Severino Francisco
Que me desculpe o leitor em busca de temas amenos, mas a crônica de hoje será de utilidade pública. A pandemia não faz nenhuma revolução sozinha. Mesmo assim, ela revalorizou os cientistas, os jornalistas e os professores. Quem se viu na contingência de instruir os filhos em casa com tarefas escolares percebeu que ser professor não é tão fácil quanto a maioria de pessoas imagina. Se educar duas ou três crianças é uma batalha, imagine cuidar de 30 ou 40 em uma sala de aula?
O melhor professor que tive gostava de repetir uma frase provocadora: não existe aluno ruim; existe professor ruim. A sentença tem o aspecto positivo de chamar a responsabilidade para o educador. Mas, depois de lecionar, percebi que a frase precisa ser revisada e relativizada.
Sim, existe aluno ruim; o aluno ruim é o que se recusa a aprender. Não existe relação humana em que somente uma parte seja responsável. Isso seria uma negação da liberdade. Mesmo na retaguarda, com as escolas fechadas, a relevância dos professores se impôs na pandemia.
Mas, agora, nos deparamos com um outro desafio: o retorno precipitado às aulas. O equívoco é consequência de uma série de erros elementares e crassos. Desde o início da pandemia, os profissionais da área médica alertaram que, se os governantes não seguissem as orientações da ciência, a crise sanitária se alongaria.
E, com isso, a economia teria ainda mais dificuldades para se recuperar.E é precisamente essa crônica do caos anunciado que estamos vivendo. Os governantes se colocam na situação daquele homem que enganou o coronavírus e ainda pediu o troco. Acham-se muito espertos. Mas o vírus não respeita poder, ignora eleições, pressões, direita ou esquerda.
Até a Organização Mundial do Comércio reconheceu que o problema é a pandemia, não as medidas de distanciamento social. É por causa desses erros que o Brasil ocupa o topo no ranking de casos e óbitos, e vê a crise se estender. A orientação dos cientistas sempre foi muito clara: impor um isolamento drástico no início.
Como isso não ocorreu como deveria, o retorno, com os casos de contaminação em alta, soa como a volta dos que não foram. Neste momento, a retomada das aulas presenciais é uma medida completamente insensata. Pesquisa Data Folha revelou que 76% dos brasileiros são contra a decisão.
Várias crianças e adolescentes têm doenças que os tornam vulneráveis ao coronavírus. Isso aumentaria o risco para idosos que estão tentando se proteger isolados em suas casas. O Ministério Público e as lideranças responsáveis precisam barrar essa medida desrrazoada e pedir para que os governantes ouçam os cientistas. Em uma crise sanitária, são eles que estão com a palavra.
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