Os reis magos souberam do nascimento de Cristo. Presentearam-no com ouro, incenso e mirra. Os dois primeiros são velhos conhecidos. O último nem tanto. Vale a curiosidade. Mirra é uma planta medicinal meio vira-lata. Encontra-se aqui e ali sem dificuldade. Era usada para embalsamar cadáveres. Daí, por extensão, ganhou o significado de secar, ressequir, diminuir, reduzir-se, minguar-se: O salário mirra, o mês cresce.
Curiosidade
Mirra tinha outro nome. Era Esmirna. A moça desprezava o culto de Vênus. Vingativa, a deusa do amor a puniu fazendo-a apaixonar-se loucamente pelo próprio pai, o rei Cíniras. Desesperada com o sentimento incontrolável, Mirra tentou se enforcar. Hipólita, sua ama, a dissuadiu da doida ideia. Em troca, prometeu ajudá-la a seduzir Sua Majestade. Dito e feito. Aproveitando a ausência da rainha, que participava das festas da deusa Ceres, Hipólita introduziu a jovem no quarto real. O rei, quando descobriu que, sem querer, havia praticado incesto, quis matar a filha. A jovem fugiu. Estava grávida. Na hora de dar à luz, abriu os braços para o céu e pediu a proteção dos deuses. Ops! Os imortais a transformaram numa árvore. É a mirra.