América Latina: de volta à pobreza

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com Circe Cunha // circecunha.df@dabr.com.br e MAMFIL

Em relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) intitulado Progresso multidimensional: o bem-estar para além da renda, especialistas alertam para os riscos que corre a maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, de perder as conquistas sociais obtidas no período entre os anos 2000 e 2014. Durante uma década e meia, o continente experimentou uma onda de expansão e desenvolvimento econômico que, praticamente, beneficiou todos os países da região. Ao lado do boom econômico, propiciado pelas exportações das mais variadas commodities a ótimos preços, esses países tiveram, no período, forte aumento de emprego e transferências de renda.

Hoje a realidade é outra. A recessão, como no caso do Brasil, transformada por sua duração em depressão econômica, se espalha por todo o continente. A previsão da ONU é de que mais de 30 milhões de pessoas retornem à condição de pobreza. Outros 220 milhões de latino-americanos, por sua vulnerabilidade, também correm o risco de sofrerem com a crise.

Para os autores do relatório do Pnud, “o crescimento econômico sozinho não reduzirá a pobreza e a desigualdade na América Latina e no Caribe”. Na avaliação da diretora para a América e o Caribe do Pnud, Jessica Faieta, políticas econômicas do tipo mais do mesmo não resultarão na redução da desigualdade e da pobreza, que avança. A concepção desses pesquisadores é de que o crescimento econômico não gera necessariamente maior progresso social. O chamado bem-estar social deve, na opinião deles, começar por investimentos em programas de aperfeiçoamento de habilidades para melhorar as oportunidades de emprego, bem como em incrementos de modelos de sistemas financeiros que previnam o endividamento exagerado da população.

Como fatores principais, o relatório aponta que o binômio educação de qualidade e emprego é capaz de tirar as pessoas da pobreza. Com relação a evitar que as pessoas retornem à condição de pobreza, é necessária, segundo o documento, a estruturação de redes de proteção social, bem como a existência de recursos domésticos para garantir os programas nas horas de crise. “O progresso de milhões de pessoas se deveu a políticas dedicadas à redução da pobreza, combinadas com um momento de bonança e recursos, mas, com a desaceleração atual, obviamente, haverá menos recursos para o investimento governamental para os menos favorecidos”, avalia a diretora do Pnud, para quem o mais importante agora, com a retração da economia em todo o mundo, é continuar investindo em programas sociais para proteger as conquistas dos últimos anos.

No relatório, há ainda uma preocupação com as minorias sociais de toda a região, principalmente indígenas, afrodescendentes, camponeses, jovens, mulheres e minorias sexuais, que não puderam alcançar o progresso em igualdade de condições, já que o acesso ao mercado de trabalho é dificultado e se vê condicionado por fatores múltiplos.

A frase que não foi pronunciada

“A política que tenta surpreender, normalmente é surpreendida.”

Na atmosfera da Comissão de Ética da Câmara

Dueto

De um lado, o protesto contra o Projeto de Lei 1.013/2011, que libera fabricação e venda de carros de passeio movidos a motores a diesel no Brasil. De outro, protesto contra os estragos causados pelo plantio da cana-de-açúcar cuja expansão para produção de etanol avança nas áreas de cultivo de gêneros alimentícios, colocando em risco a integridade de importantes biomas, como a Amazônia e o Pantanal.

Agenda PGR

O seminário Grandes casos criminais: experiência italiana e perspectivas no Brasil. Começará no dia 27 a primeira rodada de discussões. No Auditório JK da Procuradoria-Geral da República, a partir das17h. A organização conta com a participação dos presidentes da República em exercício, do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do procurador-geral da República — mesa de honra. O encerramento está previsto para as 19h.

Participe

Não existe razão plausível, mas o fato é corriqueiro. Pares de meias são separados misteriosamente. Quando sobra apenas uma meia, há quem queira. A Punket, aquela loja graciosa de meias, está fazendo uma campanha bem interessante. Está recolhendo meias limpinhas sem par para transformar em cobertor para moradores de rua. Conheça mais sobre o projeto no site www.meiasdobem.com.br.

População

Certo dia, os alunos que têm aula no Pavilhão João Calmon, da UnB, foram surpreendidos com uma novidade. Um freezer, uma urna e um cartaz dizendo que o picolé artesanal Eppop custa R$ 2. Era só escolher e depositar o dinheiro na urna. Sucesso total. Fizeram a mesma experiência no Rio de Janeiro. Sumiram urna e freezer. E Brasília leva a fama!

História de Brasília

Seria muito bom que alguém alterasse a Constituição nessa falha aberta para a corrupção, porque o que se vê é um governador mandar dinheiro para outro Estado, desprezando os problemas de sua terra, para garantir uma cadeira legislativa através de outros eleitores. (Publicado em 7/9/1961)

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