Reeleição se sobrepõe à economia, mas Guedes fica

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A área política passa esta sexta-feira buscando um discurso para tentar aplainar o terreno na seara econômica. O trabalho é no sentido de tentar tirar de cena a avaliação do mercado de que a máxima “#fiqueemcasa e a economia a gente vê depois” começa a ser substituída dentro do governo federal por um “vamos nos reeleger e a economia a gente vê depois”. O governo, que sempre criticou o fique em casa, não pode, agora, deixar consolidar a ideia de que colocou tudo a perder na economia.

A engenharia política das próximas horas pretende, ainda, fortalecer o ministro da Economia, Paulo Guedes, de forma a não deixar disseminar a ideia de que o “Posto Ipiranga” virou “lojinha de conveniência”. Só tem um probleminha: nessa onda de o presidente Jair Bolsonaro anunciar benefícios sem fazer as contas, como no caso da ajuda aos caminhoneiros, não há mágica capaz de fortalecer o ministro. Como em qualquer casa, só é possível anunciar um novo gasto se houver dinheiro para pagar.

Quem tem juízo…

… na seara econômica tem repetido, insistentemente, que não há mais salvação para a área fiscal no governo do presidente Jair Bolsonaro.

Sintoma
Numa reunião do Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária (Cfis), da Comissão Mista de Orçamento da Câmara, ontem (21/10), o representante do Ministério da Economia chegou sem qualquer apresentação formal aos deputados. Deu aquela enrolada básica e justificou que não havia sido informado sobre o tema do encontro. Mais tarde, os parlamentares foram informados de que, com o chefe demissionário, não dava para apresentar qualquer coisa por ali.

Vai aliviar
A minuta do Ato da Mesa que institui as normas para a volta das atividades presenciais na Câmara dos Deputados dá uma aliviada para os deputados no quesito “comprovante de vacinação”. Diz expressamente que um “ato específico disciplinará” essa questão para deputados no exercício do mandato. Vem aí uma brecha para quem teve covid-19 e não tomou vacina poder participar das sessões sem ser incomodado.

Tucanos versus Lira
Apenas 10 dos 31 deputados do PSDB votaram a favor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 05, que pretendia aumentar a influência dos parlamentares na escolha do Conselho Nacional do Ministério Público. Significa que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não tem mais toda aquela força no partido.

Eles querem Bolsonaro/ PL e PP já fizeram o seguinte cálculo: Bolsonaro é um bom negócio para ajudar a fazer bancada. Ainda que esteja desgastado em relação a 2018, pode ser um empurrãozinho para eleger, pelo menos, 30 deputados.

Firme na paçoca?/ Mal o governo anunciou a saída dos secretários do Ministério da Economia, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), foi às redes sociais dizer que o ministro Paulo Guedes segue “firme e forte como sempre na condução da economia”.

Vieram para ficar/ Os parlamentares fazem cara de paisagem quando alguém menciona que é preciso acabar com as emendas de relator ao Orçamento, as tais RP9, orçadas em R$ 16 bilhões para este ano. Sabe como é: depois que alguém conquista poder de indicar onde gastar, só uma CPI do Orçamento para tirar.

Enquanto isso, no Nordeste…/ Bolsonaro vai seguir com a Jornada das Águas no Nordeste, na semana que vem, aproveitando os tablados das entregas do governo para fazer seus comerciais rumo a 2022. No pacote, um discurso devidamente calculado para relembrar as mazelas da Petrobras nos governos do PT, que tem o favoritismo eleitoral na região.

Placar da PEC da Vingança é recado para Arthur Lira

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A derrota da PEC da Vingança, que pretendia fazer com que os congressistas pudessem influir na escolha dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público, foi lida como uma revolta de parte do baixo clero contra o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). A turma está irritada porque considera que as RP9, as emendas de relator, por exemplo, representam um privilégio de poucos. Os deputados avaliam, ainda, que o presidente da Casa está se sentindo tão poderoso que começou a jogar só para si, e não para o colegiado. Os parlamentares preferem ter seu espaço de negociação direta com o Poder Executivo, sem intermediários, como um presidente para lá de empoderado. Por isso, avaliam alguns, Lira, em vez de 330, como esperava, ficou em 297 votos. Agora, cabe ao presidente da Câmara estudar o resultado e buscar resolver as diferenças.

Vale lembrar: a derrota da PEC se dá ainda no mesmo dia em que uma operação no Amapá fisgou o primo de Davi Alcolumbre (DEM-AP). Faltando um ano para a eleição, tem muita gente convicta de que não é o momento de brigar com o Ministério Público.

Vai dar R$ 500

Aliados de Jair Bolsonaro já fizeram os cálculos e o novo valor do Auxílio Brasil, somado ao vale-gás, chegará a R$ 500 em transferência de renda aos mais pobres. Com isso, avaliam alguns, Bolsonaro terá fôlego entre os menos favorecidos.

Deixar sangrar
Com o adiamento da votação do relatório de Renan Calheiros (MDB-AL) na CPI da Covid, a estratégia é discutir o tema ao longo dos próximos dias. Quanto mais se esticar este assunto, mais desgaste para Bolsonaro.

E a Petrobras, hein?
Logo depois no café com a Frente Parlamentar Brasil Competitivo, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, foi incisivo quando perguntado sobre estudos para privatização da Petrobras: “Não há nenhum estudo no âmbito do governo, no Ministério da Minas e Energia, sobre a privatização da Petrobras. O presidente não conversou comigo, não tomei conhecimento desse assunto nem ouvi o que ele falou. Não há nenhum estudo em relação à privatização”, respondeu, com cara de quem não gostou muito da pergunta.

Rodrigo Pacheco no jogo
Quem acompanha o Blog da Denise soube da conversa que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), teve com o presidente do DEM, ACM Neto, para avisar que está deixando o partido e vai se filiar ao PSD, na próxima quarta-feira. Na nova legenda, conforme o leitor da coluna e quem acompanha o programa CB.Poder já sabe há tempos, tem vaga garantida para concorrer ao Planalto. O tom da conversa com Neto não foi de rompimento e, sim, de abertura de frentes rumo a 2022.

Mineiro não perde o trem
Pacheco chega antes da definição do candidato do PSDB ao Planalto, a ser escolhido na prévia de 21 de novembro. E vem com vontade de levar adiante a reforma tributária ampla, projeto que tem defendido desde que assumiu a Presidência do Senado. Quer ter como cartão de visitas a paciência e a capacidade de diálogo.

Muita calma nessa hora
Enquanto presidente do Senado, Pacheco se colocará à disposição para concorrer ao Planalto, mas, antes de colocar os dois pés na candidatura, vai se movimentar nos bastidores e trabalhar as chances de aliança. Tem mais quatro anos de mandato de senador e, assim como JK, a sorte sempre lhe sorriu.

O suco ferveu…/ A campanha do Sindilegis, que desde terça-feira distribui garrafinhas de suco de laranja com a foto de parlamentares favoráveis à reforma administrativa (PEC 32) no rótulo, incomodou a ponto de Arthur Lira tentar impedir a circulação dos rótulos com o seu rosto estampado.

… e rendeu/ Um deputado ficou tão irritado que tentou dar uma “carteirada”, e pedir ao Governo do Distrito Federal que impedisse a circulação dos carros de som nas quadras onde há residências oficiais dos parlamentares. O pedido “deu água”.

Outubro rosa na Embaixada/ A primeira-dama Michelle Bolsonaro e o grupo de mulheres contra o câncer do Hospital de Base participaram da inauguração da nova iluminação da embaixada de Israel, como parte do mês de conscientização e combate ao câncer de mama. A solenidade é também parte das boas-vindas do embaixador Daniel Zonshine e da embaixatriz Loira Zonshine ao Brasil. No mês passado, a primeira-dama dançou em evento na Embaixada da Índia.

Lobby Stories/ Esse é o título do livro do consultor Jack Corrêa, que promete agitar o mundo da política na capital do país. Cenas reais de uma vida nas antessalas do poder. O lançamento em Brasília será em 9 de novembro, na Trattoria da Rosário, de 18h às 21h.

Atraso no atendimento de cargos e emendas travam votações

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Falta de “entregas” contamina ambiente político

A demora do governo em liberar emendas e cargos, associada ao fato de o presidente Jair Bolsonaro hesitar muito para escolher um partido, acabou por contaminar a agenda de votações do Congresso e as negociações em torno dos projetos. São apenas sete semanas até o recesso e o Planalto não tem um consenso sobre o financiamento do Auxílio Brasil, o novo Bolsa Família; sobre prorrogação do auxílio emergencial, que está acabando; e nem consegue um consenso para votar a proposta de emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios. Nesse cenário, reformas estruturantes, como a tributária e a administrativa, nem pensar.

Os deputados estão meio irritados com a demora de Bolsonaro em escolher um partido. Há, hoje, a certeza de que o presidente exigiu demais. Primeiro, queria um partido seu, o Aliança pelo Brasil, que não decolou. Depois, fez uma série de exigências rechaçadas por quem tem poder de mando nas grandes agremiações. Agora, terá que ingressar quase que “de favor” num partido maior.
Bolsonaro, porém, continua convicto de que, mais à frente, os partidos vão lhe estender o tapete vermelho — ou melhor, verde e amarelo, porque vermelho é a cor do PT. Quanto às reformas, já é outro problema. Sabe como é: onde falta dinheiro, não há mágica que resolva.

Muito além das emendas

O relator do Auxílio Brasil, deputado Marcelo Aro (PP-MG), não aceitará parte temporária no benefício e, desse jeito, o governo, se quiser um benefício maior, terá que furar o teto, algo que a equipe econômica não aceita. A ida ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi justamente para saber se é possível aprovar logo a PEC dos Precatórios.

Vale lembrar

Embora seja filiado ao Republicanos, o relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta, da Paraíba, toca de ouvido na banda de Arthur Lira.

Onde vai pegar

Se a Câmara conseguir votar a PEC dos Precatórios ainda este mês, o governo ficará à mercê de… Davi Alcolumbre (DEM-AP). Enquanto presidente da Comissão de Constituição e Justiça, o senador não consegue mais reunir a CCJ sem ser cobrado sobre a sabatina de André Mendonça para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Está tudo parado por lá. E o mesmo corre o risco de acontecer com essa PEC crucial para o governo.

E o Orçamento, hein?

A dificuldade do governo em arrumar recursos para o Auxílio Brasil promete travar ainda a análise do Orçamento do ano eleitoral. Já tem muita gente dizendo que, na falta de recursos para o novo Bolsa Família, os congressistas terão que fazer a parte deles, cancelando as emendas de relator para o ano que vem.

Saldo tucano I/ Os integrantes do PSDB, das mais variadas tendências, avaliaram que o primeiro debate entre Arthur Virgílio, Eduardo Leite e João Doria terminou com a vantagem para o governador paulista. Doria, logo depois do encontro, fechou o apoio do partido no Rio Grande do Norte. No quesito propostas, porém, empataram.

Saldo tucano II/ O Rio Grande do Norte é o quinto estado em número de filiados. As contas indicam que, se Eduardo Leite não conseguir quebrar a preferência por Doria em São Paulo, vai ser difícil chegar lá.

Deu no NYT/ O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), virou personagem do The New York Times. Publicou declarações dele responsabilizando o presidente Jair Bolsonaro pela tragédia da pandemia no Brasil. Hoje, com a leitura do documento, que tem mais de mil páginas, o Senado pode se preparar para uma longa sessão e muita confusão.

Teto, auxílio e precatórios passam a prioridades do governo

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O governo lavou as mãos em relação à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que trata das mudanças na indicação dos membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), tema em pauta, hoje, na Câmara. No Planalto, as prioridades são o teto de gastos, o Auxílio Brasil e a PEC dos Precatórios. Sem os instrumentos econômicos, avaliam alguns, não haverá 2022 para Jair Bolsonaro.

Em relação à CPI da Covid, a briga interna do G-7 deu mais um fator a ser explorado pelos governistas nos próximos dias. Eles não vão deixar passar em branco as rusgas expostas entre Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Renan Calheiros (MDB-AL). As brigas internas enfraqueceram o grupo. Aliás, conforme o leitor da coluna já sabe, a ideia de Omar Aziz (PSD-AM) era, inclusive, acabar com a CPI antes que as brigas aflorassem. Não deu tempo.

Aí tá limpo

O governo considera que está resolvido um dos pontos do relatório: o da compra da Covaxin. Como não houve a negociação, os pedidos de indiciamentos nessa seara dificilmente terão desdobramentos.

Coleção de imagens
Os relatos de parentes das vítimas da covid-19 já estão devidamente arquivados para uso em sites e no horário eleitoral gratuito, na campanha do ano que vem. O governo sentiu o tranco. Da sua parte, porém, os estrategistas de Bolsonaro, conforme a coluna já publicou, se ausentaram da CPI para tentar passar a ideia de que a sessão foi sob encomenda para uso futuro político.

Enquanto isso, na Câmara…
O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já fez circular que, apesar da preocupação dos líderes, é preciso retomar as sessões presenciais. A minuta do ato da mesa está pronta.

E o Paulo Guedes, hein?
Quem vai marcar a ida do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao plenário da Câmara é Arthur Lira.

Quieto e trabalhando/ Convidado para o jantar da Esfera, que reuniu empresários e financistas de São Paulo para ouvir Eduardo Leite, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin não foi. E respondeu assim a alguns amigos que quiseram saber por que faltou: “Não fui para não atrapalhar”, diz ele, que está ajudando nos bastidores.

Presente, mas…/ Quem acabou aceitando o convite para o jantar foi o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Mas ele fez questão de dar apenas “aquela passadinha”, ou seja, cumprimentar as pessoas e sair. Não ficou até o final, de forma a não deixar a impressão de engajamento, e não recusou totalmente o convite, o que poderia parecer desprezo. “O evento é suprapartidário, por isso, fui”, disse ele à coluna.

…o projeto é outro/ Perguntado sobre como estava o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a principal aposta do PSD, hoje, para o Planalto, Kassab respondeu: “Está bem maduro”.

E o Doria, hein?/ O governador de São Paulo, João Doria, será o convidado do jantar da Esfera, em 10 de novembro. Assim, a associação de empresários e financistas terá ouvido todos os pré-candidatos do PSDB a presidente da República.

Depois de Dubai…/ A postagem de Heloísa Bolsonaro nas redes sociais, em resposta às críticas que recebeu por causa da viagem a Dubai, foi apenas uma amostra do que vem por aí. A família não pretende deixar que essas críticas passem em branco.

Republicanos distante da federação

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De olho na liberdade para escolher o jogo em que melhor se encaixar em cada estado, o Republicanos pisou no freio das conversas sobre uma federação com o PP, de Ciro Nogueira, e o PL, de Valdemar Costa Neto. A ideia é manter distância de um projeto presidencial e nacional e priorizar a construção de bancada. E, sem amarras, cada deputado apoiará quem quiser para presidente da República. No Distrito Federal e na Bahia, o plano hoje é apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro. Em Pernambuco e na Paraíba, a intenção é seguir com Lula. Em Minas Gerais, Ceará e Rio Grande do Sul, a legenda apostará num projeto alternativo à polarização PT versus Bolsonaro. União para valer, só na fé.

A fé, aliás, é o que leva o partido a pensar em carreira solo neste momento em que alguns optaram pela fusão e outros pela federação, que consiste na união por quatro anos, sem a opção de divórcio. A aposta de muitos deputados é a de que as congregações às quais o partido é ligado são capazes de eleger uma boa bancada. Especialmente, a Igreja Universal.

O que dá dinheiro

Quem acompanha o dia a dia dos partidos alerta que as legendas estão olhando só a montagem das chapas para deputado federal. E nada é pelo futuro do país e, sim, pela arrecadação que isso vai proporcionar logo ali na frente. O novo União Brasil, por exemplo, tem se apresentado aos parlamentares como a solução para os problemas deles, porque terá R$ 1 bilhão para investir nas eleições de 2022.

A aposta do governo…
Com o número de internações e mortes por covid-19 em queda, o relatório da CPI da Pandemia será a forma de reavivar a memória dos brasileiros para a tragédia que se abateu sobre o país ao longo de quase dois anos. Porém, estrategistas do governo acreditam que o tema principal da eleição de 2022 será mesmo a economia.

…e a limonada da vacina
Em relação aos imunizantes, que o presidente Jair Bolsonaro declarou que não vai tomar, a ideia é mostrar que ele não obrigou ninguém a seguir a sua atitude. Tanto é que liberou R$ 20 bilhões para imunização e comprou todas as vacinas aprovadas pela Anvisa.

O caminho seguro
O ano de 2022 está logo ali, mas o presidente da Câmara, Arthur Lira, já trabalha de olho em 2023, quando pretende reconquistar o comando da Casa. Até aqui, a certeza é de que a reeleição de Bolsonaro lhe garantirá a preferência.

E o duvidoso
Qualquer outro que seja eleito presidente da República deixa esse projeto nebuloso. Porém, ainda assim, Lira será um candidato forte, porque qualquer presidente eleito precisará do PP e do PL para a governabilidade.

Curtidas

Um partido, dois projetos/ Na Bahia, o Republicanos ainda não atingiu um consenso sobre a candidatura ao governo estadual. O ministro da Cidadania, João Roma, quer montar um palanque para Jair Bolsonaro. Já o deputado Márcio Marinho prefere apoiar o ex-prefeito ACM Neto.

Kátia no TCU/ Parlamentares dão como certa a escolha da senadora Kátia Abreu (foto), do PP-TO, para uma vaga no Tribunal de Contas da União. E com apoio do governo e da oposição.

Eduardo Leite em São Paulo e com Kassab/ Convidado para o jantar da Esfera, que reunirá empresários e financistas em São Paulo com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse à coluna que estaria fora de São Paulo neste domingo. De olho numa candidatura própria, fica difícil o PSD colocar desde já a azeitona na empada do governador gaúcho. Melhor esperar a disputa interna tucana passar. Atualização: Kassab terminou comparecendo ao jantar. “Foi um encontro suprapartidário, não conota apoio. O projeto do PSD não mudou”

O trator de João Doria

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A prévia do PSDB, com destaque para os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o de São Paulo, João Doria, conseguiu atrair para si a maior parte das atenções da pré-campanha presidencial. Enquanto Eduardo se mostra mais factível de fora para dentro do PSDB, conforme mostrou a coluna esta semana, Doria conquista importantes apoios em Santa Catarina, Mato Grosso e ampla maioria no Rio Grande do Norte e em Sergipe, consolidando o que os tucanos já consideram uma liderança nas prévias do PSDB. Os novos apoios de Doria se somam agora aos diretórios de São Paulo, Tocantins, Acre, Pará e Distrito Federal.

Até 21 de novembro, quando os tucanos promovem a eleição interna que definirá o candidato à Presidência da República, outros partidos farão seus movimentos com um olho no PSDB. O Podemos espera receber Sergio Moro antes disso, da mesma forma que o PSD de Gilberto Kassab planeja a filiação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.

O que Alcolumbre quer…

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), bate o pé na indicação de André Mendonça desde que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, passou a deter o poder de comandar a liberação das emendas extras de senadores. A ideia do demista era fazer no Senado o que Arthur Lira faz na Câmara.

… e não vai levar
Desde a chegada de Ciro Nogueira à Casa Civil, o ministro é quem tem feito esse “atendimento” aos senadores. Irritado, Alcolumbre quer impor uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro. Porém, foi com tanta sede de vingança ao pote que derramou a água. Nogueira não abrirá mão dessa prerrogativa. Nem Jair Bolsonaro trocará o indicado para o Supremo Tribunal Federal.

O perigo da canetada na energia
Ao dizer que vai “mandar” alterar a bandeira tarifária de energia, o presidente Jair Bolsonaro deu um susto nos aliados. Não dá para impor um preço da energia elétrica sem provocar problemas, haja vista o que ocorreu com a presidente Dilma Rousseff no passado. Nesse sentido, a mesma turma do presidente que comemorou a perspectiva de estudos sobre a privatização da Petrobras está preocupadíssima com a intervenção.

Eduardo Bolsonaro no PP
O PP já avisou aos filiados em São Paulo que o deputado Eduardo Bolsonaro ficará com o controle do diretório do partido no estado. Como o mais votado em 2018, não poderia ser diferente, avaliam os pepistas.

“Se precisar, eu saio”/ Diante dessa definição, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP-SP), que já se desentendeu com Eduardo por três oportunidades, disse à coluna que não tem problema algum em relação a isso. “Eu não sou problema para a filiação do pai dele, o problema é o Nordeste”, tem dito Pinato, referindo-se à parcela do PP que aceitará o presidente a contragosto.

Só em 2022/ Se nada mudar até a semana que vem, as sessões presenciais só serão retomadas em fevereiro do próximo ano. É que, na última sondagem, há alguns dias, a maioria dos líderes era contra o retorno presencial, por causa do grande número de casos de covid registrados na Casa.

Saia justa/ Os bolsonaristas não querem saber de passaporte de vacina para frequentar o plenário, embora a maioria já esteja vacinada.

Relatório não vai faltar/ Até aqui, a CPI da Pandemia já tem apresentado o relatório do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por sete crimes. Renan Calheiros apontará 11. E o do governo dirá que o presidente agiu para salvar a população. E cada grupo sairá com a sua narrativa.

A onda de Eduardo Leite pode juntar o União Brasil ao PSDB

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Com quase R$ 1 bilhão em caixa, o União Brasil avalia, em suas reuniões mais fechadas, apoiar o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, à Presidência da República, caso o gaúcho vença a prévia do PSDB no mês que vem. Até no Podemos, partido ao qual Sergio Moro pretende se filiar em 9 de novembro, o nome do governador é visto com bons olhos.

Do lado do União Brasil, o antigo DEM de ACM Neto tem feito a seguinte exigência em suas conversas: fazer do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta candidato a vice. O cargo de vice é um espaço de poder capaz de influir nas decisões de governo, quando o titular permite. Ou conspirar quando a aliança dá errado.

Em tempo: ninguém, entretanto, apoiará desde já qualquer nome para concorrer contra Lula e Bolsonaro. Tampouco no final de novembro, quando será conhecido o resultado da prévia do PSDB. A ordem é esperar para ver como estará o país depois do carnaval de 2022. Afinal, mesmo nesses partidos de centro que buscam um candidato, há uma certeza de que se o presidente da República se recuperar, a terceira via morre na praia.

Um tucano, dois planos

O ex-governador Geraldo Alckmin não descarta mais continuar no PSDB e terminar candidato ao Senado em apoio a Rodrigo Garcia, candidato a governador que tem o apoio de João Doria. Porém, ainda não fechou a porta para se filiar ao PSD de Gilberto Kassab e concorrer ao governo de São Paulo.

Os ventos mudaram
A nota em que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), diz que não aceita ser “perseguido” e “chantageado” foi vista como um sinal de desespero do senador. A avaliação é a de que ele perdeu terreno na Casa ao bater o pé contra a sabatina de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF). Está a cada dia mais difícil buscar uma saída honrosa para o parlamentar. Afinal, não há justificativa republicana para segurar uma indicação a outro Poder.

Enquanto isso, na esquerda…
O bate-boca entre Ciro Gomes e a ex-presidente Dilma Rousseff tirou de vez qualquer esperança de acordo entre PT e o pedetista. Mas não entre Lula e o PDT contra Bolsonaro, caso Ciro não esteja — e a preços de hoje não estará — no segundo turno. Porém, como ainda tem muita água para rolar sob a ponte para 2022, ninguém no PDT avançará o sinal.

Herança de Rosa/ A assessoria do ministro aposentado Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal, foi quase toda trabalhar no gabinete da ministra Rosa Weber, que sempre viu no antigo decano uma grande referência.

“Não subestimem o Gordinho”/ A frase foi dita num jantar como um aviso a respeito do estilo Davi Alcolumbre, quando o senador ainda era candidato a presidente do Senado, em 2019. Continua valendo.

“Sextou” para eles/ Operadores de planos de saúde como um todo estavam para lá de preocupados com a CPI da Covid. Agora, com a confirmação do fim dos trabalhos na semana que vem, os advogados, por exemplo, começam a desmobilizar seu pessoal.

Olho vivo/ Os economistas estão de olho no IBC-Br de agosto, o índice de atividade econômica, considerado a prévia do PIB, que será divulgado amanhã (15/10). E os políticos vão acompanhar de perto para cobrar do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Senado não quer deixar CPI cair no esquecimento

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Embora estejam dispostos a encerrar oficialmente os trabalhos da CPI da Pandemia em breve, os senadores já têm pronto todo um roteiro para não deixar o tema cair no esquecimento. Ao mesmo tempo em que prometem movimentar o final deste ano levando o relatório a várias instâncias — à Procuradoria-Geral da República (PGR); à Corte Internacional, na Suíça; passando, ainda, pelo Tribunal de Contas da União —, também já está definida a criação de uma Frente Parlamentar de Combate à covid-19 e outras epidemias.

A ideia é manter todos mobilizados para não deixar que, no ano eleitoral, com a população-alvo 100% vacinada, as pessoas deixem esse tema de lado e deem razão ao presidente Jair Bolsonaro, que sempre se referiu aos problemas econômicos gerados com o fechamento do comércio. O plano é preservar acesa a luz sobre o que muitos senadores chamam de “irresponsabilidade sanitária” do governo e do presidente da República, que, invariavelmente, criticava as medidas de distanciamento social. Com a Frente e o acompanhamento das ações judiciais e políticas que a CPI cobrará mundo afora, os senadores acreditam que o assunto ainda estará bem quente no ano eleitoral.

Modus operandi

Quem acompanha o jeitão do presidente Jair Bolsonaro com seus aliados e colaboradores tem certeza de que ele não afastará Paulo Guedes por causa da offshore nas Ilhas Britânicas. Mas isso não significa que o Centrão não aproveitará a “sabatina” no plenário da Câmara para chacoalhar o ministro da Economia.

Ele é assim
Aliados têm sido unânimes em observar que o presidente Jair Bolsonaro segurou Ricardo Salles no Ministério do Ambiente enquanto pôde. E não fará diferente com o ministro da Economia, que ainda tem um pé de sustentação no mercado.

Diferenças
No caso de Ricardo Salles, houve uma grande pressão internacional para que ele fosse afastado. O Brasil viu vários países suspendendo repasses de recursos e, constantemente, o governo passou pelo constrangimento de ver autoridades estrangeiras fazendo coro nas críticas ao ministro. No caso de Paulo Guedes, não há esse clima de animosidade externa.

Por falar em público externo…
Ao dizer que só vai prorrogar o auxílio emergencial se houver nova variante que agrave o cenário da pandemia, Paulo Guedes tenta manter o discurso de austeridade fiscal e afastar o fantasma do descontrole. Hoje, o governo retoma a batalha pelo Auxílio Brasil — o Bolsa Família sob nova roupagem —, que ainda está sem recursos definidos e depende da aprovação da PEC dos precatórios. O presidente tem pressa em ver esse programa de pé.

Conselheiros/ Amigos do ex-secretário do Tesouro Mansueto Almeida são muito francos quando perguntados se ele deveria aceitar um cargo de ministro no governo Bolsonaro. Dizem que ele será considerado “maluco”.

Na missa e no culto/ A presença do presidente Jair Bolsonaro na Basílica de Nossa Senhora Aparecida deu aos bolsonaristas o sinal de divisão do eleitorado católico. Ouviu aplausos e vaias. Nos cultos evangélicos, o presidente nunca ouviu vaias. Pelo menos, até aqui.

Tem que manter isso/ Para segurar a expressiva parcela do eleitorado evangélico, o presidente terá algum trabalho. Precisa garantir que seus ministros defendam com mais ênfase a aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal e deixar de lado o projeto de regulamentação dos cassinos, que, volta e meia, retorna à baila.

Caiu na rede/ Aliados do governo ficaram preocupados com “fora Bolsonaro” entoado nos Jogos Universitários em Brasília. Há quem defenda que o governo busque urgentemente uma forma de conquistar um naco do eleitorado das universidades, porém a turma do Planalto faz ouvidos de mercador. É que, no entorno de Bolsonaro, em vez de buscar compreender e conquistar esse eleitorado, prevalece a ideia de que os universitários são petistas.

Quem manda no Orçamento manda em tudo

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O governo está quebrando a cabeça para tentar descobrir uma fórmula de retomar algum poder de gestão orçamentária. Essa prerrogativa de comando escorre pelos dedos dos presidentes da República desde 2015. Em seus primeiros meses como presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha fez valer a sua maioria e aprovou sem dificuldades o Orçamento impositivo para emendas individuais. Abriu-se a porteira. Depois, veio a mesma obrigatoriedade de liberação para as emendas de bancada e, recentemente, para as de relator, as RP9, hoje controladas por Arthur Lira.

As apostas do governo são as de que, com o controle sobre o Orçamento e com o preço dos combustíveis nas alturas, a tendência dos parlamentares será buscar outros caminhos em 2022. Dificilmente Bolsonaro terá gente sua nos estados e nas redes sociais pedindo votos pela sua reeleição. Não por acaso, o próprio Eduardo Cunha, conhecedor das manobras políticas, avisou em recentes conversas que, se Bolsonaro não resolver o problema do preço dos combustíveis e a inflação, pode esquecer um segundo mandato. A essa avaliação, outros congressistas têm acrescentado as liberações orçamentárias.

Os testes de Paulo Guedes

As especulações sobre a saída de Paulo Guedes da Economia foram prontamente descartadas por ministros do Planalto. Bolsonaro não vai demitir Guedes, que está em missão no exterior, em reuniões com o BID e o FMI e, ainda, tem reunião do G-20. Até aqui, a ideia é de que o Posto Ipiranga esclareça a offshore e apresente os dados da economia ao Congresso.

Uma no cravo…
O presidente da Câmara, Arthur Lira, pretende votar esta semana a mudança de cálculo do ICMS que incide sobre os combustíveis para ver se será possível dar aquela aliviada para o contribuinte. E, de quebra, melhorar a imagem de quem está no poder.

… outra na ferradura
Os líderes querem ver ainda se aproveitam essa semana curta pelo feriado desta terça-feira para ver se conseguem votar a emenda constitucional que mexe na composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e já vem sendo chamada de “a PEC da vingança”. Nesta quarta-feira, inclusive tem manifestação dos procuradores contra a mudança.

Duas medidas
A negativa do ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski para obrigar o Senado a marcar a sabatina de André Mendonça foi um balde de água fria para os senadores. Eles esperavam que o STF tivesse decisão idêntica àquela que obrigou a instalação da CPI da Pandemia. Porém, não há uma norma escrita que defina um prazo para essa sessão. É diferente de um pedido de CPI, que, protocolado, deve ser lido no plenário da Casa.

Vai sobrar para ele
Já tem senador dizendo, entre quatro paredes, que ou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, enfrenta o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, ou o país que espere a boa vontade do senador amapaense.

A união faz a força/ É bom a deputada Celina Leão (PP-DF) “já ir se acostumando”, dizem aliados da deputada Bia Kicis
(PSL-DF). É para lá que Bia deve ir, caso o presidente Jair Bolsonaro se filie mesmo para o Progressistas.

Cálculos políticos/ Bia foi eleita praticamente sozinha em 2018, pelo PRTB, no embalo do bolsonarismo. Celina, por sua vez, conforme o leitor da coluna já sabe, teve uma ampla coligação, inclusive com o PSL, partido de Bolsonaro à época. Agora, os aliados de Bia acreditam que, num cenário sem coligação, será inclusive melhor para Celina ter Bia no seu partido. Só tem um probleminha: se conseguirem conquistar uma vaga só, e Bia mantiver a posição de uma das mais votadas, Celina vai sobrar.

Estado laico e religiosidade I/ O tema volta à baila no livro do advogado João Paulo de Campos Echeverria, A religiosidade do Estado laico e a secularização do sagrado normativo. O estudo considera que há um equívoco quando se considera que um Estado laico não pode ter qualquer relação com a religião. Echeverria lembra que a história brasileira é de um Estado formado a partir de um povo cristão. E, ao negar o exercício da religião, o Estado nega a si mesmo.

Estado laico e religiosidade II/O autor autografa o livro nesta quarta-feira, 13, a partir de 19h, no restaurante Carpe Diem, no Centro Cultural Banco do Brasil, setor de Clubes Norte.

Dia da padroeira do Brasil e das crianças, Que Nossa Senhora Aparecida nos proteja hoje e sempre.

Lula sai de encontros em Brasília sem o MDB

Publicado em coluna Brasília-DF

Em sua passagem esta semana por Brasília, o ex-presidente Lula praticamente selou o apoio do PSB, deixou o PSD amarrado para um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro e reaproximou-se de representantes do funcionalismo público. Mas o velho e bom MDB preferiu ficar na encolha.

O clã Sarney, conforme o leitor do Blog da Denise pôde conferir ontem, negocia a vaga de candidata ao Senado para Roseana Sarney na chapa do senador Weverton Rocha ao governo do Maranhão. Rocha é do PDT de Ciro Gomes. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi outro que não quis muita conversa com Lula, porque sabe que o PT jamais o apoiará à reeleição. E, para completar, o MDB ainda tem Simone Tebet como pré-candidata a presidente da República. Do Centro-Oeste para baixo, não tem conversa entre os dois partidos. E, antes de seus caciques resolverem a sobrevivência em seus estados e no Distrito Federal, o MDB não dá um passo para definição do projeto nacional.

Separe as estações

A marcação da votação da PEC dos Precatórios para 19 de outubro vem sob encomenda para esperar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, preste seu depoimento a respeito da offshore nas Ilhas Virgens Britânicas com US$ 9,5 milhões.

O teste de Guedes
O ministro da Economia será perguntado ainda, com muita ênfase, por que mandou retirar o artigo 6º da reforma tributária —, justamente o que previa a taxação de recursos de pessoas físicas brasileiras alocados em paraísos fiscais. Os deputados querem saber por que o ministro não quis taxar o seu dinheiro lá fora. Só de variação cambial, o cofre de Guedes rendeu, de 2019 para cá, R$ 14 milhões, como mostra a reportagem de Fernanda Fernandes, no Correio.

Pior sem ele
Os cálculos do presidente da Câmara, Arthur Lira, um enxadrista de primeira grandeza da política, indicam que, a partir da criação do União Brasil com 82 deputados, a ida de Jair Bolsonaro para o PP é um passaporte para ampliar o número de deputados do Progressistas. Até onde a vista alcança, os pepistas têm sensação de que esse é o caminho mais seguro para tentar se manter no comando do Parlamento.

Abril, a hora da verdade
A aposta é a de que esses 82 deputados não se mantêm, porque os bolsonaristas devem sair; e outros só vão entrar se os acordos regionais para a sobrevivência forem atrativos; e o candidato a presidente, seja quem for, passar “firmeza” de que tem “pegada” para disputar uma das vagas ao segundo turno.

O desafio de Fausto
Se Jair Bolsonaro se filiar mesmo ao PP, conforme já disse, inclusive, a deputados do partido, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, Fausto Pinato (PP-SP), e o deputado Eduardo Bolsonaro ficarão no mesmo partido. O trabalho será pacificar e explicar aos estrangeiros que é possível a legenda abrigar Pinato, amigo dos chineses, e Eduardo, que, no passado, provocou muita polêmica entre os dois países.

Em campos opostos
O governador do DF, Ibaneis Rocha, considera que quem tenta citá-lo como um nome potencial para vice de Lula quer é tirá-lo de uma campanha reeleitoral viável e promissora a preços de hoje. A chance de o PT apoiar Ibaneis é zero, seja para o governo estadual, seja para vice de Lula.

CPI no horário eleitoral
O forte depoimento do paciente que escapou da morte porque a família recusou a proposta da Prevent Sênior não muda sequer um voto na CPI da pandemia. Mas já está devidamente arquivado para 2022.

E o Ciro, Lula?/ Entre um gole e outro de vinho, Lula comentou com os emedebistas que não acredita na terceira via nem tem a menor esperança de receber o apoio de Ciro Gomes, do PDT, num segundo turno contra Jair Bolsonaro. “Na hora h, Ciro vai para Londres e não apoia ninguém”, comentou.

Tá nesse pé/ Lula justificou assim sua impressão sobre Ciro Gomes: “Ele (Ciro) tem sido muito agressivo comigo, e isso cria um caminho sem volta”.

A culpa é dela/ Pelo menos um dos emedebistas presentes ao jantar que o ex-senador Eunício Oliveira ofereceu a Lula teve vontade de perguntar com todas as letras por que o PT não expulsou Dilma Rousseff do partido, uma vez que ela impediu que Lula fosse candidato em 2014.

Muita calma nessa hora/ A pergunta só não foi feita porque a atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ex-ministra da Casa Civil de Dilma, poderia não resistir e dar uma resposta atravessada, capaz de estragar o sabor do cordeiro e do vinho.

E o leilão do petróleo, hein?/ A oferta de 92 e só cinco campos arrematados indica que os combustíveis fósseis começaram a perder terreno.