O silêncio que estimula o crime

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ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Foto: jornalopcao.com.br
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      2017 será marcado como o ano em que os movimentos feministas em todo o planeta renasceram das cinzas, depois de praticamente serem deixados de lado com o fim da revolução sexual e de costumes que varreram o ocidente nos anos sessenta. Eleita a palavra do ano pelo Dicionário Merriam-Webster’s dos Estados Unidos, o feminismo do século XXI ganhou as ruas das principais metrópoles do planeta empunhando uma bandeira e uma denúncia tão antiga como a própria civilização, mas que nunca foi tratada com seriedade e com a devida atenção que merecia: o assédio sexual.

      Na verdade o que fez renascer e impulsionar os movimentos feministas, foi não apenas o poderio massivo e difusor das mídias sociais, mas o fato de que o assédio passou a ser revelado como prática comum também entre pessoas poderosas do show business, da política e de outras posições sociais e econômicas de destaque.

      De fato, nenhum estamento da sociedade está imune as misérias humanas, sendo que no alto da pirâmide social os escândalos, embora tratados com discrição por razões óbvias, são tão comuns como nas bases. Dos palácios as palafitas, o assédio tem sido prática ao longo da história humana e praticamente um comportamento aceito como usual, sem maiores problemas para os assediadores. De alguma forma a movimentação feita pelas mulheres agora, mundo afora, tem produzido resultados, com punições e condenações aos agressores.

      Chama a atenção o caso espetaculoso do mega produtor americano Harvey Weinstein, denunciado por uma série de atrizes famosas do cinema. São relatos de abusos ocorridos nas últimas três décadas, a maioria contra mulheres que pretendiam entrar para a carreira na indústria cinematográfica. No mundo da política as histórias vêm se repetindo com a mesma intensidade, envolvendo figurões dos altos escalões do estado. O próprio presidente norte americano, Donald Trump, tem sido alvo de algumas acusações de abusos, até agora sem maiores consequências .

      O abuso sexual é uma prática comum sobretudo no mundo da política, onde as pressões, o poderio das pessoas e do dinheiro são capazes de transformar casos repugnantes e verídicos, em ameaças e compra de silêncio. Do Itamaraty vieram denúncias variadas de caso de assédio sexual envolvendo embaixadores. A situação ganhou tamanha repercussão que o próprio MRE, por iniciativa do Sinditamaraty criou uma comissão especial para investigar esses casos e promover políticas de prevenção e de combate ao assédio e dar assistência psicológica às vítimas.

      Escolinhas de futebol, escoteiros, igrejas e outros lugares, volta e meia aparecem na imprensa com relatos assombrosos de caso de violência e abuso sexual contra crianças de todas as idades. A situação tem chamado a atenção em todo o mundo.

      Recentemente a Organização das Nações Unidas (ONU) criou uma força-tarefa para investigar casos dentro da Organização, sendo que o relatório sobre o assunto deverá estar pronto já nos primeiros meses de 2018. São  tantos os casos, e por toda a parte, que não é preciso ir muito longe para se certificar que o abuso sexual pode estar bem ao nosso lado e nos lugares mais inusitados possíveis.

      No Centro Educacional 06 do Gama, 30 vítimas, entre 15 e 17 anos do estabelecimento aguardam a meses o desfecho das denúncias ou o início das apurações de que, pelo menos 15 professores dessa instituição de 1.300 alunos, teriam, por meses, abusado sexualmente, das alunas. Esse caso, particularmente ainda permanece no fundo da gaveta, numa prova de que esse assunto ainda é ainda um tabu. Ganham com isso os agressores e todos aqueles que querem o silêncio como resposta.

A frase que foi pronunciada:

“No Itamaraty a mentalidade é que roupa suja se lava em casa; porém, quando se tenta lavar a roupa, a lavadeira fica marcada. Por isso a mulher se cala.”

Diplomata em entrevista. Pediu o anonimato.

ONG

Child Fund Brazil é um Organização Não Governamental que conseguiu apoio nos Estados Unidos para apadrinhamento de crianças no Brasil. É interativo, com muitas cartinhas, desenhos e acompanhamento do progresso da criança na escola.

Dando o sangue

Projeto da senadora Rose de Freitas determina a gratuidade em concurso público para doadores de sangue. A comprovação da doação de sangue deve ser feita por carteira de doador feita por hospital, clínica ou laboratório. É preciso que o candidato tenha feito doação pelo menos a cada seis meses nos últimos dois anos. A Comissão de Assuntos Sociais designará um relator para o projeto.

Novidade

Correndo contra o tempo o TSE já preparou uma licitação para a impressão dos votos. Embora seja contra a vontade do ministro Gilmar Mendes há uma pressão popular para que os votos sejam impressos acabando de uma vez por todas com as dúvidas sobre as urnas eletrônicas. Infelizmente, por restrições orçamentárias (acreditem se quiser) apenas 30 mil urnas, ou 5% do total, terão o dispositivo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Pessoal ligado ao movimento da Cidade Livre informa que os abaixo assinados são colhidos vários de uma vez, e usados conforme o interesse, na data desejada, o que dá a entender que essa manifestação pode não ser verdadeira. (Publicado em 11.10.1961)

Estado de coma

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ARI CUNHA

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Charge: casseta.com.br
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     Tomar distância dos problemas, além de se constituir numa boa estratégia para entender a questão em seu conjunto, serve como método para avaliar as repercussões de cada assunto e o que deve ou não ser posto de lado e esquecido de uma vez. Para aqueles que tem a oportunidade de viajar ao exterior e olhar o Brasil de fora, a visão que se tem é de um país que, apesar das potencialidades materiais que apresenta e da disposição geral da população, ainda tem muito o que avançar, em várias frentes. 2018 trará consigo o primeiro grande momento dos brasileiros de mudar definitivamente os rumos do país, depois das muitas revelações e dos escândalos que vieram à tona. Observado a distância dá para perceber, com clareza, que neste ano que se anuncia, uma grande janela de oportunidades irá se abrir. Obviamente que este momento é também percebido por aqueles que ainda lutam internamente pela manutenção do status quo.

     O que dá para visualizar com certa nitidez é que o maior entrave para o estabelecimento de fato da República, conforme estabelecido em seus preceitos básicos desde sempre, ainda está centrado na elite que comanda o país. Nenhum outro fator é mais decisivo para o deslanche do Brasil. Hoje já se pode afirmar com certeza que, está no modelo de Estado que privilegia uma minoria da sociedade, o maior e mais importante elemento que caracteriza o custo tido. De todos os gargalos que impedem o desenvolvimento, o maior e mais poderoso está justamente no tipo de elite que ainda temos à frente no comando da nação.

     A persistir nesta toada, depois das eleições, não será surpresa que, mais a frente, iremos nos deparar com uma ruptura violenta, ditada pelo desespero de muitos e fomentada não apenas pela realidade cruenta que irá se estabelecer, mas por aqueles que querem colocar fogo na lona no circo para escapar em meio ao tumulto generalizado.

     Neste sentido, as forças do atraso apostam parte de suas fichas num Supremo idiossincrático e sob nova direção. Vista do alto o que se nota é que estão centrados na Praça dos Três Poderes os maiores movimentos de contra reforma que buscam salvar a pele de muitos, mesmo as custas da perpetuação do atraso. O problema é que está nas mãos de uma parte da nação, deixada, desde sempre, à margem do Estado, o ponto da virada. É nessa massa, incapaz de perceber com clareza o ponto ebulição, que se apoiam as forças do atraso.

     A unção, pelo voto, daqueles que do ponto de vista ético e moral, não possuem mais qualquer condição de continuar ditando os destinos do país, pode significar, entre outras coisas, no prolongamento da agonia de um Estado, já diagnosticado com morte cerebral e que desde 2014 vem respirando com o auxílio de aparelhos.

A frase que foi pronunciada:

“O que vemos daqui é a ordem e o progresso da corrupção do Brasil, avalizada inclusive pela Suprema Corte.”

Luigi De Marrenieri

Sem vento

O que é certo é que a Caesb proíbe o uso do instrumento que inibe o hidrômetro de rodar com a entrada de ar. Mas o coordenador de Tecnologia de Micromedição, da Caesb, Clóvis Ribeiro, garante que os hidrômetros conferidos por amostragem de lotes conferem o volume d’água consumido e a quantidade rodada.

Parceria

Sem custos adicionais no contrato com o GDF, os papa lixo estão fazendo sucesso nas cidades onde os caminhões não têm acesso. A diretora-presidente do SLU, Kátia Campos explica que é a forma mais segura de acumular lixo sem atrair ratos e escorpiões. Uma parceria entre o SLU e as escolas seria fundamental para ensinar a importância da reciclagem do lixo para o meio ambiente. As crianças são as melhores divulgadoras do que aprendem.

Precaução

Pode até ser emocionante a aventura de entrar em um restaurante congelado artificialmente no Pátio Brasil. Mas uma coisa é certa. Quando havia brinquedos como um parque de diversões o chão tremia. Vale a presença do IAB, engenheiros para atestar a capacidade da estrutura do prédio em suportar tanto peso.

Sinal laranja

A cada dia aumenta o número de sem-teto nos Estados Unidos. Ao longo de um ano inteiro, em 2016, mais de 1,4 milhão de pessoas usaram um abrigo de emergência ou um programa de habitação de transição.

Notícia

Chico Sant’Anna informa que a Católica de Brasília fecha mestrados em Comunicação e em Tecnologia da Informação. Também foram extintos os cursos de graduação em Pedagogia e em Serviço Social. Com o fim desses mestrados, até sexta, 15/12, 28 professores de pós-graduação haviam sido demitidos.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Foi ou será entregue nestas horas, ao Presidente da República um abaixo assinado da Cidade Livre pedindo a nomeação do sr. Cândido Garcia para a Subprefeitura do Núcleo Bandeirante. (Publicado em 11.10.1961)

Pouco para nada

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ARI CUNHA

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loyolaandnews.es

         Em termos gerais os brasileiros atendidos por abastecimento de água passou de 80,9% em 2007 para 83,3% em 2015. Com relação a coleta de esgoto essa variação foi 42% para 50,3%. Na avaliação de especialistas no assunto esse ritmo é ainda muito lento e, pior, nos países desenvolvidos, essa era uma discussão que preocupava as autoridades  no século 19 . Para esses entendidos no assunto a questão da baixa infraestrutura em saneamento básico gera prejuízos de grande monta em diversas outras pontas.

         Além de problemas de ordem social, a falta de saneamento traz problemas também para as áreas ambientais, para os sistemas financeiro e principalmente para a estrutura de saúde , já que essas deficiências representam um aumento significativo na proliferação de doenças variadas. Se em questões de saneamento básicos andamos as voltas com a baixa universalização desses serviços, em educação esses problemas não são diferentes.

           Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, OCDE, o Brasil é um dos países que menos gastam com alunos do ensino fundamental . Em compensação possui gastos com as universidades semelhantes a países do primeiro mundo.

         Estudo intitulado Um Olhar sobre a Educação, analisando 35 países mostrou que o Brasil gasta anualmente US$ 3,8 mil (R$ 11,7 mil) por aluno do primeiro ciclo do ensino fundamental ou menos da metade do que é gasto nos outros países  da OCDE que anda por volta de US$ 8,7 mil.

           Em recente matéria que escreveu para um jornal da capital, intitulado  “Afogamento e fuga de nossos cérebros” o senador pelo DF Cristovam Buarque que tem na educação sua principal bandeira política, levantou um problema ainda mais preocupante. Mesmo considerados baixos , em relação aos países desenvolvidos , os investimentos brasileiros ao longo de todas as etapas de ensino, que vão do básico à universidade e que consomem décadas de despesas e de esforços, acabam sendo perdidos na ponta final do processo, quando os poucos estudantes que chegam a concluir uma pós-graduação  e atingir o nível de conhecimento que os torna um pesquisador e cientista em sua área de estudo, pela precariedade variadas de condições , acabam por deixar o país em busca de melhores oportunidades no exterior.

          Essa fuga de cérebros, lembra o senador, equivale a perda de riquezas inestimáveis para o país, numa época em que a ciência, a tecnologia e a cultura representam o verdadeiro ouro do século XXI. Sem esses cientistas todo o processo de sua formação desses cérebros e os recursos escassos investidos na sua formação, e que fazem falta em outras pontas, é desperdiçado de forma grave para o Brasil, com as consequências que já conhecemos.

      Os brasileiros se revoltariam se tomassem conhecimento de que nossos governos estão omissos diante da destruição de parte de nossas minas, deixando que países estrangeiros levem uma parte de nossos minérios. Entretanto, nenhuma indignação é manifestada e nada é feito para impedir a fuga de cérebros” ,avalia o senador.

A frase que foi pronunciada:

“Sou otimista: se não consigo entrar por uma porta, tento outra porta. Ou então trato de construir uma entrada”.

Rabindranath Tagore, escritor indiano

Votos

Agradecemos aos leitores pelos votos de Boas Festas e por terem acompanhado e contribuído com a coluna por todo o ano. A todos desejamos um ano cheio de notícias mais agradáveis.

Vexame

Novamente tumulto em avião com a presença de políticos. Dessa vez a senador Gleice Hoffman foi alvo de protesto. Normalmente apenas uma pessoa assume os ataques. Dessa vez o avião aplaudiu o discurso.

Release

Os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe não conseguiram fazer o pagamento do 13º salário dentro do prazo para os servidores estaduais. Pela Consolidação das Leis do Trabalho o 13º pode ser pago em até duas parcelas, a primeira entre fevereiro e novembro e a segunda, até 20 de dezembro.

Pague-se

Completamente desnecessário o estrago feito na árvore da 314 norte em frente a barraquinha do chaveiro. Há multa para tudo, menos para quem acaba com dezenas de anos de vida de uma árvore.

Destruição

Outra coisa comum naquela quadra são os caminhões que atravessam pelas calçadas destruindo o que foi recentemente feito. Os moradores só assistem sem poder fazer nada.

Vigilância Sanitária

Em vários órgãos públicos, empresas e acreditem, em padarias e restaurantes, falta um tanque para lavar panos de chão. O pano é limpo na mesma pia onde é feita a comida, pizza ou onde todos lavam as mãos e escovam os dentes.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Na W3, com o Eixo Monumental abriram uma vala anteontem. O serviço foi feito imediatamente. Fechada a vala, poucas horas depois veio outra turma, e abriu novo buraco na distância de oitenta centímetros do primeiro. (Publicado em 11.10.1961)

A Lombriga e o analfabetismo

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ARI CUNHA

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http://4seminariopromessas.blogspot.com.br
Foto: 4seminariopromessas.blogspot.com.br

         Na visão mesquinha e imediatista de grande parte das nossas lideranças políticas,  os investimentos realizados em educação sempre possuíram o mesmo potencial de retorno em votos daqueles investidos em água e esgotos encanados. Por se constituírem em gastos em obras que quase ninguém enxerga de imediato, seus resultados, em termos eleitorais e de visibilidade do político sempre foram consideradas escassas. Por isso, acreditam, mais vale investir em obras vistosas, com enormes placas metálicas destacando o nome do benfeitor em letras garrafais, para que todos vejam e se lembrem desse realizador na hora de depositar o nome nas urnas.

         O que esses prestidigitadores políticos parecem não entender é que obras de infraestrutura em saneamento básico e investimentos pesados na preparação de professores e na construção de escolas dignas do nome, por seus efeitos deletérios, possuem o poder de fixar na memória e na gratidão dos cidadãos atendidos o nome desse gestor em letras de fogo, gravadas diretamente na alma, principalmente nos mais novos.

         A falta de água e esgoto tratados, possuem  sobre os contribuintes, os  mesmos efeitos malignos que o analfabetismo produz . Saúde e educação são os maiores bens que um Estado justo pode devolver aos seus cidadãos.  Pouca saúde e muita saúva, os males do brasileiro são, já dizia o escritor Monteiro Lobato, há quase cem anos. A barriga cheia de lombrigas e cabeça vazia de ideias e de sonhos, os males históricos de nossas crianças são como uma marca indelével de nosso subdesenvolvimento.

         Ao relegarem a um plano menor de saneamento básico e educação o que nossas autoridades conseguem de fato é resolver seus problemas do presente em termos eleitorais e adiar sine die o futuro de muitos e, por tabela, do próprio país. Dados recentes revelam o quão distante ainda estamos da universalização ao acesso a água e esgoto tratados e á uma educação básica de qualidade, requisitos fundamentais a cidadania e sem os quais todo o resto é inútil, inclusive a existência do próprio Estado.

         Dez anos após entrar em vigor no país , a Lei de Saneamento básico ainda não conseguiu debelar esse  problema de saúde primária. Em 2017, metade da população continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário. Dados do Sistema Nacional de Informações dão  conta que em 2015 mais de 100 milhões de pessoas não possuíam sistema de coleta adequados de dejetos, sendo que parte significativa desses esgotos eram lançados diretamente nos rios. O mesmo aconteceu com relação ao abastecimento de água tratada que avançou pouco desde 2007 quando a Lei 11.445 entrou em vigor. De lá para cá o acesso a água de boa qualidade passou de 80,9% para 83,3% em 2015, uma evolução ainda pequena para uma questão  tão grande. O problema está presente tanto nas áreas periféricas das grandes cidades como em alguns municípios, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Na região Norte esta situação é ainda mais grave. Apenas 49% da população tem acesso a abastecimento de água de boa qualidade, sendo que com relação a coleta de esgoto esse número fica em míseros 7,4%. Entre o Amapá,  com índices de coleta de dejetos de  3,8% e de abastecimento de água tratada de 34%, e o Distrito Federal há um abismo difícil de ser explicado á um estrangeiro. Na capital esses índices são de 95,6% e 84,5% respectivamente.

A frase que foi pronunciada:

“Temos duas escolhas nesta vida: uma é aceitar as coisas como são; a outra é assumir a responsabilidade de mudá-las.”

Denis Waitley, escritor americano

Desconto

Na Califórnia o transporte solidário é estimulado. Ao passar pelo pedágio, o carro que tiver mais de duas pessoas o motorista não paga.

Por justiça

Para não lotar as cadeias os juízes norte americanos apelam cada vez mais para as penas alternativas. Uma delas atingiu duas crianças e a mãe. Uma das crianças cortou o cabelo da coleguinha. O caso foi parar no tribunal. A pena para a mãe da garota que gostaria de ser cabeleireira foi cortar o rabo de cavalo da menina ali mesmo, no tribunal. A mãe fez o que o juiz mandou e protocolou uma reclamação contra o juiz criativo. Assim funciona um país onde a justiça atende quem não dorme em berço esplêndido.

ONG

Muitos norte americanos contribuem com a ONG https://www.childfundbrasil.org.br . Crianças de todo o país são apresentadas a seus padrinhos que pagam uma quantia simbólica por mês. Cartinha vem cartinha vai muita transformação na vida desses pequenos, que com o contato com os padrinhos conseguem vislumbrar uma vida melhor.

Consume dor

Vivenciando os altos dos preços nos aeroportos do Brasil o deputado federal pelo Ceará Vaidon Oliveira elaborou uma proposta que impede o abuso de cobrança nos alimentos em aeroportos. Uma garrafinha dágua por R$6 ou 3 pães de queijo por R$20 é realmente um roubo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Finalmente, não há nada que eu admire tanto quanto o trabalho das senhoras que se dedicam à caridade, e, em toda oportunidade, o meu desejo tem sido simplesmente o de ajudar. (Publicado em 11.10.1961)

Vamos parar onde estamos

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ARI CUNHA

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Fonte: thoth3126.com.br
Foto: thoth3126.com.br

         Ainda está por ser fechada a conta total dos prejuízos ao país decorrente dos longos treze anos de governos petistas. Muito se tem propalado sobre as tais distribuições de renda e a retirada de milhões de brasileiros da faixa de pobreza. Dados recentes tem desmentido essas versões. Segundo o IBGE um em cada quatro brasileiros vive em condições de pobreza extrema.

          Dado a crise econômica prolongada experimentada pela nação desde 2014, não será surpresa que ao final dessa década, o número de cidadãos vivendo com extrema dificuldade terá aumentado significativamente, tornando a chamada herança maldita um fato não só a não ser esquecido, mas a ser tomado como lição por todos aqueles que, de algum modo, acreditam que caminhos populistas representam atalhos fáceis para o desenvolvimento e a superação das desigualdades.

       Se fosse esse apenas um caso de desilusão política passageira, capaz de ser superada com algumas medidas corretivas , tudo seria resolvido de forma pacifica e sem maiores traumas. Ocorre que o montante de recursos da nação,  empregado de forma errada e criminosa em aventuras, que tinham como pano de fundo a construção extemporânea de um socialismo caboclo nos mesmos moldes como o que foi feito na Venezuela,  arruinou de tal forma  o país, que muitas gerações terão passado até que a economia volte a  normalidade e as condições que detinha ainda no inicio desse século.

     Não se conhece ainda o montante que resultou da  aliança entre a má administração e a corrupção institucionalizada. Na esteira do que foi praticado pelo país afora, somente no Rio Janeiro o PMDB local, um dos coadjuvantes privilegiados da era petista, teria desviado do estado mais de R$ 500 milhões, sob o comando direto de Sergio Cabral. Obviamente que em âmbito nacional ainda é cedo para se conhecer o valor real expropriado da  sociedade.

      A parte visível dessa razia pode ser conferida diretamente no caixa das estatais, arruinadas pela gestão companheira e sob o olhar providencialmente displicente dos diversos órgãos de fiscalização. Empresas como a Petrobras, Eletrobras e Correios, para ficar apenas nessas três, foram exauridas em seus recursos em tal voracidade, que muitas ainda não quebraram por completo, porque contam com o dinheiro inesgotável do contribuinte para socorre-las nesses casos.

         As pilhas montanhosas de dinheiro devolvidas por Operações policiais como a Lava Jato, representam apenas uma ínfima parte desse dinheiro que desapareceu numa ponta e ressurgiu no bolso de alguns sob as mais criativas formas. Favores, apartamentos dados e usados como cofres, malas de dinheiro em aviões, contas no exterior, joias, pedras preciosas, e por aí vai.

         Queira ou não esse foi um período para não se esquecer. Mais do que isso, esse foi um tempo para se retirar lições preciosas e que , no futuro, será de grande valia para prevenir episódios semelhantes e principalmente para ser transmitido aos mais jovens e a todos aqueles que acreditam que o caminho  reto na administração da coisa publica, não é necessariamente o mais fácil e prazeroso.

A frase que não foi pronunciada:

“A velha política só existe porque há eleitores que a endossam.”

Urna pensando.

Oeste 3

Observando o trato que governos de cidades importantes pelo mundo dão ao turismo fica mais difícil compreender a indiferença do GDF nos últimos 30 anos com a W3. Um lugar potencialmente atraente que poderia ficar fechado à noite com mesas e cadeiras nas calçadas, bares e restaurantes com tranquilidade dando as boas vindas aos visitantes e aos moradores.

Nada

Aliás é bom lembrar que mesmo um concurso para revitalizar aquela área nada adiantou.

Em nada

Apesar de todo o esforço que vem sendo feito pela equipe do atual governo, a população, já sabe de antemão, que de nada adianta começar a reforma da casa pelo telhado, principalmente quando se sabe que o terreno é pantanoso.

Sem reguladora

Quando Elici Bueno, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor disse que “o risco mais grave para o consumidor é de ficar sem acesso à internet fixa. Se as teles forem autorizadas a vender livremente o bem que hoje é do cidadão, milhões de lares ficarão desconectados e à mercê de preço e qualidade ditados e manipulados pela iniciativa privada.” O que se vê constantemente é  a venda de um pacote de internet longe da velocidade prometida, com constantes quedas e falhas no sistema. Somos tão resignados e até ingênuos que quando uma operadora inventa um aplicativo para controlar os sinais emitidos achamos o máximo.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Não somos a favor do caruncho nem dos ratos, mas não aceitamos, também, a hipótese de ver o alimento se estragar pela falta de utilização, principalmente, numa cidade onde há fome. (Publicado em 11.10.1961)

A educação e o rabo do cachorro

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ARI CUNHA
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Fonte: dgabc.com.br
Fonte: dgabc.com.br

Tal qual cachorro que em vão corre em círculos atrás do próprio rabo, prosseguimos às voltas com nosso destino, atados permanentemente ao subdesenvolvimento pelas cordas de um analfabetismo teimoso e longevo. Somente através de escolas públicas de qualidade poderemos aprender a desatar esse nó górdio secular que mantém não só Brasil , mas boa parte da América Latina na rabeira do mundo.

Instituto de Estatística da Unesco dá conta de que mais de 19 milhões de adolescentes que concluem o ensino fundamental, não conseguem ler e entender adequadamente um simples parágrafo, o que os incluem numa nova modalidade de analfabetismo.

No Brasil, de acordo com o Inep, apenas 30% dos alunos que terminam a 9ª série possuem aprendizado satisfatório em leitura e interpretação, muito menos que a média da própria América Latina que já é baixa. Problema como esse ganha contornos ainda mais preocupantes quando se percebe que as novas tecnologias. A intensificação do uso de computadores, tanto na automação e robotização das fábricas , como em outras áreas do trabalho cotidiano estão a exigir, cada vez mais, especializações que serão como barreira a todos aqueles jovens com pouca formação.

O analfabetismo é endêmico em todo o mundo subdesenvolvido e um traço comum a todos esses países. Em outra frente destaca-se o esforço da Unesco para que os jovens desses países tenham reconhecido seu direito à uma educação de qualidade.

Atualmente, avalia a Unesco, cidadãos de quase metade dos países do mundo são incapazes de levar seus governos à justiça se violado o direito à educação, embora todos os países tenham ratificado pelo menos um tratado de direitos humanos que garante algum aspecto do direito à educação. Este direito, embora garantido em tratados, por 82% das constituições nacionais do mundo, apenas 55% dos países permitem que seus cidadãos levem seus governos aos tribunais por violar o direito básico. Além de um novo analfabetismo que se anuncia com jovens incapazes de apreender corretamente um texto, o baixo nível de qualificação de nosso jovens é outra característica comum a estes estudantes.

É sabido que o conhecimento e domínio de uma outra língua, abre novas oportunidades de emprego e colocação no mercado de trabalho, sendo que para esses profissionais bilíngues existe, na teoria, a chance de ganhos extras de até 60% maiores do que aqueles que não falam outro idioma.

O futuro do país está numa educação de qualidade, embora se saiba que isoladamente ela não dará conta do recado. Há aspectos ainda a se resolver tais como justiça social e uma boa implementação de políticas públicas nas áreas de saúde, segurança, moradia, transportes e muitas outras. O problema é que para conhecer essas outras variáveis que nos mantém presos ao atraso é preciso antes entender todo o processo por trás. É aí que entra, de novo, a educação e o rabo do cachorro.

A frase que foi pronunciada:

A história é como um estilingue.Quanto mais fundo você puxa, mais fundo você alcança”.

Aloísio Magalhães

Curiosidade

O Departamento de Parques e Jardins informa sobre as espécies tombadas como Patrimônio Ecológico do DF. Copaíba, sucupira-branca, pequi, cagaita , buriti gomeira, pau-doce, aroeira, embiruçu , perobas, jacarandás e ipês nunca devem ser cortadas. Se o caso for de extrema necessidade haverá compensação ambiental. Pelo menos essa é a regra.

Evolução

Enfim, uma iniciativa inteligente. Valendo 30 créditos para o voluntário que se candidatar a participar do projeto de acolhimento dos calouros. Ponto para a primeira reitora da UnB Márcia Abrahão Moura.

Release

“Brasil, brasileiros. Por que somos assim?” Esse é o mais novo livro do senador Cristovam Buarque. Trata-se de uma coletânea de 16 textos de pensadores que respondem à pergunta título, motivados por profunda inquietação. No capítulo IV, Cristovam, explica “Como somos”, tentando desvendar as barreiras que nos impedem de avançar, “sem coesão no presente e sem rumo para o futuro”. Os textos do livro foram organizados por Cristovam junto com Francisco Almeida e Zander Navarro.

Sustentare

Os garis começam hoje uma caravana de caminhões de coleta da Sustentare Saneamento, enfeitados com decoração natalina. O comboio irá ao Instituto Social Dona Diva, em Arapoanga, para doar 50 cestas de alimentos e 80 brinquedos.  Os produtos serão entregues por garis vestidos de Papai Noel. Williani Carvalho organizou tudo com o maior carinho.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O fubá de milho e a farinha de trigo bichada que está guardada na obra da Catedral, não são da Legião Brasileira de Assistência e sim da “Cáritas”, da Arquidiocese de Brasília. (Publicado em 11.10.1961)

Troca-se violência por arte

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colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha  e Mamfil

Quando se fala em arte-educação no Brasil, o nome da carioca Ana Mae Barbosa brilha como uma estrela de primeira grandeza. Trata-se da mais importante referência no país para o ensino da arte nas escolas, disciplina, até alguns anos atrás, pouco conhecida e valorizada entre nós.

Nos anos 1970, teve seu pedido de bolsa para fazer mestrado em Connecticut nos EUA negado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sob o argumento de que o Ministério daEducação não reconhecia a arte-educação como área de pesquisa. Para contornar o obstáculo, custeou os estudos dando aulas de cultura brasileira na prestigiosa Universidade de Yale, se transformando na única brasileira com doutorado em arte-educação no país, condição que fez dela a maior autoridade e a mais ferrenha defensora da disciplina no Brasil.

Autora de diversos livros sobre o assunto, ganhadora do Prêmio Jabuti na categoria Educação e Pedagogia, desenvolveu, a partir de 1987, a chamada Abordagem Triangular, o primeiro sistema educativo no ensino da arte que ainda hoje é referência nos programas em arte-educação no Brasil. Seu método enfoca o ensino das artes pelo tripé da contextualização histórica, pelo fazer artístico e pela apreciação da obra de arte. Ainda hoje, aos 81 anos de idade, Ana Mae continua a batalha pelo reconhecimento da importância da arte-educação no Brasil, sobretudo agora que se anuncia a retirada da disciplina de artes proposta pela reforma do ensino médio.

Para a educadora, a retirada dessa disciplina dos currículos escolares terá como consequência a formação de toda uma geração de brasileiros “facilmente manipulável”. O ensino das artes nas escolas é, na sua avaliação, importante para o ser humano. Por isso existe e acompanha a humanidade desde o tempo das cavernas. Além disso, está provado que o ensino das artes é transferível para o aprendizado de outras disciplinas, como ficou atestado em estudos realizados nos EUA nos anos 1990, quando se comprovou que os melhores alunos e as melhores notas eram dos estudantes que tiveram a oportunidade de estudar artes.

A partir desse estudo, os pesquisadores passaram a dar atenção ao ensino das artes como importante referência à transferência cognitiva e afetiva. Ficou provado que o desenvolvimento mental que o estudo das artes proporciona é aplicável ao modo como se aprendem as outras disciplinas. “Essas pesquisas, dizem, demonstraram que o estudo de desenho aumenta a qualidade de organização da escrita; raciocinar sobre arte desenvolve a capacidade de raciocinar sobre imagens científicas; a análise de imagens da arte propicia a capacidade de leitura mais sofisticada, interpretação de textos e inter-relacionamento de diferentes textos. Enfim, a instrução em artes visuais, como fator de desenvolvimento da prontidão para a leitura compreensiva, foi uma das conclusões das quatro pesquisas realizadas por James Catterrall, PhD em educação pela Stanford University.

No caso de disciplinas como teatro e interpretação, a transferência de cognição foi ainda maior. Para o pesquisador, nos alunos que tiveram a oportunidade de estudar teatro foram identificados maior compreensão da leitura oral de textos, maior compreensão do discurso oral em geral, aumento da interação entre pares, capacidade de escrever com eficiência e prolixidade, habilidades de resolução de conflitos, concentração de pensamento e habilidades para compreender as relações sociais. Também aparece a capacidade para compreender problemas complexos e emoções, além de estímulo ao engajamento.

Outro aspecto verificado com o ensino das artes é a redução da evasão escolar, elevação das aspirações educacionais dos alunos e o desenvolvimento de habilidades de pensamento de ordem superior. No caso do estudo da música, a transferência cognitiva ajuda no aprendizado da matemática, na percepção espacial e temporal. Não é por outra razão que muitos cientistas têm bom ouvido para música, sendo que grande parte deles toca um instrumento. Infelizmente as autoridades brasileiras ainda não avaliaram adequadamente a importância do ensino das artes em nossas escolas públicas, e o resultado é o que se vê hoje, inclusive com muitos professores sendo agredidos de forma brutal num país que parece caminhar para trás rumo ao mundo primitivo, de volta para as cavernas, só que, agora, sem pinturas rupestres.

 

A frase que não foi pronunciada

“Às vezes, a vida é colocada de cabeça para baixo para que possamos aprender a viver de cabeça para cima.”

Max Weber, sociólogo alemão

 

Antes do Fórum

» O Ministério das Cidades abriu inscrições até o dia 19 de janeiro para o curso presencial nacional sobre regulação e fiscalização dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Com a coordenação de Frederico Araújo Turolla, os painéis tratarão dos títulos: O papel das agências reguladoras, a regulação econômica, a regulação da qualidade dos servidores, aplicação de penalidades e análise do impacto regulatório (AIR)

 

Solidariedade

» Apesar do excesso de estrangeirismo no nome, o evento é solidário. The Street Store DF arrecada doações para a primeira edição no Nordeste. Pontos de coleta espalhados por Brasília estão recebendo roupas, sapatos e brinquedos. Vai até o dia 21. A ONG promete levar as doações para as comunidades de Agrovila, Pavão e Cana Brava, no interior da Bahia. Duas mil pessoas serão beneficiadas com as doações. Outros pontos de coleta pela cidade entre os dias 11 e 30 de dezembro serão a SelfStok, as lojas Bio Mundo, Living Fit e a empresa Centro Peças.

 

História de Brasília

Sabe-se, agora, que não havia imposição do PSD de Goiás, mas sim a promessa do governo, o compromisso de “dar-lhe” a Prefeitura de Brasília. (Publicado em 10.10.1961)

O que dizem os búzios ?

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Desde 1960
colunadoaricunha@gmail.com;
com Circe Cunha e Mamfil

Fonte: TSE

Todo o final de ano o ritual se repete: é feito um balanço geral das atividades, realizadas ou não, ao longo dos doze meses que passaram, para , no novo período que se anuncia, correções de rumo mais racionais sejam adotadas. Funciona assim com as pessoas, com as empresas e com o próprio Estado. Todos necessitam reavaliar metas e objetivos. No caso particular e no que diz respeito direto ao nosso país, muitas correções de rumo serão necessárias para que o Brasil e, principalmente os brasileiros reencontrem um modelo capaz de apaziguar a população em relação ao governo e mais precisamente com relação aos políticos e autoridades com assento nos mais importantes cargos do Estado.

Perdura ainda no ar uma antipatia visível que separam dirigentes de um lado e a nação de outro. Os seguidos escândalos envolvendo os mais altos escalões da República, com a condenação e prisão de alguns desses personagens, todos invariavelmente envolvidos em desvios de dinheiro público, criaram um tal ambiente de desconfiança e repúdio dos cidadãos contra as classes dirigentes, que será necessário muito trabalho de convencimento para reverter uma situação, que já chegou, inclusive, as vias de fato.

Políticos são caçados, ameaçados e xingados em aeroportos e outros lugares públicos, colocando em risco não só a integridade física desses também cidadãos, mas em níveis mais profundos, aumentando os riscos de um retrocesso no processo democrático, ainda em fase de consolidação. Fôssemos consultar os búzios para saber o que o futuro reserva para o país, em ano eleitoral, não seria difícil adivinhar a resposta: dias de incerteza e até de tumulto se aproximam, não sendo, de todo, surpreendente que aconteçam escaramuças aqui e ali por conta de descontentamentos, traições e ilusões resultantes do comportamento da classe dirigente.

Uma placa, em letras garrafais, exposta a algumas semanas em uma tesourinha no final da Asa Norte, resume o que anda pensando e desejando a população em relação ao governo. Diz a placa: “Governar é não roubar”. A frase parece sintetizar o desejo íntimo dos brasileiros com relação aos governantes. Por trás dessa mensagem estão mais de 200 milhões de brasileiros que sentem na pele os efeitos perversos de maus governos. Não no sentido político e ideológico, mas no plano ético.

A crise experimentada por todos deriva, não de desacertos econômicos ou políticos, mas tão somente do comportamento sem ética de muitos de nossos dirigentes, nos três Poderes. Chegamos a uma situação tão bizarra , que somos obrigados a aceitar o fato de termos um deputado dormindo a noite na cadeia, e dando expediente durante o dia na Câmara dos Deputados, recebendo além do seu salário normal , uma ajuda de custo para moradia. E olha que esse é apenas um exemplo menor.

A frase que foi pronunciada:

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”.

Otto Von Bismarck, diplomata alemão.

Pirata

Quem reclama do transporte pirata é o governo. Mal sabe ele que sai do Paranoá um ônibus pirata com destino à Bahia abarrotado de passageiros e bagagem. É mais barato, mais rápido, mais garantido e com zero segurança.

Monitoramento

É bom a vigilância sanitária conferir os salões de beleza da cidade nesse tempo de festas. No Lago Norte , Family’s Hair é raro ver alguma manicure tirar o alicate do esterilizador. As escovas de cabelo também são um enigma. Como salão pode ser um resort para fungos e bactérias, as vistorias deveriam ser constantes.

Pró ativo

Está tudo bem explicadinho no YouTube da Anvisa sobre o que os clientes devem observar nos salões de beleza. Alice Alves, Coordenadora de Serviços de Interesse à Saúde, da Gerência-Geral de Serviços em Saúde dá as dicas. Agora, quando alguma coisa está errada é a Vigilância Sanitária a responsável pela visita de inspeção.

Imbatível

Maria Amélia

Maria Amélia é famosa em Brasília pelos doces que faz. Para o Natal já está preparando panetones de dar água na boca.

Passeio

De 9h às 23h com o custo de R$30 a R$35 para patinar no gelo e R$25 brinquedo da galinha pintadinha. No estacionamento do parque Ana Lídia. A garotada está se divertindo a valer.

Sem zelo

Até hoje uma fita plástica amarela é o que foi deixado no alambrado destruído por um carro que despencou da ponte da Barragem. A altura do lugar pede um guard rail, no mínimo para proteger os motoristas.

Datas

Fonte: Senado.gov.br

Senador Paulo Paim é de uma atividade que impressiona. Ele foi o relator da proposta apresentada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa que propicia uma data diferente para provas e concursos às pessoas que por razões religiosas não possam participar dos certames. “Ninguém será privado do acesso ao ensino ou a cargos, empregos e funções públicas por motivo de crença religiosa, salvo se se recusar a cumprir o procedimento previsto nesta lei”, disse o parlamentar.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 

Atitude de liberdade, desassombrada e digna, a do sr. Venerando Freitas, telegrafando naqueles termos ao presidente da República. (Publicado em 10.10.1961)

  No lugar certo, no momento certo

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Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha  e Mamfil

Eunício Oliveira vem conseguindo no Senado uma façanha, há muito tempo, não alcançada por outros dirigentes políticos: a unanimidade de apoio e de respeito não só dos demais senadores, mas de toda a classe política e de todos aqueles que o conhecem de perto. Em tempos conturbados, de acirramento dos ânimos, de maniqueísmos e de discórdias de toda ordem, em que a maioria dos políticos não é vista com bons olhos pela população em geral, esse cearense, de Larvas da Mangabeira no Cariri, chegou à Presidência do Senado de mansinho, sem estardalhaço, em meio a maior crise política da história recente do país. Avesso a confusões, Eunício, como se diz lá no Ceará, não é de “botar buneco”. Pelo contrário, é, justamente, pelo seu temperamento cordial e conciliador, com traços daquela diplomacia típica dos cearenses de boa cepa, que Eunício Oliveira tem angariado a aquiescência de seus pares, mesmo nos momentos mais difíceis durante as votações mais complicadas.

Ao fazer um balanço de sua gestão em 2017 à frente do Senado, Eunício Oliveira afirmou que, ao longo do ano, sempre buscou imprimir nos trabalhos a marca do diálogo, da participação coletiva e dos resultados. “Não me preocupa a quantidade, mas, sim, a qualidade do que fazemos. Mas é cabível o breve registro de que o número de matérias apreciadas em 2017 foi o maior de toda a década. Até ontem, o Plenário tinha votado 261 proposições, entre projetos de lei, medidas provisórias, projetos de resolução e propostas de emendas à Constituição, afirmou o senador, lembrando que esse foi o ano em que foram votadas matérias como as reformas trabalhistas e políticas, além de medidas como a que permitiu a continuidade dos saques das contas inativas do FGTS, entre outras de igual importância.

Eunício destacou o resultado de medidas administrativas tomadas durante sua gestão, que resultaram na devolução de R$ 203 milhões aos cofres públicos. Com relação aos outros poderes da República, o presidente do Senado lembrou que este foi um ano em que se empenhou para manter o saudável equilíbrio entre as instituições, de forma que o Senado Federal fosse respeitado e ouvido pela Presidência da República, pela Câmara dos Deputados, pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Ministério Público.

Lembrou ainda que, em 2017, não foram poucos os momentos com potencial de crise a explodir na relação entre os poderes, mas, em todos os momentos, o Senado soube tomar as decisões mais adequadas ao interesse público nacional. Com relação à economia de gastos do Senado da ordem de R$ 203 milhões, o presidente fez um apelo aos ministros do Planejamento e da Fazenda que utilizem esses recursos não para compor o superavit fiscal, mas como aporte extra para as áreas de segurança pública, saúde e educação.

Mesmo a oposição, que nesses anos de radicalização e de antagonismos tem se comportado de maneira mais irritadiça que o habitual, reconheceu que sob a liderança de Eunício Oliveira, os trabalhos da Casa têm se desenrolado de maneira mais amena possível. O senador Randolfe Rodrigues frisou as boas relações entre a Mesa e os demais senadores. “Eu tenho de fazer o testemunho também da relação franca e cordial que tenho mantido com V. Exª que tem, no meu sentir, separado o que é a relação cordial, franca com os colegas senadores da relação também franca e sincera que é necessário ter com as diferentes correntes políticas aqui desta Casa”, avaliou.

Para o senador Magno Malta, Eunício Oliveira tem um estilo próprio e direto e tem se mostrado uma pessoa de trato. “Se não pudermos relacionar todas as atitudes que envolvem as virtudes de V. Exª, essa atitude de economia e de devolver aos cofres públicos dinheiro para a saúde, a educação e a segurança pública certamente merece o aplauso que V. Exª recebeu nesta Casa, quando anunciou essa devolução, essa economia feita pelo seu instinto sensível à causa pública do Brasil”, ressaltou.

Para Lindbergh Farias, Eunício Oliveira tem sido um presidente cuja marca principal é a humildade e o reconhecimento dos erros. “A sua fala leva todos a fazer reflexões sobre sua conduta de humildade”, salientou o senador petista. Também a senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) destacou a atitude do presidente da Casa em devolver à União parte dos recursos destinados ao Senado. “A atitude que V. Exª teve hoje, emblematicamente, para mim, brasileira, que tenho um olhar focado numa direção e é na direção daqueles que precisam mais de mim, aqueles que menos têm, aqueles que menos são ouvidos, aqueles cujas políticas demoradamente lhes chegam”.

No fim da sessão, o presidente Eunício confessou que estava com pressa naquele momento. “Eu não tenho mais tempo, senão, eu perco o voo e não recebo uma comenda que eu tenho de receber, honrosamente, como Homem do Ano no meu Estado.” Quem o conhece sabe que estava preocupado em chegar na hora para não deixar as pessoas esperando.

A frase que foi pronunciada

“Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso…”

Guimarães Rosa

Coisa mais linda

» Eduardo Ravi é daqueles primos que nos ensinam a viver a vida da forma mais verdadeira que há. Quando o filhinho perguntou: “Papai, o papai-noel existe?” “Não, filho, ele é um personagem que os donos das lojas inventaram para vender mais brinquedos. O Natal de verdade é o aniversário daquele cara legal que eu te falei, Jesus”.

Rumos do país

» Nesta terça-feira, das 9h30 até as 14h, o Correio Braziliense recebe a comunidade de Brasília para o evento “Correio Debate”. Inscrições gratuitas e vagas limitadas.

A abertura será com o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, terá a palavra às 10h30. Convidado especial, o ministro Henrique Meireles tratará da prospecção econômica para 2018. O presidente Temer encerrará o evento.

História de Brasília

O sr. Diogo Lordello de Mello será, na ONU, redator de um estudo sobre a administração municipal. É uma distinção para o Brasil, que está ameaçada pelo próprio governo, que está demorando muito a nomear o substituto do atual prefeito de Brasília. (Publicado em 10/10/1961)