Severino Francisco
Estava esperando a finalização das obras do viaduto do Jardim Botânico para dar as minhas impressões de morador daquele território da maneira mais justa. Os habitantes da região padeceram com os transtornos durante 1 ano e seis meses, período de construção da obra. A sinalização era precária, a iluminação insuficiente e o perigo de acidente rondava quem os motoristas.
Tenho um colega que resolveu se mudar do bairro tamanho o desencanto com o rumo dos acontecimentos. Eu entendo, a certa altura, me encantei com os condomínios próximos a Sobradinho. Passei um mês na casa de uma amiga e gostei tanto que cogitei comprar uma casa lá. No entanto, desisti quando lembrei do fluxo do trânsito e dos alunos que chegavam atrasados às aulas no tempo em que eu lecionava.
Mas vamos às impressões sobre o viaduto. Sim, em um primeiro momento, ele melhorou o trânsito na região. Pude perceber esse alívio em diversos horários. Eu queria testar na hora do pico, no início da manhã e no começo da noite. E, realmente, mesmo nessas circunstâncias, o fluxo se tornou muito mais tranquilo. Se a situação se mantivesse estável, o problema estaria resolvido.
No entanto, é preciso registrar que esse benefício já era previsto pelos pesquisadores de trânsito. O que ocorre em todas as cidades? Depois da construção dos viadutos, a mobilidade de carros melhora, mas, logo em seguida, estimula o aumento da circulação dos carros e o trânsito volta a engarrafar. Se viaduto resolvesse desafios de trânsito, a mobilidade de São Paulo e Rio de Janeiro seria uma maravilha. E todos sabem que não é.
E é importante atentar para outro aspecto. A faixa dedicada a eles no sentido Jardim Botânico- Plano Piloto fica em um ponto de alta velocidade, com perigo para os que atravessam a pé e para os motoristas. Neste pequeno período, depois da inauguração, flagrei dois acidentes com carros que ficaram engavetados, antes da faixa, possivelmente por freadas bruscas.
No sentido Plano Piloto-Jardim Botânico, a situação é ainda mais estranha. A faixa termina em um local que não é sequer uma calçada, é um lugar algum próximo ao acostamento. Para alcançar a calçada, é preciso caminhar alguns passos. Isso mostra a falta de cuidado com o pedestre. E, neste contexto, é preocupante o anúncio da criação de novos bairros na região, sem estudo de impacto do trânsito e sem planejamento para resolver os problemas de mobilidade.
O Distrito Federal ultrapassou a marca de 2 milhões de veículos registrados em circulação, de acordo com dados do Departamento de Trânsito (Detran-DF), numa população de 3 milhões de habitantes. Isso quer dizer que, de cada três brasilienses, 2 são donos de carros. Para os especialistas, o DF atingiu a um patamar muito próximo de uma mobilidade urbana insustentável, pois, entre outras questões, as vias teriam alcançado o estado de saturação.
Os pesquisadores do trânsito tem reiterado que multiplicar viadutos, vias e túneis aproxima o DF de uma mobilidade insustentável. É, obviamente, necessário ampliar e diversificar os meios coletivos de transporte.
Severino Francisco Donald Trump assumiu a presidência dos Estados Unidos com uma condenação, três processos…
Severino Francisco Entrar em contato com Dalton Trevisan, que nos deixou, recentemente, não era difícil;…
Severino Francisco Finalmente, assisti Ainda estou aqui. As imagens do filme ainda ressoam mixadas à…
Severino Francisco Eu tomei um táxi para resolver um para um problema na Asa…
Severino Francisco Em meio a notícias sobre o alastramento de incêndios florestais na Califórnia, nos…
Severino Francisco Conheci Miriam Aquino em um momento de grandes esperanças para o Brasil e…