Vamos correr a maratona!

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Severino Francisco

A Maratona Brasília, promovida pelo Correio, está de volta. Ela celebra três aniversários que estão conectados: o de Brasília, o do Correio Braziliense e o da TV Brasília. O Correio ensinou e aprendeu a viver a cidade com os brasilienses. Vamos correr, tem maratona para todos os gostos e preparos físicos: de 5km, de 10km e de 42km.

Os atletas se preparam para um desafio profissional. Mas cada um corre o que aguentar. O importante é a celebração. O bloco Eduardo & Mônica garante a trilha sonora da festa. Fazer exercício físico é essencial para a saúde de gente de todas as idades. E correr em Brasília tem um gosto especial pelas paisagens e monumentos que se descortinam a cada passo.

Eu tenho um histórico de atleta. Quando morava na 407 Norte, saía da quadra, descia pela UnB, circulava o Minhocão, passava pela Reitoria, chegava ao Centro Olímpico e fazia todo o percurso de volta ao ponto de origem. Devia demorar pouco mais de uma hora. Podia fazer sol ou chuva, de manhã, lá estava eu a postos para a corrida.

Valia a pena o esforço, a saúde melhora muito quando você ativa os músculos e expande a respiração. Eu estava com um baita problema, quando corria, o desafio continua lá. No entanto, ao fim da maratona, mudava a disposição, eu tinha forças e inspiração para enfrentá-lo, o monstro se desvanecia e ficava do tamanho natural.

Queria voltar a correr, mas achei que havia passado da idade. No entanto, li uma entrevista do doutor Drauzio Varella no blog do Laboratório Tommasi, que mudou a minha visão. Drauzio encontrou na rua um colega dos tempos de escola, que lhe disse: “Ano que vem, faço 50 anos, idade em que tem início a decadência do homem”.

Drauzio também completaria 50 anos, em vez de ficar deprimido, sentiu-se provocado pela frase do colega e impôs-se um desafio: correria a Maratona de Nova York do próximo ano. Não perdeu tempo, começou a treinar. E, de fato, disputou não apenas em Nova York, se tornou um maratonista que percorreu muitos países do mundo para correr provas de 42 quilômetros.

Drauzio não engana ninguém com informações falseadas. Correr exige uma luta cotidiana contra a preguiça. Mas vale a pena vencer a própria inércia: “Envelhecimento não tem que ser igual a doença. Um dia todos vamos ficar doentes e morrer, mas isso não precisa acontecer aos 40 anos, nem aos 50.”

Na dupla condição de maratonista e de médico, Drauzio desmistifica a versão de que correr destrói os joelhos: “Isso é um mito. Se você está obeso, não faz exercício há anos e se põe a correr, é lógico que vai fazer mal. Pesquisas mostram que as cirurgias nessa parte do corpo e nos quadris são muito mais comuns em quem anda do que em corredores. Todo mundo pode correr, depende de como faz.”

Drauzio tem mais de 79 anos, continua correndo maratonas e admite que temos mil razões para nos rendermos a uma vida sedentária, mas não dá para aceitar isso: “A vida sedentária faz muito mal, não fomos feitos para ficar parados. O corpo humano é como uma máquina que foi desenhada para o movimento. Do contrário, você vai lamentar.” É isso mesmo, vamos celebrar Brasília correndo a maratona.

Severino

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