O erro do ministro não passou despercebido? Desapercebido?

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Sob um guarda-chuva para se proteger de fake news, o ministro da Educação bateu nas notícias falsas e, de quebra, na gramática. A vítima? O verbo haver. Disse ele: “Haviam emendas parlamentares de R$ 55 milhões para recuperar o museu”. Esqueceu-se de pormenor pra lá de importante. No sentido de existir, haver é impessoal. Sem sujeito, só se conjuga na 3ª pessoa do singular: Havia emendas parlamentares. Havia muitos estudantes nas manifestações. Há reivindicações pra dar e vender.

Feito o estrago, esperava que o tropeço passasse… despercebido ou desapercebido? Despercebido, claro. Veja por quê:

Despercebido = ignorado, sem ser notado: O contrabando passou despercebido na fronteira sul do país.

Desapercebido = desprevenido:  Foi ao supermercado e encheu o carrinho de compras. Na hora de pagar, cadê? Estava desapercebido. A carteira ficara em casa. Convenhamos: ninguém merece.