ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil
colunadoaricunha@gmail.com;
Anomia , que o dicionário traduz como falta de regras e objetivos, decorrentes de um vazio de significado no cotidiano e da perda de identidade dos indivíduos, é um processo seríssimo , ao qual devemos estar bem atentos, já que parece estar contaminando atualmente os brasileiros de forma profunda e irreversível.
Na anomia, a ausência de autoridades moralmente constituídas, passa a ser um fato visível por todos, fazendo com que os cidadãos se sintam à deriva, participando inconscientemente de processos coletivos e sociais por inércia e com isso , perdendo a própria identidade.
Concorrem para esse fenômeno de esgarçamento do tecido social, além das revelações constantes de que a elite dirigente do país está mergulhada nos mais escandalosos e criminosos casos de corrupção e de enriquecimento ilícitos, os episódios frequentes de violência e de banditismo espalhados pelas principais capitais do país. Com isso, aumenta nos indivíduos a sensação de que as autoridades são impotentes para coibir a criminalidade que infestam as ruas de nossas cidades e lenientes para por um fim nos crimes praticados pelas elites e pelos endinheirados em geral.
Embora seja um fenômeno sentido em muitas partes do mundo hodierno, é no Brasil que o escândalo da corrupção é mais observável e sentido por todos. As revelações vindas do mensalão e do petrolão e outros do gênero, fizeram aumentar no cidadão a sensação de que os governos que vieram com o fim do período militar, não foram capazes de dar uma orientação séria para o país, muito menos o aglomerado de partidos políticos, formado apenas para sorver os recursos públicos fáceis e abundantes.
A anomia entre nós foi extremamente vitaminada pela difusão da chamada revolução cultural Gramsciana ou marxismo cultural feita de forma silenciosa pelos partidos de esquerda, mormente pelo Partido dos Trabalhadores, visando destruir na sociedade qualquer resquício “burguês”, seja de família, pátria, religião, transformando os professores e educadores em militantes ideológicos e incitando brasileiros contra brasileiros, como se tem visto . Com isso, aumentaram na sociedade de forma generalizada, os episódios que podem ser claramente classificados como de desobediência civil .
Mesmo na base da pirâmide as exacerbações e distorções difundidas por uma falsa doutrina de direitos humanos, outorgando mais privilégios a bandidos do que ao cidadão comum, fizeram crescer entre os brasileiros, o sentimento de que todos aqueles que vivem à margem da lei parecem usufruir de maiores benefícios e regalias.
Exemplos dessa anomia surgem em toda a parte, desde as gigantescas manifestações de rua, passando pelos ataques frequentes a políticos, magistrados e outros figurões da república, nas invasões e grilagens de terras, invasões de prédios públicos, na depredação e pichações de prédios, na greve dos caminhoneiros, na desobediência a diretrizes da própria justiça, nos ataques aos professores, médicos e outros profissionais.
Também não é sem motivo que alguns, em desespero, chegam a cogitar a volta dos militares ao poder, para por um pouco de ordem num país que parece desmanchar aos olhos de todos.
A frase que foi pronunciada:
“No Brasil, quem tem ética parece anormal.” Mário Covas
Maldade
Na parada antes da ponte JK a moça fez sinal para o ônibus da Pioneira parar. O olhar era de esperança mas o sorriso nervoso mostrava que dependia da boa vontade do motorista, que não parou. Depois disso só deu para ver o olhar conformado em direção à pista, buscando o próximo. Foi ontem, por volta das 3h40, sentido São Sebastião, ônibus da Pioneira Área 2, linha 147.2, número 220833.
Correio
Erro no uso da palavra gera reclamações para a instituição errada. Cartas são entregues nos Correios (plural). O jornal conceituado de Brasília é o Correio (no singular). Pois bem. No portal do Reclame aqui, os protestos contra correspondência e encomendas extraviadas aparecem trazem o responsável como o Correio. Seria bom que os responsáveis corrigissem.
Insuportável
Depois da proposta inconstitucional do deputado distrital petista Ricardo Valle sobre a Lei do Barulho quem quer silêncio está sofrendo mais. É preciso que o GDF disponibilize espaço no portal para receber e publicar as reclamações da população sobre altos decibéis fora de hora. O que não é possível é ter que aturar uma festa que se estende até as 3h40 da manhã de uma segunda-feira e ninguém faz nada, por falta de canais de comunicação.
E mais
A polícia também é conivente com os decibéis madrugada a dentro. Festas desse tipo são um achado para quem busca drogas e traficantes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Há, na Câmara, um projeto do Mons. Arruda Câmara, efetivando todos os interinos com mais de cinco anos de trabalho. A justificação do projeto é a de que um funcionário com cinco anos de interinidade já deu prova de merecimento, ou já teria sido demitido.
(Publicado em 21.10.1961)