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Pesquisa Ipsos: 52% dos brasileiros querem novas eleições em outubro
Para 48% dos entrevistados, a gestão de Michel Temer é “ruim ou péssima”, 38% acham que ele deveria convocar novas eleições e 16% concordam que manter Michel Temer na presidência até 2018 é melhor alternativa para o país. Cai apoio ao processo de impeachment
A permanência do presidente interino Michel Temer até o final do mandato em 2018 é vista como melhor alternativa para o país por apenas 16% dos brasileiros. A maioria prefere novas eleições em outubro deste ano, seja esse pleito convocado pelo presidente interino Michel Temer (38%) ou após um eventual retorno da presidente afastada Dilma Rousseff (14%). Já para 20% dos entrevistados a melhor opção é a volta de Dilma e o cumprimento do mandato da petista até 2018. É o que revela pesquisa Ipsos realizada entre 1 e 12 de julho em 72 cidades brasileiras. O estudo entrevistou presencialmente 1.200 pessoas e a margem de erro é de três pontos percentuais.
“O desejo de novas eleições vem sendo apontado pelo Pulso Brasil há alguns meses. Isso é reflexo dos altos índices de desaprovação tanto de Dilma Rousseff quanto de Michel Temer, que ainda não conseguiu associar sua gestão a soluções dos principais problemas que afligem o brasileiro, como o combate à inflação e ao desemprego. Além disso, há um descontentamento generalizado com a classe política, e novas eleições trazem a percepção de que novos nomes podem surgir como alternativa”, diz Danilo Cersosimo, diretor da Ipsos Public Affairs e responsável pelo Pulso Brasil.
Os percentuais são referentes à questão “O que é melhor para o Brasil?”, em que quatro alternativas foram dadas aos entrevistados: “Que o presidente interino Michel Temer fique no cargo até o final do mandato em 2018”; “Que a presidente afastada Dilma Rousseff volte para a Presidência e cumpra o mandato até 2018”; “Que o presidente interino Michel Temer convoque novas eleições para outubro deste ano”; e “Que a presidente afastada Dilma Rousseff volte para a Presidência e convoque novas eleições para outubro deste ano”. A pergunta foi estimulada com cartão rodiziado, disponível em quatro versões, com opções de resposta exibidas em ordens alternadas. Não houve percentual de resposta espontânea.
A pesquisa, parte do estudo mensal Pulso Brasil realizado pela Ipsos desde 2005 no Brasil, registrou aumento na reprovação da gestão do presidente interino. A avaliação dos que julgam a administração de Temer “ruim ou péssima” variou de 43% em junho para 48% em julho. O percentual dos que acham o governo “regular” ficou estável em 29% e a dos que julgam a gestão “ótimo ou boa” subiu 1 ponto percentual, para 7%. Já a porção dos que não sabem ou não responderam caiu de 22% para 16% no período. O percentual dos que consideram que o país continua no rumo errado se manteve estável, em 89%. A porção dos que veem o Brasil no rumo certo também se manteve inalterada, em 11%.
O estudo também aponta que o apoio ao impeachment de Dilma retraiu, enquanto a parcela dos que não apoiam o processo cresceu. Em julho, menos da metade dos entrevistados (48%) disse apoiar o impedimento da petista, contra 54% em junho. Já o percentual dos que não apoiam o processo subiu de 28% para 34% no período.
“Isso ocorre porque a opinião pública queria a saída de Dilma Rousseff, mas não necessariamente a entrada de Michel Temer. Em maio, o Pulso Brasil já apontava que a maior preocupação do brasileiro com a troca de presidente era permanecer tudo como está e é esta a percepção da opinião pública no momento”, diz Cersosimo.
Aprovação Dilma e Temer
De acordo com a pesquisa de Ipsos, a aprovação a Michel Temer não se alterou, permanecendo em julho com os mesmos 19% obtidos em junho. Já o percentual dos que reprovam o peemedebista retraiu 2% em relação ao mês anterior. A avaliação sobre Dilma melhorou no mês de julho. A taxa dos que aprovam a presidente afastada ficou em 25% e mostra melhora de 5 pontos percentuais em relação a junho. Seu índice de desaprovação caiu de 75% em junho para 71% em julho.
“Os indicadores do Barômetro Político Ipsos mostram o tamanho do impacto que o ocupante do cargo de presidente sofre perante a opinião pública e as suas demandas, especialmente num momento de crise política, social e econômica. Importante notar que, se por um lado os indicadores de Temer oscilaram dentro da margem de erro, os de Dilma apresentaram melhora em todas as classes sociais”, comenta o diretor da Ipsos Public Affairs.
Sobre a Ipsos
A Ipsos é uma empresa independente global na área de pesquisa de mercado presente em 87 países. A companhia tem mais de 5 mil clientes e ocupa a terceira posição na indústria de pesquisa. Maior empresa de pesquisa eleitoral do mundo, a Ipsos atua ainda nas áreas de publicidade, fidelização de clientes, marketing, mídia, opinião pública e coleta de dados. Os pesquisadores da Ipsos avaliam o potencial do mercado e interpretam as tendências. Desenvolvem e constroem marcas, ajudam os clientes a construírem relacionamento de longo prazo com seus parceiros, testam publicidade e analisam audiência, medem a opinião pública ao redor do mundo. Para mais informações, acesse: www.ipsos.com.br, www.ipsos.com e https://youtu.be/WRgOg9Wnr4o.
Em reunião nacional na última quarta (13/04), em Porto Alegre (RS), sindicatos e federações dos trabalhadores da Heineken decidiram reagir às propostas abaixo da inflação e buscar diálogo com a empresa por mudanças no processo de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), que representa 145 mil trabalhadores no setor de bebidas no país (cerca de 2 mil ligados à Heineken), o grupo pede, em ofício à empresa, uma reunião com a comissão de trabalhadores ainda esse mês.
No topo da lista dos benefícios dos trabalhadores, o sistema atual de PLR da dona das marcas Heineken, Kaiser, Bavaria, Sol Premium e Xingu foi criticado pela categoria por não oferecer transparência, nem envolver a participação das entidades sindicais profissionais. De acordo com a CNTA Afins, os trabalhadores também afirmaram estar insatisfeitos com metas inatingíveis e valores abaixo da expectativa da categoria.
Segundo o presidente da CNTA Afins, Artur Bueno de Camargo, a categoria tem enfrentado dificuldade nas negociações coletivas de trabalho com a empresa, optando por um posicionamento nacional unificado pela rejeição de acordos abaixo da inflação. Nas cláusulas de benefícios contidas em acordos com sindicatos, que em sua grande maioria inclui assistência médica e odontológica, restaurante no local de trabalho, seguro de vida em grupo, e vale transporte, geralmente traz o trecho “cabendo, exclusivamente, à empresa providenciar a sistemática e o modelo de administração dos benefícios mencionados”.
“Por entendermos que a PLR deve ser um processo de motivação aos trabalhadores, entendemos a necessidade de haver uma participação efetiva dos sindicatos desde a sua elaboração até a conclusão do processo. Os trabalhadores se sentem insatisfeitos e inseguros com o atual modelo, que é injusto, principalmente, com aqueles trabalhadores que ganham menos. Com relação às negociações coletivas, a confederação continua orientando os trabalhadores a não fechar nenhum acordo inferior à inflação.”, comenta Bueno, que acrescenta que o objetivo da reunião é desenhar o melhor programa para que empresa e funcionários possam sair ganhando.