A decisão do Palácio do Planalto de criar o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, no valor de R$ 400 vai acabar mal, pois mostra o quanto o governo está atuando na base do improviso, diz o economista Felipe Salto, diretor executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado.
“O improviso virou a regra e, neste caso, evitar medidas muito ruins passa a ser a única agenda possível e prioritária. A herança do ponto de vista fiscal e orçamentário, para não entrar em outros temas, poderá ser muito negativa”, afirma Salto, que se tornou alvo de críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes.
O anúncio oficial do Auxílio Brasil deve ser feito ainda nesta quarta-feira (20/10) pelo ministro da Cidadania, João Roma, em evento no Planalto. O valor do benefício foi confirmado pelo presidente Jair Bolsonaro, em viagem ao Ceará.
Para especialistas, esse valor não cabe no teto de gastos, o que é rebatido por Bolsonaro. Parte da equipe econômica está tão assustada com a medida populista, que ameaça deixar o governo. Paulo Guedes, por sua vez, rasgou a cartilha liberal e está trabalhando pesado para a reeleição do presidente.
Brasília, 14h45min