Autor: Circe Cunha
Ranieri Mazzilli: “Pode o povo confiar na ação enérgica e serena do governo, que não se afastará, custe o que custar, dos rumos traçados para a manutenção da ordem e o fiel resguardo da Constituição da República”. (Publicado em 28/8/1961)
Matéria assinada por Flávia Maia, do Correio Braziliense, com o título “Rios do DF estão condenados à morte” faz um apanhado geral sobre a situação dos mananciais na capital do país. E o que se apresenta é quadro bastante preocupante sobre o futuro do abastecimento de água potável para uma população que não para de crescer.
De saída é bom lembrar que as cidades, assim como os humanos, não podem prescindir da água. Em muitas localidades espalhadas pelo planeta, é possível divisar inúmeras ruínas de antigas civilizações, abandonadas por seus habitantes, tão logo a escassez de água se tornou problema sem solução.
Insumo básico ao homem e ao ambiente urbano, sem água não pode haver nem um nem outro. O mais grave que a reportagem mostra é que não há carência desse recurso, pelo contrário, existe sim boa distribuição natural dos veios d’água na região central do país. Inclusive o cerrado é corretamente lembrado como “pai das águas do Brasil”, pelo papel que desempenha na formação das principais bacias hidrográficas do país e do continente. O que ocorre, de fato, é o crime do descaso em todas as vertentes.
A poluição crescente dos principais rios da região urbana de Brasília decorre de fatores conhecidos há longa data, mas eles não têm sido devidamente corrigidos pelas autoridades e pela própria população. A deterioração progressiva na qualidade das águas dos rios da região tem um fator comum: a expansão desordenada e irregular na ocupação do solo.
Com a promulgação da Carta de 88, dando autonomia política ao DF, as terras, mesmo as situadas em áreas de proteção ambiental, se transformaram, da noite para o dia, em moeda de troca política do tipo um voto, um lote. A mancha urbana que em 1989 ocupava 30.962 hectares pulou para 65.690 hectares no final de 2006. Pior é que a pressão populacional exercida sobre os recursos naturais não para de crescer. A estimativa dá conta de que 25% dos domicílios urbanos estejam edificados diretamente sobre áreas de proteção ambiental, o que agrava o problema.
Lançamentos de esgoto in natura, captação irregular da água por caminhões pipas e poços artesianos clandestinos têm aumentado nos últimos anos. Com isso, sobem os custos com o tratamento da água. O problema do abastecimento de água com qualidade para a população não deveria ser enfrentado apenas na ponta final do tratamento, cujos custos já superam R$ 14 milhões mensalmente. O problema está na origem. Na nascente que deve ser protegida a todo custo, para o bem e o futuro dos brasilienses.
Mas no lugar de proteger as nascentes, que também é obrigação da Caesb, o presidente da companhia, Mauricio Luduvice, está animado com o projeto em andamento para licitação da estação que vai transferir água do Lago Paranoá para abastecer 600 mil pessoas moradoras das regiões do Lago Norte, Itapoã, Sobradinho I e II, Planaltina, São Sebastião e condomínios da região norte, inclusive o do Grande Colorado.
“O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver.”
Sigmund Freud
Planos de saúde complicam no momento de dar o recibo para o Imposto de Renda. A Amil, por exemplo, não aceita dar o comprovante para o titular da conta que efetua todos os pagamentos, mesmo que o beneficiário seja outro.
Por falar em Amil, quem está saudável e não está usando o plano, que custa por volta de R$ 500 mensais, recebeu a informação de que a Amil não vai mais atender os beneficiários e ponto final. Ao pagar a próxima parcela, o consumidor aceita automaticamente passar para a Unimed. Isso é afronta e merece mais atenção do Ministério Público, já que até agora a Anvisa não tomou providências.
Hanná, restaurante japonês na Asa Sul, prima pela qualidade e atendimento. Os funcionários são prestativos e gentis e o gerente não se cansa de circular pelas mesas perguntando se está tudo bem e explicando as novidades. Estranho é que, segundo um garçom, faz mais de uma semana que os clientes não recebem nota fiscal nem podem dar o CPF para o programa Nota Legal.
Como será que a população brasileira pode acompanhar os R$ 904,75 milhões aprovados por medida provisória como crédito extraordinário para os ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Defesa e da Integração? A quantia de R$ 546,51 milhões foi para a Integração Nacional para aquisição de alimentos, construção de adutoras e recuperação de poços no Nordeste. Isso foi em setembro. Nada mudou.
Conselho Técnico do Centro de Educação Média de Brasília: “Na hipótese da eventualidade de regime de exceção, os professores do ensino médio de Brasília declararam que não exercerão o magistério, por ser incompatível o seu trabalho de educadores sob o jugo de qualquer ditadura”. (Publicado em 28/8/1961)
Por decisão do Superior Tribunal de Justiça, o Ministério da Educação fez publicar no Diário Oficial da União, em 22/12, portaria que reintegra aos quadros da Fundação Universidade de Brasília (FUB), como professor do magistério superior, o ex-reitor daquela instituição Timothy Martin Mulholland. Demitido, em meio a um conturbado processo em que parte da imprensa, com alunos e professores amestrados por esquerda raivosa que tomou conta da UnB, cuidaram, à maneira dos velhos stalinistas, de julgar e condenar sumariamente o antigo reitor, acusado genericamente de desvios de verbas em contratos sem licitação.
Durante todo o processo, a imprensa cuidou diuturnamente de alimentar o ódio ao reitor, por meio de matérias diárias em rádios, tevês e jornais, insuflando a revolta de alunos do tipo profissionais, que se abrigam nas universidades não para estudar e, sim, para servir como células dos partidos dentro da instituição.
Naquela ocasião, a reitoria, que é um órgão público, foi invadida e depredada, prejudicando os trabalhos administrativos da UnB por um longo período. Também o próprio Timothy teve a vida privada devassada, com detalhes de sua intimidade expostos à execração pública.
Agora que o STJ manda reintegrá-lo à função original, até decisão final, ficam, mais uma vez, evidenciados o enorme poder da mídia e da cegueira partidária para denegrir pessoas e instituições e a incapacidade desses organismos de reparar, no mesmo plano, as injúrias lançadas.
A inexistência, na mídia, do verbo despublicar muito se assemelha ao ato de espalhar intrigas, lançando-as ao ar como penas ao vento. Uma vez feito, é impossível reuni-las novamente uma a uma. No caso do professor Timothy, um dos mais gabaritados professores e reitores que aquela universidade teve, cabe unicamente à Justiça julgá-lo. Não à turba de sedentos pelo poder.
“A justiça que tarda falha.”
Moral de uma história