vontade coletiva, mas como administrador, operador financeiro e agente de repressão aos movimentos sociais. A democracia, palavra tantas vezes evocada, parece ter sido absorvida por um mecanismo automático de controles digitais, senhas, algoritmos e vigilância.
Eis, então, um paradoxo de nosso tempo: o inimigo da liberdade não é mais o tirano de carne e osso, que se podia nomear e enfrentar, mas sim os vínculos matemáticos da finança e os tentáculos invisíveis da conexão obrigatória. Os novos grilhões não tilintam como correntes de ferro, mas se impõem como cálculos e códigos, frios e inescapáveis. A liberdade, tal como sonhávamos, talvez tenha morrido em silêncio. No seu lugar, resta apenas a busca por igualdade, um mínimo de humanidade entre humanos.
O que torna a situação ainda mais grave é que a esperança no futuro, essa energia que sempre moveu civilizações mesmo nos períodos mais sombrios, foi atingida em cheio. O vírus transformou-se numa doença psicológica, corroendo expectativas, impondo uma sensibilização fóbica, como a definiu Berardi. Nem mesmo a vacina, celebrada como saída redentora, parece ter encerrado de todo o capítulo, já que seus efeitos não tocam as consequências econômicas, sociais e subjetivas. Diante disso, a política, já impotente, torna-se apenas um jogo de raivas e ressentimentos, incapaz de oferecer respostas consistentes.
No entanto, o filósofo lembra que o imprevisível pode, sim, alterar o inevitável. Se há uma saída, ela não virá de planos grandiosos, mas da imaginação coletiva, da invenção de novas formas de vida baseadas não em acumulação, mas em sobrevivência.
O retrato do mundo pós-pandemia é, portanto, um retrato de transição. Vive-se um tempo em que o chão parece se desfazer sob os pés, em que as elites políticas mostram sua impotência, em que a economia revela seus limites, em que a solidão se impõe como experiência universal. Se há uma certeza, é que o velho mundo já não pode retornar. Resta-nos, com mais ou menos fé, esperar que o novo, ainda que nasça do caos, seja menos desumano que aquilo que deixamos para trás.
A frase que foi pronunciada:
“Não existe algo como as Nações Unidas.”
John Bolton

Absurdo
Vaga do idoso se transformou em local para colocação de container. Pelo menos, o fato aconteceu na 508 Sul, perto do Big Box. Veja a foto a seguir.

Insalubre
Falta conservação no parquinho da 214 Norte. O local mais parece uma possibilidade de machucados. Veja no blog do Ari Cunha a foto do escorregador, que era o preferido da garotada.


História de Brasília
A Polícia inaugurou as lanchas no Lago. Excelente idéia de policiamento lacustre, para socorrer e ajudar as lanchas particulares que sofrem danos em funcionamento. (Publicada em 10.05.1962)
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Dos fatores a induzir guerras generalizadas, ainda mais quando o caldo está prestes a entornar, nenhum outro é mais importante quanto o intervalo entre as apreensões e medos e o estalar do conflito. Submetidos entre o suspense e o pânico, qualquer sinal fora do habitual leva a população a esperar pelo pior. Desde a invasão da Rússia à Ucrânia, a Europa toda espera pelo pior. Países como a Alemanha, antes distante de quaisquer conflitos, desde o fim da 2ª Grande Guerra, estão se armando perigosamente. De fato, a Rússia vem desestabilizando a Europa aliada à OTAN, desafiando-a a entrar nesse conflito. E a razão é que a Rússia começa a se dar conta de que entrou num atoleiro de areias movediças ao pretender conquistar a Ucrânia em três dias. Lá se vão três anos de aventura bélica que tem custado prejuízos incalculáveis aos russos.
Há poucas horas, drones invadiram o espaço aéreo da Polônia e Estônia, obrigando esses países a fecharem seus aeroportos. Há também relatos de drones fazendo incursões na Dinamarca e Noruega, paralisando aeroportos e deixando a população amedrontada. O governo russo nega a autoria dessas provocações.
Vivendo noites de crescente apreensão as últimas semanas trouxeram uma sucessão de incidentes aéreos drones não-identificados, aviões de guerra entrando sem autorização, aeroportos fechados e o alarme ativado nas capitais europeias. Alguns governos tentam manter a calma; outros já falam em “ataques híbridos”, em operações de provocação profissional. Mas ninguém ignora: estamos num intervalo perigoso, entre o medo e o estalar do conflito. E cada alerta falso, cada violação de espaço aéreo, cada negação oficial alimenta um risco real de escalada. O que se sabe até agora já é preocupante.
Recentemente, aeroportos na Dinamarca; Copenhague, Aalborg, Billund, Skrydstrup, entre outros, fecharam suas atividades por horas após observaram drones sobre ou próximos às pistas. Noruega também suspendeu o tráfego aéreo no aeroporto de Oslo ao ver drones. Violação de espaço aéreo por aviões militares tem sido noticiados. Na Estônia, três caças MiG-31 russos invadiram o espaço aéreo nacional durante doze minutos, sem plano de voo nem transponder ligado interceptados por jatos aliados da OTAN. Em outros casos, a Polônia derrubou vários drones sobre seu território depois que estes invadiram seu espaço aéreo, alguns durante ataques russos à Ucrânia. Também há registro de incursões aéreas pela Rússia na Noruega, embora menores e com duração breve, algumas claramente atribuídas por Erros ou discrepâncias de navegação, outras ainda em investigação. A OTAN reagiu as provocações convocando consultas sob o Artigo 4 do seu tratado nos casos de Polônia e Estônia, quando esses países consideraram que sua segurança estava ameaçada por essas violações.
Na Dinamarca, está em discussão uma espécie de “barreira anti-drone”, cooperação entre países europeus para detectar, rastrear, identificar e neutralizar ameaças aéreas de pequena escala. O risco de escalada acidental: quando aviões militares ou drones penetram espaço aéreo de países da OTAN ou da União Europeia, mesmo sem intenções declaradas de ataque, há probabilidade elevada de mal-entendidos. Se uma aeronave for confundida com ameaça, pode haver resposta militar — com jatos ou sistemas antiaéreos e uma situação de incidente virar confronto real. Desgaste político e militar: as fronteiras se tornam linhas tênues. Cada país aliado confrontado com violações precisa decidir até onde reagir o que pode gerar tensão interna, pressões para reações mais duras, apelos públicos por defesa reforçada, sanções, ações diplomáticas.
Tudo isso exige recursos e logística, além de acarretar riscos de condenações mútuas. Ansiedade civil e vulnerabilidade psicológica: quando aeroportos fecham, voos são desviados, populações ficam sem informação clara cresce o medo. Em tempos de guerra, o pânico pode ser tão prejudicial quanto o conflito militar direto: provoca corrida por recursos, desconfiança, boatos, políticas precipitadas. Normalização de “violação de fronteira”: se tais incursões se repetirem sem respostas proporcionais, corre-se o risco de que violações de espaço aéreo passem a ser vistas como algo “aceitável”, instrumentalizado como forma de intimidação. Uma fronteira pode deixar de ser reconhecida como inviolável, e isso é uma erosão perigosa de princípios internacionais. Preparo defensivo inadequado: muitos países não têm sistemas eficientes de defesa contra drones ou intrusões técnicas menores. Drones pequenos ou médios, com voos furtivos ou trajetórias próximas, podem passar despercebidos ou sem resposta rápida. Há lacunas de radar, de legislação, de cadeia de comando que favorecem a surpresa.
A Rússia está, muito provavelmente, testando os limites da resposta da OTAN e dos países europeus: quão longe se pode penetrar, quanto se demora para reagir, quanta evidência é necessária para atribuição clara de culpa. A tentativa evidente é gerar dúvida, insegurança, calcular o risco de escalada. E, a cada invasão aérea mesmo que pequena o custo da hesitação cresce. Não se trata só de patriotismo ou de orgulho nacional, mas de segurança coletiva: qualquer ataque híbrido bem-sucedido, qualquer erro de cálculo, pode servir de ponte para algo muito mais sério.
Líderes europeus, a OTAN, a União Europeia, e os aliados, precisam agir com clareza: fortalecer alianças, melhorar defesas aéreas, estabelecer protocolos claros de resposta imediata a incursões, e deixar patente que violações não serão toleradas. Mas sobretudo, as mensagens precisam ser transparentes ao público, aos provocadores e aos aliados para que não haja espaços para ambiguidade, que são os terrenos mais férteis para o desastre. Nestes tempos, não basta estar preparado para a guerra: é preciso evitar que ela comece por engano e que uma série de violações seja a fagulha que deflagre um incêndio a se alastrar por toda a Europa de consequências impensáveis.
A frase que foi pronunciada:
“Não são só os drones que sobrevoam países da Europa. Mentiras também.”
Primeiro ministro da Estônia, Kristen Michal

História de Brasília
A prova maior de indisciplina do sargento da Marinha foi quando dirigindo-se ao guarda, apontando para um fotografo, exclamou: tire êsse fotografo dai, senão eu dou um tiro nele. (Publicada em 10.05.1962)
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A Organização das Nações Unidas completará 80 anos em 24 de outubro. Criada em 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial, nasceu com a missão de ser o grande fórum de mediação entre os povos, o escudo diplomático contra novos conflitos globais. Oito décadas depois, no entanto, o que se vê é uma instituição envelhecida, enfraquecida e cada vez mais desacreditada. Não são poucos os líderes, de diferentes espectros ideológicos, que hoje fazem severas críticas ao organismo multilateral. Da direita à esquerda, há consenso em um ponto: a ONU já não exerce o prestígio e a autoridade que teve no passado. Pior: em muitos episódios recentes, demonstrou uma inoperância que beira a irrelevância.
Um dos exemplos mais gritantes talvez tenha sido antes e durante a pandemia de Covid-19. A Organização Mundial da Saúde, braço da ONU, revelou-se submissa a pressões políticas e interesses externos, sobretudo da poderosa indústria de medicamentos. Longe de liderar uma resposta global, assistiu ao surgimento de um cenário desigual, em que países ricos monopolizaram vacinas e insumos, enquanto nações pobres ficaram à margem. O discurso de solidariedade global não passou de retórica.
Outro caso emblemático é a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Desde 2022, o Conselho de Segurança se vê paralisado pelo veto de seus membros permanentes, incapaz de tomar decisões concretas. A ONU assiste de braços cruzados a uma guerra prolongada, que ceifou milhares de vidas, deslocou milhões de pessoas e abala o equilíbrio internacional. A mesma paralisia já havia sido registrada na guerra civil da Síria e no conflito do Iêmen, evidenciando a fragilidade estrutural do sistema multilateral. O problema, porém, vai além da incapacidade técnica.
Cresce a percepção de que a ONU está sendo corroída por dentro. Em vez de neutralidade diplomática, o que se vê é a promoção insistente de pautas que minam a soberania dos Estados: imigração irrestrita, governança climática centralizada, uniformização cultural e social. São diretrizes apresentadas como consensos universais, mas que escondem a tentativa de enfraquecer autonomias nacionais em favor de uma elite transnacional pouco transparente. É nesse ponto que muitos governantes têm perdido a paciência. A ONU não consegue conter guerras, não consegue garantir segurança coletiva, mas empenha-se em impor um projeto de centralização política global. Tal desvio de função explica por que cresce o coro dos que defendem seu fim. Ainda assim, o vácuo seria perigoso. Um mundo sem ONU mergulharia na lei da força, sem qualquer fórum de mediação, por mais limitado que este seja. A alternativa, portanto, não é extinguir a Organização, mas reformá-la radicalmente. É preciso devolver-lhe neutralidade e resgatar seu propósito original: ser guardiã da paz, não agente de agendas políticas disfarçadas. Aos 80 anos, a ONU é uma senhora cansada, mas ainda necessária. O desafio é resgatá-la antes que se transforme apenas em palco de discursos vazios ou, pior, em ferramenta de projetos que nada têm a ver com os interesses dos povos que um dia prometeu proteger.
Os Estados Unidos que sempre foram os maiores financiadores desse organismo, já não enxergam como o mesmo entusiasmo a atuação da ONU. Na abertura da 79ª Assembleia Geral, no último dia 24 de setembro o ritual de reclamações se repetiu. A chegada do presidente americano ao evento foi marcado por um fato inusitado. Tanto ele como sua esposa, ficaram parados a meio caminho, quando a escada rolante que conduzia ao auditório parou, sem maiores explicações. Também o teleprompter que deveria servir de guia para o discurso de Trump, simplesmente deixou de funcionar. Muitos dizem que ambos os acontecimentos foram de clara sabotagem ao americano, que não esconde seu desânimo com a atuação da ONU. Em tom de ironia Trump agradeceu a ONU por essas falhas, que para ele endossam os argumento de todos aqueles que acreditam que esse organismo precisa ser urgentemente repensado.
A frase que foi pronunciada:
“A Organização das Nações Unidas proclamou 1979 como o Ano da Criança. As crianças receberão de nós a corrida armamentista como uma herança necessária?”
Papa João Paulo II

Prata da casa
Com passagem marcada para Brasília, Luisa Francesconi, de Brasília, que alçou voo pelo mundo, traz, na bagagem, um presente especial. Masterclass de canto lírico que acontecerá na Thomas Jefferson da Asa Sul, no dia 02 de outubro, às 19h30. Veja mais informações a seguir.
História de Brasília
O que valeu, no momento. foi a presença de espírito do guarda do DFSP, que com energia e agindo rapidamente evitou um linchamento e uma depredação. (Publicado em 10.05.1962)
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Não é de hoje que se conhece o poder da propaganda na formação de regimes autoritários. O poder que ela exerce no subconsciente humano é evidente. Pela propaganda, regimes que buscam se perenizar no poder atuam no controle e manipulação da opinião pública. Ficasse apenas nesse patamar de ilusionismo, tudo bem. Ocorre que a propaganda estimula, ao seu modo, ameaças subliminares contra os que discordam, classificando-os como cidadãos de segunda ordem, que “uma boa bala e uma bela cova” resolvem, pois “devem ser extirpados” da cena nacional.
Não é exagero dizer que a propaganda é um dos instrumentos mais eficazes na construção e na manutenção de regimes autoritários. Historicamente, ministros da propaganda e aparelhos de comunicação de Estado ajudaram a transformar mensagens repetidas em certezas coletivas: Joseph Goebbels, por exemplo, foi peça-chave na consolidação da imagem do regime nazista e na naturalização de um discurso de ódio e eliminação. Hoje, o que mudou não é o princípio psicológico por trás da propaganda, e sim sua escala, velocidade e sofisticação tecnológica.
Continuamente, a repetição de mensagens em ambientes multimídia fabrica familiaridade; a familiaridade gera sensação de veracidade (o chamado illusory truth effect), e essa dinâmica vale tanto para slogans benignos quanto para narrativas conspiratórias ou desumanizantes. Em termos práticos, quanto mais uma ideia aparece em TV, rádio, buscadores, feeds e outdoors mais fácil ela será aceita como “fato” por um público ocupado e sobrecarregado de informação. No plano institucional brasileiro, essa realidade ganha contornos particularmente perigosos quando a máquina pública vira fonte massiva de financiamento para comunicação privada.
Documentos oficiais e levantamentos mostram que contratos e licitações da Secretaria de Comunicação (Secom), estatais e bancos públicos chegam a somas expressivas e que, em contratos recentes, valores na casa das centenas de milhões aparecem com frequência. A própria Secom publicou notas e contratos que explicam aditivos e valores de contratos multimilionários. Além disso, bases públicas de transparência detalham pagamentos e programas classificados como “publicidade de utilidade pública”, com grandes quantias destinadas a agências e veículos que figuram entre os maiores recebedores dessas verbas.
Para críticos, esse movimento, somado a contratos de estatais e bancos, cria um círculo virtuoso para os grandes conglomerados de mídia o que muitos chamam, em discursos públicos e nas redes, de “consórcio”. Por que isso importa? Porque dinheiro compra alcance e alcance compra agenda-setting ou seja: quem recebe os maiores contratos tem maior capacidade de repetir discursos, definir quais temas ocupam as manchetes e quais atores são humanizados ou desumanizados.
Quando a propaganda institucional é usada com critérios políticos e partidários e não exclusivamente informativos ou de utilidade pública, a linha que separa comunicação pública de propaganda partidária se torna tênue ou desaparece por completo. Essa tendência amplia a reciclabilidade das narrativas no espaço público e reduz a visibilidade de vozes dissidentes ou independentes.
Dados recentes sobre licitações para comunicação digital e contratos estratégicos também apontam para um foco crescente em campanhas online e gerenciamento de reputação institucional. A propaganda não age apenas com argumentos, ela trabalha com imagens, metáforas e com a naturalização da violência simbólica. A desumanização progressiva do adversário tratá-lo como “inimigo”, “traidor”, “pária”, é um passo que transforma legitimação em permissão: quando um grupo é repetidamente enquadrado como perigosamente diferente, somem os freios morais que tornam inaceitável a violência física. Em palavras mais diretas: a cultura do ódio se alimenta da repetição, do financiamento e da amplificação.
Estudos sobre persuasão e repetição deixam claro que esse processo tem efeitos cognitivos mensuráveis; na política, seus efeitos são sociais e tangíveis. Há, portanto, uma tensão clara entre três vetores, o papel legítimo do Estado em informar e educar; o direito à publicidade e contratação de serviços de comunicação por parte de órgãos públicos e o risco de captura desses instrumentos para construir favores políticos e favorecer agrupamentos midiáticos que replicam uma mesma visão de mundo.
O remédio não é censura que por si só seria ferramenta autoritária, mas regras claras, transparência e pluralidade. Transparência real e em tempo útil sobre contratos, critérios de distribuição de verbas e métricas usadas para escolher veículos e agências (auditoria independente). Critérios públicos que separem publicidade institucional informação sobre políticas públicas, saúde, segurança, de comunicação de imagem governamental com limites temporais e controles legais. Investimento em mídia pública independente e regional, com governança que minimize indicações políticas e maximize pluralidade. Fortalecimento de jornalismo local, de fact-checking e de alfabetização midiática para tornar a sociedade menos vulnerável ao efeito da repetição mecânica.
Por fim, um apelo combater a propaganda nociva exige que o público recupere um papel ativo de escrutínio. Somos nós leitores, ouvintes, eleitores que podemos transformar familiaridade em dúvida produtiva, buscar fontes, exigir prestação de contas dos gastos públicos em comunicação e não aceitar a naturalização da violência simbólica. Sem isso, argumentos e cifras se transformam em um eco que, pouco a pouco, muda o que consideramos possível ou aceitável. De olho nos recursos infindos, que sustentam o que chamam de um “consórcio”, que afinal não é mais do que um arranjo político antinatural e anticonstitucional e que infecciona a democracia na carne, matando-a à facadas , na cara de todos, o meio da praça, à luz do dia.
A frase que foi pronunciada:
“No fundo só há duas políticas: a política de governo e a política de oposição.”
Joaquim Nabuco

História de Brasília
Como sempre, não faltam as cenas deprimentes. Um ônibus da Marinha quis atravessar com o trânsito interrompido, e desobedeceu a um guarda do DFSP. O povo vaiou os ocupantes, e um sargento da Marinha ameaçou sacando um revolver. (Publicado em 10.05.1962)


