Autor: Circe Cunha
circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br
Diz-me com quem andasEm dezembro de 2010, pouco antes de terminar seu segundo mandato , o ex-presidente Lula disse, sem meias palavras: “Foi gostoso passar pela Presidência da República e terminar o mandato vendo os Estados Unidos em crise, vendo a Europa em crise, vendo o Japão em crise, quando eles sabiam tudo para resolver o problema da crise brasileira, da crise da Bolívia, da crise da Rússia, da crise do México”. Naquela ocasião , tomado por uma espécie de febre de soberba, Lula ainda arrematou: “Foi importante para falar para eles [os países ricos] que na crise não foi nenhum doutor, nenhum americano, nenhum inglês, foi um torneiro mecânico, pernambucano, presidente do Brasil que soube como lidar com a crise com sua equipe econômica. Foi por isso que a crise demorou mais para chegar aqui e foi embora depressa.” Com o passar do tempo, depois que a poeira da ilusão se assentou, chegou a vez da consequência dar as caras e mostrar como a realidade pode ser cruel para um país quando sua administração é feita na base do improviso e ao sabor dos ventos. Nem bem começou o segundo tempo de sua favorita à frente do governo, e o país já enfrenta a pior crise econômica de todos os tempos. O trágico aqui, é que toda a estratégia para que a crise se instalasse em profundidade foi, minuciosamente preparada pelo próprio governo. No lugar do fermento – simbolizado pela expansão e abertura para o mundo, responsável pelo crescimento da massa PIB – os mestres cucas do Planalto adicionaram à receita o viés ideológico como ingrediente principal . Desta forma criou-se um conflito artificial ente Norte e Sul ou pobres e ricos, no comércio exterior, prontamente compensado pela aproximação com nações mais afinadas com o pensamento em moda. Deixamos de lado os EUA e Europa e embarcamos rumo à Cuba, Venezuela, China, Rússia, Índia, África e outros mercados , bem ao gosto dos novos estrategistas de estrela na lapela. À entidades sérias como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE, foi feita a opção pelo moribundo Mercosul, tornado mais um clube de caudilhos e políticos com pouca ação. O terceiro mundismo adotado pela política externa brasileira nos últimos doze anos seguiu as mesmas linhas traçadas internamente no Brasil do “nós” contra “eles”. Para tornar efetivo o trabalho de esfacelamento das relações econômicas externas, o governo partiu com disposição para o desmonte e alijamento do Itamaraty. Valeu a pena?
A frase que não foi pronunciada: “A culpa é das estrelas” John Green, deu o título do livro e milhões de pessoas acham a mesma coisa.
SOSQuem sabe agora um relatório de 38 páginas elaborado pelo distrital Rodrigo Delmasso venha a surtir efeito para um melhor atendimento nos hospitais. O que aparece para a população está no relatório. O que fica nos arquivos e mensagens a população não sabe. Certo é que há verbas mas ainda não há gestão.
É verdadePor falar nisso, a declaração de Agnello não pode ser contestada. Ele afirmou com um sorriso que fez um bom governo. Resta saber para quem.
Oportunidade
Enquanto a senadora Vanessa Graziotin tenta entender a razão de os manifestantes não terem falado em Reforma Política, o senador Renan Calheiros, mais sensível, percebe que uma discussão e votação da Reforma Política é a tonalidade maior das vozes não mais roucas das ruas.
Agenda Cursos e oficinas, convidados internacionais, rodas de saberes. A Associação dos Amigos das Histórias convida nossos leitores para 3 dias de muitas atividades.
Para todosDia 19, a Embaixada de Portugal sedia as atividades das 17h às 22h. Homenagem à escritora portuguesa Maria Izabel Loureiro e mais tarde o 1º Sarau de histórias com a presença de Erick Chartiot. Dia 20 na Câmara dos Deputados das 9 às 18 horas roda de debates sobre a importância do fortalecimento de políticas públicas e artísticas e no dia 21, na Torre de TV, das 9h às 18h oficinas e roda de histórias de vários países.
circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br
Dividir para dominar e depois perder Entre dois milhões e meio e dois milhões e novecentas mil pessoas foram para as ruas em mais de cento e cinquenta cidades do país neste domingo com um propósito bem específico: pedir o afastamento de Dilma Rousseff e do seu partido do governo. De quebra pediram também a prisão imediata de todos os comprovadamente corruptos. As vaias, os panelaços, as manifestações de rua, a atuação das mídias e a própria Justiça, com o Ministério Público à frente, vêm , pouco a pouco, encurralando este governo e parte do Congresso num beco sem saída. Esta posição acuada do governo federal e de importantes figuras políticas, complica, ainda mais, os problemas do país, fragilizando a governabilidade como um todo , com reflexos diretos na questão premente da reestruturação da economia. A credibilidade do governo é o lastro primeiro que garante e avalizam os rumos da economia. Com a perda da confiança nos governantes , a nação perde sua bússola e referência ,adentrando por mares tenebrosos, onde tudo pode acontecer, inclusive reações fraticidas. Saber como chegamos até aqui é relativamente fácil, basta conferir o amontoado de disparates ditos ao longo da última década pelas lideranças maiores do partido no poder. Principalmente na pregação sistemática da cisão do país entre “nós” e “eles”. O que se colhe agora, é o produto de um meticuloso trabalho de dissipação e instigação da revolta de classes, feitas com o intuito de “dividir para dominar.” O país esta hoje claramente dividido entre os 7% da população que ainda apoiam o atual governo e os demais que anseiam por mudanças urgentes. Uma parte da divisão social que Lula tanto insistiu em construir, também marcou presença. Só viu quem não quis, só não ouve quem não quer.
A frase que não foi pronunciada: “Nem todas as perdas são vida jogada fora, Algumas são necessárias.” Lia Luft
Prisão Nessa sexta-feira a Câmara Legislativa debateu sobre os estabelecimentos prisionais no DF. Vários convidados participaram dos debates e houve unanimidade em dois pontos. A superlotação e falta de pessoal para trabalhar são os maiores problemas. A audiência pública foi feita a pedido do deputado Raimundo Ribeiro que defende a melhoria no sistema para que o Estado cumpra a sua função mediante o preso e a sociedade.
Ampliação É certo que investir na Educação e preservar a família diminuem a incidência de encarcerados. Mas é preciso fazer investimentos porque o sistema está a um passo de um colapso. Prendem-se os mais perigosos e os outros são liberados. A falta de vagas acelera a necessidade de uma ampliação das instalações que já existem. João Carlos Souto, Secretário de Justiça defende a humanização e contribui com a idéia da tornozeleira para que os menos perigosos não fiquem impunes.
Comunicação Vindo do Amapá, Jory Oeiras, deputado estadual descreveu a situação dos presídios amapaenses. Sabia o que estava falando, já que era agente penitenciário antes de se candidatar. Para ele, a troca de informação das polícias militares, civil e federal de todo o país seria fundamental para o agir proativo e preventivo.
Execução Das 7.600 vagas, o DF tem encarceradas 14.015 pessoas. A juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, confessou que não há recursos humanos suficientes para administrar essa população. Além disso, 43 mil processos tramitam com apenas 3 juízes.
Concentração Por outro lado, o Ministério Público está em processo de criação de um núcleo específico para o acompanhamento da execução penal. Adriana Albuquerque, promotora de Justiça também sente a necessidade de investimentos no sistema prisional.
Criação Alexandre Queiroz, que preside a Comissão de Ciências Criminais da OAB informou na audiência pública que o Brasil se aproxima no ranking mundial da maior população carcerária com 200 mil presos. A contribuição do Dr. Queiroz é a criação de um Código Penitenciário do DF. Aproveitou para criticar o fato de no DF ser permitida visitação durante a semana. Em todos os estados elas acontecem apenas nos fins de semana.
Colocação Apenas 10% dos presidiários conseguem colocação no mercado de trabalho. Os órgãos públicos absorvem mais que as empresas privadas. Por enquanto, nesse último caso, apenas quatro firmaram contrato com a Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso- Funap. Francisca Aires sugeriu um seguro –desemprego para sustentar o ex- presidiário por pelo menos 6 meses, ate que consiga trabalhar.
Humanização Familiares de presos aproveitaram a reunião para descrever o tratamento dado aos visitantes nos presídios. Reivindicaram mais humanidade e dignidade no trato. O resultado da reunião, segundo o portal da Câmara Legislativa, será transmitido ao GDF.
circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br
HISTÓRIA DE BRASÍLIA Um novo hábito de Brasília é a visita, aos domingos, ao Palácio da Alvorada. Domingo passado, quatro mil pessoas estiveram em visita à residência presidencial. (Publicado em 09/08/1961) HISTÓRIA DE BRASÍLIA A única superquadra de Brasília que não tem bloco 3 é a 105, do IAPI. Em compensação é, ainda, a única superquadra com duas entradas pela W 1. (Publicado em 09/08/1961) HISTÓRIA DE BRASÍLIA A firma francesa encarregada da iluminação da Praça dos Três Poderes já entregou parte do material, não recebeu dinheiro, e está dependendo da importação do restante, que tem atrasado a inauguração da iluminação planejada. (Publicado em 09/08/1961) HISTÓRIA DE BRASÍLIA Nós havíamos cometido, aqui, uma injustiça. Quando falamos, na última vez, na Cadeia do dr. Pery, o cel. Jaime Santos já havia retirado os presos para o depósito definitivo, na GEB. (Publicado em 09/08/1961) HISTÓRIA DE BRASÍLIA A agência russa Tass divulga um telegrama no qual relata a conversa telefônica entre Kruchev e Titov. A certa altura, Kruchev pergunta quantas voltas deu o astronauta, e Titov responde: 17 e meia. Pelo visto, a Rússia teria que ocupar meia terra, porque ele saiu da Rússia e voltou para a Rússia. (Publicado em 09/08/1961) HISTÓRIA DE BRASÍLIA Os moradores dos blocos do IAPC na Asa Norte estão reclamando que nesta época de poeira, o Plano de Obras bem que podia concluir a pavimentação das avenidas fronteiriças aos últimos blocos. (Publicado em 09/08/1961) HISTÓRIA DE BRASÍLIA A agência do DCT do Gama é uma fábula. Até hoje a repartição não designou pessoal, e há, por isto, um único funcionário, que é o agente: Fábio Gobbi Loureiro. (Publicado em 10/08/1961)
circecunha@gmail.com; arigcunha@ig.com.br

