A história caiu no esquecimento. Mas, sem mais nem menos, o autor a revive. Em 1990, o presidente recém-eleito Fernando Collor decretou o confisco da poupança. Quem tinha algum dinheirinho no banco ficou com R$ 50. A medida não poupou ninguém. Muitos se suicidaram.
Veio o arrependimento. O agora senador tuitou: “Eliminar a hiperinflação era o objetivo do meu governo. Acreditei que aquelas medidas radicais era o caminho certo. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio de ativos”.
O vício de Deus
Deus só tem um vício. É perdoar. Daí a generosidade do verbo. Ele joga em quatro times:
- Intransitivo, sem complemento: Perdoa para seres perdoado.
- Transitivo direto (perdoar alguém ou alguma coisa): Deus perdoa as ofensas. Perdoai os nossos pecados, Senhor. O pai perdoa o filho.
- 3. Transitivo indireto (perdoar a alguém): A Receita perdoa aos devedores. Deus perdoa aos pecadores. Perdoou aos traidores.
- Transitivo direto e indireto (perdoar alguma coisa a alguém): O patrão perdoou aos empregados as falhas cometidas. Deus lhes perdoou os pecados. A lei perdoou a dívida aos devedores.
Firme e forte
A regência muda. Mas a conjugação se mantém. Perdoar pertence à equipe dos verbos terminados em –oar. É o caso de voar, abençoar & cia.: perdoo (voo, abençoo), perdoa (voa, abençoa), perdoamos (voamos, abençoamos), perdoam (voam, abençoam). E por aí vai.
Sem chapéu
Viu? O hiato o/o tinha acento. A reforma ortográfica o cassou. Agora, ele está livre e solto — sem lenço e sem documento: voo, perdoo, abençoo.