Severino Francisco
As festas juninas estão vindo aí e eu gosto muito delas. Em matéria de são-joão não perdemos para nenhuma das outras capitais. É o que mostrou a pesquisa desenvolvida pela JLeiva Cultura & Esporte, divulgada no ano passado. Brasília é a capital que mais brinca no período junino. Eu já sabia, ou melhor, eu desconfiava, mas a pesquisa conferiu legitimidade científica às minhas impressões.
É festa para todos os lados. Ainda é um espaço muito democrático. Qualquer escola, igreja ou condomínio pode se mobilizar e organizar uma. A que considerei a mais simpática foi a promovida por um condomínio próximo à área onde moro. Os moradores se organizaram para oferecer tudo de graça para a comunidade. Qualquer pessoa que passasse, podia entrar, ouvir música, comer e ainda levar uns salgadinhos, um bolo ou um doce para os que ficaram em casa.
As noites frias brasilianas, cravejadas de estrelas, pedem uma festa de são-joão. Saí muitas vezes com os meus filhos sem destino com a certeza de que encontraríamos alguma festejo nas superquadras.
Na área onde moro quase todos os condomínios promovem festanças animadas. No fim de semana, vamos promover uma festinha, só para alegrar as crianças.
Mas fui a um festão promovido pela Igreja São Francisco de Assis e fiquei impressionado com a capacidade de organização. Era uma megafesta, uma superprodução, que envolveu muita gente. Tinha todos os ingredientes para terminar em confusão. Mas nada disso aconteceu. Se, por acaso, esbarrava com alguém no meio de um tumulto de gente, logo os envolvidos pediam desculpas e seguiam. As pessoas foram ali para se divertir e para ajudar.
Era impressionante a quantidade de pessoas que trabalhava na festa. Todos eram voluntários, cumpriam tarefas por solidariedade. No meio do movimento, fiquei pensando na importância que instituições como essas têm em um mundo de valores tão degradados.
No fim das contas, são instituições educativas, civilizadoras e humanizadoras. Contribuem no sentido de formar pessoas melhores, animadas por valores mais elevados em um mundo dominado pelo egocentrismo, a competição predadora, a frivolidade e a violência.
Eu já questionei muito as instituições religiosas. Mas, hoje, percebo que existem várias que cumprem a função de abrigar, agregar, mobilizar, acolher e organizar ações solidárias. Elas proporcionam uma experiência de pertencimento, de respeito e de comunhão.
É muito alentador ver uma instituição que trabalha para o bem-estar geral e, principalmente, dos desvalidos, quando a gente lê tantas notícias sobre maquinações do mal. São-joão mostrou a beleza da comunidade quando se mobiliza para fazer coisas boas e elevadas.
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