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Setembro Amarelo – inoperância do governo no combate aos suicídios na PF
Na última terça-feira (17), a Polícia Federal ficou novamente enlutada pelo suicídio de um de seus servidores. Foi a 50ª ocorrência do tipo no órgão nos últimos 20 anos (34ª nos últimos 10), ocorrida em pleno “Setembro Amarelo”, mês dedicado a ações e campanhas de prevenção ao suicídio, denuncia o Sindicato dos Trabalhadores Administrativos (SinpecPF)
O número assustador de suicídios na PF é seis vezes superior à média brasileira (36,7 a cada 100 mil habitantes)[1]. “Trata-se, portanto, de um problema institucional de saúde, que até hoje não recebeu resposta à altura por parte das autoridades”, destaca a entidade.
Representados pelo SinpecPF, os profissionais de saúde que atuam na PF avaliam que o órgão precisa reforçar as ações preventivas. Para a psiquiatra Joana Abrahão, o efetivo atual atuando na área de saúde é deficitário e políticas governamentais como o SIASS — que busca integrar equipes de saúde de diferentes órgãos, obrigando a PF a compartilhar seus profissionais — enfraquecem ainda mais o atendimento especializado que um órgão de segurança pública pede.
“Estamos falando de profissionais de segurança que andam armados e participam de operações de risco. Para prevenir que algo mais grave aconteça, é preciso estabelecer uma relação de confiança, algo que só é possível com um acompanhamento interno e contínuo”, explica a psiquiatra.
Outros profissionais de saúde ouvidos pelo sindicato corroboram a visão de Joana. Entre eles é amplamente majoritária a visão de que o órgão deveria apostar em um modelo interno de atendimento, no qual os profissionais de saúde poderiam acompanhar de perto a evolução dos pacientes. Entretanto, com o contingente atual, tal tarefa se mostra impossível, dado o pequeno número de profissionais de saúde biopsicossocial — área que cuida da prevenção e tratamento de distúrbios da mente — trabalhando na PF.
Atualmente, a equipe biopsicossocial da PF tem 12 psicólogos, 10 psiquiatras, 24 assistentes sociais e quatro enfermeiros. Eles são responsáveis pela saúde mental de 12,5 mil servidores em todo o Brasil. Como o contingente é baixo, até hoje o órgão não conseguiu colocar em prática o “Programa de Atendimento Biopsicossocial”, medida instituída pela PF em 2009 prevendo a alocação de equipes para o acompanhamento de saúde mental e psicossocial — compostas por um profissional de cada um dos cargos citados — em todos os estados do país.
Para reverter o quadro, a PF solicitou em 2014 a transformação de 36 cargos de nível superior atualmente vagos em cargos de psicólogo, com intenção de realizar um concurso público. A medida foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas está parada no Senado Federal sob o pretexto de “contenção de gastos”. “Essa ‘economia’ tem saído cara para a sociedade, que perde profissionais dedicados do órgão mais respeitado do país”, sentencia o presidente do SinpecPF, João Luis Rodrigues Nunes. “É absurdo fechar os olhos para a situação”, completa.
Outra proposta da PF engavetada pelo governo é a que cria o Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal das Áreas de Segurança Pública e Penitenciária Federal (SIASSP), no Ministério da Justiça. A intenção por trás da proposta é que os órgãos de segurança do MJ (PF, PRF e Depen) se desvinculem do SIASS. Com isso, as instituições de segurança passariam a compartilhar seus profissionais apenas entre si, facilitando o acompanhamento clínico continuado e especializado.
Setembro Amarelo: pesquisa revela as principais causas de ansiedade entre os brasileiros
Conduzido pelo portal Minha Vida, levantamento mapeou os perfis e as situações mais propensas a gerarem a condição, que já é recorde de acessos em buscadores
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 264 milhões de pessoas convivem com a ansiedade de grau clínico ao redor do mundoi e o volume de buscas online pelo termo vem crescendo nos últimos anos. No Brasil, além das causas mais comuns, como preocupações com dinheiro e trabalho, peso e autoestima têm contribuído para causar ansiedade na população, conforme aponta novo estudo do portal Minha Vida, maior site de saúde e bem-estar do país.
A pesquisa “Life Insights: Ansiedade”, realizada em maio deste ano com a base de leitores do portal, indicou que 8 em cada 10 pessoas declararam sofrer com a ansiedade. Assim como os indicadores mundiais, os resultados da pesquisa mostram que a condição é mais frequente entre as mulheres e os mais jovens (25 a 34 anos). Como causas da ansiedade, o estudo revela que a principal delas é a preocupação com o peso, que afeta 51% dos entrevistados. Ela é seguida por outros problemas, como contas a pagar (45%) e preocupações financeiras em geral (40,8%).
O levantamento, por questionário online, teve como objetivo identificar como os leitores do portal lidam com a ansiedade diariamente, bem como suas possíveis causas e soluções. Aproveitando o mês de setembro amarelo, que busca a conscientização de transtornos mentais, o portal está planejando uma programação especial sobre ansiedade e depressão, com a publicação de conteúdo específico sobre o tema, posts informativos e lives no Facebook da marca com entrevistas com especialistas.
Entender o seu público-leitor é a chave para o sucesso
Identificar os interesses e necessidades dos consumidores é importante para qualquer negócio. Mas, no caso das empresas de mídia, compreender os leitores e usuários é fundamental para entregar um conteúdo qualificado e segmentado. André Veloso, diretor do portal Minha Vida, ressalta que “o conhecimento aprofundado do público é fundamental para aproximar as marcas de seu público e, para os veículos, é o que fideliza o leitor, fazendo com que ele se interesse por outros conteúdos oferecidos pelo site”.
Os resultados das pesquisas Life Insights geram insights importantes para o portal, utilizados para a produção de conteúdo significativo e contribuem para um maior conhecimento do público alvo das marcas que parceiras do veículo. O Minha Vida faz análises combinadas de dados Big Data, como dados da navegação dos leitores no portal, e de resultados das pesquisas ad hoc com sua base de leitores.
Sobre a pesquisa “Life Insights: Ansiedade”
A pesquisa “Life Insights: Ansiedade” foi realizada pelo portal Minha Vida, o maior site de saúde e bem-estar do Brasil, para avaliar as causas e consequências da ansiedade entre os brasileiros. O estudo foi conduzido em maio de 2018, em formato de questionário online, com a participação de 1.278 leitores.
Mais informações em: www.minhavida.com.br/corporativo/quem-somos
Referências:
[1] Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. Geneva: World Health Organization; 2017. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO. Disponível em:http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2-eng.pdf;jsessionid=AD45D56ADFE37BCB3D36954963B82DE7?sequence=1
SinpecPF adere ao Setembro Amarelo, campanha para prevenção do suicídio
Embora faça mais vítimas diárias que doenças como a AIDS e o câncer, o suicídio segue sendo um tabu entre os brasileiros. Para mudar essa realidade, o CVV (Centro de Valorização da Vida), o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) se uniram para criar o “Setembro Amarelo”, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio.
O SinpecPF participa como representante dos profissionais de saúde da Polícia Federal. De acordo com o sindicato, há anos que o SinpecPF cobra o fortalecimento das equipes de acompanhamento da saúde mental e psicossocial na PF, com o objetivo de enfrentar a onda de suicídios que assola a instituição.
“Esse fortalecimento se faz urgente. Desde 2010, 28 servidores tiraram a própria vida na PF (27 policiais e um administrativo), uma assustadora média de um suicídio a cada dois meses e meio. Para piorar, muitos desses atos foram cometidos em pleno ambiente de trabalho, o que amplia o trauma entre os colegas”, revela o sindicato.
Consultados pelo SinpecPF, os profissionais de saúde que atuam no órgão avaliam que a realidade poderia ser diferente caso a PF centrasse esforços em políticas preventivas. Inclusive, a principal delas está formatada desde 2009: é o “Programa de Atendimento Biopsicossocial”, medida que prevê a alocação de equipes para o acompanhamento de saúde mental e psicossocial — compostas por psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e psiquiatras — em todas as unidades da PF. Devido à carência crônica de servidores administrativos na área de saúde mental (a PF conta hoje com 14 psicólogos, 13 psiquiatras, 26 assistentes sociais e seis enfermeiros), a proposta jamais saiu do papel.
Ações concretas — Um ponto de partida para a mudança desse paradigma é a aprovação do PLC 99/2015, que cria 36 cargos de psicólogo para o órgão. A proposta de autoria do Planalto já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e depende agora da deliberação do Plenário para se tornar lei.
Outra proposta da direção-geral da Polícia Federal é a criação do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal das Áreas de Segurança Pública e Penitenciária Federal (SIASSP), no âmbito do Ministério da Justiça.
A intenção por trás da proposta é que os órgãos de segurança do Ministério da Justiça (PF, PRF e DEPEN) se desvinculem do modelo de saúde existente hoje, o SIASS (Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor), que busca integrar equipes de saúde de diferentes órgãos para tentar contornar o baixo efetivo que é regra no serviço público. Com isso, as instituições de segurança passariam a compartilhar seus profissionais apenas entre si, facilitando o acompanhamento clínico continuado e especializado.
Além da criação do SIASSP, a Direção-Geral da Polícia Federal também solicita ao Ministério da Justiça edição de Medida Provisória para a criação de 32 cargos de Médico, 25 cargos de Assistente Social, 28 cargos de Enfermeiro e 82 cargos de Instrutor de Educação Física, visando ao aperfeiçoamento do modelo de desenvolvimento biopsicossocial dos servidores.
“Segundo a Organização Mundial da Saúde, nove em cada dez casos poderiam ser evitados. Mas para que isso aconteça, é necessário que as pessoas busquem ajuda e atenção de quem está à sua volta. Portanto, nada melhor do que a PF se cercar de profissionais especializados. Prevenir é possível. Não fazer nada é inaceitável”, enfatizou o sindicato.