Além dos icebergs

Publicado em Íntegra

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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         Testada nos acontecimentos de 8 de janeiro, as Forças Armadas não decepcionaram o novo governo. Quem apostou até os últimos segundos que a caserna não aceitaria a entronização do país no mesmo barco furado que hoje afundam Venezuela, Nicarágua e outros, perdeu o lance. De fato, quem chutou o pau da barraca dos acampados em frente aos quartéis, foram os militares, para a surpresa de muitos e a frustração de outros tantos.

         Podem crer que no intrincado tabuleiro de xadrez do Estado, quem tem a palavra final e de fato são os militares, como foi visto os idos de 1964. Ocorre de lá para cá muita coisa mudou. A redemocratização não trouxe, como esperavam muitos, o devido amadurecimento político. O que se viu desde então, foi o retorno constante das crises institucionais e políticas, com uma sequência de escândalos, de impeachment e de denúncias de toda ordem contra a classe dirigente, que culminariam nos acontecimentos do Mensalão, do Petrolão, seguido de prisões em massa dos poderosos, graças à atuação destemidas do Procuradores da Lava Jato, segundados pelo então juiz Sérgio Moro.

         Pela primeira vez em nossa história, um presidente da República foi encarcerado sob acusações que passavam longe da atuação política e se aproximavam perigosamente de poderosos chefões. Ainda assim a classe política parece não ter aprendido nada e as crises se seguiram como antes. A própria Lava Jato, que poderia ter representado um ponto de inflexão na vida política do país, foi sendo, a exemplo do que aconteceu na Itália com a “Operação Mãos Limpas”, desmontada peça por peça por nossa corte suprema, ação que contaria com o apoio de instituições importantes mas impotentes no reorganizar da algazarra da malversação dos recursos públicos.

         As eleições de novembro passado, transcorreram dentro desse clima de ódio e de antagonismos que opunha grande parte da nação contra um sistema que parecia organizado para fazer reviver os piores pesadelos do passado, trazendo de nova à baila e diretamente da cadeia, um presidente, que hoje sequer consegue pôr os pés nas ruas além de espectadores ínfimos em lives de última hora. Ninguém quer ouvir o presidente. O interesse nas ideias do líder é inexistente.

          No meio desse banzé, o governo Bolsonaro, pode ser interpretado como um parêntesis em nossa tumultuada história. Acuado pela imprensa e pelos partidos políticos que se sentiam alijados das boquinhas do Estado, Bolsonaro foi literalmente triturado pelo sistema e hoje corre risco de ser preso, assim como boa parte da oposição, simplesmente por ser de direita.    As urnas eletrônicas, trouxeram antigas peças. A consequência é que agora o país está na rota de mais uma crise institucional, sendo que dessa vez não haverá solução de fácil reparo.

         Com a nação cada vez mais amordaçada e acuada por um conjunto de forças do Estado, seguimos agora o caminho que poderá nos leva ao beco sem saída, o mesmo onde hoje estão os países Latino Americanos submetidos ao desastre do Socialismo do século XXI.

         Pela primeira vez em nossa história caberá ao Poder Judiciário a tarefa de cuidar para que todos subam a bordo. Para tanto contam com o apoio e a mão amiga das Forças Armadas, que parecem coesas e prontas para conduzir noite adentro essa desventurada nau.

A frase que foi pronunciada:

“Conheça o Foro de São Paulo, o maior inimigo do Brasil.”

Felipe Moura Brasil, na revista VEJA

 

Denúncias

Nada mais natural que um assessor ser exonerado depois da voz de prisão, como aconteceu na ANVISA. Em governos regionais que contratam presos que estão cumprindo pena em regime aberto ou semiaberto há denúncias de que alguns recebem cargo de chefia retirado de servidor concursado. Não dá para acreditar.

Multas mil

Quem usa a pista da primeira entrada do Núcleo Bandeirante rumo à Metropolitana, vindo do Pistão Sul, vê que não existe sinalização de faixa pontilhada ou contínua. O problema é que o pardal estrategicamente colocado capta a imagem de quem dirige inadvertidamente na faixa exclusiva dos ônibus. A surpresa está chegando agora pelos Correios aos motoristas desavisados.

Participação

Em ação com a comunidade do Lago Norte, a ouvidoria da Administração coletou as ideias dos moradores para o novo Plano Diretor.

História de Brasília

Enquanto isto acontece, a superquadra continua num abandono total. Quem mora nas superquadras 104 e 304 sabe do interêsse do engenheiro chefe José Pereira da Silva, e sabe o que está acontecendo. Todos os pedidos do engenheiro, para manutenção da superquadra, são atirados na cesta. (Publicada em 21.03.1962)

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