Enquanto a nação assiste, em capítulos, ao desmanche da República, comida de dentro para fora por um grupo que o próprio STF denominou de marginais do poder, estão adiantados os trabalhos da comissão especial que analisa o marco regulatório dos jogos no Brasil. Criada pelo PL nº 442/91, a comissão é uma das poucas que realizam sessões contínuas, turbinadas pelo fortíssimo lobby dos que apoiam o retorno dos cassinos ao país. E não é só o Legislativo que analisa a liberação de cassinos e bingos. O governo, premido pela forte crise econômica, também embarcou de corpo e alma na proposta.
A pedido do Palácio do Planalto, o Ministério do Turismo realiza série de sondagens para analisar os impactos que o retorno dos jogos traria à economia combalida. Sob o argumento fantasioso de que a regulamentação dos jogos garantiria algo em torno de R$ 15 bilhões anuais ao país e criaria milhares de empregos, os defensores da medida sabem que esse é o melhor momento para se reintroduzir o tema, esquecido por décadas dentro das gavetas da burocracia.
Outro ponto do discurso é que os recursos oriundos dos jogos ajudarão o país a sair mais rapidamente da crise. Os defensores da proposta deixam de lado fator extremamente preocupante: num país em que as forças da lei não conseguem controlar diversas e poderosas organizações criminosas que continuam operando até mesmo dentro dos muros dos presídios de segurança máxima, o que deverá ocorrer quando o jogo for liberado e a lavagem do dinheiro em cassinos for rotina legal?
Mesmo quando todos começam a tomar noção de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspeita de lavagem de dinheiro de propinas nas campanhas, o fato não gerou, até agora, resposta à altura. Falando de forma direta, os jogos de azar só trarão benefícios reais aos donos de cassinos atrelados ao crime organizado e às instituições diversas que agem à margem da lei, inclusive patrocinando candidaturas e campanhas para seus apoiadores. Ao retorno dos cassinos, melhor seria opor o retorno da ética na gestão da coisa pública.
A frase que foi pronunciada
“A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.”
Honoré de Balzac
No fundo
Estão chamando a Previ de Prebi. É que o fundo de pensão do Banco do Brasil fechou 2015 com deficit atuarial de R$16,56 bilhões.
Imbróglio
Por falar em fundo, o brilhantismo do portal Fato Online apagou. Os jornalistas estão há três meses sem salário. A gestão dos negócios tenta acompanhar o ritmo dos profissionais da notícia.
Regras
Para quem não tem muito tempo de Brasília é bom esclarecer. No Setor de Mansões do Lago Norte, um dos IPTUs mais caros da cidade, os terrenos à beira do lago são escriturados até o limite do espelho d’água, não configurando invasão. Esses terrenos foram projetados com acesso privado ao lago e as construções têm que obedecer a distância da água. As regras para as casas do Shin são diferentes.
Descumpridas
O assunto surgiu na AMOR 9 — Associação dos Moradores do Trecho 9. Moradores são constantemente molestados com a presença de pescadores que invadem a propriedade privada.
Consome dor
Dinamarca inaugura supermercado que só vende comida vencida. A intenção é diminuir o desperdício. No Brasil a comida vencida é vendida para aumentar o lucro.
Pão salgado
Por falar em supermercado, o Pão de Açúcar constantemente marca um preço na gôndola e outro no caixa. Na hora do protesto, a fila aumenta e todos fazem coro contra o mercado. A discussão chegou à seguinte conclusão: se fosse boa-fé, o preço também apareceria menor, o que nunca acontece.
Convite
O Decanato de Extensão da UnB e o professor Nagib Nassar têm o prazer de convidá-lo para a inauguração da Fundação Nagib Nassar para Desenvolvimento Científico e Sustentável. Hoje, às 16h, no auditório do Instituto de Biologia da UnB,
História de Brasília
A exploração na cidade, em torno dos preços, provocou enorme afluência nos supermercados. No Ipase, o sr. Amaury Almeida tomou a providência de racionar os gêneros. (Publicado em 1º/9/1961)